Metamorfoses da Cor Metamorfoses da Cor A cor

Metamorfoses da Cor

Metamorfoses da Cor A cor é um dos elementos estruturais da linguagem plástica e da nossa vida. Cada cultura atribuí á cor um valor simbólico diferente. Ao longo do tempo, vários físicos, artistas e teóricos propuseram teorias e organizaram esquemas gráficos com cores criando simbologias e relações com a musica e a psicologia. Muitos pintores fizeram da cor o eixo principal do seu trabalho criativo. Ver Vídeo

Metamorfoses da Cor Isaac Newton (1642 -1727) Isaac Newton , físico inglês estudou a cor, do ponto de vista físico - Corluz. Descobriu que a luz branca do Sol era a mistura de todas as cores. espectro visível -“faixa multicolorida” violeta, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho.

Metamorfoses da Cor Newton tinha descoberto o segredo do arco-íris. A luz branca do sol é decomposta pelas gotículas de água. Newton concluiu que a única coisa que o seu prisma fazia era separar essas cores, tal como as gotas de água fazem com a luz solar.

Metamorfoses da Cor Newton idealizou o primeiro círculo cromático em que a porção de cada cor permitia dispor as cores primarias (vermelho, amarelo, azul) em posições diametralmente opostas às suas complementares por exemplo, o vermelho ficaria em oposição ao verde. Relacionava cada porção aos sete Planetas… [F 1] E á escala diatónica: D Vermelho ; E Laranja F Amarelo G Verde A Azul B Anil C Violeta D Vermelho, presumindo que cada corresponderia a uma nota musical. Círculo de cores de Newton [F 1] Marte, Sol, Mercúrio, Lua, Vénus, Júpiter, Saturno.

Metamorfoses da Cor • Isaac Newton foi o primeiro a colocar comparativamente o som e a cor lado a lado, presumindo que cada corresponderia a uma nota musical precisa. Noutras palavras “ouvimos” a cor e “vemos” o som.

Metamorfoses da Cor Goethe, foi escritor e pensador alemão que fez incursões pelo campo da ciência. No inicio do séc. XIX a principal objecção a Newton era de que a luz branca não podia ser constituída por cores, cada uma delas mais escura que o branco. Johann von Goethe, 1749 -1842 Assim ele defendia a ideia das cores serem resultado da interacção da luz com a "não luz" ou a escuridão.

Metamorfoses da Cor Considerava a cor como um efeito que, dependia da luz mas não era a própria luz. Goethe, foi o primeiro a associar estados psicológicos a determinadas cores, sendo determinante para o conhecimento dos factores fisiológicos e psicológicos das cores. Considerava a Pintura capaz de representar a visão do mundo de forma mais perfeita do que o mundo real.

Metamorfoses da Cor • Goethe reformulou a teoria das cores • Cria um círculo simétrico, onde as cores complementares localizamse em posições diametralmente opostas. • conclui que cores, como o magenta, uma cor não espectral, possue um importante papel para completar o círculo das cores. Círculo de Cores de Goethe, 1810

Metamorfoses da Cor • Johannes Itten, foi um pintor, professor e escritor suíço Em 1961, Itten escreveu no livro, Os elementos de cor, que as três cores primárias são vermelho, amarelo e azul. • A roda de cores desenvolvida por Johannes Itten é formada por 12 cores. Johannes Itten (1888 - 1967) • Desenvolveu o disco de cores, que ainda hoje permite descobrir combinações harmoniosas entre cores (os sete contrastes de cor).

Metamorfoses da Cor Neste modelo o triângulo central é ocupado pelas três cores primárias, amarelo , magenta, azul ciano, da mistura destas obtêm-se todas as restantes cores. No segundo anel as três cores secundárias, verde, laranja e violeta. Círculo cromático de Itten O modelo estrutura outros contrastes de cor e harmonias das cores terciárias.

Simbologia das Cores

Simbologia das Cores • Todos nós reagimos à cor. • A cor pode transformar, animar e modificar um ambiente ou um estado de espírito. • Existem cores que se apresentam como estimulantes, alegres, optimistas, outras serenas e tranquilas. • O uso de uma ou várias cores no ambiente pode alterar a comunicação, as atitudes e a aparência das pessoas presentes; a cor pode acalmar, ou aumentar a energia.

