Linguagens Lngua Portuguesa Ensino Mdio 2 Srie A

  • Slides: 41
Download presentation
Linguagens – Língua Portuguesa Ensino Médio, 2ª Série A PRODUÇÃO POÉTICA DAS “GERAÇÕES ROM

Linguagens – Língua Portuguesa Ensino Médio, 2ª Série A PRODUÇÃO POÉTICA DAS “GERAÇÕES ROM NTICAS”

COMO CONSTRUIR A IDENTIDADE LITERÁRIA DE UM PAÍS?

COMO CONSTRUIR A IDENTIDADE LITERÁRIA DE UM PAÍS?

 Inspirados pela proclamação da Independência em 1822, jovens idealistas começaram a buscar símbolos

Inspirados pela proclamação da Independência em 1822, jovens idealistas começaram a buscar símbolos verdadeiramente brasileiros, que pudessem ser cantados em verso e prosa (1). Que símbolos? Nós não tivemos os cavaleiros medievais da Europa!! . . . Mas tivemos os índios e uma beleza natural só nossa! Serão nossos símbolos!

 Canção do Exílio "Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves,

Canção do Exílio "Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar — sozinho, à noite — Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu’inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. “ Coimbra – julho de 1843 DIAS, Gonçalves. Poesia e prosa completas.

Um detalhe! Vamos estabelecer a diferença entre ufanismo e patriotismo • Patriotismo é o

Um detalhe! Vamos estabelecer a diferença entre ufanismo e patriotismo • Patriotismo é o sentimento positivo que se manifesta em atitudes construtivas e abnegadas, e não exclui tomadas de posição críticas(ou será falso patriotismo); • Ufanismo, embora possa ser considerado como uma forma de patriotismo, é um sentimento ingênuo, parcial que impede a visão crítica necessária à superação dos problemas do país; Estabelecida a diferença , podemos voltar ao poema e responder à pergunta: o sentimento expresso pelo eu lírico da “Canção do exílio”, deve ser classificado como ufanismo ou patriotismo? Justifique com elementos do texto. (Emilia Amaral [et al]- Novas palavras)

 • Tamanha é a importância do poema de Gonçalves Dias que o nosso

• Tamanha é a importância do poema de Gonçalves Dias que o nosso Hino Nacional tem uma estrofe que cita parte dele. Qual é a estrofe? Deem uma olhada atrás do livro didático e respondam. • O poema é um dos mais parodiados. Como atividade para casa, vocês irão pesquisar paródias da “Canção do exílio” para comentarmos na próxima aula.

 A busca p or uma litera tura realmen brasileira, co te m heróis

A busca p or uma litera tura realmen brasileira, co te m heróis do Brasil, foi um característic a a copiada do europeu, qu também esc e reveu, um p ouco antes, literatura de essa exaltação a o passado, m o Brasil vivia as como o clima da p roclamação independên da cia, o que m enos deseja imitar a Euro va era pa. Buscava-s e uma ident idade brasile se refletiu n ira. E isso a literatura.

 Apesar da busca por uma literatura brasileira, o índio brasileiro, na literatura romântica,

Apesar da busca por uma literatura brasileira, o índio brasileiro, na literatura romântica, é um clone do cavaleiro medieval das novelas europeias românticas encontradas, por exemplo, nas obras de Walter Scott. Como exemplo brasileiro, temos “I-Juca Pirama”, “o título é tirado da língua tupi e significa, conforme explica o próprio autor, “o que há de ser morto, e que é digno de ser morto. ” Embora nome próprio, “I-Juca Pirama” não tem nada a ver com o nome do índio aprisionado pelos Timbiras” (2).

