LES 0675 Economia Monetria Teorias sobre a inflao
LES 0675 - Economia Monetária Teorias sobre a inflação
Curva de Phillips • Definição • Como é no Japão?
Objetivos da aula • Apresentar algumas teorias de determinação da inflação, buscando identificar as causas da inflação • Inflação pode ser uma decorrência de outras políticas governamentais, tais como: – Tentativa de atingir altas metas de nível de emprego; ou – Existência de déficits orçamentários persistentes • Inflação pode ser decorrência de fatores externos, tais como: – Quebra de safra; – Aumento de preços internacionais de commodities
Teorias sobre a inflação • 1. Teoria da inflação de demanda • 2. Teoria da inflação de custos – Pressões salariais – Choque de oferta • 3. Teoria monetarista da inflação • 4. Teoria keynesiana da inflação • 5. Teoria estruturalista da inflação
“A inflação é, sempre e em toda parte, um fenômeno monetário” Milton Friedman
Crescimento da oferta de moeda ? ? ? Inflação
Gastos do governo • Aquisição de bens e serviços (ex. infraestrutura e segurança) • Pagamentos de transferências (ex. de renda e aposentadoria) Receitas do governo • Arrecadação de impostos • Empréstimos junto a população (venda de títulos emitidos pelo governo) • Emissão de moeda senhoriagem
Teoria monetarista da inflação Déficit governamental => expansão monetária => inflação M. V=P. y Onde: M = estoque de moeda V = Velocidade de circulaçao da moeda P = Nível Geral de Preços y = Renda real (1)
Teoria monetarista da inflação Déficit governamental => expansão monetária => inflação (2) (3) (4)
Teoria monetarista da inflação • Para os monetaristas, a causa da inflação é sempre o excesso de demanda agregada. Os monetaristas só observam a existência da inflação da demanda. • Esse excesso de demanda agregada é causado pelos déficits orçamentários do governo, que são financiados pela emissão de moedas. 10
Teoria monetarista da inflação • Com base na equação acima, pode-se afirmar que déficits orçamentários financiados pela expansão de moeda causarão taxa de inflação igual à taxa de crescimento da quantidade de moeda. • Assim, para os monetaristas mais recentes, um déficit público financiado pela expansão de moeda manual (via ampliação da base monetária), ou por títulos públicos de alta liquidez, gera expansão dos meios de pagamento, causando inflação. 11
Teoria monetarista da inflação • Na visão dos monetaristas, a inflação é um fenômeno apenas monetário, de modo que altas taxas sustentadas de crescimento monetário produzem altas taxas de inflação. • Assim, para os monetaristas, o combate à inflação passa pela redução da taxa de crescimento da quantidade de moeda. – Esta se torna possível com a redução do déficit do governo. 12
Teoria monetarista da inflação • Em resumo, os autores monetaristas têm o seguinte esquema de raciocínio: Déficits Governamentais Expansão Monetária Inflação 13
Teoria monetarista da inflação • 1. 2. 3. • No entanto, a argumentação da teoria monetarista sobre as causas da inflação sofre, no mínimo, três críticas: Os monetaristas só observam a expansão monetária como causadora da inflação, enquanto os outros modelos também consideram outras causas para a inflação; Os monetaristas consideram a velocidade de circulação da moeda como sendo constante no longo prazo, o que não tem sido observado; e Os monetaristas apenas vêem uma relação causal unidirecional do déficit público causando a inflação, e não o inverso. Essas duas últimas críticas são melhor tratadas a seguir. 14
Teoria monetarista da inflação • • As experiências internacionais revisadas por DORNBUSCH & FISHER não indicam que a velocidade de circulação da moeda seja constante no longo prazo. Segundo Stiglitz & Greenwald: Fonte: Stiglitz & Geenwald (2004). 15
