Material Direto e ModeObra Direta Prof Dr Bruno
Material Direto e Mão-de-Obra Direta Prof. Dr. Bruno Figlioli 2020
Materiais diretos • Três problemas existentes em uma empresa sobre os materiais: • Avaliação: qual valor atribuir quando vários lotes são comprados por preços diferentes? Como contabilizar as sucatas? • Controle: como identificar o consumo efetivo pelos produtos produzidos das atividades? • Programação: quanto comprar? Quando comprar? Qual é o estoque mínimo de segurança?
O que integra o valor dos materiais? • Regra geral: • Todos os gastos incorridos para a colocação do ativo em condições de uso (equipamentos, matérias-primas, ferramentas etc. ) ou em condições de venda (mercadorias etc. ) incorporam o valor desse mesmo ativo. Empresa Comercial Empresa Industrial Gastos de armazenagem: despesas Gastos de armazenagem: parte do custo do material Normalmente, devido à irrelevância, eles são rateados diretamente aos produtos.
Estoques O que incorpora o valor dos estoques no BP? Valor de Nota Fiscal (-) Impostos sobre compras (caso sejam recuperáveis) (+) transportes e seguros (=) valor do estoque Empresas Comerciais: mercadorias Em empresas industriais os estoques podem ser de: Matéria-prima, Produtos em processo e Produtos acabados, CADA TIPO DE ESTOQUE FICA NUMA CONTA (RAZONETE) SEPARADA PARA FINS DE ANÁLISE. 4
Outros Componentes do Valor dos Estoques • Embalagens, despesas de seguros e transporte; • Descontos comerciais, abatimentos e devoluções; • Descontos financeiros: esses tipos de descontos são concedidos em função do prazo de pagamento, assim não devem ser abatidos do custo, pois são entendidos como uma despesa financeira; • Impostos de importação. 5
Abatimentos Desconto Comercial Os abatimentos são as reduções negociadas posteriormente à compra em razão de problemas de avarias, especificações não cumpridas, prazos etc. Os descontos Comerciais são aqueles contratados já no ato da compra em função da quantidade adquirida, de uma liquidação etc Reduz o custo dos materiais Reduz o custo do produto dos materiais Despesas Financeiras não integram o custo dos materiais; são debitadas diretamente no Resultado
Estoques e os Impostos Os impostos (sobre compras) recuperáveis não vão compor o valor dos estoques. Exemplo: extraído de Marion (2018, p. 339). Numa aquisição de material por R$ 1. 200. 000, sendo o preço da mercadoria de R$ 1. 000 (estando aqui inclusos os 15, 5% de ICMS) e 200. 000 de IPI, teríamos os seguintes valores contabilizados como estoques: • Para uma Indústria que irá recuperar o IPI e o ICMS • R$ 845. 000 exclui do custo o IPI e o ICMS • Para o Comércio que irá recuperar o ICMS • R$ 1. 045. 000 exclui do custo o ICMS • Para uma Prestadora de Serviço que não terá recuperação do ICMS e do IPI • R$ 1. 200. 000 Tanto o IPI como o ICMS tornam-se custos 7
Tributos sobre os materiais diretos Com crédito de IPI e ICMS • Na compra dos materiais, o imposto é destacado e não inclui o custo do material direto. Esse imposto será abatido do imposto a pagar no final do período. Exemplo: Quando uma indústria compra de outra indústria para processar. Sem crédito de IPI e ICMS • Como não pode ser abatido no futuro, ele fica incluso no preço do material direto, sendo atribuído ao produto. Exemplo: Quando um comércio compra de uma indústria para revender para o consumidor final.
Métodos de Avaliação de Estoques Média Ponderada Móvel • A cada nova aquisição o valor unitário médio dos itens no estoque é atualizado. Média Ponderada Fixa • A empresa estabelece um valor unitário fixo para os itens do estoque para todo o período, através do uso do custo global daquele período. Entrada Saídas Total Data Qtd Total Qtd Preço Unit. Total Saldo Inicial 230 R$ 15, 00 R$ 3. 450, 00 30/01/2020 5 R$ 75, 00 225 R$ 15, 00 R$ 3. 375, 00 09/02/2020 9 R$ 270, 00 234 R$ 15, 58 R$ 3. 645, 00 30/03/2020 9 R$ 315, 00 243 R$ 16, 30 R$ 3. 960, 00
Métodos de Avaliação de Estoques PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai) • O preço de saída dos estoques é aquele representada pelo insumo mais antigo dentro do estoque. UEPS (último • O preço de saída dos estoques é que entra, aquele representado primeiro que pelo último insumo a sai) entrar no estoque. Entrada Saídas Total Data Qtd Preço Unit. Total Qtd Total Saldo Inicial 30/01 100 R$ 5, 00 R$ 500, 00 100 R$ 500, 00 09/02 30 R$ 9, 00 R$ 270, 00 130 R$ 770, 00 30/03 10 R$ 5, 00 R$ 50, 00 120 R$ 720, 00 Não aceito no Brasil
Perdas Desperdícios ocasionados durante o processo de produção Perdas normais: aquelas já previstas e esperadas pela empresa. Fazem parte do custo de produção dos produtos. Perdas anormais: acontecem de forma imprevisível pela empresa e não são recorrentes. São lançadas diretamente no resultado do período.