 “I-Juca Pirama” é a história do último guerreiro da Exercicio sobre nação Tupi,

“I-Juca Pirama” é a história do último guerreiro da Exercicio sobre nação Tupi, que é feito prisioneiro pelos Timbiras, os quais pretendem devorá-lo numa cerimônia antropofágica. Ouça trecho do poema em que o índio Tupi pede clemência e cita o pai cego. O gesto, que demonstra nobreza e desprendimento por parte de um filho, é interpretado como sinal de covardia. O chefe dos timbiras decide, então, libertá-lo, porque não quer “Com carne vil enfraquecer os fortes. ” Voz de Profº Flavio Pagliuca - trecho de IV- Juca Pirama, de Gonçalves Dias Unip - Chácara Santo Antonio (Teatro) 13/05/2010. Clique aqui para assistir o vídeo

Imagem: Autor Desconhecido / United States Public Domain. IV ato (I-Juca Pirama Gonçalves Dias)

Imagem: Autor Desconhecido / United States Public Domain. IV ato (I-Juca Pirama Gonçalves Dias) Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo tupi. Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante, Guerreiros, nasci; Sou bravo, sou forte, Sou filho do Norte; Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi. Já vi cruas brigas, De tribos imigas, E as duras fadigas Da guerra provei; Nas ondas mendaces Senti pelas faces Os silvos fugaces Dos ventos que amei.

O velho no entanto Sofrendo já tanto De fome e quebranto, Só qu’ria morrer!

O velho no entanto Sofrendo já tanto De fome e quebranto, Só qu’ria morrer! Não mais me contenho, Nas matas me embrenho, Das frechas que tenho Me quero valer. Andei longes terras Lidei cruas guerras, Vaguei pelas serras Dos vis Aimoréis; Vi lutas de bravos, Vi fortes - escravos! De estranhos ignavos Calcados aos pés. Aos golpes do imigo, Meu último amigo, Sem lar, sem abrigo Caiu junto a mi! Com plácido rosto, Sereno e composto, O acerbo desgosto Comigo sofri. E os campos talados, E os arcos quebrados, E os piagas coitados Já sem maracás; E os meigos cantores, Servindo a senhores, Que vinham traidores, Com mostras de paz. Meu pai a meu lado Já cego e quebrado, De penas ralado, Firmava-se em mi: Nós ambos, mesquinhos, Por ínvios caminhos, Cobertos d’espinhos Chegamos aqui!

Então, forasteiro, Caí prisioneiro De um troço guerreiro Com que me encontrei: O cru

Então, forasteiro, Caí prisioneiro De um troço guerreiro Com que me encontrei: O cru dessossêgo Do pai fraco e cego Enquanto não chego Qual seja, - dizei! Eu era o seu guia Na noite sombria, A só alegria Que Deus lhe deixou: Em mim se apoiava, Em mim se firmava, Em mim descansava, Que filho lhe sou. Ao velho coitado De penas ralado, Já cego e quebrado, Que resta? - Morrer. Enquanto descreve O giro tão breve Da vida que teve, Deixai-me viver! Não vil, não ignavo, Mas forte, mas bravo, Serei vosso escravo: Aqui virei ter. Guerreiros, não coro Do pranto que choro: Se a vida deploro, Também sei morrer (3).

Ele é solto e quando reencontra seu pai, é renegado por ele, envergonhado pela

Ele é solto e quando reencontra seu pai, é renegado por ele, envergonhado pela covardia do filho, ele o amaldiçoa: Vamos tentar uma leitura dramatizada? "Tu choraste em presença da morte? "Possas tu, isolado na terra, Na presença de estranhos choraste? Sem arrimo e sem pátria vagando, Não descende o cobarde do forte; Rejeitado da morte na guerra, Pois choraste, meu filho não és! Rejeitado dos homens na paz, Possas tu, descendente maldito Ser das gentes o espectro execrado; De uma tribo de nobres guerreiros, Não encontres amor nas mulheres, Implorando cruéis forasteiros, Teus amigos, se amigos tiveres, Seres presa de via Aimorés. Tenham alma inconstante e falaz! "Não encontres doçura no dia, "Que a teus passos a relva se torre; Nem as cores da aurora te ameiguem, Murchem prados, a flor desfaleça, E entre as larvas da noite sombria E o regato que límpido corre, Nunca possas descanso gozar: Mais te acenda o vesano furor; Não encontres um tronco, uma pedra, Suas águas depressa se tornem, Posta ao sol, posta às chuvas e aos ventos, Ao contacto dos lábios sedentos, Padecendo os maiores tormentos, Lago impuro de vermes nojentos, Onde possas a fronte pousar. Donde fujas com asco e terror (4)!