Teoria monetarista da inflação • • As experiências internacionais revisadas por DORNBUSCH & FISHER não indicam que a velocidade de circulação da moeda seja constante no longo prazo. Assim, não se observa, mesmo estando o produto em equilíbrio a longo prazo, a igualdade entre a taxa de crescimento da quantidade de moeda e a taxa de inflação. taxa de juros real velocidade de circulação da moeda. ágil é o sistema financeiro velocidade de circulação moeda. da 16
Teoria monetarista da inflação • Alguns autores argumentam que se o déficit público financiado pela expansão monetária gerar inflação, esta levará à corrosão dos valores reais de impostos arrecadados, gerando aumento do déficit público. –Devido a defasagem no tempo entre o fato gerador do imposto e o efetivo recolhimento do imposto aos cofres públicos. taxa de inflação velocidade valor real recebido pelo governo para cada montante nominal de impostos devidos 17
Teoria monetarista da inflação • Efeito Tanzi-Oliveira: Expansão Monetária Déficits Público Inflação 18
Teoria monetarista da inflação • Legado da teoria da inflação dos monetaristas: O déficit público financiado pela expansão monetária causa inflação no curto e no longo prazo. 19
Teoria keynesiana da inflação Excesso de demanda e/ou choque de oferta Aumento dos custos de produção Aumento dos preços de bens e serviços
Teoria da inflação de demanda P D 0 D 1 S 0 G P 2 P 0 E F I 0 • F r 1 M 0 E L 0 S 1 S 0 y 1 y 0 Equilíbrio nos mercados de produto e de moeda. W W 0 Equilíbrio no mercado de trabalho. E Desloca IS para direita Desloca DA para direita (excesso de demanda agregada) Preço P 0 f(N) N 0 Propensão marginal a poupar Produto Ofertado (y 0) < Produto Demandado (y 1) y j(P 0, N) Alíquotas de impostos ou I 1 r Gastos do Governo ou y y 1 y 0 • • D 1 D 0 S 0 r 0 Oferta e demanda agregada. N 21
Teoria da inflação de demanda P D 0 D 1 S 0 G P 2 P 0 E F D 1 D 0 S 0 r I 2 I 0 I 1 M 0 F r 1 E L 0 S 2 y 1 y 0 S 1 Equilíbrio nos mercados de produto e de moeda. W W 0 Equilíbrio no mercado de trabalho. E P 0 f(N) N 0 N Consumo privado do setor Exportações reais Importações reais y j(P 0, N) Preço Valor real dos ativos possuídos pelo setor privado y y 1 y 0 r 0 Oferta e demanda agregada. Desloca IS para esquerda. 22
Teoria da inflação de demanda P D 0 D 1 S 0 G P 2 P 0 E F D 0 S 0 r r 0 I 1 I 2 I 0 F G L 1 D 1 M 0 S 0 y 2 Oferta real de moeda Desloca LM para esquerda. E L 0 Preço y y 1 y 0 r 1 r 2 Oferta e demanda agregada. S 2 y 1 S 1 Equilíbrio nos mercados de produto e de moeda. y W j(P 0, N) W 0 Equilíbrio no mercado de trabalho. E P 0 f(N) N 0 N 23
Teoria da inflação de demanda P D 0 D 1 S 0 G P 2 P 0 E F D 0 S 0 r r 0 F G L 1 M 0 L 0 S 0 W W 2 y 2 G y 1 P 0 f(N) Equilíbrio nos mercados de produto e de moeda. Desloca a curva de oferta de trabalho para a esquerda. y j(P 2, N) j(P 0, N) E N 0 N 2 S 1 Preço Desloca a curva de demanda de trabalho pra a direita. y E y 0 W 0 I 1 I 2 I 0 D 1 y 0 r 1 r 2 Oferta e demanda agregada. Equilíbrio no mercado de trabalho. P 2 f(N) N 24
Teoria da inflação de demanda P D 0 D 1 S 0 G P 2 P 0 E F D 0 S 0 y 2 y 0 r r 0 L 0 S 0 W W 2 y 2 G M 1 M 0 • • S 1 Equilíbrio nos mercados de produto e de • moeda. y j(P 2, N) j(P 0, N) P 0 f(N) N 0 N 2 S 2 y 1 E • y E y 0 W 0 F G L 1 D 1 y 1 I 2 I 0 r 1 r 2 Oferta e demanda agregada. Equilíbrio no mercado de trabalho. P 2 f(N) N O produto demandado reduz de y 1 para y 2 (movimento ao longo da curva D 1 D 1) pois: Preço Valor real dos ativos Consumo do setor privado. Preço Exportações líquidas. Adicionalmente, o investimento do setor privado pode diminuir na passagem do ponto F ao ponto G se as iso– investimentos forem mais inclinadas do que as curvas LM. 25
