Lembrese Os apontamentos em sala de aula e
Lembre-se: Os apontamentos em sala de aula e os comentários nesse arquivo digital devem ser complementados pela leitura dos livros preconizados e indicados no primeiro dia de aula. A consulta e crítica às diferentes referências, inclusive ao professor, é o que distingue o futuro profissional bem-sucedido. Em muitos momentos “abriremos parênteses” para outros assuntos dentro do tema principal. Essa tortuosidade não é para complicar. É para reforçarmos e relacionarmos o tema principal com outros assuntos vistos no Passado ou que veremos no Futuro. Norman Rockwell (‘crítico caipira’)
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 2 A eventual citação de empresas e instituições nesta apresentação não tem qualquer sentido de marketing, patrocínio ou depreciação. . .
Comentários de Aula, Exercícios e ‘Provocações’ Aspectos Básicos sobre Manejo da Irrigação Antes de demonstrarmos os cálculos necessários e usuais em Manejo da Irrigação, façamos uma discussão sobre a importância do Manejo. . .
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 4 Abstração: Você tem um amigo especialista em programação/criação de jogos eletrônicos. Ao contar para ele os problemas que você testemunha em cultivos irrigados vocês concordam em criar um videogame educativo sobre Aplicação de Água para Produção Agrícola. A idéia é que vence o jogador que mais arrecadar dinheiro. O jogo tem cinco níveis de dificuldade, sendo o mais alto aquele em que o jogador precisa fazer cálculos e tomar decisões sem qualquer ajuda. http: //www. joysticks. com. br/ https: //www. netafimusa. com/agricu lture/products/valves/series-80 nylon-control-valves/ O cenário que você escolheu é: o clima é semiárido, tem setores com lençol freático alto, a água tem qualidade sazonal, o vento é variável, os vizinhos não aceitam poluição do ar e dos corpos hídricos, o governo fiscaliza rigorosamente a vazão outorgada, o cliente do produtor faz visitas não programadas para avaliar as boas práticas agrícolas, etc. . . O jogador pode usar seu dinheiro para comprar novos sistemas ou acessórios de irrigação, novos equipamentos de manejo, etc. Ele perderá dinheiro quando cometer algum erro contra o meio ambiente, a vizinhança, os consumidores e à técnica da irrigação. Neste cenário, indique para seu amigo o maior número possível de situações a serem resolvidas pelo Manejo da Irrigação nesse jogo. Estabeleça condições de perdas de pontos e de gameover.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 5 O quanto valeria um jogo desses no mercado de games? Games educativos dão retorno? Como gestor público ou empresário você adquiriria esse tipo de recurso para melhorar a qualidade da irrigação? As empresas de irrigação poderiam usar esse tipo de artifício como contrapartida/compensação/prestação de serviço ao mercado potencial que têm no Brasil? https: //saga. art. br/desenvolvimento-de-jogos-o-mercado-que-mais-cresce-no-mundo/
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 6 Manejo x Análise de Sensibilidade Os erros no levantamento de dados necessários ao cálculo da Lâmina Bruta têm impacto no desempenho do sistema dimensionado e manejado. É possível quantificar esses impactos de cada variável de entrada fazendo uma Análise de Sensibilidade na Lâmina Bruta. Serve para: ü Valor dos erros no Game ü Valor dos erros na Vida Real PROPOSTA: Fazer uma Análise de Sensibilidade da LB de projeto em função dos erros nas variáveis de entrada: ƟCC, ƟPMP, Ɵcrítica, Z, f, d. S, Eficiência do Sistema, Fator de lixiviação e Fração Molhada.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 7 Manejo da Irrigação x Herança do Dimensionamento Um sistema de irrigação pode gerar importantes impactos ambientais mesmo antes de sua operação. Por exemplo: represamento e/ou retificação de cursos naturais, desmatamento para áreas cultivadas e/ou abertura de estradas e trilhas para adutoras, drenagem de várzeas, etc. ). Mas, imaginemos um sistema que não gerou impacto ambiental até o momento de operação inicial. . . Sistema desligado não produz alimento, mas também não produz novos impactos. Só existirá impacto negativo da Irrigação a partir do momento em que o sistema é operado. Ou seja, o projeto (o Dimensionamento), por mais errado que esteja, não causa impacto sucessivo. O Manejo sim. Daí ser mais cabível, a quem maneja, decidir inclusive sobre a não operação do sistema de um sistema desajustado. Afinal, um erro não justifica um outro. . .
