MONITORIA DA DISCIPLINA FUNDAMENTOS DA PINTURA Rildo Vieira

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MONITORIA DA DISCIPLINA FUNDAMENTOS DA PINTURA Rildo Vieira Brasil- http: //lattes. cnpq. br/0507254739799430 -

MONITORIA DA DISCIPLINA FUNDAMENTOS DA PINTURA Rildo Vieira Brasil- http: //lattes. cnpq. br/0507254739799430 - Unifesspa Wilson Roberto da Silva- http: //lattes. cnpq. br/2964607340920758 - Unifesspa Wilson Roberto da Silva-(Coordenador do Projeto) - http: //lattes. cnpq. br/2964607340920758 - Unifesspa INTRODUÇÃO A presente proposta de Monitoria está baseada nas peculiaridades do Ensino de Artes Visuais, sobretudo naquilo que tange às aulas de laboratório, neste caso específico Laboratório de Fundamentos da Pintura. A interpretação mais comum e também a mais rasa que se dá tanto ao Desenho quanto à Pintura é que ambas, ou são meros veículos da expressão ou se prestam somente à representação mimética (FABRICIO: 1985), ou seja, atos eminentemente mecânicos, cujo fim é o aprimoramento da representação realista da aparência do mundo e das coisas. Dividido em três eixos (Poéticas Visuais, Ensino Aprendizagem de Artes Visuais e Culturas Visuais), o curso procura oferecer a experiência mais integral quanto possível, seja qual for o eixo predileto do discente, razão pela qual a monitoria foi premente, principalmente àqueles que por afinidades se veem menos afeitos às práticas laboratoriais em poéticas¹ , ou que, por precariedade de formação e preconceito, desvinculam Ensino e Aprendizagem de Artes Visuais e Culturas Visuais do contexto contemporâneo de “fazer” Arte. A pintura é até hoje, uma das linguagens passiveis de exprimir o contemporâneo (GIANNOTTI: 2009) e ainda que não fosse, as teorias que a engendraram são de suma importância para a produção de qualquer espécie de imagem, seja ela tecnológica ou não, pois de algum modo ter acesso aos preceitos que construíram este saber, são imprescindíveis para o manuseio da imagem, independente do meio usado para produzi-la (FLORES: 2011). Para que o nosso aluno esteja local, regional, nacional e globalmente estruturado no âmbito da produção de imagem ou do Ensino de Artes Visuais, estes fundamentos conceituais não podem ser simplesmente ignorados sob a pena de embrenhar o futuro profissional em conceitos de fundamentos duvidosos ou anacrônicos e, por conseguinte difundir o desconhecimento ao invés do contrário. Pintar é uma experiência combinação de informações sensoriais (táteis, visuais, auditivas, olfativas), conceituais e físicas (teorias, críticas, cultural e social) condensadas em imagem, outros antes de nós desenvolveram mecanismos e teorias sobre sua produção, seus tons e suas cores, que estão presentes nos meios contemporâneos, o quê já justificaria o experimento pictórico em nível prático e teórico na graduação. O Projeto Pedagógico do Curso e uma matriz curricular pertinente a ele, elaborado pelo Núcleo Docente Estruturante respeita as peculiaridades da formação do jovem na região onde atua (Sul e Sudeste do Pará), no entanto não o isola da rede de produção global da imagem, o conjunto de disciplinas que compõe nossa matriz curricular procura preparar o discente a se integrar num sistema ao mesmo tempo local, regional e global, que atenda aos requisitos de formação histórica e contemporânea seja em teoria ou em prática. ¹Segundo Platão em “O Banquete” 205 b, toda ação que promove a passagem do não ser ao ser é “poeisis”, de sorte que todas as atividades no domínio de qualquer uma das artes são poéticas. MATERIAIS E MÉTODOS Foram utilizados basicamente dois métodos de Pintura, o primeiro foi o das veladuras, que consiste num método monocromático (qualquer cor e branco) ou policromático (colorido) baseado numa mistura de tinta com um diluente que pode ser óleo de linhaça diluído com terebintina, no caso da tinta óleo, ou