Lus de Cames Os Lusadas Sntese da unidade

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Luís de Camões, Os Lusíadas Síntese da unidade

Luís de Camões, Os Lusíadas Síntese da unidade

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Contextualização histórico-literária (século XVI) Renascimento

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Contextualização histórico-literária (século XVI) Renascimento • Renovação cultural e artística • Reinvenção das formas artísticas, com base numa perspetiva naturalista e humanista • Interesse pela arte e cultura da Antiguidade Clássica Classicismo • Recuperação de figuras e temas mitológicos • Gosto pela harmonia e simetria • Entendimento do corpo humano como medida da arte

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Renascimento | Classicismo Leonardo da

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Renascimento | Classicismo Leonardo da Vinci, Homem Vitruviano, 1490 Miguel ngelo, Moisés, 1513 -1515

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Renascimento | Classicismo Miguel ngelo,

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Renascimento | Classicismo Miguel ngelo, A Criação de Adão (Capela Sistina), c. 1511

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Luís de Camões, Os Lusíadas

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Luís de Camões, Os Lusíadas Forma • Poema narrativo extenso Conteúdo • Exaltação de um acontecimento memorável e extraordinário, com interesse nacional ou universal • Visão heroica do mundo Estilo • Estilo solene / elevado

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade • 10 cantos, com número

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade • 10 cantos, com número variável de estrofes Estrutura externa • Estrutura estrófica: oitavas • Estrutura métrica: decassílabo (Vós/ po/de/ro/so/ rei/ cu/jo al/to im/pé[rio]) (Elisões)

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Estrutura externa • Estrutura rimática

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Estrutura externa • Estrutura rimática das estrofes: – Esquema rimático: abababcc – Tipos de rima: rima cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos Rima cruzada Rima emparelhada

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Estrutura interna Proposição Explicitação do

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Estrutura interna Proposição Explicitação do propósito e do assunto da obra Invocação Pedido de inspiração às ninfas do Tejo Dedicatória Oferecimento da epopeia a D. Sebastião Narração Relato da ação, iniciada in media re, em quatro planos interligados

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Epopeia Os Lusíadas Exaltação de

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Epopeia Os Lusíadas Exaltação de um acontecimento memorável e extraordinário, com interesse nacional ou universal a viagem de Vasco de Gama e dos navegadores portugueses até à Índia, que constitui a ação central da epopeia Visão heroica dos lusitanos, cuja coragem possibilitou dobrar o Cabo das Tormentas e descobrir o caminho marítimo para a Índia

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade A viagem de Vasco da

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade A viagem de Vasco da Gama Mapa-mundi de Cantino, 1502 [adap. ]

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Estrutura interna Planos da ação

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Estrutura interna Planos da ação Plano da viagem Viagem de Vasco da Gama à Índia Ex. : Cantos I, IV, V, VII, VIII, IX, X Plano mitológico Articulado com o plano da viagem Ex. : Cantos I, II, VIII, IX, X Plano da História de Portugal Encaixado no plano da viagem Ex. : Cantos III, IV, VIII, X Plano das reflexões do poeta Reflexões a propósito dos factos narrados Ex. : geralmente em final de canto

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Imaginário épico

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Imaginário épico

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Matéria épica • Apresentação da

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Matéria épica • Apresentação da matéria épica (I, 1 -18) - Viagem de Vasco da Gama - Feitos históricos dos portugueses “puras verdades” • Desenvolvimento da matéria épica (Narração) - Viagem de Vasco da Gama · exploração e conhecimento dos mares · vitória relativamente aos inimigos e às forças da Natureza - Feitos históricos dos portugueses · narração de feitos passados (analepse): por Vasco da Gama ao rei de Melinde (Cantos III, IV e V); por Paulo da Gama ao Catual (Canto VIII) · narração de feitos futuros (prolepse): profecias de Júpiter (Canto II), do Adamastor (Canto V), de uma ninfa e de Tétis (Canto X)

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Sublimidade do canto • Narração

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Sublimidade do canto • Narração dos feitos dos portugueses através de um “som alto e sublimado” / “estilo grandíloco e corrente”, adequado à matéria épica (I, 4), com recurso a: · estilo culto, erudito · latinismos (ex. : “grandíloco”, “salso argento”) · evocações mitológicas (X, 88) · alusões à história antiga (V, 93, 95 -96) · recursos expressivos (ex. : anáfora, anástrofe, apóstrofe, comparação, enumeração, hipérbole, interrogação retórica, metáfora, metonímia, personificação) • Canto épico como condição para a existência de heróis (manutenção dos feitos heroicos na memória dos vindouros)

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Mitificação do herói • Exaltação

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Mitificação do herói • Exaltação das características do povo português que lhe conferem o estatuto de herói: coragem, ousadia, patriotismo, espírito de sacrifício, fé em Deus • Comparação dos portugueses com os heróis e deuses da Antiguidade Clássica (e sua superação) • Ilha dos Amores: recompensa dos portugueses (comunhão com o divino; acesso ao conhecimento) Superação dos modelos antigos Ascensão ao estatuto de heróis Imortalização / Divinização

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Fragilidade da vida humana Reflexões