Teoria da inflação de demanda P D 0 D 1 S 0 G P 2 P 0 E F D 0 S 0 y 2 y 0 r r 0 G L 1 y M 1 M 0 E L 0 S 0 y 0 W W 2 W 0 F y 2 G S 1 Equilíbrio nos mercados de • produto e de moeda. y j(P 2, N) j(P 0, N) P 0 f(N) N 0 N 2 S 2 y 1 E • D 1 y 1 I 2 I 0 r 1 r 2 Oferta e demanda agregada. Equilíbrio no mercado de trabalho. P 2 f(N) N Ao final do processo a economia atinge um novo equilíbrio interno com os valores y 2 de produto, P 2 de nível geral de preços, r 2 de taxa de juros e N 2 de emprego. Todos esses valores são maiores do que no ponto inicial. • A inflação de demanda é o aumento do nível geral de preços de P 0 para P 2. • A taxa de inflação (em percentagem) é 26
Teoria da inflação de custos • A inflação de custos é o aumento geral de preços causado por um deslocamento ascendente (isto é, para a esquerda) da curva de oferta agregada. • Isto implicará, no nível de preços existente, uma insuficiência de oferta (a oferta é menor do que a demanda), o que causa o aumento de preços. 27
Teoria da inflação de custos • No modelo estático geral da Síntese Neoclássica, a curva de oferta agregada é obtida a partir do equilíbrio do mercado de trabalho e da função de produção. • Logo, deslocamentos da curva de oferta agregada relacionam-se com modificações nesses dois componentes (pressões de salários e por choques de oferta). 28
Inflação de custos causada por pressões de salários D 0 P S 0 Oferta e demanda agregada. • Ocorrendo pressão por aumento de salários (por exemplo, os sindicatos, com apoio de um Equilíbrio nos governo populista, mercados de produto e de passam a exigir moeda. aumentos de salários reais sem que tenha ocorrido Equilíbrio no aumento de mercado de produtividade). trabalho. E P 0 D 0 S 0 y y 0 r I 0 M 0 E r 0 S 0 L 0 y 0 W y j 1(P 0, N) 0 j (P 0, N) F E W 0 P 0. f(N) N 1 N 0 N 29
Inflação de custos causada por pressões de salários D 0 P S 1 S 0 P 2 P 0 E F S 1 Oferta e demanda agregada. D 0 S 0 y y 0 y 1 r I 0 M 0 Equilíbrio nos mercados de produto e de moeda. E r 0 S 0 L 0 y 0 W y j 1(P 0, N) 0 j (P 0, N) Equilíbrio no mercado de trabalho. F E W 0 P 0. f(N) N 1 N 0 N No nível de preço P 0: • o emprego de equilíbrio passa a ser N 1 e o produto ofertado passa a ser y 1 (gerado em uma função de produção não desenhada). deslocamento da curva de oferta agregada. • surge a insuficiência de oferta agregada, que se origina da redução de oferta agregada. 30 P
Inflação de custos causada por pressões de salários D 0 P S 1 S 0 P 2 P 0 D 0 S 0 y y 0 y 1 r Preço: Valor real dos ativos possuídos pelo setor privado Consumo do setor privado Equilíbrio nos mercados de Exportações reais produto e de Importações reais moeda. E F S 1 Oferta e demanda agregada. I 0 I 1 M 0 E r 0 L 0 S 1 y 0 W j 1(P 0, S 0 y N) 0 j (P 0, N) Equilíbrio no mercado de trabalho. F E W 0 P 0. f(N) N 1 N 0 N Desloca IS para esquerda. 31
Inflação de custos causada por pressões de salários D 0 P S 1 S 0 P 2 P 0 E F S 1 D 0 S 0 r y y 0 y 1 I 0 I 1 G r 0 L 1 Oferta e demanda agregada. M 1 M 0 E L 0 S 1 y 2 W Equilíbrio nos mercados de produto e de moeda. y 0 S 0 y j 1(P 0, N) 0 j (P 0, N) E P 0. f(N) N 1 N 0 Oferta real de moeda Desloca LM para esquerda. Equilíbrio no mercado de trabalho. F W 0 Preço: N 32
Inflação de custos causada por pressões de salários D 0 P S 1 S 0 G P 2 P 0 E F S 1 D 0 S 0 y 1 r y 2 I 0 I 1 G r 0 L 1 W 0 M 1 M 0 E L 0 S 1 y 2 W y y 0 S 0 y j 1(P 2, N) G j 1(P 0, N) j 0(P 0, N) F E P 2. f(N) P 0. f(N) N 1 N 2 N 0 N Oferta e demanda agregada. Preço: Desloca a curva de demanda de trabalho pra a direita. Desloca a curva de oferta de trabalho pra a esquerda. N e y deslocamento Equilíbrio nos ao longo da curva S 1 S 1. mercados de produto e de O nível de preço subirá até P 2, com a economia moeda. atingindo o equilíbrio interno com os valores P 2, y 2, r 0 e N 2. Equilíbrio no mercado de A inflação de custos é a alta trabalho. do nível geral de preços de P 0 para P 2. 33