Simbologia das Cores O preto está associado à ideia de morte, luto ou terror, no entanto também se liga ao mistério e à fantasia, sendo hoje em dia uma cor com valor de uma certa sofisticação e luxo. Significa também dignidade. O branco associa-se à ideia de paz, de calma, de pureza. Também está associado ao frio e à limpeza. Significa inocência e pureza.

Simbologia das Cores O magenta significa elegância, requinte e liderança. O Verde significa vigor, juventude, frescor, esperança e calma. O Amarelo transmite calor, luz e descontracção. Simbolicamente está associado à prosperidade. É também uma cor energética, activa que transmite optimismo. Está associada ao Verão. O Laranja é uma cor quente, tal como o amarelo e o vermelho. É pois uma cor activa que, significa movimento e espontaneidade.

Simbologia das Cores O Azul significa tranquilidade, compreensão e frescura. É a cor do céu e do mar, do espírito e do pensamento. Simboliza a lealdade, no entanto é uma cor que se associa a uma certa falta de coragem ou monotonia. O Castanho é a cor da Terra. Esta cor significa maturidade, consciência e responsabilidade. Está ainda associada ao conforto, estabilidade, resistência e simplicidade

Simbologia das Cores O Violeta transmite a sensação de tristeza. Significa prosperidade, nobreza e respeito. O Rosa significa beleza, saúde, sensualidade e também romantismo.

Laboratório de Cores

“Laboratório de cores” Horrível Fantástico Medonho Calmo Tranquilo Vibrante Belo Mágico Feio Perturbad Assusta or dor Alegre Dos adjectivos propostos , escolhe dois e colocaos por baixo de cada imagem de acordo com o que elas te sugiram.

O Século XX As mudanças ocorridas durante o início do Século XX não apenas se reflectiram como serviram de inspiração para as obras de arte produzidas neste período. Descobertas científicas, inúmeros avanços tecnológicos, tendências de mecanização, conquistas da civilização e reviravoltas em relação ao poder mudaram radicalmente a visão de mundo neste período.

O QUE É O FAUVISMO (1904 -1908) Fauvismo – Do francês Les fauves (As bestas selvagens), foi o primeiro e, talvez, o mais importante movimento de renovação da pintura francesa depois do Impressionismo, iniciado em França entre 1904 e 1908. Uniu, temporariamente, alguns pintores, mas nunca se constituí como escola. Caracteriza-se pela expressão através de cores puras e intensas, poucos detalhes, sempre com a Intenção de demonstrar os sentimentos da 1ª impressão. “O Fauvismo não é tudo, é apenas o começo de tudo” Matisse

CARACTERÍSTICAS DO FAUVISMO • Pincelada violenta, espontânea e definitiva. • Colorido intenso não correspondendo à realidade. • Uso exclusivo das cores puras, como saem das bisnagas, violentas e contrastantes (violeta, amarelo, azul e vermelho). • Pintura por manchas largas, formando grandes planos. • Pretende causar impacto, exprimindo sensações e emoções. • Formas simplificadas e pouco semelhantes às da natureza. • Os temas retratam emoções e alegria de viver. Cenas urbanas, retratos, ambientes internos, nudez e cenas ao ar livre. Ver Vídeo

“Um único tom não é nada em termos de cor; dois tons são um acorde, são a vida” Henri Émile Benoît Matisse (1869 -1954)

Metamorfoses da Cor Matisse, pintor, escultor e desenhista francês. Símbolo do Fauvismo por representar através da Pintura vivências e sensações por meio da força das cores e dos contrastes. Matisse criava texturas doces e ricas. O autor procurava uma relação de tons para formar um acorde cromático como uma música, com as cores reagindo entre si. Incluía o preto na categoria de cor, contrariando a teoria das cores, que a explicava como ausência de luz.

Metamorfoses da Cor La femme au chapeau, 1905 San Francisco, Museum of Modern Art Na pintura "Mulher com chapéu, a cor é aplicada livremente, sem se encontrar associada à representação das cores "normais" nos sítios correspondentes. Junto com a cor está sempre a forma. Muitas vezes, a cor determina a forma. A violência das cores e a composição instintiva do quadro passavam a ser especialmente valorizadas para exprimir uma felicidade existencial perfeita.

Metamorfoses da Cor La Raie Verte (Madame Matisse), 1905 Statens Museum for Kunst, Copenhague Na representação de Madame Matisse, utiliza a formação das cores para produzir noções de espaço/profundidade. As cores do preenchimento do rosto são em pinceladas soltas que expressam uma certa desordem contrastando com as cores chapadas áreas planas que completam o fundo do quadro. No fundo, o verde, cor intermédia, em contraste com os tons quentes do vermelho e do laranja, produz a ideia de profundidade.