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 8 Manejo da Irrigação x Herança do Dimensionamento http: //www. winnipegfreepress. com/ business/finance/getting-givinginheriting-118700284. html O irrigante é herdeiro do projetista. O herdeiro das decisões do irrigante são ele, seu projeto e toda a sociedade. Daí a responsabilidade sobre o Manejo da Irrigação a ser adotado. O responsável pelo Manejo da Irrigação nem sempre é o responsável pelos Projetos Agronômico e Hidráulico do Sistema. Nesse caso, o Manejo só deve ser iniciado após minucioso entendimento do que foi planejado, identificando as potencialidades e limitações do sistema. Deve-se entender o DNA herdado. Por exemplo: identificar quais os números mínimo e máximo de setores operando ao mesmo tempo; identificar a jornada de trabalho prevista, as pressões necessárias em cada setor; reconhecer as limitações do sistema (capacidade de filtração, capacidade de quimigação, lâmina bruta diária, pressurização, etc. ); ver os processos que eventualmente são automatizados e quais as medidas a serem tomadas caso a automação falhe. . . Caberá ao responsável pelo Manejo atestar, avaliar, preservar e ajustar (aceitar, renunciar, atualizar) a herança deixada pelo Planejamento.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 9 Manejo da Irrigação x Conceito Pelo contexto anterior, pode-se delinear que Manejo da Irrigação é a rotina de manuseio correto do sistema de irrigação mediante: ü a definição da lâmina de irrigação (quanto irrigar) ü a indicação do momento em que se deve irrigar (quando irrigar) ü o estudo contínuo e retroalimentado (monitoramento e ajuste) da qualidade da irrigação, visando os ajustes necessários no sistema e nos próprios parâmetros do manejo, de modo a garantir os objetivos da técnica, aumentar a produtividade agrícola e financeira, sem aumentar impactos sociais e ambientais negativos, além de preservar a vida útil dos equipamentos.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS Muitos Livros tratam Manejo da Irrigação como o estabelecimento do ü Quanto Irrigar ü Quando Irrigar ü Como Irrigar “Como Irrigar” faz parte do Manejo? ? ? p. 10
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 11 Manejo da Irrigação além da Didática Retórica Didaticamente, muitos livros apresentam o Manejo apenas como definidor do Quanto e do Quando Irrigar, o que pode dar uma noção equivocada de que o processo é suficientemente perfeito e se finaliza com essas duas respostas. https: //www. facebook. co m/The. Book. Is. On. The. Table Official. Page/ Na verdade, o Manejo é a “reavaliação constante” dessas duas respostas, tendo como balizador a produtividade comercial da cultura, o controle/mitigação dos impactos potencialmente negativos e a maior eficiência na obtenção do lucro. Manejar, portanto, é triangular informações. . . Vejamos os exemplos a seguir. . .
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS Além da Didática #01. Um produtor de tomate costuma fazer irrigações a cada 5 dias, o que está de acordo com o turno de rega máximo definido no projeto agronômico de seu sistema de irrigação por aspersão. Por pressões fitossanitárias, esse produtor precisou selecionar novas cultivares de tomate, mais tolerantes às pragas e doenças e mais produtiva. Ao usar as mesmas configurações de manejo da irrigação, passou a observar que a planta produz muito, é menos ‘praguejada’, mas os frutos passam a ter problemas de rachadura. Uma das causas dessas rachaduras é a oscilação abrupta de umidade do solo. Assim, após a irrigação do solo seco, os frutos ficam mais túrgidos e os tecidos da casca não acompanham o mesmo ritmo de expansão, gerando as rachaduras. Ou seja, a umidade crítica do solo para a nova cultivar deve ser mais próxima da capacidade de campo. Deve-se permitir menor oscilação da umidade do solo. Uma das soluções é aumentar a frequência de irrigação. Esse problema está também associado à fertilidade: N, K, Ca, B http: //sistemasdeproducao. cnptia. embrapa. br/Fontes. HTML/Tomate. Industrial/doencas_fisiol. htm p. 12
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 13 Além da Didática #02. Em uma propriedade em que se explora soja e uma cultivar de manjericão para óleo essencial, a técnica de manejo adotada para produzir sacas de soja, com alta produtividade, pode não funcionar para produzir litros de óleo essencial. Às vezes a lógica e o rigor da técnica disponível na literatura atual são insuficientes frente às várias variáveis da agricultura irrigada. . . Mas, isso não significa que o formato adotado de Manejo não presta. . . significa sim que esse Manejo precisa de um ajuste fino, de um refinamento, para atender à necessidade específica do cultivo. . . O estresse hídrico controlado pode ser usado para estimular o metabolismo secundário de algumas espécies, como as produtoras de óleos essenciais. . .
