Msica Brasileira I CMU 322 Mdulo IV Msica

Música Brasileira I CMU 322 Módulo IV Música em São Paulo colonial I Prof. Diósnio Machado Neto

O mestrado como a base da organização musical paulista • Nomeações se iniciam no final do século XVI – Diogo Moreira: clérigo filho de uma nobre família de São Vicente, é nomeado mestre-de-capela da Matriz paulistana, em 1599. • Nomeação feita pelo governador-geral, Francisco de Souza. – Estabelece, desde essa primeira nomeação, os privilégios do mestrado. Ensino de solfa e monopólio do serviço musical na freguesia. • Diogo Moreira tornou-se vereador da Câmara do Senado. Em 1625, ainda estava vivo. • No século XVII, somente em Santos e São Paulo encontram-se provisões para mestre-de-capela. – Em Santos, o padre João de Roxas Moreira é provido em 1669, por decreto de Dom Pedro II (rei de Portugal) • Antes de Roxas Moreira a matriz de Santos já contava com mestre provido. • Roxas Moreira era sobrinho-neto de Diogo Moreira.

A capela paulistana • Século XVII e a precariedade do serviço musical. – Até o pleno estabelecimento de Manuel Lopes de Siqueira, a documentação aponta para o exercício amador da música. • Manuel Paes de Linhares (consta como mestre-de-capela em 1649). – Tido como incompetente pelo vigário. • Manuel Vieira de Barros, mestre-de-capela em 1657. – Assume diversos cargos públicos. – Homem de considerável cabedal • Outros músicos aparecem como atuantes em São Paulo: – – Luiz Porrat Penedo Miguel Freire Domingos da Cunha (falece em 1695) José da Costa – Manuel Lopes de Siqueira (Santos, 1661 - São Paulo, 1718), assume o mestrado em 1680, com provisão.

A família Siqueira: a “escola” paulistana • A formação de músicos era uma obrigação do mestre-de-capela – Manuel Lopes de Siqueira tornou-se o mentor do que podemos considerar a primeira escola de música, em São Paulo. • Contabiliza diversos músicos como discípulos: Pascual Mendes, Estanislau de Moraes, Luiz Domingues, Antônio Nunes de Siqueira, João de Moura, Antônio Álvares da Rocha, Francisco da Cunha e seus filhos: Manuel Lopes de Siqueira, José Ribeiro de Siqueira e ngelo de Siqueira (todos mestres-decapela) – Manuel Lopes de Siqueira estabelece forte vínculo com as irmandades. • Diretor da mesa definitória da irmandade de São Miguel e Almas – Deixa um considerável patrimônio. • Tornou-se credor de importantes homens de negócio de São Paulo. – Seus filhos exercem o mestrado na matriz até 1733 • Manuel Lopes de Siqueira (filho), falece em 1725 no exercício da função. – É reconhecido como excelente professor – Foram seus alunos João Álvares Torres (m. c. do convento do Carmo) e seu irmão Matias Álvares Torres (m. c. da matriz até a década de 1760) • ngelo de Siqueira substituiu o irmão, permanecendo no cargo até 1733 – – Torna-se uma das mais importantes personalidades religiosas do Brasil setecentista. Missionário apostólico, escreveu inúmeros livros de devoção Exerceu importantes cargos na administração eclesiástica Viaja pelo Brasil, falecendo no Rio de Janeiro, em 1771.

Genealogia musical da família Siqueira

O padre ngelo de Siqueira

Provisão de ngelo de Siqueira para o mestrado da matriz

O mestrado nas mãos dos padres • Próximo à década de 1720, inicia-se um processo de ordenação de músicos. – Manuel Lopes de Siqueira (filho), Antônio Muniz das Neves, Lopo Rodrigues, Faustino Xavier do Prado, ngelo de Siqueira, Luiz de Mendonça e Silva, Pedro da Costa, entre outros. • Muitas capelas musicais passaram a ser ocupadas por eclesiásticos – Santos: Luiz de Mendonça e Silva – São Paulo: ngelo de Siqueira (1726 – 1733); Matias Álvares Torres (1733 – ca. 1760) – Mogi das Cruzes: possivelmente por Faustino Xavier do Prado • Entre 1719 e 1738, ao redor de 50% do corpo eclesiástico que servia na matriz tinha formação musical comprovada.

Recibo de serviço musical