MERCADO E PRODUO DE BORRACHA NATURAL Interaes com
MERCADO E PRODUÇÃO DE BORRACHA NATURAL: Interações com manejo MARCOS SILVEIRA BERNARDES ESALQ/USP DEPARTAMENTO DE AGRICULTURA
SUMÁRIO • Introdução: • Quem é Marcos Silveira Bernardes? • irregularidade climática constante + interação entre fatores • base teórica • Resultados de experimentos: • primeiros resultados de sangria ascendente e baixa freqüência de sangria • baixíssima freqüência (d/12 e d/14) • sangria de safra • paralização de sangria • experimentos de poda • Uso de modelos matemáticos para entender os processos: • simulações entre fatores de produção • experimentos com irrigação
QUEM: -Viveirista e produtor na Amazônia (15 a 19 anos) -Assistência técnica da SUDHEVEA – Bahia, Espirito Santo e São Paulo (apoio ao Mato Grosso e Amazônia) -Pesquisador na ESALQ - Plantador de seringueira
Zoneamento da seringueira
Comportamento da Economia Mundial (% de crescimento do PIB mundial) Fonte: IRSG
Evolução do consumo de borracha (natural e sintética) no Mundo Taxa média de crescimento anual: 4, 16% Fonte: IRSG
Consumo regional de borracha Ásia praticamente DOBRA o consumo em uma década EUA perde importância no setor Fonte: IRSG
Consumo de borracha (natural e sintética) pelos países Fonte: IRSG
Taxa de crescimento do consumo de borracha natural no Brasil De 700 para 1. 100 Fonte: IRSG
Índice de preços do petróleo e das matérias-primas sintéticas US$ 78/barril Fonte: IRSG
Preços internacionais das borrachas natural e sintética TSR 20 = borracha natural beneficiada de origem tailandesa SBR = borracha sintética Fonte: IRSG
Produção e consumo de borracha natural no mundo Apesar da pequena folga na oferta de borracha natural, os preços não dão sinais concretos de que devem recuar significativamente Fonte: IRSG
Produção de borracha sintética pelos países Fonte: IRSG
Produção de borracha natural pelos países Fonte: IRSG
Taxa de crescimento da produção de borracha natural IRSG revê periodicamente as estimativas Fonte: IRSG
Onde a heveicultura está expandindo? Fonte: IRSG
Produtividade média dos principais produtores Fonte: IRSG
Expansão da heveicultura Representará 349 mil toneladas Representará 377 mil toneladas Equivale a +3, 6% sobre produção atual Equivalente a +3, 9% sobre a produção atual
Conclusão sobre o panorama internacional da borracha • DEMANDA – Cresce rápido no mundo – Cresce ainda mais rápido no Brasil • OFERTA – Cresce proporcionalmente ao consumo no mundo (obs. : há restrições para expansão da heveicultura mundial) – Cresce mais lentamente no Brasil (obs. : também há restrições. . . ? ) • BALANÇO – Déficit nacional de borrachas tende a aumentar
Produção de Borracha Natural +20° Ecuador -20° 95% produção mundo ASEAN 75% prod. mundo 90% prod. mundo exportado
Estrutura da Produção Pequenho Produtor Indonesia Taïlandia Malasia India Nigeria Sri Lanka Costa do Marfim Camarões 83% 95% 81% 83% 67% 30% 6% Plantações 17% 5% 19% 17% 33% 70% 94% Pequenho Produtor = Menos de 40 Ha (Maioria < 4 Ha).
Repartição do consumo de BN Outros Adesivos 8% Sapatos 3% 5% Artigos com latex 8% Componentes, Construção, maquinas 8% Pneus 68%
Durante a sua vida, Uma seringueira produz 60 à 100 Kg de BN ou seja a quantidade necessaria para a fabricação de 3 ou 4 pneus de caminhão
As utilizações da BN nos pneus O pneu consume 70% da BN produzida Tipo de Pneus Carro (normal) Carro (neve) Picape/Camionete Caminhão Material de Obra Civil Peso de BN (%) Peso de Pneu 8% 12% 32% 44%
500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 anos 1998 1994 1990 1986 1982 1978 1974 1970 1966 1962 1958 1954 US$ constantes US$ flutuantes 1950 UScts/kg Evolução do preço da BN
Competição com outras culturas tropicais Receita bruta atualisada ; BN = 1 USD/kg 7000 Seringueira Dendê Café Cacao 6000 5000 3000 2000 1000 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 0 -1000 0 US$ atualisados 4000 -2000 -3000
Heveicultura : Balanço • Forte redução das superficies plantadas desde 1994: Preços fracos e retorno demorado. Perda anual estimada entre 3 e 5%da superficie (200 000 até 300 000 Ha/ano). • Ausencia de avanços tecnologicos desde 10 anos. • Fraca produtividade dos pequenos produtores. • Falta de interesse dos organismos de financiamento. • Madeira de seringueira cara e muito apreciada. • Competição do dendê (rentabilidade x 1, 5 à 2).