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 14 Manejo x Bom Senso Que isso não dê a falsa idéia de que Manejo da Irrigação pode ser feito com bom senso e assim qualquer um pode ser tomador de decisão. Porque Bom Senso é insuficiente para algo que exige tanta responsabilidade quanto a Irrigação. Manejo é critério e ‘autocrítica constante’ com Senso Agronômico. E ainda nesse sentido o profissional ou irrigante tem que ter humildade para rever suas decisões e parâmetros iniciais. Os princípios do Manejo da Irrigação simples, mas a avaliação técnica dos efeitos do Manejo é algo mais sensível e difícil. Portanto, Manejo é simples, mas não deve ser mais simples do que de fato é. . . Essa parece uma discussão inútil, mas não é. Sobretudo, quando testemunhamos irrigantes que gastam centenas de milhares de Reais para aquisição do sistema de irrigação, mas não gastam nem 0, 1% para pagar uma análise de água e uma análise físico-hídrica do solo. Tão pouco desembolsam recurso para pagar instrumentos simples como tensiômetros, tanque Classe A, atmômetro. . . Muito menos para remunerar um técnico agrícola ou engenheiro agrônomo especialista. . .
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 15 O fato é que a falta de Manejo da Irrigação representa renúncia a uma renda maior e também, o que é pior, um aumento progressivo dos custos: isso torna-se uma doença econômica que vai sendo cada vez mais agravada, com metástase para o meio ambiente e para questões sociais e de desenvolvimento regional. Tal qual um câncer, as causas desse problema/agravamento são várias: a hereditária de pai/mãe (DNA do projeto agronômico e do projeto hidráulico), a alimentação (como a qualidade da água, quimigação), os fatores ocupacionais (como solos marginais), os hábitos (como falta de limpeza preventiva da rede hidráulica), a falta de exames de rotina (check-up periódico da uniformidade/eficiência do sistema), os agentes patogênicos (corrupção infiltrada em empresas projetistas, de fornecimento de produtos e serviços e em órgãos estatais), o enquadramento em grupos de risco (agricultores sem capacitação). . . problemas transversais mal resolvidos pela automedicação (irrigantes sem capacitação) e por médicos desqualificados (engenheiros, agrônomos, técnicos não treinados), o diagnóstico errado ou tardio (pela falta de assistência de profissional comprometido e habilitado). Quem pagará o tratamento: o paciente ou o Estado (sociedade como um todo)? Remediar é sempre mais caro que a prevenção. https: //bestdriveformen. com
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 16 Transportar as Técnicas de Manejo dos Livros para a Prática Se por um lado é fácil ser inquisidor e crucificar pequenos ou grandes produtores que não investem uma fração mínima no manejo de seus sistemas de irrigação, por outro, tem-se que falar da acessibilidade às ferramentas de manejo. Parece simples indicar a um produtor a compra de uma ferramenta de manejo, mas essa não é uma tarefa tão fácil quanto possa parecer. Quais são as empresas que vendem tanque Classe A, atmômetro, evaporímetro de Piche, tensiômetros, estações meteorológicas? Quais as empresas projetistas de sistemas de irrigação que dão essa facilidade/dica/instrução? Qual a capilaridade dos fornecedores em atender produtores em diferentes municípios do Brasil? Por que os preços dessas ferramentas são tão elevados? São elevados porque os fabricantes têm baixa demanda e não têm linha de produção de maior escala? Por que são importados? Ou por que historicamente assumiram certo status de ferramenta mais acadêmica-científica do que da rotina de campo? Nosso exemplo: Em Cruz das Almas, no Recôncavo Baiano, perto de Salvador e Feira de Santana, de portos e aeroportos, onde comprar tanque Classe A ou tensiômetros, duas das ferramentas mais básicas para o manejo da irrigação?
