Luiz Felipe Alencastro Trato dos Viventes Durante a

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Luiz Felipe Alencastro “Trato dos Viventes”

Luiz Felipe Alencastro “Trato dos Viventes”

 Durante a ditadura militar, quando ainda estudante na Universidade de Brasília, enfrentou diversos

Durante a ditadura militar, quando ainda estudante na Universidade de Brasília, enfrentou diversos inquéritos policiais militares e, recebendo uma bolsa de estudos para a França, para lá se mudou, aos vinte anos. Formou-se em História e Ciências Políticas na Universidade de Aix-en. Provence e doutorou-se em História na Universidade de Paris. Ensinou nas universidades de Rouen e Paris-Vincennes (1975 -1986). Em seguida, retornando ao Brasil, foi professor livre-docente e professor adjunto do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas e pesquisador sênior do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (19862000). Desde 2000 é professor titular da cátedra de História do Brasil da Universidade de Paris-Sorbonne, [3] e membro da UMR 8596 do CNRS, [4] Desde 2001 é diretor do Centre d'Etudes du Brésil et de l'Atlantique Sud da mesma universidade. [5] Leciona como professor convidado uma vez ao ano na Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas de São Paulo

Alencastro e o espaço da colonização "não se confunde com a continuidade do nosso

Alencastro e o espaço da colonização "não se confunde com a continuidade do nosso território colonial. Sempre se pensou o Brasil fora do Brasil, mas de maneira incompleta. . . " (p. 9). O Brasil não era apenas um prolongamento da Europa, se construiu também a partir de um estreito vínculo com a África.

Regime de Correntes Marítimas O regime de correntes marítimas inviabilizava a navegação pela extensão

Regime de Correntes Marítimas O regime de correntes marítimas inviabilizava a navegação pela extensão do litoral da América Portuguesa. O limite entre o Maranhão e o Nordeste foi marcado pelas barreiras naturais ocasionais causadas pelas correntes Por outro lado, as correntes facilitavam a navegação com a Angola, por exemplo.

Tráfico de Escravos Destino de quase a metade dos escravizados extraídos do continente africano,

Tráfico de Escravos Destino de quase a metade dos escravizados extraídos do continente africano, nosso país singulariza-se em sua participação no tráfico tanto pela expressividade aterrorizante dos números – dos cerca de 12 milhões de africanos subtraídos de suas sociedades de origem, mais de 4 milhões de viventes aportaram aqui, semi-vivos, entre os séculos XVI e XIX - como pela dimensão que a escravidão enquanto instituição reveste-se junto ao processo de nossa formação e de participação na modernidade. Entranhado em todos os aspectos da vida social brasileira, o escravismo é portanto nosso fundamento histórico no qual se assenta a construção de nossa soberania nacional e nossa inscrição na economia-mundo.

Mapa do tráfico negreiro

Mapa do tráfico negreiro

 A colonização portuguesa não se sustentava sem o braço escravo. Para viabilizála, recorreu-se

A colonização portuguesa não se sustentava sem o braço escravo. Para viabilizála, recorreu-se aos escravos africanos, unindo os enclaves da América portuguesa às feitorias de Angola. No final dos quinhentos, surgiu então um espaço sem limites territoriais contínuos, um arquipélago lusófono, forjado pelo tráfico negreiro.

Os Limites da escravidão indígena

Os Limites da escravidão indígena

Por que a escravidão negra foi menor na América Hispânica? Os espanhóis, diferentemente dos

Por que a escravidão negra foi menor na América Hispânica? Os espanhóis, diferentemente dos portugueses, já encontraram sociedades estruturadas e com divisões do trabalha que contavam com modalidade de trabalho forçado entre os indígenas

 Fuga de indígenas Inexistência de uma cultura de tráfico indígena Surto de doenças

Fuga de indígenas Inexistência de uma cultura de tráfico indígena Surto de doenças

Globalização e doença

Globalização e doença

Representação da América como espaço de terror

Representação da América como espaço de terror

 Império Gana foi o mais antigo Estado negro que se conhece, fundado no

Império Gana foi o mais antigo Estado negro que se conhece, fundado no século IV, e conquistou uma grande área onde exerceu dominação política e econômica, ao sul do que hoje conhecemos por Mauritânia, Senegal e Mali. Foi um núcleo formado pelos povos conhecidos como soninkê. Império Mali Com o declínio de Gana diversas disputas por influência ocorreram entre estados menores, paralelos e independentes, no século XII. Um desses estados era formado pelo povo conhecido por sosso, de etnia Soninke. Foi por meio das armas que estes se impuseram e alcançaram hegemonia no século XIII.

Rotas do tráfico de escravos

Rotas do tráfico de escravos

 O Mercado compulsório de escravos possibilitou o foco dos colonos sobre a agricultura

O Mercado compulsório de escravos possibilitou o foco dos colonos sobre a agricultura de exportação sem se preocupar com a criação de estratégias de obtenção de escravos na América Portuguesa.

Ladinos x Boçais Relatório apresentado por um funcionário do Brasil holandês a diretoria da

Ladinos x Boçais Relatório apresentado por um funcionário do Brasil holandês a diretoria da WIC em Amsterdam atribui a maior produtividade dos engenhos luso-brasileiros aos escravos "ladinos", expondo as características dos grupos culturais africanos. Segundo o documento, os escravos oriundos de Angola costumavam ser os mais trabalhadores, enquanto os da Costa da Mina (Ardra e Calabar) pareciam "obstinados, maus, preguiçosos e difíceis de adaptar-se ao trabalho"

Escravidão e humanização Tornado subumano pela escravatura, o nativo imaginava que a unica forma

Escravidão e humanização Tornado subumano pela escravatura, o nativo imaginava que a unica forma de salvaguardar sua liberdade consistia em abdicar do pertencimento a humanidade. A partir de uma anedota, Alencastro demonstra como os indígenas e africanos procuraram fugir da escravidão nas Américas.

Impacto histórico da escravidão

Impacto histórico da escravidão

Relação Brasil-África Agudás são descendentes de mercadores de escravos e ex-escravos libertos no Brasil

Relação Brasil-África Agudás são descendentes de mercadores de escravos e ex-escravos libertos no Brasil (afro-brasileiros) e retornados ao Benim, África. Numerosos, esses "brasileiros" estabeleceram-se na região da antiga costa dos Escravos - que abrangia todo o golfo de Benim, indo da atual cidade de Lagos, na Nigéria, até Acra, em Gana - entre os séculos XVIII e XIX.