Liturgia O Conclio Vaticano II 1962 1965 Constituio
- Slides: 16
Liturgia O Concílio Vaticano II (1962 -1965): Constituição sobre a Liturgia «Sacrosanctum Concilium Aprovada 04/12/1963 (2147 votos a favor, 4 contra e 1 nulo)
O que diz esta Constituição? A Sacrosanctum Concilium é o texto que lança a reforma mais espetacular e mais simbólica do Concílio Vaticano II. É, com efeito, pela liturgia, questão que afeta mais diretamente a vida dos católicos, que os Padres conciliares começaram seus trabalhos. Ela tem como objetivo renovar os ritos através de um retorno às fontes e simplificá-los a fim de permitir aos fiéis melhor compreensão e uma participação mais ativa. Antes de ser um documento programático, sua intenção é em primeiro lugar doutrinal. Assim, a liturgia é a “fonte” e o “cume” da vida da Igreja (n. 10). Enfim, o Concílio quis ver na liturgia uma “epifania” da Igreja, uma manifestação daquilo que é.
✕ Como se chegou a isso? A Sacrosanctum Concilium foi preparada pelo movimento litúrgico iniciado um século antes e que culmina na Igreja do pós-guerra. A necessidade de reforma é sentida inclusive em Roma. Em 1903, no motu proprio Tra le Sollecitudini, Pio X solicita a “participação ativa nos mistérios”. Em seguida, Pio XI defende na Divini Cultus (1928) para que os fiéis não sejam “estranhos ou espectadores mudos” nas celebrações. Mas é Pio XII com a Mediator Dei, primeira encíclica consagrada inteiramente à liturgia, e que restaura a Vigília Pascal na noite da Páscoa. A Sacrosanctum Concilium se inspirará profundamente nesta encíclica, revisando-a na perspectiva mais ampla da renovação bíblica.
Porquê reformar? «Com o andar dos tempos, introduziram-se nos ritos dos Sacramentos e Sacramentais elementos que, atualmente, tornam menos clara a sua natureza e finalidade, sendo necessário fazer algumas adaptações às necessidades do nosso tempo» (62). ✕ A Liturgia tem uma parte imutável, de instituição divina, e outra mutável, que pode reformar-se, para que os ritos sejam compreendidos (cf. 21).
A simplificação, a língua de cada povo, a atualização e a adaptação cultural ✕ Determinação importante foi a restauração do Catecumenado de ✕ adultos, com vários graus (cf. 64). ✕ É conferido ao Domingo lugar de relevo, pela sua riqueza antropológica, teológica e litúrgica. É o dia da ressurreição, da Páscoa semanal, é o «principal dia de festa; seja também o dia de alegria e repouso do trabalho» (106). ✕ A assembleia eucarística (ou celebração da Palavra…) é o núcleo do domingo e fonte de alegria para os cristãos. O sentido festivo do domingo advém do seu carácter pascal, por isso: «não se lhe anteponham outras solenidades, , visto que o domingo é o fundamento e o centro de todo o ano litúrgico» (106).
A arte é um serviço na expressão da fé, e necessária para o culto: «» (122). Os novos espaços «sejam aptos para lá se realizarem as ações litúrgicas; permitam a participação ativa dos fiéis» (124). A Igreja deseja que todos participem plena, consciente e ativamente na celebração litúrgica (cf. 4). ✕ ✕ ). As celebrações presididas pelo Bispo, sobretudo na catedral com o presbitério e os fiéis são a «principal manifestação da Igreja» (41). ✕ Nas paróquias «floresça o sentido comunitário, sobretudo na celebração da missa dominical» (42). Nos atos litúrgicos, evite-se a aceção de pessoas (32). Ou classes sociais ✕ ✕ A Liturgia tem uma dimensão didática. Nela, Cristo continua a anunciar o Evangelho e o povo responde com o canto e a oração (33).