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS Alguns indicativos de preços para equipamentos usados no Manejo da Irrigação Equipamento/Serviço Valor (R$) Tanque Classe A 2. 800, 00 Atmômetro 500, 00 Evaporímetro de Pichet 400, 00 Estação meteorológica 1. 500, 00 a > 10. 000, 00 Tensiômetros + Tensímetro (40, 00 a 80, 00) + 470, 00 Irrigás 55, 00 a 110, 00 TDR + Acessórios > 10. 000, 00 Conjunto de coletores para teste de uniformidade > 2. 000, 00 Irrigâmetro 1. 600, 00 Análise da Água/amostra 50, 00 Análise Físico-Hídrica do Solo/amostra 100, 00 Análise Química do Solo/amostra 60, 00 p. 17
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 18 O que justifica um tanque Classe A custar quase R$ 3. 000, 00? É basicamente uma bacia construída em chapa de aço galvanizado. . . O que justifica um tensiômetro custar quase R$250, 00? É basicamente um pedaço de tubo, uma cápsula porosa e um vacuômetro. . . E se não bastasse tudo isso, ainda temos erros acadêmicos e de veiculação na imprensa concorrendo contra o manejo racional. . . https: //ferrebeekeeper. files. wordpress. com
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 19 Manejo x Mídia Confusa daybreaksdevotions. wor dpress. com Mais uma vez reforçamos a necessidade de entender que Irrigação não se diferencia da Molhação pelo tamanho do sistema, pelo montante de custo envolvido ou pela eficácia que torna o investimento mais produtivo que a irrigação de sequeiro. . . O que diferencia é o Manejo. Infelizmente, ainda há indicações duvidosas que apontam explicitamente para o uso de sistemas de irrigação para fazer molhação. Exercício Proposto: Discorra sobre a reportagem publicada no Diário Popular, 29 de Setembro de 2013: Molhação de pastagens: solução ao alcance do bovinocultor: Método de disposição de água por aspersores é alternativa prática para épocas de estresse hídrico http: //www. diariopopular. com. br/tudo/index. php? n_sistema=3056&id_noticia=Nz. Qz. NDI=&id_ area=MTA=
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 20 Manejo x Negligência na Experimentação Agrícola Por incrível que pareça, a falta de manejo da irrigação é detectada inclusive dentro de dissertações, teses e artigos científicos da área de agricultura irrigada (nacionais e internacionais). Casos comuns cometidos: ü Avaliar doses de fertilizantes (fertigação ou convencional) e para todas elas aplicar uma única lâmina de irrigação. . . O mesmo se aplica a experimentos com níveis de salinidade ü Comparar diferentes genótipos (tipos de porta-enxertos cítricos, por exemplo) sob irrigação ou estresse hídrico e não diferenciar as lâminas. . . É notório que plantas melhor nutridas, plantas não submetidas ao estresse salino e plantas não submetidas ao estresse hídrico tendem a alcançar maior desenvolvimento e, por conseguinte, tendem a consumir mais água. . . Exemplo: Num estudo de salinidade, o acadêmico deve entender que cada tratamento merece um manejo de irrigação específico (pelo menos em relação ao quanto e quando irrigar). A depender do objetivo também é preciso diferenciar a fração de lixiviação. . . michelinam. wordpress. com
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS CEa = 0, 3 d. S/m p. 21 CEa = 7, 7 d. S/m Coentro submetido à salinidade (Ancelmo Cazuza, 2013)
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 22 Irrigação: ao Alcance de Todos x Manejo: nem sempre Todos devem poder se beneficiar da irrigação: a Irrigação deveria estar disponível para qualquer um. Os docentes e pesquisadores da área buscam isso; os governantes querem isso; os agricultores anseiam por isso. E o Brasil tem enorme potencialidade de aumento da área irrigada. Mas, até esse momento de nossa fala sobre Manejo, está parecendo que está sendo direcionada a seguinte imposição: Irrigação não é para qualquer um. E de fato é isso que se pretende mostrar: Irrigação não é para qualquer um. Todos têm Direito de gastar dinheiro e adquirir um equipamento de Irrigação, mas todos os irrigantes têm o Dever de buscar sua capacitação no Manejo ou contratar alguém capacitado.