LINGUAGENS SOUSA NUNES TOM DANTAS SOUSA NUNES Mal


















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LINGUAGENS SOUSA NUNES – TOM DANTAS

SOUSA NUNES Mal secreto Se a cólera que espuma, a dor que mora N’alma, e destrói cada ilusão que nasce, Tudo o que punge, tudo o que devora O coração, no rosto se estampasse; Se se pudesse, o espírito que chora, Ver através da máscara da face, Quanta gente, talvez, que inveja agora Nos causa, então piedade nos causasse! Quanta gente que ri, talvez, consigo Guarda um atroz, recôndito inimigo, Como invisível chaga cancerosa! Quanta gente que ri, talvez existe, Cuja ventura única consiste Em parecer aos outros venturosa! CORREIA, R. In: PATRIOTA, M. Para compreender Raimundo Correia. Brasília: Alhambra, 1995.

SOUSA NUNES Coerente com a proposta parnasiana de cuidado formal e racionalidade na condução temática, o soneto de Raimundo Correia reflete sobre a forma como as emoções do indivíduo são julgadas em sociedade. Na concepção do eu lírico, esse julgamento revela que A) a necessidade de ser socialmente aceito leva o indivíduo a agir de forma dissimulada. B) o sofrimento íntimo torna-se mais ameno quando compartilhado por um grupo social. C) a capacidade de perdoar e aceitar as diferenças neutraliza o sentimento de inveja. D) o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a apiedar-se do próximo. E) a transfiguração da angústia em alegria é um artifício nocivo ao convívio social.

TOM DANTAS Talvez julguem que isto são voos de imaginação: é possível. Como não dar largas à imaginação, quando a realidade vai tomando proporções quase fantásticas, quando a civilização faz prodígios, quando no nosso próprio país a inteligência, o talento, as artes, o comércio, as grandes ideias, tudo pulula, tudo cresce e se desenvolve? Na ordem dos melhoramentos materiais, sobretudo, cada dia fazemos um passo, e em cada passo realizamos uma coisa útil para o engrandecimento do país.

TOM DANTAS No fragmento da crônica de José de Alencar, publicada em 1854, a temática nacionalista constrói-se pelo elogio ao(à) A) B) C) D) E) passado glorioso. progresso nacional. inteligência brasileira. imponência civilizatória. imaginação exacerbada.

SOUSA NUNES Estrada Esta estrada onde moro, entre duas voltas do caminho, Interessa mais que uma avenida urbana. Nas cidades todas as pessoas se parecem. Todo mundo é igual. Todo mundo é toda a gente. Aqui, não: sente-se bem que cada um traz a sua alma. Cada criatura é única. Até os cães. Estes cães da roça parecem homens de negócios: Andam sempre preocupados. E quanta gente vem e vai! E tudo tem aquele caráter impressivo que faz meditar: Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por um bodezinho manhoso. Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela voz dos símbolos, Que a vida passa! que a vida passa! E que a mocidade vai acabar. BANDEIRA, M. O ritmo dissoluto. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967.

SOUSA NUNES A lírica de Manuel Bandeira é pautada na apreensão de significados profundos a partir de elementos do cotidiano. No poema “Estrada”, o lirismo presente no contraste entre campo e cidade aponta para A) o desejo do eu lírico de resgatar a movimentação dos centros urbanos, o que revela sua nostalgia com relação à cidade. B) a percepção do caráter efêmero da vida, possibilitada pela observação da aparente inércia da vida rural. C) a opção do eu lírico pelo espaço bucólico como possibilidade de meditação sobre a sua juventude. D) a visão negativa da passagem do tempo, visto que esta gera insegurança. E) a profunda sensação de medo gerada pela reflexão acerca da morte.

TOM DANTAS Muitos trabalhos recentes de arte digital não consistem mais em objetos puros e simples, que se devem admirar ou analisar, mas em campos de possibilidades, programas geradores de experiências estéticas potenciais. Se já era difícil decidir sobre a paternidade de um produto da cultura técnica, visto que ela oscilava entre a máquina e os vários sujeitos que a manipulam, a tarefa agora torna-se ainda mais complexa. Se quisermos complicar ainda mais o esquema da criação nos objetos artísticos produzidos com meios tecnológicos, poderíamos incluir também aquele que está na ponta final do processo e que foi conhecido pelos nomes (hoje inteiramente inapropriados) de espectadores, ouvintes ou leitores: numa palavra, os receptores de produtos culturais. MACHADO, A. Máquina e imaginário: o desafio das poéticas tecnológicas. São Paulo: Edusp, 1993. Adaptado.