Metamorfoses da Cor Em Luxo, Calma e Volúpia, de 1904, Matisse faz referência á autonomia das cores, dando um aspecto de um Arco-Íris. Luxe, calme et Volupia , 1904 Musée National d'Art Moderne Matisse dispõe as cores de maneira que as cores frias e intermédias (azul; rosa; verde; ) revelem a calma e tranquilidade do equilíbrio no meio natural, em comparação com o movimento no espaço onde se encontram as figuras, representado pelas cores quentes (vermelho; laranja; amarelo).

Metamorfoses da Cor O quadro preza pelas cores primárias, Matisse criava uma atmosfera idealizada de bem-estar e conforto, por meio de padrões assumidamente decorativos E mais uma vez o verde, em oposição ao vermelho, produz a ideia de profundidade. The Dessert: Harmony in Red, 1908 Hermitage Museum, St Petersburg As cores complementam-se de modo a causar sensações de alegria, flores, jardins, paisagens, mulheres, estampas de tecidos, padrões de papel de parede, peças de mobília, ferro retorcido em arabescos orientais, entre outros objectos.

Metamorfoses da Cor Pablo Picasso, pintor, escultor e desenhista espanhol, foi um dos mestres da arte do século XX. Nasceu em Espanha, é um dos artistas mais famosos e versáteis de todo o mundo. usou, todos os tipos de materiais. Mais do que apenas o sentido da visão. Obras como as de Picasso são capazes de nos instigar sensações como a do tacto. Pablo Picasso, 1881 -1973

Metamorfoses da Cor Picasso retrata uma serie de mulheres sós e em estado de recolhimento. Marca a transição para a fase azul de sua obra. A bebedora de Absinto, 1901 Museo Guggenheim Bilbao A mulher encontra-se totalmente recolhida e só num canto do bar com sua garrafa de absinto. É também o início das deformações anatómicas como se pode notar no tamanho das mãos da mulher, numa clara atitude de autodefesa.

Metamorfoses da Cor Esse trabalho anuncia o início da fase azul. Azul como sinónimo de tristeza, melancolia, depressão; um reflexo das circunstâncias da vida do pintor. A fase azul durou de 1901 a 1905, após o suicídio de seu melhor amigo, Casagemas, e é constituída por pinturas figurativas representando situações de solidão e pobreza, abandono e morte, além dos prostíbulos de Barcelona, sempre usando o azul como cor predominante. Auto retrato de Picasso Fase Azul National Gallery, Praga Picasso retrata-se numa tela toda em tons de azul onde o único ponto destoante são os lábios rosados, única expressão de vitalidade em sua face. Todo o resto de seu corpo aparece encoberto por um sobretudo.

Metamorfoses da Cor Nesta fase Picasso retratou pessoas tristes e infelizes, com fortes traços de desespero, sempre com o predomínio da cor azul O Cego, 1903 Chicago Art Institute Neste quadro um cego tristonho toma uma pobre refeição sobre uma mesa simples. A mão esquerda segura um pedaço de pão e a direita tacteia em busca de uma bilha. Quase tudo é azulado, excepto a jarra de cerâmicas e a côdea de pão. Ver Vídeo

Metamorfoses da Cor Fase Rosa surge quando se apaixonou. O trabalho de Picasso passou a reflectir a cor da paixão e mudou para a cor rosa avermelhado que também reflectia a alegria e optimismo que vivia. Fase Rosa , que vai de 1904 a 1906. durante a qual pinta muitos temas circenses em Paris, Os personagens são acrobatas, dançarinos, arlequins, artistas de circo e o mundo do circo. Demonstra simpatia e solidariedade em relação aos modelos, pessoas independentes e livres. “Saltimbanquis” (1905) Colección Chester Dale Aos poucos abandona os tons azuis para utilizar tons mais quentes.