“Para se redimir, o tupi volta à tribo timbira e se entrega para ser

“Para se redimir, o tupi volta à tribo timbira e se entrega para ser morto. É nesse ponto que fica claro o sentido do título do poema “o que é digno de ser morto”. A bravura demonstrada pelo índio o dignifica diante de seus inimigos, o chefe timbira ordena que o soltem: pela coragem demonstrada o índio merece viver. ”[. . . ] Assim, força, honra, valentia e virtude passam a ser interpretadas como características do povo indígena, do qual descendem os brasileiros. ” ABAURRE, Maria Luíza M. Português: contexto, interlocução e sentido Sobre os índios reais, nós temos: “Mas nossos índios não comiam carne humana propriamente para matar a fome. Faziam-no por vingança, incorporando a alma dos vencidos (5). ”

Os Cavaleiros da Távola Redonda, segundo a lenda, foram os homens premiados com a

Os Cavaleiros da Távola Redonda, segundo a lenda, foram os homens premiados com a mais alta ordem da Cavalaria, na corte do Rei Artur (6). Malory descreve o Código dos Cavaleiros como: • Que índios são esses descritos na poesia de Gonçalves Dias? • Quais as características perceptíveis que estão associadas aos cavaleiros medievais? 1 - Buscar a perfeição humana; 2 - Retidão nas ações; 3 - Respeito aos semelhantes; 4 - Amor pelos familiares; 5 - Piedade com os enfermos; 6 - Doçura com as crianças e mulheres; 7 - Ser justo e valente na guerra e leal na paz.

 Essa fase é chamada de 1ª geração romântica. Que características ela teve? Vamos

Essa fase é chamada de 1ª geração romântica. Que características ela teve? Vamos elaborar: • Nacionalismo; • Indianismo; • Cor local. Principais autores: Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Porto-Alegre. Obs. : Não confundir o romantismo entre casais, com o Romantismo, escola literária. Já vimos poesias de exaltação da natureza e dos índios, que eram uma forma de fugir para as origens do Brasil, como o europeu fugiu para o passado medieval em sua literatura romântica, mas vamos às outras!

 Cazuza, cant or que esteve no auge nos anos 80, morr eu com

Cazuza, cant or que esteve no auge nos anos 80, morr eu com AIDS. Quando desc obriu a doenç a, escreveu algumas músi cas escutadas até hoje sobre a vida e a morte. Obse rvem bem o que diz a let ra de “Vida Lo uca Vida” que faz parte do cd “O te mpo não pára”, de 1988.

 Vida Louca Vida – Cazuza Vida louca vida Vida breve Já que eu

Vida Louca Vida – Cazuza Vida louca vida Vida breve Já que eu não posso te levar Quero que você me leve Vida louca vida Vida imensa Ninguém vai nos perdoar Nosso crime não compensa Se ninguém olha quando você passa Você logo acha "Eu tô carente" "Eu sou manchete popular" Tô cansado de tanta babaquice, tanta caretice Desta eterna falta do que falar Se ninguém olha quando você passa Você logo acha que a vida voltou ao normal Aquela vida sem sentido, volta sem perigo É a mesma vida sempre igual Se ninguém olha quando você passa Você logo diz "Palhaço" Você acha que não tá legal Corre todos os perigos, perde os sentidos Você passa mal Vida louca vida Vida breve Já que eu não posso te levar Quero que você me leve Vida louca vida Vida imensa Ninguém vai nos perdoar Nosso crime não compensa