As chances de uma retomada dos plantios • • • Custo dos eventuais substitutos Produto ecologico Penuria de madeira no mundo Culturas associadas Avanços tecnologicos
Evolução das importações brasileiras de borracha natural Taxa média de crescimento anual: 8, 03% Fonte: IRSG
Dificuldades na indústria de pneumáticos em 2006
Mercado está enormemente dependente da indústria automobilistica (pneumáticos e autopeças)
Cresce participação do produtor no preço das usinas
Setor borracha Déficit na balança comercial 2006 e 2007
Maiores consumidores de borracha natural no Brasil são muito frágeis perante o mercado Mundial.
Cortez, 2005
PLANTAÇÃO SANGRIA LÁTEX DE CAMPO CONCENTRAÇÃO CERNANBI OU COALHO { Centrifugação Cremagem LÁTEX CONCENTRADO SORO DE CONCENTRAÇÃO COAGULAÇÃO TRITURAÇÃO E LIMPEZA HOMOGENEIZAÇÃO OU LAMINAÇÃO ELEVAÇÃO DE PH E ADITIVOS EMBALAGEM LAVAGEM E HOMOGENEIZAÇÃO SECAGEM CLASSIFICAÇÃO PRENSAGEM E EMBALAGEM LÁTEX CONCENTRADO PARA COMECIALIZAÇÃO BORRACHA SÓLIDA PARA COMERCIALIZAÇÃO
Fármacos e cosméticos, valor agregado de 900. 000 %
75% dos preservativos são importados
R$105, 00 por 15 gramas Pele nova ainda não está no mercado
Experimento mostrando grande atividade angiogênica estimulada por um dos clones da Hevea brasiliensis.
Ensaios de Tensão X Deformação para prótese em forma de tubo (fechada) e para prótese cortada longitudinalmente (aberta). Látex natural da Hevea brasiliensis: um biomaterial de múltiplas aplicações M. C. O. Alves 1, W. F. P. Neves-Júnior 1, M. G. Pelegrina 1, M. Mulato 1, C. F. O. Graeff 1, J. Coutinho-Netto 2, M. S. Bernardes 3 1 Departamento de Física e Matemática – FFCLRP- USP 2 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP 3 ESALQ-USP, Piracicaba, SP
NA LAVOURA INTERAÇÕES ENTRE FATORES DE PRODUÇÃO EFEITOS COMPENSATÓRIOS: EFEITOS EXACERBADORES: - seca, falta de Ca em solo arenoso, nematóide SINERGISMO: - irrigação e adubação nitrogenada sobre a fotossíntese REAÇÃO DA PLANTA: - crescimento radicular em estresse hídrico
Base teórica: • mão-de-obra de sangria é maior fonte de custos (aprox. 65% do custo operacional em d/4 e tende a crescer) • maior efeito da estimulação no período chuvoso (chance da irrigação apoiar a estimulação) • variação sazonal da produção • interdependência entre crescimento e produção • intensidade e demora na resposta ao estresse hídrico nos diferentes processos (crescimento e produção)
Interdependência entre crescimento e produção: Wt = Wg + fc. y [01] Wt = total produzido por árvore sangrada (kg ano-1) Wnb = biomassa não borracha produzida (kg ano-1) fc = fator pelo maior valor calorifico da borracha (2, 5 teórico, na prática de 4 a 9 kg de biomassa por kg de borracha) y = produção de borracha (kg ano-1) Sethuraj, 1981
Interdependência entre crescimento e produção: W = 0, 002604. PT 2, 7826 [02] W = biomassa da parte aérea (kg planta-1) PT = perímetro do tronco (cm) Milford, 1969
Espaçamentos tem que ser maiores (menos plantas na Áreas)
DENSIDADE DE PLANTIO Menores densidades de plantio (300 árv. /ha) resultam em: • Maior crescimento em perímetro do tronco • Menor crescimento em altura (sobra fotoassimiliados) • Maior produção por árvore • Maior produção por seringueiro • Menor produção por área plantada em relação a maiores densidades (500 árv. /ha)
Primeiros resultados experimentais • sangria vespertina pode produzir igual a matutina • produção depende do estado de água no AR e é efeito instantâneo • efeito retardado, na safra, do aumento de área foliar para a produção • diferentes extrações de nutrientes para a mesma produção de borracha • baixa freqüência de sangria compensada por estimulação • diferentes respostas de acordo com o clone
Sangria ascendente (1982)