Inflação de custos causada por pressões de salários P D 0 D 1 Oferta e demanda agregada. G P 2 P 0 E F S 0 D 0 y 2 D 0 P S 0 D 1 y 1 Inflação de demanda y S 1 S 0 G P 2 P 0 E F S 1 D 0 S 0 y 2 y 0 y Inflação de custo Ø observa-se que, no caso de inflação de demanda, tem-se a elevação do produto de equilíbrio (y 2 > y 0); e, no caso de inflação de custos, tem-se a redução do produto de equilíbrio (y 2 < y 0). 34
Inflação de custos causada por choques de oferta • Um choque de oferta – W j(P 0, N) W 0 P 0. f(N) N 0 N y y 0(N, K) y 1 N 0 S 1 P P 0 N S 0 S 1 S 0 y 1 y 0 y como uma quebra de safra agrícola – em dado ano Equilíbrio no implica que para a mesma mercado de quantidade de trabalho, o trabalho. PIB é menor, ou seja, a função de produção tem sua curva deslocada para Função de baixo. produção. • Para um nível de preço P 0, que estabelece o nível de emprego de equilíbrio N 0, ocorre y. • Como o preço permanece Oferta em P 0, a curva de oferta agregada do produto desloca-se para a esquerda. 35
Inflação de custos causada por choques de oferta • No caso mostrado anteriormente, supõe-se que a produtividade marginal do trabalho permaneceu constante. • Essa hipótese pode ser suprimida. • Até agora estivemos, no modelo da Síntese Neoclássica, usado a função de produção y = y(N, K), incluindo em K os fatores que compõem o capital fixo e as matérias-primas. Pode-se, agora, deixar explícitas as matériasprimas. 36
Inflação de custos causada por choques de oferta • Para uma firma i, tem-se: em que: Ni = quantidade de trabalho; MNi = matéria-prima nacional = MN(qi) sendo um valor fixo e igual a bi (que é o inverso da produtividade física marginal da matéria-prima nacional). MEi = matéria-prima estrangeira = ME(qi) sendo um valor fixo e igual a di (que é o inverso da produtividade física marginal da matéria-prima estrangeira). Ki = capital fixo (instalações e equipamentos). 37
Inflação de custos causada por choques de oferta • Função de produção: qi Ni 38
Inflação de custos causada por choques de oferta O acréscimo de receita da firma i ao empregar DNi de trabalho adicional é: O acréscimo de custos é: Sabe-se que: e 39
Inflação de custos causada por choques de oferta Logo: 40
Inflação de custos causada por choques de oferta A firma i maximiza lucros quando: Logo: 41
Inflação de custos causada por choques de oferta • A expressão dá o salário que a firma i pode oferecer a cada quantidade de trabalho, que define PMg. Ti. • Portanto, a expressão dá a nova curva de demanda de trabalho para uma firma i. 42
Inflação de custos causada por choques de oferta • Somando todas as curvas de demanda de trabalho referentes a todas as firmas, obtém-se a curva de demanda de trabalho para toda a economia, cuja expressão geral é: 43
Inflação de custos causada por choques de oferta Curva de demanda de trabalho para toda a economia. W N consideramos que a economia opera no 44 estágio II da função de produção
Inflação de custos causada por choques de oferta Curva de demanda de trabalho para toda a economia. W N a curva de demanda de trabalho desloca-se para a esquerda 45
Inflação de custos causada por choques de oferta j(P 0, N) W P 0. f 0(N) P 0. f 1(N) N 1 N 0 y(N, K) y 1 N 0 S 1 P P 0 Quebra de safra (PN ) N y y 0 N 1 Equilíbrio no mercado de trabalho. Função de produção. N S 0 Curva de oferta agregada. S 1 S 0 y 1 y 0 y ou Choque do petróleo (PE ) y 46
Inflação de custos causada por choques de oferta • Apesar de elaboradas nas décadas de 1950 e 1960, as teorias da inflação de demanda e de custo ainda são muito válidas para explicar o comportamento de preços na economia brasileira no primeiro quinquênio do século 21. • Em 2004, o Brasil teve crescimento de 5, 2% no PIB real e inflação de 7, 6% medida pelo IPCA (indicador oficial de inflação). 47
Inflação de custos causada por choques de oferta P S 2003 D 2004 P 2003 E D 2003 PIB 2003 y • Grande crescimento das exportações, o que deslocou a curva IS para a direita e, consequentemente, deslocou a curva de demanda agregada para a direita; 48
