MAX WEBER Luciano Mendes Max Weber 1864 1920

MAX WEBER Luciano Mendes

Max Weber (1864 – 1920) Nasceu em Erfurt, Turíngia, Alemanha e morreu em Munique. A época de Max Weber, travava-se na Alemanha um acirrado debate entre a corrente ate então dominante no pensamento social e filosófico, o positivismo, e seus críticos; A objetividade do conhecimento: A ciência e hoje uma vocação organizada em disciplinas especiais a serviço do auto-esclarecimento e conhecimento de fatos inter-relacionados; O saber empírico tem como objetivo procurar respostas através do uso dos instrumentos mais adequados (os meios, os métodos); Mas o cientista nunca deve propor-se a estabelecer normas, ideais e receitas para a práxis, nem dizer o que deve, mas o que pode ser feito

Max Weber (1864 – 1920) Ciência e valores: Os valores devem ser incorporados conscientemente a pesquisa e controlados através de procedimentos rigorosos de analise, caracterizados como “esquemas de explicação condicional: ; A ação do cientista e seletiva. Os valores são um guia para a escolha de um certo objeto pelo cientista; A busca pelo conhecimento científico: 1) estabelece leis e fatores hipotéticos que servirão como meios para seu estudo; 2) o agrupamento individual desses fatores historicamente dados e sua combinação concreta e significativa; e 3) remonta ao passado para observar como se desenvolveram as diferentes características individuais daqueles agrupamentos.

Max Weber (1864 – 1920) Os tipos ideais: Sendo uma ciência generalizadora, a Sociologia constrói conceitos - tipo, “vazios frente a realidade concreta do histórico”; Somente as ações compreensíveis são objeto da Sociologia; A elaboração de um instrumento que oriente o cientista social em sua busca de conexões causais e muito valiosa do ponto de vista heurístico. Esse modelo de interpretação-investigação e o tipo ideal; Ao elaborar o tipo ideal, parte-se da escolha, numa realidade infinita, de alguns elementos do objeto a ser interpretado que são considerados pelo investigador os mais relevantes para a explicação; O tipo ideal só existe como utopia e não e , nem pretende ser, um reflexo da realidade complexa, muito menos um modelo do que ela deveria ser;

Max Weber (1864 – 1920) Conceitos fundamentais: ação e ação social A ação e toda conduta humana (ato, omissão, permissão) dotada de um significado subjetivo dado por quem a executa e que orienta essa ação; A ação social é quando a orientação para a ação – passada, presente ou futura – é de outro ou de outros agentes que podem ser “individualizados e conhecidos ou uma pluralidade de indivíduos indeterminados e completamente desconhecidos”; Com isso, a Sociologia e a ciência “que pretende entender, interpretando-a, a ação social para, dessa maneira, explica -la causalmente em seu desenvolvimento e efeitos”; Compreender uma ação e captar e interpretar sua conexão de sentido, que será mais ou menos evidente para o sociólogo. Em suma: ação compreensível e ação com sentido.

Max Weber (1864 – 1920) Classes, estamentos e partidos: Um dos problemas que se coloca, por excelência, a Sociologia: e o das diferenças sociais; O critério de classificação mais relevante e dado pela dominância, em dada unidade histórica, de uma forma de organização; O que faz com que os indivíduos deem às suas ações um sentido determinado que perdure com regularidade no tempo e no espaço? A dominação ou a produção da legitimidade, da submissão de um grupo a um mandato. É necessário distinguir os conceitos de poder e de dominação: Poder: significa a probabilidade de impor a própria vontade dentro de uma relação social, mesmo contra toda a resistência e qualquer que seja o fundamento dessa probabilidade Dominação: um estado de coisas pelo qual uma vontade manifesta (mandato) do dominador ou dos dominadores influi sobre os atos de outros (do dominado ou dos dominados), de tal modo que, em um grau socialmente relevante, estes atos têm lugar como se os dominados tivessem adotado por si mesmos e como máxima de sua ação o conteúdo do mandato (obediência)

Max Weber (1864 – 1920) Dominação legítima: A dominação legitima pode justificar-se por três motivos de submissão ou princípios de autoridade - racionais, tradicionais ou afetivos. São três os tipos de dominação legitima: a legal, a tradicional e a carismática; Weber interessou-se pelas estruturas de dominação especialmente sob duas formas: a burocrática e a carismática; A primeira corresponde ao tipo especificamente moderno de administração, racionalmente organizado, ao qual tendem as sociedades ocidentais e que pode aplicar-se tanto a empreendimentos econômicos e políticos quanto àqueles de natureza religiosa, profissional etc. A legitimidade se estabelece através da crença na legalidade das normas estatuídas e dos direitos de mando dos que exercem a autoridade. Em oposição a ela, as duas outras formas (tradicional e carismática) fundamentam-se em condutas cujos sentidos não são racionais.

Max Weber (1864 – 1920) A legitimidade possui centralidade, uma vez que o indivíduo considera justa a ordem social, agindo em conformidade com ela; A previsibilidade de uma ação não repousa na interiorização da norma social (ação social possui chances. . . ), mas no fato de que os indivíduos expostos a uma situação tenderão a fornecer respostas idênticas (o indivíduo nunca pratica mecanicamente uma regra); Por isso, o individualismo de Weber centra-se na análise do significado que o indivíduo confere a sua ação.