TOM DANTAS O autor demonstra a crise que os meios digitais trazem para questões tradicionais da criação artística, particularmente, para a autoria. Essa crise acontece porque, atualmente, além de clicar e navegar, o público A) B) C) D) E) analisa o objeto artístico. anula a proposta do autor. assume a criação da obra. interfere no trabalho de arte. impede a atribuição de autoria.

SOUSA NUNES O farrista Quando o almirante Cabral Pôs as patas no Brasil O anjo da guarda dos índios Estava passeando em Paris. Quando ele voltou de viagem O holandês já está aqui. O anjo respira alegre: “Não faz mal, isto é boa gente, Vou arejar outra vez. ” O anjo transpôs a barra, Diz adeus a Pernambuco, Faz barulho, vuco-vuco, Tal e qual o zepelim Mas deu um vento no anjo, Ele perdeu a memória. E não voltou nunca mais. MENDES, M. História do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992

SOUSA NUNES A obra de Murilo Mendes situa-se na fase inicial do Modernismo, cujas propostas estéticas transparecem, no poema, por um eu lírico que A) B) C) D) E) configura um ideal de nacionalidade pela integração regional. remonta ao colonialismo assente sob um viés iconoclasta. repercute as manifestações do sincretismo religioso. descreve a gênese da formação do povo brasileiro. promove inovações no repertório linguístico.

TOM DANTAS O lazer é um fenômeno mundial, fruto da modernidade e das relações que se estabelecem entre o tempo de trabalho e o tempo do não trabalho. Os efeitos da industrialização e da globalização foram percebidos pela velocidade das mensagens veiculadas pela mídia, pela explosão das novas tecnologias da informação e comunicação, pela exacerbação do individualismo e competitividade, pelas mudanças no contexto social e também por uma crise nas relações de trabalho. Em meio a todas essas mudanças, o lazer apresenta-se como um conjunto de elementos culturais que podem ser vivenciados no tempo disponível, seja como atividade prática ou contemplativa.

TOM DANTAS Na perspectiva conceitual assumida pelo texto, o lazer constitui-se por atividades que A) auxiliam na conquista de maior produtividade no âmbito do trabalho. B) buscam a melhoria da condição atlética e da alta performance dos praticantes. C) resultam da tensão entre os interesses da mídia e as necessidades dos empregadores. D) favorecem as relações de individualidade e competitividade entre os praticantes. E) são de natureza esportiva, artística ou cultural, escolhidas pelos indivíduos.

SOUSA NUNES Contranarciso em mim eu vejo o outo e outro enfim dezenas trens passando vagões cheios de gente centenas o outro que há em mim é você e você assim como eu estou em você eu estou nele em nós e só quando estamos em nós estamos em paz mesmo que estejamos a sós Leminsky P. Toda poesia. São Paulo: Cia. das Letras, 2013

SOUSA NUNES A busca pela identidade constitui uma faceta da tradição literária, redimensionada pelo olhar contemporâneo. No poema, essa nova dimensão revela a A) B) C) D) E) ausência de traços identitários. angústia com a solidão em público. valorização da descoberta do “eu” autêntico. percepção da empatia como fator de autoconhecimento. impossibilidade de vivenciar experiências de pertencimento.

TOM DANTAS Jean Baptiste Debret. Interior de uma casa de ciganos, 1823. Aquarela sobre o papel.

TOM DANTAS Jean-Baptiste Debret foi um importante artista plástico francês que viveu no Brasil. Integrou a Missão Artística Francesa. Suas obras formam importante acervo para o estudo da história e da cultura brasileira. Em Interior de uma casa de ciganos, Debret A) B) C) D) E) explora o cotidiano suntuoso em que viviam os negros no Brasil. retrata, em estilo neoclássico, o valor da cultura mística brasileira. defende a ideia da miscigenação no período imperial brasileiro. descreve o dia a dia harmônico da sociedade brasileira imperial. tematiza, no estado figurativo, cotidiano adverso da sociedade brasileira.

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