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 23 Manejo x Corrupção Muitos querem o progresso da Área Irrigada, pois seus benefícios parecem insofismáveis: a técnica se vende como estratégica para o agronegócio e a agricultura familiar. E nesse cenário, oportunistas diferentes esferas do governo, de empresas, de sindicatos, etc. , trabalham contra a imagem da técnica. Vendem a idéia que a irrigação está ao alcance de todos, empolgam as pessoas e depois que levantam seu dinheiro abandonam os projetos. Isso se dá por diferentes meios. Faça uma busca no Google sobre “Irrigação abandonada”, “Irrigação x Abandonada”, etc. Uma das medidas de corrupção é vender o projeto para quem comprovadamente não tem capacitação de manejá-lo. O vendedor do sonho (político, comerciante ou liderança) sabe que o agricultor está fadado ao insucesso e ainda assim o deixa gastar dinheiro e esperança. Negligência é uma forma de roubo e de improbidade administrativa. Então: “Irrigação não é para qualquer um” não é uma Negação, mas sim uma Medida Preventiva.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 24 Assim como Dimensionar um Sistema de Irrigação não é apenas calcular a perda de carga e os desníveis topográficos, Manejar a Irrigação não é apenas definir Quando e Quanto irrigar. . . http: //www. thehindu. com/news/national/tamil-nadu/drip-irrigation-system-catching-up-in-karur/article 6007612. ece
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 25 Manejo: Não se trata apenas de Quanto e Quando. . . ü Avaliar a demanda de água pela cultura, a disponibilidade atual da água do solo e indicar o momento de irrigação ü Efetuar periódicos testes de uniformidade e levantar a eficiência do sistema ü Ajustar a fração de área molhada e reajustar a ETc ü Avaliar o grau de avarias e entupimento dos emissores e providenciar reparação ü Checar se a vazão planejada está sendo aplicada na área e nas subáreas ü Buscar eventuais vazamentos no sistema e repará-los ü Checar a funcionalidade de equipamentos de segurança e a ocorrência de eventuais retornos não controlados de vazões, especialmente quando a quimigação (ou a mistura de águas) pode contaminar os reservatórios de água ü Monitorar a pressão ao longo do sistema (garantir o mínimo e evitar sobrepressões) ü Monitorar e controlar a altura do lençol freático e as perdas de água por percolação profunda ü Identificar e sanar problemas de runoff e empoçamento d’água ü Fazer a limpeza periódica de linhas laterais e de derivação ü Fazer a limpeza periódica de filtros e demais sistemas de tratamento (ex. membrana de Osmose Reserva)
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 26 Manejo: Não se trata apenas de Quanto e Quando. . . ü Monitorar a qualidade da água na entrada e nas saídas da área irrigada, além da qualidade do solo ü Checar a disposição dos componentes do sistema no campo (exemplo: microaspersores tombados; altura de subida do aspersor acima da cultura; mato ‘sufocando’ os microaspersores) ü Monitorar a altura de sucção e o desempenho do conjunto moto-bomba ü Garantir o posicionamento correto e a calibração de sensores do manejo (solo, clima) e do sistema (pressão, vazão), incluindo quimigação (p. H, CE, concentração de íons específicos, etc. ) e automação ü Avaliar o impacto instantâneo da aplicação (perda excessiva de água pelo vento; transmissão de água para a vizinhança; risco de contaminação com águas residuárias, etc. ) ü Verificar se a aplicação está proporcionando condições epidemiológicas para pragas/ patógenos e vetores ü Zelar pelo layout hidráulico em cada reinstalação ou renovação das linhas (sistemas móveis e fixos) ü etc. , etc. . .