Inflação de custos causada por choques de oferta S 2004 S 2003 P F P 2004 D 2004 P 2003 E D 2003 PIB 2004 y • Aumento dos preços internacionais do petróleo e dos preços domésticos de alguns serviços outrora controlados pelo Estado (tais como as tarifas de telecomunicações, energia e pedágios, por exemplo). 49
A natureza auto-eliminadora da inflação do modelo geral da Síntese Neoclássica • Inflação de demanda Deslocamento (para cima) da curva de demanda agregada • Inflação de custos Deslocamento (para cima) da curva de oferta agregada Excesso de demanda Inflação agregada 50
A natureza auto-eliminadora da inflação do modelo geral da Síntese Neoclássica P D 0 D 1 Oferta e demanda agregada. G P 2 P 0 E F S 0 D 0 y 2 D 0 P S 0 D 1 y 1 Inflação de demanda y S 1 S 0 G P 2 P 0 E F S 1 D 0 S 0 y 1 y 2 y 0 y Inflação de custo • Ao atingir o novo equilíbrio da economia, a inflação será eliminada. • Ou seja, na passagem do ponto de equilíbrio E, de coordenadas (y 0, P 0), para o ponto G, de coordenadas (y 2, P 2), tem-se inflação. Mas no ponto (y 2, P 2) não temos 51 mais inflação.
A natureza auto-eliminadora da inflação do modelo geral da Síntese Neoclássica P D 0 D 1 Oferta e demanda agregada. P 2 G P 2 P 0 E F S 0 D 0 y 2 D 0 P S 0 D 1 y 1 Inflação de demanda y S 1 S 0 G E F P 0 S 1 D 0 S 0 y 1 y 2 y 0 y Inflação de custo • No entanto, essa natureza auto-eliminadora da inflação não ocorre se considerarmos a espiral preço-salário e se o governo sancionar a inflação através de outros mecanismos de indexação (tais como a política de correção cambial e de preços contratados e corrigidos pela inflação passada). 52
A natureza auto-eliminadora da inflação do modelo geral da Síntese Neoclássica P D 0 D 1 Oferta e demanda agregada. G P 2 P 0 E F S 0 D 0 y 2 D 0 P S 0 D 1 y 1 Inflação de demanda y S 1 S 0 G P 2 P 0 E F S 1 D 0 S 0 y 1 y 2 y 0 y Inflação de custo • Para analisar esses fenômenos, começamos pelo estudo mais detalhado das curvas de Phillips original e modificada, das quais se originou a espiral preço-salário, que é um dos mecanismos de indexação da economia. 53
A Curva de Phillips • Considere o mercado de trabalho do modelo estático geral da Síntese Neoclássica: j(P 0, N) W W 1 P 0. f(N) NS 1 ND 1 N • O excesso de demanda de trabalho levaria o salário a subir. 54
A Curva de Phillips • Considere o mercado de trabalho do modelo estático geral da Síntese Neoclássica j(P 0, N) W W 1 P 0. f(N) NS 1 ND 1 N • A taxa de crescimento do salário depende da magnitude do excesso de demanda de trabalho. 55
A Curva de Phillips • Seja a taxa de desemprego. Quanto maior for a taxa de desemprego, maior será (NS – ND) e, portanto, menor será o crescimento dos salários. Logo: 56
A Curva de Phillips • A curva original de Phillips: W 0 100 Limite institucional 57
A Curva de Phillips • Quando a inflação vem persistindo por vários períodos de tempo, os trabalhadores procuram aumentar os salários nominais, considerando não apenas a taxa de desemprego, mas também o aumento esperado dos preços. • Pode-se, assim, definir: 58
A Curva de Phillips Supondo que os trabalhadores adotem as expectativas extrapolativas em suas previsões de preços: O coeficiente mede a sensibilidade da taxa de crescimento dos salários nominais demandados frente à taxa de aumentos de preços. 59
A Curva de Phillips Supondo que os trabalhadores adotem as expectativas extrapolativas em suas previsões de preços: Supõe-se que 0 < < 1, ou seja, não há indexação perfeita dos salários à inflação passada. 60
A Curva de Phillips Efeitos dos aumentos dos salários nominais sobre a taxa de inflação. Considerando uma função de produção geral: y = y(N, MP, K) em que N = quantidade de trabalho; MP = matériaprima (nacional e importada); e, K = estoque de capital. O custo total é: Custo de cada unidade de capital fixo