Primeiros resultados com baixa freqüência • abandono da sangria em d/2 depois de certa resistência (desinteressante para usinas) • baixa freqüência compensada por estimulação PB 235 e RRIM 501 não respondem além de d/5 RRIM 600 e IAN 873 compensam até d/7 crescimento paulatino das doses de Ethephon • dificuldades iniciais com equipamentos e com operacionalização da sangria e perdas por chuva • necessidade de cortes mais espessos • grande vantagem econômica e de consumo de casca e de doenças de painel
Primeiros resultados com baixa freqüência
3) Experimentos com baixíssima freqüência (d/12 e d/14) • ausência de compensação de produção na maioria dos clones RRIM 600 e IAN 873 compensam até d/7 • grandes dificuldades com equipamentos e com operacionalização da sangria e perdas por chuva • cresce necessidade de cortes espessos • grande vantagem econômica e de consumo de casca e de doenças de painel
RRIM 600, Piracicaba-SP
Menor produção no período seco e de refolhamento
Sangria de safra: • otimização da aplicação do estimulante • redução dos danos ao crescimento pela sangria no período seco e de refolhamento • facilitação da recuperação das plantas atacadas por pragas e doenças (pulverização vs intoxicação de operários) • redução da demanda de mão-de-obra e sua utilização em outras atividades
Objetivo: mesma produção anual com 6/10 da demanda de mão de obra
Matão, IAN 873 Sangria de safra trat. 3: • 99% da produção • 70% da mão-de-obra • mesmo crescimento, espessura de casca e secamento
Piracicaba-SP 1998 -99 GT 1 - sem diferença RRIM 600 - ET 5%, sem diferença - ET 7, 5%, 62% a mais - ET 10%, 34% a mais
Paralisação de sangria • custo operacional superior ao receita esperada (prejuízo) • prejuízo é maior do que custo de duas roçagens (30 a 40 US$/ha) ou custo mínimo • aumento de produção por árvore, no ano posterior, é de aproximadamente 4% (diferença aumenta com produtividade das árvores) • adiamento da entrada em sangria • amortização do investimento
Uso de modelos matemáticos Analise dos parâmetros de fluxo de látex: - Efeito dos sistemas de sangria e estimulação sobre os parâmetros de fluxo de látex - Efeito do clima e da fenologia sobre os parâmetros de fluxo de látex - Efeito da irrigação
ETR/ETP
Cálculo diário de: -Crescimento tronco - Produção de látex - Parâmetros de fluxo
PLIN f (água e folha)
Janeiro Julho
produção das regiões India sequeiro e irrigado
Effect of drip irrigation on growth of immature rubber. Jessy, M. D. , Dey, S. K. , Prathapan, K. , John, J. , Mathew, T. P. , Punnoose, K. I. - RRII, Kerala, Indian Journal of Natural Rubber Research, 2002 (Vol. 15) (No. 2) 182 -186 An experiment was conducted at Punalur, Kerala, India, during the summer seasons from 1991/92 to 1995/96, to study the effect of irrigation on the growth of immature rubber (Hevea brasiliensis). The treatments comprised drip irrigation at 25, 50, 75 and 100% of crop evapotranspiration and a control without irrigation. Irrigation at 50% of the crop evapotranspiration was sufficient for improving the growth. Irrigation during the summer season significantly increased the growth of rubber plants. Irrigated plants maintained a higher leaf water status during summer season.
Primeiros resultados com irrigação • efeito visualizado inicialmente no crescimento e sanidade das plantas • aumento da produção depende do estado de água no AR e no solo. • devido ao efeito sobre o crescimento produção a longo prazo é maior mesmo nas época as chuvas • necessidade de adequar todo o manejo
Início irrigação
Análise benefício/custo da irrigação • grosso modo cada mm ET natural produz-se 1, 3 kg de borracha seca ou 2, 45 kg de coágulo (R$ 4, 80 -4, 90) • precipitação natural é “irrigação pouco eficiente” (chove e nem sempre aproveitamos ou “chove no molhado”. • se irrigação dobrar a eficiência da chuva, 1 mm de irrigação pode acarretar em retorno de aproximadamente R$ 10 (dez reais) • efeitos adicionais (precocidade, escape de geada, sanidade, efeito acumulativo, planejamento facilitado) tem que ser considerados
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