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Fragilidade da vida humana Reflexões do poeta (tom antiépico) Queixas do poeta / critérios de seleção dos merecedores do canto

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Reflexões do poeta (tom antiépico)

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Reflexões do poeta (tom antiépico) Fragilidade da vida humana (I, 105 -106) • Consciencialização do carácter terreno/mortal/ efémero da vida humana e da pequenez e fraqueza do ser humano (em oposição à força dos perigos envolventes) Desprezo pelas artes e pelas letras (V, 92 -100) • Crítica à falta de cultura dos portugueses, que leva à desvalorização da arte • Constatação de que a ausência de quem divulgue literariamente os feitos heroicos levará ao desaparecimento dos heróis • Censura ao facto de os portugueses serem dominados pela austeridade, pela rudeza e pela falta de “engenho”

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Reflexões do poeta (tom antiépico)

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Reflexões do poeta (tom antiépico) Queixas do poeta / Critérios de seleção dos merecedores do canto (VII, 78 -87) • Expressão dos infortúnios pessoais (vida de perigos diversos, de guerras, de viagens atribuladas por mar e por terra, errância, pobreza, desterro, incompreensão por parte dos contemporâneos) • Apresentação de critérios de seleção dos que merecem e dos que não merecem ser cantados Poder do dinheiro (VIII, 96 -99) • Crítica aos efeitos gerados pela ambição do dinheiro (rendição de fortalezas, transformação de nobres em pessoas vis, promoção da deslealdade, corrupção do que é puro, deturpação da justiça e da ciência)

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Reflexões do poeta (tom antiépico)

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Reflexões do poeta (tom antiépico) Imortalização do nome (IX, 88 -95) • Considerações sobre o caminho a percorrer para alcançar a fama/imortalidade (renúncia ao ócio, à cobiça, à ambição desmedida e à tirania; promoção da justiça e igualdade, da defesa da fé cristã e da pátria) Desvalorização da arte/Exortações a D. Sebastião (X, 145 -156) • Desalento face a uma pátria decadente que despreza as artes e menospreza a obra do próprio Camões • Apelo a D. Sebastião para liderar Portugal na realização de novos feitos gloriosos

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade In media re A expressão

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade In media re A expressão latina in media re significa no meio das coisas / no meio dos acontecimentos. Neste contexto, refere-se a uma técnica segundo a qual se começa a narrar a ação não desde o início, mas a meio da história (no momento crucial), com o objetivo de captar a atenção do leitor. Esta técnica narrativa é utilizada em epopeias (por exemplo, na Ilíada, na Eneida, em Os Lusíadas). Voltar

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Plano da viagem • plano

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Plano da viagem • plano relativo à viagem de Vasco da Gama à Índia, que representa a ação central da epopeia • ação iniciada in media re (quando se inicia a narração, a armada portuguesa já se encontra a meio da viagem) Plano da mitologia Plano da História de Portugal • plano protago • plano encaixado no nizado pelos plano da viagem, que deuses do consiste na narração Olimpo e por da História de outros seres Portugal: mitológicos - por Vasco da Gama • geralmente, ao rei de Melinde surge articulado/ (analepse) alternado com o - por Paulo da Gama plano da viagem ao Catual (analepse) - por Júpiter, no Consílio dos deuses (profecia) - pelo Adamastor aos nautas (prolepse), - por uma ninfa aos nautas - por Tétis a Vasco da Gama (prolepses) Plano das reflexões do poeta • plano que se encontra presente em quase todos os finais de canto • consiste na interrupção da narrativa para apresentar as reflexões do poeta a propósito dos factos narrados (fragilidade da vida humana, desprezo pelas artes e pelas letras, valor da glória, queixa dos infortúnios pessoais, poder do ouro, imortalização do nome, decadência da pátria). Voltar

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Imaginário épico Canto IX Canto

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Imaginário épico Canto IX Canto X Sublimidade do canto Mitificação do herói (canto dos feitos gloriosos dos portugueses; tom épico para engrandecer os lusitanos) (estatuto de herói recompensado com a Ilha dos Amores) (acesso ao conhecimento interdito aos homens através da visão da Máquina do Mundo) Constituição da matéria épica (os feitos gloriosos dos portugueses bélicos e náuticos; a viagem de Vasco da Gama e a História de Portugal; a superioridade dos portugueses relativamente aos heróis clássicos) Voltar

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Reflexões do poeta Canto I

Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade Reflexões do poeta Canto I Canto VIII Tentativa de destruição dos Portugueses e chegada destes a Mombaça Narração das peripécias dos nautas, desde a partida de Lisboa até à chegada a Melinde Desembarque dos nautas na Índia e primeiras diligências Última intervenção de Baco, traição e suborno do Catual Desembarque Embarque dos nautas na portugueses na Ilha dos Amores e sua e regresso a união com as Lisboa ninfas Reflexão do poeta (poder do dinheiro) Lamentação Reflexão do poeta (desvalorização (imortalização da arte) e do nome) exortações a D. Sebastião Reflexão do poeta (fragilidade da vida humana) Reflexão do poeta (desprezo pelas artes e pelas letras) Reflexão do poeta (queixa dos infortúnios; critérios de seleção dos que merecem ser cantados) Canto IX Canto X Voltar