A Curva de Phillips O custo unitário é . Dividindo ambos os membros da expressão por yt, tem-se: 62
A Curva de Phillips A partir da equação, obtém-se:
A Curva de Phillips Considere que o preço seja: Pt = mt Cut , em que m é (1 + margem de lucro bruta). Tomando o logaritmo neperiano dessa expressão e diferenciando o resultado em relação ao tempo, tem-se: . Supondo a margem de lucro ser fixa, tem-se: . Logo: 64
A Curva de Phillips at Et 0 < at< 1 65
A Curva de Phillips Mostra os determinantes da taxa de inflação. Entre esses determinantes está a taxa de crescimento dos salários nominais. Mostra os determinantes da taxa de crescimento dos salários nominais. 66
A Curva de Phillips Mostram a espiral preço-salário. 67
A Curva de Phillips • Ainda que o aumento de salário nominal não seja a causa básica do aumento de preços, ele permite a perpetuação da inflação. • Portanto, a espiral preço-salário é um mecanismo de indexação da economia. 68
A Curva de Phillips original no curto prazo, com inclinação h’(mt). 69
A Curva de Phillips 70
A Curva de Phillips • Considere que , sendo > . • Esta hipótese implica um sistema de indexação de preços mais veloz do que a correção dos salários pela inflação passada. 71
A Curva de Phillips 72
A Curva de Phillips 73
A Curva de Phillips original no longo prazo, incluindo a espiral preço-salário. 74
Curva de Phillips Inclinação Longo Prazo Curto Prazo A Curva de Phillips Como > 1, tem-se 75
A Curva de Phillips W B A 1 0 • Se a política econômica reduzir a taxa de desemprego para 1, ocorrerá a passagem, no curto prazo, para o ponto B (deslocamento ao longo de uma Curva de Phillips de curto prazo). curva de curto prazo Curvas de Phillips originais de curto e longo prazo 76
A Curva de Phillips W • Mas, devido à espiral preçosalário, passa-se no longo prazo ao ponto C, com o deslocamento para cima da Curva de Phillips de curto prazo. C B A 1 0 curva de curto prazo Curvas de Phillips originais de curto e longo prazo 77
A Curva de Phillips W • Assim, pode-se unir pontos como A e C e desenhar uma Curva de Phillips de longo prazo, que é mais inclinada que as Curvas de Phillips de curto prazo. C B A 1 0 curva de curto prazo curva de longo prazo Curvas de Phillips originais de curto e longo prazo 78
A Curva de Phillips permite a intuição de um aspecto significativo na formulação da política econômica. • As expressões acima, válidas para o curto prazo, mostram que cada taxa de desemprego fornece um valor de para o curto prazo. • Assim, para diminuir a taxa de inflação em certo nível, dado nível de desemprego deverá ser atingido. 79
Teoria keynesiana-inercialista da inflação Excesso de demanda e/ou choque de oferta Aumento dos custos de produção Definição de um novo patamar de inflação Perpetuação do patamar de inflação Indexação
Teoria keynesiana da inflação Em uma economia perfeitamente indexada: Inflação do mês atual = Inflação do mês passado + Efeitos do nível de atividade + Efeitos dos choques de oferta Nessa interpretação keynesiana-inercialista, a inflação pode comportar-se como uma escada: 81
Teoria keynesiana-inercialista da inflação • Numa economia perfeitamente indexada: • tx de inflação mensal atual = inflação no mês anterior + efeitos do nivel de atividade + efeitos dos choques de oferta
Teoria keynesiana da inflação Evolução da taxa mensal média da inflação no Brasil (em %) 83
Estruturalistas • a emissão monetária é uma decorrência da inflação, não sua causa. • não é o aumento da quantidade de moeda que explica a inflação, mas é o crescimento da inflação que induz o aumento da oferta de moeda • neste caso, a política monetária seria neutra, e a inflação poderia ser combatida sem a necessidade de contrair a demanda.