Guernica (1937) Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid, Espanha. Esta obra pode ser considerada um grito contra os horrores da guerra. Sem uso de cores, em preto e branco com toques de cinza e azul. Transmite como na fase azul, tristeza, melancolia e sensação de angustia. O touro pode ser percebido como a brutalidade, as trevas; O cavalo é a representação da dor; O lustre ao meio assemelha-se a representação do olho divino; O candeeiro mantém a chama da esperança acesa; A mãe com o filho no colo “A piedade dolorosa”, demonstra a aguda dor maternal; Ver Vídeo

Metamorfoses da Cor Wassily Kandinsky foi um artista e professor russo que creditava que a cor podia ser usada numa pintura como uma coisa autónoma e distanciada da forma de um objecto ou de uma qualquer descrição visual. Kandinsky dava vida a sinfonias, usava termos musicais para designar o seu trabalho; ele chamou a muitas das suas pinturas espontâneas “Improvisações”, e “Composições”. Sofreu influência do movimento Fauvista no uso da cor, considerando : “As sensações que me proporcionam as cores sobre a paleta ou nos tubos, que se assemelham a homenzinhos de aparência frágil mas de poderoso intelecto…são puras experiências espirituais. ” Wassily Kandinsky, 1866 -1944

Metamorfoses da Cor A pintura caracterizou-se por um romantismo formal de linhas violentas e desordenadas, animadas por grande vivacidade da cor remetendo-nos para a relação entre cor e som. Associava a harmonia dos sons e das cores. A influência da música foi bastante importante no nascimento da arte abstracta, não representa o mundo exterior mas expressa os sentimentos. Sobre o Branco II, 1923 Centre Georges Pompidou

Metamorfoses da Cor Formas indefinidas flutuam constituídas apenas por pinceladas de cores vermelha, azul, amarela, verde e preta. Composição em espiral com pinceladas vigorosas tentando criar movimento, dinamismo. Primeira aguarela abstracta, 1910 / 1913 Podemos notar uma manifestação das cores como uma tentativa de se expressarem ao máximo, praticamente manifestando sons. Paris, Musee National Art Moderne Kandinsky tenta estabelecer uma relação entre cores e sons. ver video

Metamorfoses da Cor Amarelo, Verde, Azul, 1925 Galerie Städtische em. Munique Amarelo, Verde e Azul. . . mergulho na confusão, nesta abstracção de cores e formas parece que me afogo, que morro que me deixo ir. . . mas há algo que me prende, que me segura, que me puxa para a vida. . . olho em volta, vejo de outra forma as formas que me rodeiam e que desfilam sem parar. . . que significado? são luz, são vida, são o renascimento da ordem, do sentido, da "claridade". . .

Metamorfoses da Cor Muitas das obras foram compostas por manchas coloridas largas e bastante expressivas, O quadro “O Cavaleiro Azul é um personagem dos contos de fada com o qual Kandinsky teve contacto na infância. O cavaleiro Azul“, 1911 -1914 Galerie Städtische em. Munique Representa o virtuoso combate do bem e do mal, simbolizando luta e renovação.

Metamorfoses da Cor Vincent van Gogh 1853 -1890 Auto-Retrato com chapéu feltro, 1887 Museu Van Gogh, Amsterdam Vincent van Gogh pintor Holandês, considerado uma referência da pintura no que concerne à expressão através da cor. “Tenho tentado expressar as terríveis paixões da humanidade através do vermelho e do verde”. A cor de Van Gogh é mais do que uma variedade caótica de tons, cada cor era o símbolo de uma paixão e de vivências. Parte do colorido vibrante e agressivo.

Metamorfoses da Cor As variações cromáticas do mesmo tema foram muito comuns. Predomínio do amarelo na maioria de suas obras. Trigal com corvos, 1889 Rikjsmuseum. Amsterdam Quatorze girassóis em um vaso, 1888 Museu d'Orsay. Paris O Trigal com corvos é uma síntese de amarelo sobre o qual pairam corvos pretos, preto que é a ausência da cor, ausência da luz e da vida.

Metamorfoses da Cor O Café de Noite, 1888 Yale University Art Gallery “no meu quarto o Café Nocturno, procurei expressar que o café é um sítio onde as pessoas se podem arruinar, enlouquecer, cometer crimes. Através dos contrastes de rosa delicado e vermelho – sangue…Contrastando com os verde – amarelos e os verdes – azuis duros…numa fornalha infernal…”

Metamorfoses da Cor Este quadro é pintado quando esteve internado num hospital psiquiátrico, uso de tons de azul. Noite Estrelada, 1889 Museu de Arte Moderna de Nova York A pincelada vigorosa e as cores intensas e puras são modeladas através da aplicação da tinta espessa.

A cor como valor expressivo De acordo com o que aprendeste sobre a simbologia das cores e com os elementos riscadores que tens sobre a tua mesa cria composições em harmonia com os sons que vais ouvir … Sonar Music Vivaldi Tchaikovsky