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 27 Exemplos de parâmetros e variáveis que precisam ser ajustadas no Manejo da Irrigação em função da fisiologia vegetal, sazonalidade da água/clima, depreciação/melhorias do sistema hidráulico, depreciação/melhorias do sistema de produção:
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 28 Manejo da Irrigação x Atualização de Tabelas Orientadoras Voltando ao contexto da Eficiência x Eficácia no Manejo da Irrigação Não só existe a necessidade de atualização de parâmetros de cultivo e práticas culturais, como visto anteriormente. . . A não atualização dos parâmetros do projeto também pode gerar erros e ineficiência ao sistema de agricultura irrigada. Por exemplo, muitas tabelas encontradas em livros textos são baseadas em estudos antigos, nos quais foram empregadas práticas culturais e variedades que não são atuais. Muitos desses estudos foram conduzidos em realidades edafo-climáticas contrastantes à realidade brasileira. A maioria foi conduzida sob ‘Aspersão’ ou ‘Superfície’. Assim, quando esses valores são adotados indiscriminadamente, assume-se o risco de subestimar ou superestimar as demandas reais.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 29 Algumas variáveis que merecem alteração em função do Estádio Fenológico, Hidráulica ou sazonalidade da água/clima e do Sistema de Produção Z Efetiva das raízes Salinidade Limiar: Fração de Lixiviação e Frequência de Lixiviação Fator de depleção Potencial matricial crítico Coeficientes de cultivo Turno de Rega Fração de Área Molhada e Fração de Área Sombreada Uniformidade e Eficiência do Sistema Densidade e Porosidade do solo Altura de Sucção e NPSH disponível Qualidade da água: Fração de Lixiviação e Frequência de Lixiviação Altura de subida do emissor Pressão disponível nas Subunidades, Unidades, Filtros e Sistema de Injeção Layout do Sistema Tempo de Irrigação Raio Molhado e Altura de Elevação do Emissor: Alteração de cultivares
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS Algumas Tabelas que merecem constante atualização: ü profundidade efetiva do sistema radicular ü nível de tolerância à salinidade ü fator de depleção ü potencial matricial crítico ü coeficientes de cultivo p. 30
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 31 Manejo x Profundidade Efetiva do Sistema Radicular Obviamente, na fase do dimensionamento se utiliza a maior profundidade efetiva do sistema radicular prevista para a cultura. Mas, do momento do plantio até a colheita, essa profundidade varia. Assim, é fácil entender que o valor da profundidade efetiva do sistema radicular usada no cálculo da lâmina líquida deve ser condizente com o estádio atual de desenvolvimento da cultura. Por outro lado, usar um valor constante da profundidade efetiva do sistema radicular é um erro comum. Talvez imaginar uma diferenciação dessas para as culturas da rúcula e da cebolinha não dê a dimensão da relevância desse erro. Mas, se pensarmos no quanto é diferente o sistema radicular dos citros (da fase de muda transplantada até a de planta adulta produtiva). . . ou de plantas de abacateiro, eucalipto. . . As Tabelas normalmente apresentam valores máximos da profundidade efetiva. Portanto, são muito úteis para o Dimensionamento, mas podem ser insuficientes para o Manejo.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS http: //www. agricultureinindia. net/essay/plants-essay/process-of-water-absorption-by-plants-essay-irrigation-agronomy/13457 p. 32
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS Tomate http: //www. saferbrand. com/articles/plant-growth-stages p. 33
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS Milho Soja https: //www. pioneer. com/us/agronomy/staging_corn_growth. html https: //blog. aegro. com. br/dessecacao-de-soja-para-colheita/ p. 34
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 35 Valores de profundidade efetiva do sistema radicular (Zr) durante o estádio e máxima cobertura do solo
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 36 Valores de profundidade efetiva do sistema radicular (Zr) durante o estádio e máxima cobertura do solo
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 37 Manejo x Profundidade Efetiva Outro aspecto da profundidade efetiva é que à medida que essa aumenta é provável que a capacidade de retenção de água no solo se altera. Isso porque diferentes camadas de solo, em função do teor de matéria orgânica, textura e estrutura, devem ter diferentes capacidades de retenção. Nesse caso, para um manejo mais correto, deve-se levantar as curvas características de retenção para cada camada (dentro da profundidade efetiva do sistema radicular).