Estruturalistas • decompõem o processo inflacionário em “choques” (fatores estruturais) e “tendência” (meios de propagação da inflação), com destaque para o segundo elemento. • A partir de determinado momento, a inflação assume um comportamento inercial, no qual a inflação passada passa a determinar a inflação atual, que determinará a inflação futura, e assim por diante.
Modelo de determinação da taxa de inflação e do nível de produto de equilíbrio • DORNBUSCH & FISCHER desenvolveram um modelo em que o produto ofertado e o produto demandado são colocados em função da taxa de inflação e não do nível de preço (Pt). • Segundo DORNBUSCH & FISCHER, o produto demandado é determinado pela política fiscal, pelo valor dos saldos monetários reais e pela taxa de inflação esperada. Adiciona-se a essa argumentação os efeitos das transações externas, que são afetadas pela taxa de câmbio real. 86
Modelo de determinação da taxa de inflação e do nível de produto de equilíbrio • Expressão do produto demandado em função da taxa de inflação: s, f, y e r são coeficientes (parâmetros) com valores positivos. ft é uma variável que mede a variação na política fiscal. é a variação nos saldos monetários reais. Esta variação é medida pela diferença entre a taxa de crescimento da quantidade de moeda e a taxa de inflação. Zt é a variável que mede a variação na taxa de câmbio real. ( taxa de câmbio real exportações líquidas PIB)87
Modelo de determinação da taxa de inflação e do nível de produto de equilíbrio • Expressão do produto demandado em função da taxa de inflação: Sendo Dy = yt – yt– 1, tem-se: 88
Modelo de determinação da taxa de inflação e do nível de produto de equilíbrio Considere que no curto prazo tem-se Curva de demanda agregada : 89
Modelo de determinação da taxa de inflação e do nível de produto de equilíbrio • A equação do produto ofertado em função da taxa de inflação é : Considerando que = 1 e : 90
Modelo de determinação da taxa de inflação e do nível de produto de equilíbrio • Sabe-se que , e, de outro lado, a Lei de Okun estabelece uma relação entre a taxa de desemprego e o hiato do produto, então: Curva de oferta agregada no curto prazo 91
Modelo de determinação da taxa de inflação e do nível de produto de equilíbrio P OACP P 0 y 0 • O aumento do produto ofertado (yt) está associado a um aumento da taxa DAD de inflação. y Determinação da taxa de inflação e do produto no curto prazo. 92
Modelo de determinação da taxa de inflação e do nível de produto de equilíbrio • Resumo do modelo de curto prazo: Equação de demanda agregada Equação de oferta agregada • No curto prazo, uma política fiscal expansionista (aumento de ft) ou o aumento da taxa de crescimento da quantidade de moeda ou o aumento da taxa de câmbio real desloca a curva de demanda agregada para a direita. • Há um aumento do produto de equilíbrio e da taxa de inflação 93
Modelo de determinação da taxa de inflação e do nível de produto de equilíbrio • Resumo do modelo de curto prazo: Equação de demanda agregada Equação de oferta agregada • Um aumento da taxa de crescimento do preço matéria-prima aumenta o valor de E, deslocando a curva de oferta agregada para a esquerda. • Há um aumento da taxa de inflação e redução do produto de equilíbrio 94
Modelo de determinação da taxa de inflação e do nível de produto de equilíbrio P P P 1 P 0 OACP G F DAD y 0 y 1 P 2 P 0 OACP B A DAD 1 DAD y Efeitos de política fiscal e/ou monetária expansionista no curto prazo. OACP y 2 y 0 y Efeito, no curto prazo, de uma alta no preço de matérias-primas. Situações de curto prazo. • O aumento da taxa de inflação forçará, no momento seguinte, o deslocamento da curva de demanda agregada para a direita e da curva de oferta agregada para a esquerda.