Os sinais visíveis significam realidades divinas: «brilhem pela nobre simplicidade, sejam claros, evitem repetições inúteis; » (34). A Palavra «seja mais abundante, variada e adequada» (35); cuide-se a homilia; sem descurar o latim, use-se a língua vulgar (cf. 36). ✕ A Igreja, no que não afeta a fé ou o bem da comunidade, não quer impor a uniformidade litúrgica, mas respeita a índole cultural das raças e povos, exceto as superstições (37). ✕ Tenha-se em conta a diversidade cultural e adaptações, necessárias, sobretudo nas Missões: língua, música, arte, costumes…(cf. 39). ✕ Como a Eucaristia, os restantes sacramentos e sacramentais «destinam-se à santificação dos homens e edificação do Corpo de Cristo…como sinais, têm função de instruir…não só supõem a fé, mas também a alimentam» (59). ✕ Dos Sacramentais (79 -82) afirma-se: «Revejam-se os sacramentais, tendo presente a importância da participação consciente, activa e fácil dos fiéis, atendendo às necessidades dos nossos tempos» (79);
ANO LITÚRGICO ✕ Aparece então o ano litúrgico que não tem os mesmos tempos que o ano civil. ✕ O Ano Litúrgico divide-se em dois grandes ciclos: Natal e Páscoa. Entre os dois ciclos ainda se encontra um período muito longo, chamado "Tempo Comum". ✕ No Ano Litúrgico, a Igreja celebra toda a obra da salvação, que Deus realizou, através de Cristo, em favor dos homens.
✕ Em cada ciclo, há três momentos: um de preparação para a festa principal, outro de celebração festiva e outro de prolongamento da festa. ✕ No centro do Ano Litúrgico, encontra-se Cristo, no seu mistério pascal da Paixão, Morte e Ressurreição. O Mistério Pascal é, portanto, o coração do Ano Litúrgico, isto é, o seu centro vital. ✕ A Páscoa é celebrada uma vez por ano, de maneira muito festiva, mas renova-se em todos os domingos, na celebração da Eucaristia,
1º Ciclo 2º Ciclo
Aspetos positivos e frutos visíveis da reforma litúrgica: Mais participação: leitores, acólitos, cantores, instrumentistas, Mec, s… Mais valorização da Palavra (homilia…) ✕ ✕ Melhor compreensão dos ritos litúrgicos… ✕ Mais sentido festivo e comunitário das celebrações… ✕ Formação e preparação litúrgica mais regular… ✕ Celebração eucarística do domingo mais festiva… ✕ Melhor noção e vivência dos tempos litúrgicos (Qua/Pas; Ad/Nat)…
O que é novo? ✕ Com o Vaticano II, estima o Pe. Paul de Clerck, teólogo belga, “a liturgia não é mais considerada como a missa do padre, mas a ação Emaús ou de Marta e Maria”. Durante um milênio, os católicos praticamente não comungaram, ao passo que Jesus disse ‘Tomai e comei’. A Eucaristia voltou a ocupar o seu devido lugar”. A principal novidade trazida pelo texto diz respeito ao lugar concedido à Escritura, “para que apareça mais claramente na liturgia a íntima conexão entre o rito e a palavra” (n. 35). Todos os livros da Bíblia, a começar pelo Antigo Testamento, foram introduzidos no Lecionário. “Um católico que ia à missa no domingo antes do Concílio, ilustra o Pe. De Cagny, ou que assiste hoje à missa segundo a forma extraordinária, nunca ouviu a parábola do filho pródigo, as passagens dos discípulos etc,
Portanto chegamos ao fim de um pequeno resumo da Sacrosanctum concilium e não pretendeu ser mais que isso, nos pontos que a mim pessoalmente mais me diziam. Não quiz ensinar algo, mas talvez lembrar ou dizer de maneira diferente. Como dizia o Santo Padre João XXlll em 7/12/62, seja-nos licito manifestar-vos uma e outra vez a nossa gratidão por esta manifestação da vossa caridade e eu confirmo : em me ouvir.