LITERATURA ROMANTISMO Prof Thiago Benitez ROMANTISMO A primeira
LITERATURA ROMANTISMO Profº Thiago Benitez
ROMANTISMO
A primeira fase do Romantismo brasileiro, compreendida entre os anos de 1836 e 1852, caracterizou-se pela busca de definição de uma identidade nacional. Reunidos em torno de Gonçalves de Magalhães, cuja obra Suspiros Poéticos e Saudades, de 1836, é tida como marco fundador do movimento no Brasil; Foi à poesia, porém, que coube o papel de consolidação do Romantismo no país. Mais especificamente a Gonçalves Dias, poeta mais representativo da primeira geração do movimento.
A exaltação da natureza, a volta ao passado histórico e a idealização do índio como representante da nacionalidade brasileira são temas típicos da 1ª Geração Romântica.
A 1ª Geração do Romantismo teve como principal escritor o maranhense Gonçalves Dias. Ele, apesar de não ter introduzido o gênero no Brasil (papel este de Gonçalves de Magalhães), foi o responsável pela consolidação da literatura romântica por aqui. A exaltação da natureza, a volta ao passado histórico e a idealização do índio como representante da nacionalidade brasileira são temas típicos do Romantismo presentes nas obras de Gonçalves Dias.
Canção do exílio Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar –sozinho, à noite– Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.
José de Alencar – O pai dos Romances Indianistas e Urbanos Os romances do Romantismo levaram ao leitor da época uma realidade idealizada, com a qual eles se identificaram (escapismo, fuga da realidade, típica característica do Romantismo). Entre eles, o romance indianista foi o que mais fez sucesso entre o grande público, por trazer consigo personagens idealizados, representados por índios. Esses “heróis” caracterizavam uma tentativa dos autores de simbolizar uma tradição do Brasil, o que nem sempre acontecia, em virtude da caracterização artificial do personagem, mais “europeizada” ainda que os indígenas de Gonçalves Dias.
Segunda geração Também conhecida como ultrarromântica, em virtude do exacerbado egocentrismo e da contundente melancolia. Os representantes dessa geração eram extremamente pessimistas, e por levar uma vida desregrada, vivendo em ambientes sombrios e úmidos e fazendo parte da boemia, foram acometidos pelo chamado “Mal do Século”, morrendo precocemente em função de doenças adquiridas pelos maus hábitos. Observemos alguns trechos de um de seus representantes:
Lembranças de Morrer (Álvares de Azevedo) Quando em meu peito rebentar-se a fibra, Que o espírito enlaça à dor vivente, Não derramem por mim nem uma lágrima Em pálpebra demente. E nem desfolhem na matéria impura A flor do vale que adormece ao vento: Não quero que uma nota de alegria Se cale por meu triste passamento. Como o desterro de minh'alma errante, Onde o fogo insensato a consumia: Só levo uma saudade - é desses tempos Que amorosa ilusão embelecia.
Noite na Taverna (Álvares de Azevedo) Reunidos em uma taverna, as personagens, descrentes com a vida e o amor, cheios de vícios e amantes do vinho, definem-se como libertinos e "histórias sanguinolentas" envolvendo o amor e crimes do passado, todas com fim trágico. O livro é composto por três básicas características: Amor: histórias macabras Morte: crime e violência. Em todos os capítulos há o tema da morte por amor. Bebida: ao se lembrarem das dolorosas lembranças, as personagens vão se embriagando; com isso parte de sua dor é suavizada. Citação: "É preferível morrer por amor que viver sem ele. "
Terceira geração Conhecida também como geração Condoreira, simbolizada pelo Condor, uma ave que costuma construir seu ninho em lugares muito altos e tem visão ampla sobre todas as coisas. Voltada para o social, preconiza o ideário de liberdade em relação às mazelas instituídas pela sociedade. Tem como seu principal representante o poeta Castro Alves, mais conhecido como o poeta dos escravos. Apenas lembrando que a ideologia referente a essa geração tem no poeta francês Vítor Hugo sua fonte de inspiração, principalmente pela sua grandiosa criação, Os Miseráveis. Analisemos um exemplo:
Navio Negreiro (Castro Alves) 'Stamos em pleno mar. Doudo no espaço Brinca o luar - dourada borboleta; E as vagas após ele correm. . . cansam Como turba de infantes inquieta. 'Stamos em pleno mar. Do firmamento Os astros saltam como espumas de ouro. . . O mar em troca acende as ardentias, - Constelações do líquido tesouro. . . 'Stamos em pleno mar. Abrindo as velas Ao quente arfar das virações marinhas, Veleiro brigue corre à flor dos mares, Como roçam na vaga as andorinhas. . .
- Slides: 24