Mudança no Valor dos Estoques Variação preço do estoque Se houver, por motivo de escassez ou qualquer outro motivo, um AUMENTO do valor do estoque. O estoque não poderá ser corrigido, permanecerá no balanço pelo custo de aquisição até ser vendido. Se o estoque sofrer DESVALORIZAÇÃO: A empresa deve corrigir para baixo o valor de seu estoque no balanço. Dentro da lógica: custo ou mercado, dos dois o menor. Este procedimento é chamado impairment. E se o estoque sofreu impairment tornar a valorizar? Nesse caso, o valor do estoque pode ser corrigido para cima até o limite do custo original de aquisição. 12
Resultados do processo de produção Produtos Coprodutos Subprodutos Sucatas Produto produzido e comercializado pela empresa e resultado final do processo de produção. Produtos que surgem do processo natural de produção da indústria e que possuem valor de mercado. Representam parcela significativa na receita da empresa. Produtos que surgem do processo natural de produção da indústria e que possuem valor de mercado. Representam parcela ínfima na receita da empresa. Produtos que surgem do processo natural de produção da indústria e que não possuem valor de mercado estável ou compradores para ele.
Subprodutos Definição: itens que nascem de forma natural durante o processo de produção, possuem mercado de venda relativamente estável, tanto no que diz respeito à existência de compradores como quanto ao preço. São itens que têm comercialização tão normal quanto os produtos da empresa, mas que representam porção ínfima do faturamento total. Exemplo: Os custos de produção em um determinado período totalizam $17. 000. Nesse mesmo período são identificados 460 kgs de subprodutos cujo valor de venda é de $46. 000, 00. Os lançamentos contábeis serão: Débito: Estoques de subprodutos Crédito: Custos de produção Quando o subproduto for vendido, haverá apenas a troca de um item estocado por um ativo monetário; só aparecerá resultado (lucro ou prejuízo) na venda se a negociação for por uma valor diferente dos $46. 000. 14
Sucatas Definição: itens cuja venda é esporádica e realizada por valor não previsível na data que surgem na produção. Contabilização: • Não recebem custos, como também não têm sua eventual receita considerada como diminuição dos custos de produção; • Mesmo que existam em quantidades razoáveis na empresa, não aparecem como estoque na Contabilidade; • Quando ocorrer sua venda, têm sua receita considerada como Outras Receitas Operacionais. 15
Mão de Obra Direta • Não é o valor total pago aos operários diretos da produção. • Embora os colaboradores sejam pagos por hora trabalhada, a legislação brasileira prevê um pagamento mínimo. Dessa forma, a mão de obra direta deixa de ser um custo variável e passa a ser considerada um custo fixo da empresa. • Entretanto, podem ser apropriados diretamente aos produtos apenas o custo de mão de obra efetivamente realizada em função do produto. • Situações onde existe ociosidade, por exemplo, o custo relativo a essa ociosidade deve ser rateado entre toda a produção. • *Situações onde essa ociosidade foi causada de forma aleatória e imprevisível, ela deve ser considerada como perda anormal.
Mão de Obra Direta Folha de Pagamento Custo com MOD Valor total pago aos colaboradores Parcela relativa ao tempo de trabalho efetivamente dedicado à produção Exemplo: em um mês, um colaborador de uma indústria recebeu o montante de R$ 1. 200, 00 como salário bruto. Entretanto, durante o mês, 1/10 do tempo de trabalho foi ocioso, já que não havia demanda suficiente. Neste caso, o montante de custo com MOD é, na verdade, R$ 1. 080, 00.
Mão de Obra Direta • É considerada custo todos os gastos referentes à mão de obra. No Brasil, diversos tributos incidem sobre os salários. Incidem tributos patronais (aqueles pagos pelo empregador) e laborais (aqueles pagos pelo empregado). • Logo, o custo total de um colaborador para a empresa é a soma de: • • Salário Bruto; Férias; 13º; Tributos patronais; Adicionais; Feriados; Entre outros.
Cálculo • A primeira etapa do cálculo é identificar o tempo disponível do colaborador para a empresa, em horas. Número total de dias no ano (-) Repousos semanais remunerados (-) Férias (-) Feriados (=) Número de dias à disposição ( x ) Jornada diária (=) Horas à disposição no ano 365 -48 -30 -12 275 7, 33 2. 016
Cálculo • A segunda etapa do cálculo é identificar o custo do colaborador, considerando que, embora não esteja disponível, a empresa ainda deve remunerá-lo. Para esse exemplo, vamos considerar como R$ 10, 00 o custo da hora do colaborador. Item a)Salários b)Repousos semanais c)Férias d)13º Salário e)Adicionais Constitucional de Férias (1/3 de c) f)Feriados Remuneração Total R$ R$ Valor 20. 158 3. 518 2. 199 733 880 29. 687 Cálculo 2. 016 x R$ 10 48 x 7, 33 x R$ 10 30 x 7, 33 x R$ 10 (1/3) x R$ 2. 199 12 x 7, 33 x 10
Cálculo • A terceira etapa é identificar a contribuição patronal em cima das remunerações. Remuneração Total Fator de Contribuição Patronal (1 + 36, 8%) Gasto total com Mão de Obra R$ R$ 29. 687 1, 368 40. 611 R$ 29. 687 x 1, 368
Cálculo • Logo, o custo da hora trabalhada para o empregador pode ser representado: • R$ 40. 611 / 2. 016 = R$ 20, 15/h
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