água, no caso do guache Num dado momento a monitoria se deparou com a dificuldade dos alunos em executar as tarefas como eram explicadas, ao que orientamos que o processo de aprendizagem em Artes Visuais não se dá com fórmulas como num exercício de matemática e que por esta razão o sucessivo exercício da pintura amadurece conceitos abordados e que de alguma maneira ninguém os perdeu por completo e nem mesmo desprezou o conteúdo, o que já se tornou um avanço. Em nossa área, a avaliação de um sucesso ou insucesso pictórico não podem ser medidos pelos mesmos parâmetros adotados pela pesquisa em Ciências Exatas e nem mesmo das Ciências Sociais como se fez até pouco tempo, analisar a produção prática dos discentes e a trajetória que os levou a tal ou qual resultado nos é mais valiosa, posto que um curso de Graduação é apenas uma parte deste percurso que os levará a se aprofundar em qualquer um dos Eixos pertinentes ao curso. ou da tinta acrílica, em ambas sempre que aplicarmos uma cor, a camada inferior deverá estar seca, as cores e os meios tons são preparados num godê ou numa paleta. O outro método é conhecido como Pintura direta ou “Alla Prima” e foi desenvolvido pelos pintores impressionista usando óleo de papoula como diluente e baseado na aplicação da tinta sobre o suporte, úmido-sobre úmido, isto é sem deixar que a tinta seque. Neste tipo de pintura, a tinta de qualquer zona a ser pintada é aplicada de uma só vez (alla prima), tornando o suporte (papel) num só tempo, um espaço tanto de pintura quanto de mistura da própria cor. No entanto, dada as características da Exercício de Mistura qualitativa com escala tonal mono e bicromática produzidas com guache azul, preto e branco sobre papel Canson formato 21, 5 x 29, 7 cm. Exercícios de Pintura em camadas monocromáticos produzidas com guache preto e branco sobre papel Manilha Amarelo formato 66, 0 x 96, 0 cm. região Amazônica, do nível de acessibilidade aos materiais e a pouca experiência dos discentes com pintura, algumas adaptações foram feitas de modo a viabilizar a experiência com estes métodos, uma delas foi uso do guache, pincel e do papel manilha porque eles cumprem a função de tinta e suporte e são economicamente acessíveis para os padrões locais. No bojo destes métodos, os alunos têm não só a experiência prática, mas também são introduzidos acerca do Círculo das Cores de Johannes Itten com guache colorido sobre papel Canson formato 21, 5 x 29, 7 cm Exercícios de Pintura “Alla. Prima” produzidas com guache preto e branco sobre papel Manilha Amarela formato 66, 0 x 96, 0 cm. fundo teórico que dá razão de existência ao saber acumulado pela pintura, são eles: Síntese Aditiva e Subtrativa (CRAIG: 1987, p. 108), bem como do potencial de escurecimento e de claridade de cada uma delas, baseando-se no conceito de mistura qualitativa presente na teoria da cor de Johann Wolfgang von Goethe (1749 -1832) e Exercícios de estudos de Pintura Concreta produzidas com guache colorido sobre Canson A 4 e final em 66, 0 x 96, 0 cm. posteriormente por Arthur Schoppenhauer (1788 -1860) durante o florescimento do Romantismo Alemão e no círculo das cores de Johannes Itten (1888 -1967), sobretudo durante o período de funcionamento da Escola Bauhaus entre os anos de 1919 a 1935, quando foi fechada por influência da ascensão Nazista na Alemanha CONSIDERAÇÕES FINAIS Como forma de sedimentar este conhecimento, tanto monitor como discentes produziram exercícios que serão Esperamos que esta bolsa tenha permitido tanto ao monitor quanto aos discentes a ampliação do universo mostrados no tópico seguinte. visual dos participantes, mas, sobretudo que a construção do saber em poéticas visuais não se realiza RESULTADOS E DISCUSSÃO apenas com um exercício e sim com uma sequência. Além disso, esperamos que não só o monitor e os Desde a entrega do Plano de Monitoria para