 “Ainda sem cura, a doença, segundo o professor Jean-François Delfraissy, da Agência de

“Ainda sem cura, a doença, segundo o professor Jean-François Delfraissy, da Agência de Pesquisa sobre a AIDS, "foi a maior epidemia do século XX e é a maior do século XXI” (7). No tempo em que Cazuza descobriu que tinha o vírus HIV, a doença era considerada uma sentença de morte, porque os remédios não eram tão eficazes. Assim, morreram muitas pessoas e entre elas tinham muitos artistas.

 X I X o l u c é s o e t a

X I X o l u c é s o e t a n t a i r u u d m u e o u t q a a m ç n e a e s a s i o e d m a e e r d t i e u p t r e o a O m m u A a e . s e s o u m a r a i torno oi a tubercul c n e u l f s f i n i a e t m e r a t b gen e e o n p ú f O . a a d r c r e o o f L s p é i a l o f e atmo u q e s a a n f o a r d a u e s t v s e e z d A litera e o d v i s t e a r t a n v e l s Á e r e a rep p o r u E a n n. o ” r ã y h B n a m a . e l i s s s a e r r r o m no B u e e S “ r e l s o Vam

 Se eu morresse amanhã, viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã;

Se eu morresse amanhã, viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria Se eu morresse amanhã! Quanta glória pressinto em meu futuro! Que aurora de porvir e que manhã! Eu perdera chorando essas coroas Se eu morresse amanhã! Imagem: Autor Desconhecido / United States Public Domain. Se eu morresse amanhã! Que sol! que céu azul! que dove n'alva Acorda a natureza mais loucã! Não me batera tanto amor no peito Se eu morresse amanhã! Mas essa dor da vida que devora A ânsia de glória, o dolorido afã. . . A dor no peito emudecera ao menos Se eu morresse amanhã! Álvares de Azevedo (escrito um mês ates de sua morte)

Mais leitura! • Que semelhanças há entre esse poema e a música de Cazuza?

Mais leitura! • Que semelhanças há entre esse poema e a música de Cazuza? • Que trechos demonstram a presença da morte? • Compare os trechos: “A dor no peito emudecera ao menos se eu morresse amanhã” “Já que eu não posso te levar Quero que você me leve” Nesse trechos, há racionalismo, escapismo, pessimismo? • “Mas essa dor da vida que devora A ânsia de glória, o dolorido afã. . . (8)” Comente.

Além da morte, houve ainda outras formas de fugir da realidade e entrar em

Além da morte, houve ainda outras formas de fugir da realidade e entrar em seu mundo interior. • Soneto (Álvares de Azevedo) Pálida, à luz da lâmpada sombria, O amor é sublimado Sobre o leito de flores reclinada, no sonho e na fantasia. Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia! O amor ora é a idealização de uma virgem pura, ora é uma ardente sensualidade, com subjetividade e idealização da mulher. Era a virgem do mar! Na escuma fria Pela maré das águas embalada. . . Era um anjo entre nuvens d'alvorada, Que em sonhos se banhava e se esquecia! Era mais bela! o seio palpitando. . . Negros olhos, as pálpebras abrindo. . . Formas nuas no leito resvalando. . . Não te rias de mim, meu anjo lindo! Por ti - as noites eu velei chorando, Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo (9)!

Vamos caracterizar a poesia das 2ª geração romântica Ultrarrom antismo • Mal do século;

Vamos caracterizar a poesia das 2ª geração romântica Ultrarrom antismo • Mal do século; • Excesso s de subj etivismo do emoci e onalismo romântic os; • Irracion alismo; • Escapis mo, fanta sia, culto morte; da • Pessim ismo (10).

