Msica Brasileira I CMU 32 Mdulo X Pe
Música Brasileira I CMU 32 Módulo X Pe. José Maurício Nunes Garcia Prof. Diósnio Machado Neto
A música de José Maurício • A criação musical de Pe. José Maurício pode ser dividida em dois grandes períodos: 1783 até 1807 e 1808 até 1826. – O segundo período tem de ser subdividido, pois nesta fase, sua criação musical era diretamente dependente do contexto sociológico correspondente • b 1) 1808 - 1811; b 2) 1812 - 1815; b 3) 1816 -1819; b 4) 1820 - 1826. • Primeiro período – Estilo pré-clássico, influenciado pelo classicismo italiano (Cimarosa, D. Scarlatti, Paisiello) – Contato com as obras de Haendel, Haydn, Mozart e Beethoven. – A maior parte das composições deste período é destinada para um conjunto pequeno, não raro para coro sem acompanhamento. – Outras obras tem caráter camerístico pela adição de instrumentos de corda. • O uso de sopros restringe-se em geral à flautas e trompas. • Em 1799 registra-se pela primeira vez uma obra para coro a quatro vozes, órgão, cordas, flautas, clarinetes, trompas e tímpanos. Trata-se de um Te Deum. – Em 1800 estabelece-se a forma do motete rococó. – A harmonia é simples e o tempo rítmico lento. – Este primeiro período encerra com uma Antífona em 1807.
O período da Capela-Real: 1808 -1811 • A influência da corte – Nos estatutos da Real Capela do Rio de Janeiro determina-se que esta deve cultivar o estilo da Real Capela de Lisboa • Maior virtuosidade e ornamentação, e para instrumentação mais rica e diferenciada – A partir de 1809 Pe. José Maurício também compõe música dramática (Aberturas). – Em 1810 esta mudança estilística estabelece-se com a composição da Missa de Nossa Senhora • • • Introdução do recitativo Virtuosidade no canto e na melodia instrumental, Permeabilidade a elementos de profanização, Excessiva ornamentação melódica, recurso a clichês musicais, Adesão positiva ao concertante, a prolixidade do discurso musical: textos que se repetem e progressões, • Presença da polifônica; a forma fuga, • o Sinfonismo, • a Missa-cantata
O período pós Marcos Portugal • Marcos Portugal é nomeado "Mestre-compositor" e Pe. José Maurício "Mestrede-música" – A produção cai vertiginosamente – A partir de 1813, Pe. José Maurício compõe para a Ordem Terceira do Carmo. • Apesar da melhora qualitativa nos conjuntos eclesiásticos, a versatilidade técnica e musical não é tão grande como a da capela real. • Em 1816, um compositor maduro: – o Ofício e Missa de Defuntos e as Matinas de Finados. • A influência de Rossini – De 1820 em diante espalha-se uma "febre rossinianas" no Rio. • Missa de Pedro Teixeira Sanches com temas do Barbeiro de Sevilha – José Maurício resiste a essa tendência, antes de estudar a obra do compositor italiano. – Entre 1820 e 1823 esta influência é observada nos temas e na instrumentação. – Em 1821 escreve um tratado de piano. • Existe uma história de que o compositor teria escrito um tratado de contraponto
A Missa de defuntos • Escrita em 1816 para as exéquias da rainha-mãe, Dona Maria I Dona Maria • Influências de Mozart – Assim como o Réquiem do compositor austríaco, existe um sentido semântico barroco. – Citações temáticas, como no Kyrie • Textura musical – Orquestração reduzida a cordas mas clarinete e trompas. • Baixo-contínuo – Emprego da polifonia • Uso de melodia acompanhada e recitativo é restrito – Estruturas harmônicas • Assim como Mozart, progressões em terças ao invés das quintas, tanto na disposição dos movimentos como nas modulações dentre os mesmos • Quando usa modulações, existe uma tendência às mediantes • Os meios de modulação são: – a) acordes da tonalidade em questão acrescidos de dissonâncias características. Essas dominantes individuais determinam a próxima tonalidade (Introitus); b) pausa seguida de uníssono, determinante da nova tonalidade (Dies irae); c) transição cromática (Dies irae); d) alterações cromáticas, determinantes de dominantes individuais (Offertorium). – Técnica de modulação preferida é a inserção de dominantes individuais – Outra característica desta obra é o uso de extensos pedais-de-órgão.
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