Modelo de determinação da taxa de inflação e do nível de produto de equilíbrio Política monetária expansionista P P 3 OACP 3 E 2 P 1 P 0 OACP 2 OACP 0 E 1 E 0 DAD 2 DAD 3 DAD 1 DAD 0 y 3 y 1 y 2 y Ajustamento, no longo prazo, a um aumento na taxa de crescimento da quantidade de moeda. • Elevação da taxa de inflação desloca as curvas de demanda e oferta agregada. • novo deslocamento das curvas de oferta e demanda agregada, estabelecendo novo ponto de equilíbrio. 96
Modelo de determinação da taxa de inflação e do nível de produto de equilíbrio P P 3 OACP 3 E 2 P 1 P 0 OACP 2 OACP 0 E 1 E 0 DAD 2 DAD 3 E este processo continua sucessivamente, até termos atingido o equilíbrio de longo prazo. DAD 1 DAD 0 y 3 y 1 y 2 y Ajustamento, no longo prazo, a um aumento na taxa de crescimento da quantidade de moeda. 97
Modelo de determinação da taxa de inflação e do nível de produto de equilíbrio P P 3 OACP 3 E 2 P 1 P 0 OACP 2 OACP 0 E 1 E 0 DAD 2 DAD 3 DAD 1 DAD 0 y 3 y 1 y 2 y Ajustamento, no longo prazo, a um aumento na taxa de crescimento da quantidade de moeda. • Caso o nível de produto y 0 fosse o de pleno emprego, a partir de algum momento o deslocamento da curva de oferta agregada para a esquerda seria em maior intensidade do que o deslocamento da curva de demanda agregada para a direita e a tendência seria a economia se equilibrar, no longo prazo, no nível y 0 de produto e uma taxa de inflação fixa. 98
Modelo de determinação da taxa de inflação e do nível de produto de equilíbrio • O equilíbrio de longo prazo é um estado estacionário em que o produto e a taxa de inflação são estáveis. 99
Modelo de determinação da taxa de inflação e do nível de produto de equilíbrio Equação de oferta agregada no curto prazo • No longo prazo tem-se yt = yp, E = 0. Assim, no longo prazo a equação de oferta agregada passa a ser: (Reta vertical) Curva de oferta agregada no longo prazo
Modelo de determinação da taxa de inflação e do nível de produto de equilíbrio Equação de demanda agregada no curto prazo • No longo prazo tem-se yt = yt-1 = yp e Taxa de inflação de equilíbrio no longo prazo 101
Modelo de determinação da taxa de inflação e do nível de produto de equilíbrio • Se ocorrer um aumento da taxa de crescimento da quantidade de moeda, isto elevará a taxa de inflação, permanecendo o produto no nível de pleno emprego. 102
Modelo de determinação da taxa de inflação e do nível de produto de equilíbrio • No caso de y = 0 e de ocorrer estabilidade nos valores das variáveis fiscais (tal que ft = 0 ) e de estabilidade do valor da taxa de câmbio real: • a taxa de inflação no longo prazo será a taxa de crescimento da quantidade de moeda, pois: Argumentação monetarista 103
Referências Bibliográficas • BACHA, C. J. C. ; LIMA, R. A. S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira. Campinas: Alínea, 2006 • BLANCHARD, O. Macroeconomia: teoria e política econômica. 2 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2001. • BRANSON , W. H. e LITVACK, J. M. Macroeconomia, São Paulo: Habra, 1978. • CARDOSO, E. Economia brasileira ao alcance de todos. 8ª edição. São Paulo: Brasiliense, 1989. • DORNBUSCH, R. & FISCHER, S. Macroeconomia. 5 a edição. São Paulo: Makron/Mcgraw-Hill, 1991. • LEVIN, A. T. ; NATALUCCI, F. M. ; PIGER, J. M. “The Macroeconomic Effects of Inflation Targeting”. Federal Reserve Bank of St. Louis Review, 86(4): 51 -80. July/August 2004. • MANKIW, N. G. Macroeconomia: Rio de Janeiro: LTC, 2004. • SACHS. J. D. ; LARRAIN, F. B. Macroeconomia. São Paulo: Makron Books, 1995 104
Referências Bibliográficas • BACHA, C. J. C. ; LIMA, R. A. S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira. Campinas: Alínea, 2006 105
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