 3ª ger ação ro mântica

3ª ger ação ro mântica

 VAMOS OUVIR UM RAP, QUE NA VERDADE É UM POEMA DE CASTRO ALVES,

VAMOS OUVIR UM RAP, QUE NA VERDADE É UM POEMA DE CASTRO ALVES, O QUAL FOI MUS ICADO POR CAETANO VELOSO (Cd “ livro” 1999). “NAVIO NEGREIRO ou Tragédia no mar”

 Estamos em pleno mar. . . Era um sonho dantesco. . . o

Estamos em pleno mar. . . Era um sonho dantesco. . . o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros. . . estalar de açoite. . . Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar. . . Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs! Imagem: "Navio negreiro" de Johann Moritz Rugendas / Public Domain

 E ri-se a orquestra irônica, estridente. . . E da ronda fantástica a

E ri-se a orquestra irônica, estridente. . . E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais. . . Se o velho arqueja, se no chão resvala, Ouvem-se gritos. . . o chicote estala. E voam mais e mais. . . Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali! Um de raiva delira, outro enlouquece, Outro, que martírios embrutece, Cantando, geme e ri!

 No entanto o capitão manda a manobra, E após fitando o céu que

No entanto o capitão manda a manobra, E após fitando o céu que se desdobra, Tão puro sobre o mar, Diz do fumo entre os densos nevoeiros: "Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais dançar!. . . " E ri-se a orquestra irônica, estridente. . . E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais. . . Qual um sonho dantesco as sombras voam!. . . Gritos, ais, maldições, preces ressoam! E ri-se Satanás!. . .

Imagem: Christopher Hollis for Wdwic Pictures / GNU Free Documentation License. Senhor Deus dos

Imagem: Christopher Hollis for Wdwic Pictures / GNU Free Documentation License. Senhor Deus dos desgraçados! Quem são estes desgraçados Que não encontram em vós Dizei-me vós, Senhor Deus! Mais que o rir calmo da turba Se é loucura. . . se é verdade Tanto horror perante os céus? ! Que excita a fúria do algoz? Quem são? Se a estrela se cala, Ó mar, por que não apagas Se a vaga à pressa resvala Co'a esponja de tuas vagas Como um cúmplice fugaz, De teu manto este borrão? . . . Perante a noite confusa. . . Astros! noites! tempestades! Dize-o tu, severa Musa, Rolai das imensidades! Musa libérrima, audaz!. . . Varrei os mares, tufão!

 São os filhos do deserto, São mulheres desgraçadas, Onde a terra esposa a

São os filhos do deserto, São mulheres desgraçadas, Onde a terra esposa a luz. Como Agar o foi também. Onde vive em campo aberto Que sedentas, alquebradas, A tribo dos homens nus. . . De longe. . . bem longe vêm. . . São os guerreiros ousados Trazendo com tíbios passos, Que com os tigres mosqueados Filhos e algemas nos braços, Combatem na solidão. N'alma — lágrimas e fel. . . Ontem simples, fortes, bravos. Como Agar sofrendo tanto, Hoje míseros escravos, Que nem o leite de pranto Sem luz, sem ar, sem razão. . . Têm que dar para Ismael. Imagens da esquerda para a direirta: (a) Ilustração de Arch. Webb, para o livro "Through Veld and Forest - An African Story", de Harry Collingwood, 1898 / United States Public Domain. (b) Diferentes Nações Negras de escravos no Brasil, cerca de 1830, de Jean Baptiste Debret / Domínio Público. •

Imagens da esquerda para a direirta: (a) David Berkowitz / Creative Commons Attribution 2.