o 2º e 4º período de 2016, tomamos o cuidado de deixar claro que discentes, mas toda a comunidade acadêmica da Unifesspa tenha compreendido e valorado a produção em aspectos específicos da monitoria tais como a diminuição do índice de reprovação e/ou evasão da turma e sua arte como uma modalidade de pesquisa acadêmica e que isto tem gerado metodologias de pesquisa comparação com a turma que cursou a mesma disciplina no semestre/ano anterior, como também o aumento da atualmente reconhecidas e cada vez mais bem aceitas na academia com a denominação de Investigação média em relação à turma anterior não motivavam o pleito à bolsa; na Justificativa do coordenador presente no Baseada em Arte (IBA) ou Investigação Educacional Baseada em Arte (IEBA), traduções livre dos termos referido do Plano de Monitoria estava escrito que o principal problema era demover as resistências dos alunos Inglês: Arts-based Research (ABR) e Arts-based Educational Research (ABER), e do termo em espanhol quanto às premências da arte contemporânea, uma vez que a formação da maioria dos Professores de Arte da Investigación Basada em las Artes (IBA). O argumento chave para estas metodologias é que elas, ao região norte e especificamente do Pará não é em Artes Visuais, acarretando na maioria das vezes, uma formação enfatizarem a produção cultural da arte, rompem, complicam, problematizam e incomodam as metodologias estética precária aos alunos que chegam à graduação em busca deste saber. normalizadas e hegemônicas que estabelecem, formatam, conduzem, concebem e projetam os conceitos Assim sendo, não cotejamos com outras disciplinas do período atual, porque elas simplesmente não existem e de pesquisa acadêmica estabelecidos para as artes, educação e arte educação. REFERÊNCIAS nem mesmo o fizemos em relação aos índices de outras instituições federais de ensino de nossa região, porque para nós isso era desde o início irrelevante, ante a dificuldade que disciplinas de poéticas visuais têm de demover a percepção segundo a qual, a pintura ou qualquer outro meio de poéticas visuais são meros instrumentos da representação e que, portanto, se ela não é fidedigna ou verosímil não está presente o talento para Pintura e em CRAIG, James. Produção Gráfica. Trad. João J. A. G. Galliano, São Paulo: Nobel, 1987, p. 108 -109. FABRICIO. Maria Luiza Falabella. Da mímesis à “Abstração”. 1ª Edição. Rio de Janeiro: Elo Editora, 1987. p. 12 -35. FLORES, Laura Gonzalez. Fotografia e Pintura - Dois Meios Diferentes? 1ª Edição. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. GIANNOTTI, Marco. Breve historia da pintura contemporânea. 1ª Edição. São Paulo: Editora Claridade. 2009. consequência disso, a disciplina perde seu caráter formador e transformador de conhecimento visual. Nosso PLATÃO. O Banquete. 1ª Edição. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2009, p. 97 -98. contexto visual atual está marcado pelo intercâmbio entre linguagens, pelo multicêntrico, pela pluralidade e pela SCHOPPENHAUER, Arthur. Sobre a Visão e as cores. 1ª Edição. São Paulo: Nova Alexandria. 2003. ação transformadora, no sentido empregado por Cecília Almeida Salles “. . . como um elemento inferido é atado a SALLES, Cecília A. Redes da Criação: Construção da Obra de Arte. Vinhedo: Horizonte, 2008. SMITH, Ray. Manual Prático do Artista. 1ª Edição. São Paulo: Ambientes e Costumes Editora. 2012, p. 95 -98. outro. Os elementos selecionados já existiam, a inovação está no modo como são colocados juntos, ou seja, a Pró-Reitoria de Administração e Infraestrutura - PROADI maneira como são transformados”. (SALLES, 2006, p. 35) Centro de Tecnologia de Informação e Comunicação - CTIC REALIZAÇÃO: PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO - PROEG APOIO: 23ª Brigada de Infantaria de Selva - Marabá Assessoria de Comunicação - ASCOM Casa da Cultura de Marabá