Imagens da esquerda para a direirta: (a) David Berkowitz / Creative Commons Attribution 2. 0 Generic. . (b) Todd Schaffer / Creative Commons Attribution-Share Alike 3. 0 Unported. . Lá nas areias infindas, Senhor Deus dos desgraçados! Das palmeiras no país, Dizei-me vós, Senhor Deus! Nasceram crianças lindas, Se é loucura. . . se é verdade Viveram moças gentis. . . Tanto horror perante os céus? ! Passa um dia a caravana, Ó mar, por que não apagas Quando a virgem na cabana Co'a esponja de tuas vagas Cisma da noite nos véus. . . De teu manto este borrão? . . . Adeus, ó choça do monte, Astros! noites! tempestades! . . . Adeus, palmeiras da fonte!. . . Rolai das imensidades! . . . Adeus, amores. . . adeus!. . . Varrei os mares, tufão!

 Existe um povo que a bandeira empresta P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!.

Existe um povo que a bandeira empresta P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!. . . E deixa-a transformar-se nessa festa Em manto impuro de bacante fria!. . . Meu Deus! mas que bandeira é esta, Que impudente na gávea tripudia? Silêncio. Musa. . . chora, e chora tanto Que o pavilhão se lave no teu pranto!. . . Imagem: Odhiambo Atieno, E. S. , Ouso, T. I. & Williams, J. F. M. (1977). A History of East Africa. London: Longman Group Ltd. . ISBN 0582 -60886 -4. Page 96, fig. 11. 5 a. / United States Public Domain.

 Auriverde pendão de minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança,

Auriverde pendão de minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança, Estandarte que a luz do sol encerra E as promessas divinas da esperança. . . Tu que, da liberdade após a guerra, Foste hasteado dos heróis na lança Antes te houvessem roto na batalha, Que servires a um povo de mortalha!. . . Imagem: Governo Brasileiro / Domínio Público

 Fatalidade atroz que a mente esmaga! Imagem: Andrews, E. Benjamin. History of the

Fatalidade atroz que a mente esmaga! Imagem: Andrews, E. Benjamin. History of the United States, volume V. Charles Scribner's Sons, New York. 1912. / United States Public Domain. Extingue nesta hora o brigue imundo O trilho que Colombo abriu nas vagas, Como um íris no pélago profundo! Mas é infâmia demais!. . . Da etérea plaga Levantai-vos, heróis do Novo Mundo! Andrada! arranca esse pendão dos ares! Colombo! fecha a porta dos teus mares (11)!

Imagem: O Estado de São Paulo, Publicado dia 4 de janeiro de 1881. Imagem:

Imagem: O Estado de São Paulo, Publicado dia 4 de janeiro de 1881. Imagem: O Estado de São Paulo, 14 de abril de 1880.

Vamos à leitura! Ler é encontrar respostas e formular perguntas. • Apesar de ser

Vamos à leitura! Ler é encontrar respostas e formular perguntas. • Apesar de ser um rap, há, no poema, outro ritmo musicado, como podemos observar no trecho: “Existe um povo que a bandeira empresta P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!. . . E deixa-a transformar-se nessa festa Em manto impuro de bacante fria!. . . ” Que ritmo é esse? • A bandeira cobre “Tanta infâmia e cobardia”. Nesse contexto, o que podemos considerar como infâmia? • Qual o povo que empresta a bandeira para cobrir a infâmia e cobardia? • O poema fala sobre a vida dos negros na África. De acordo com o texto, como era deles? • Esse o poema foi feito para ser dito em voz alta, de forma exaltada ou lido com delicadeza? Vamos fazer o teste! • Que temas sociais são abordados?

Vamos caracterizar a 3ª geração romântica Pré realismo Condoreirismo • Temas sociais e políticos;

Vamos caracterizar a 3ª geração romântica Pré realismo Condoreirismo • Temas sociais e políticos; • Liberdade (o condor simboliza o alto voo da imaginação a serviço da liberdade); • Tom retórico e exaltado; Principais autores: Fagundes Varela e Castro Alves.

 Atividade em grupo Agrupar os alunos em três, de forma que fiquem assim

Atividade em grupo Agrupar os alunos em três, de forma que fiquem assim separados: 1. poesia indianista 2. poesia ultrarromântica 3. poesia condoreira Cada grupo irá gravar a leitura dramatizada de três poemas escolhidos, iniciando a leitura pelo título e nome do poeta. Em seguida, prepararão um slide com a voz gravada e imagens que representem os poemas. Gravem em um local silencioso, no celular ou outro meio. Utilizem o powerpoint e no momento de inserir a voz salva, clicar em inserir som. Vocês podem gravar diretamente no slide. (Observem a carga de emoção em cada tipo de poesia). v O material será guardado na escola para consulta. Concordam? Esforcem-se, vocês são capazes de fazer um trabalho perfeito!

Tabela de Imagens Slide 10 21 27 30 31 a 31 b 32 a

Tabela de Imagens Slide 10 21 27 30 31 a 31 b 32 a 32 b Autoria / Licença Link da Fonte Data do Acesso Autor Desconhecido / United States Public http: //commons. wikimedia. org/wiki/File: Gon%C 01/03/2012 Domain. 3%A 7 alves_dias. jpg Autor Desconhecido / United States Public http: //commons. wikimedia. org/wiki/File: %C 3%8 01/03/2012 Domain. 1 lvares_de_Azevedo. jpg "Navio negreiro" de Johann Moritz Rugendas / http: //commons. wikimedia. org/wiki/File: Navio_ 02/03/2012 Public Domain. negreiro_-_Rugendas. jpg Christopher Hollis for Wdwic Pictures / GNU http: //commons. wikimedia. org/wiki/File: Sunset 02/03/2012 Free Documentation License. _on_North_Beach_at_Fort_De_Soto_Park. jpg Ilustração de Arch. Webb, para o livro "Through http: //commons. wikimedia. org/wiki/File: Zuluch 02/03/2012 Veld and Forest - An African Story", de Harry argegutt. jpg / Collingwood, 1898 / United States Public http: //www. gutenberg. org/files/24602 Domain. h/24602 -h. htm Diferentes Nações Negras de escravos no Brasil, http: //commons. wikimedia. org/wiki/File: Debret 02/03/2012 cerca de 1830, de Jean Baptiste Debret / _-_Diferentes_Nacoes_Negras. jpg Domínio Público. David Berkowitz / Creative Commons http: //commons. wikimedia. org/wiki/File: Maasai 02/03/2012 Attribution 2. 0 Generic. _People-3. jpg Todd Schaffer / Creative Commons Attribution- http: //commons. wikimedia. org/wiki/File: Wasike 02/03/2012 Share Alike 3. 0 Unported. _-_Maasai_Group. jpg

Tabela de Imagens Slide 33 34 35 36 a 36 b Autoria / Licença

Tabela de Imagens Slide 33 34 35 36 a 36 b Autoria / Licença Link da Fonte Data do Acesso Odhiambo Atieno, E. S. , Ouso, T. I. & Williams, J. http: //commons. wikimedia. org/wiki/File: Slaves 02/03/2012 F. M. (1977). A History of East Africa. London: _in_chains_(grayscale). png Longman Group Ltd. . ISBN 0 -582 -60886 -4. Page 96, fig. 11. 5 a. / United States Public Domain. Governo Brasileiro / Domínio Público http: //commons. wikimedia. org/wiki/File: Flag_of 02/03/2012 _Brazil. svg Andrews, E. Benjamin. History of the United http: //commons. wikimedia. org/wiki/File: 1893_ 02/03/2012 States, volume V. Charles Scribner's Sons, New Nina_Pinta_Santa_Maria_replicas. jpg York. 1912. / United States Public Domain. O Estado de São Paulo, Publicado dia 4 de http: //blogs. estadao. com. br/reclames-do 02/03/2012 janeiro de 1881. estadao/tag/escravo/ O Estado de São Paulo, 14 de abril de 1880. http: //blogs. estadao. com. br/reclames-do 02/03/2012 estadao/tag/escravo/