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 38 Manejo x Solos estratificados Densidade global e equações de Mualem-van Genuchten nas camadas do solo de 0 a 20 cm e de 20 a 40 cm, em um Latossolo Vermelho Distroférrico, caracterizado como de textura muito argilosa, na região de Lavras- MG Dissertação de: Anselmo Augusto de Paiva Custódio http: //repositorio. ufla. br/jspui/bitstream/1/3020/1/DISSERTA%c 3%87%c 3%83 O_%20 Manejo%20 da%20 irriga%c 3%a 7%c 3%a 3 o%20 na%20 lavoura%20 cafeeira% 20%28 Coffea%20 arabica%20 L. %29%20 recepada. pdf
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 39 Manejo x Profundidade Efetiva do Sistema Radicular Imaginemos a seguinte situação: Um projetista dimensiona um sistema de irrigação considerando que o sistema radicular da goiabeira é de 80 cm. Seu projeto é bem-sucedido e exemplar. Na mesma região e usando a mesma cultivar, outros projetistas seguem a mesma indicação. ü Por outro lado, seus projetos falham numa propriedade A, cujo solo favorece maior aprofundamento das raízes. ü Também falha numa propriedade B, onde a cultura, quando recebeu o sistema de irrigação, já era safreira e tinha sido beneficiada pelo aprofundamento das raízes pela técnica da gessagem. ü Numa propriedade C, em que se usa outra cultivar, cuja profundidade efetiva não ultrapassa 60 cm, o sistema tem gerado perdas excessivas de água por percolação profunda.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 40 Gessagem Existe uma linha corrente de que altas doses de gesso agrícola podem funcionar como condicionador de solo e técnica de aprofundamento das raízes. Essa técnica tem sido chamada de Irrigação Branca. Pressupostos: Controla a evaporação do solo Mantem a umidade do solo Reduz a temperatura do solo Estimula o aprofundamento do solo Protege da estiagem e dos veranicos https: //www. nucoffee. com/pt-br/irrigacao-branca
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 41 Irrigação Branca? ? ? http: //www. sbicafe. ufv. br/bitstream/handle/123456789/7842/Altas%20 doses%20 de%20 gess o%20 -irrigacao%20 branca%20 na%20 formacao%20 e%20 producao%20 do%20 cafeeiro. pdf? sequence=1&is. Allowed=y
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 42 Manejo x Precipitação Pluvial Efetiva (PPE) diz respeito à fração da lâmina precipitada que realmente infiltrou na profundidade de interesse (Z efetiva). PPE = PP Total - Perdas por Run Off - Perdas por Percolação Profunda - Perdas por Evaporação Direta Como a definição da Perda por Percolação Profunda está diretamente relacionada com a profundidade efetiva, a PPE para uma gleba com Z efetiva de 45 cm é diferente da PPE de uma gleba com Z efetiva de 70 cm. Imaginemos uma situação em que não há escoamento superficial, nem evaporação direta. . . https: //revhr. net/oak-tree-root-depth. html
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 43
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 44 Manejo x Qualidade da Água Na fase do Manejo, a água disponível e de qualidade inferior alimentará o sistema. Assim, seu mal dimensionamento repercutirá decisivamente no sucesso da operação, cabendo ao responsável pelo manejo as intervenções cabíveis, quando possíveis. Se não houver intervenção, o sistema, além de mal dimensionado, estará mal manejado. Poço A Poço B Imaginemos a Situação: Projeto foi dimensionado para a água do poço A (baixa salinidade) Para irrigar nova gleba, abriu-se um novo poço B, mas esse capta água de um aquífero diferente (salinidade média). https: //www. sciencedirect. com/topics/earth-and-planetary-sciences/confined-aquifer
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 45 Manejo x Tolerância à Salinidade A maioria das indicações de tolerância das plantas aos sais é baseada no trabalho de Maas & Hoffman (1977). . . Esses pesquisadores fizeram um estudo analisando os resultados de pesquisas de vários outros autores. Depois eles compendiaram os resultados para cada cultura e modelaram sua resposta à salinidade. A maioria dos trabalhos usados por Maas & Hoffman (1977) era baseada em Irrigação por Superfície e Irrigação por Aspersão. . . Hoje, a Irrigação Localizada é a mais indicada para solos salinizados ou águas salobras. Essa é uma observação importante para os usuários dos valores tabelados? Justifique. Para a cultura da alface, a indicação é feita em cima de apenas três trabalhos de pesquisa. . . Será que eles representam bem a resposta dos diferentes grupos e variedades de alface?
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS Tolerância das culturas herbáceas à salinidade (adaptado de Maas, 1986) p. 46
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CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 48 Manejo x Tolerância à Salinidade Para a cultura da alface, a indicação de Maas & Hoffman (1977) é feita em cima de apenas três trabalhos de pesquisa. . . Será que eles representam bem a resposta dos diferentes grupos e variedades atuais de alface? São valores esperados em qualquer condição climática? Em qualquer tipo de solo? Sob qualquer tipo de sistema de produção?
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 49 O problema é: quem atualmente faz esse tipo de trabalho exaustivo, como o de Maas & Hoffmann (1977)? Quem deveria compendiar os dados das pesquisas recentes e atualizar as famosas “tabelas”? O pesquisador, o irrigante, o engenheiro projetista, o extensionista? Como engenheiros temos por obrigação buscar as atualidades, para produzirmos sistemas mais eficientes. . . As facilidades atuais de busca (Google, Portal Periódicos CAPES, etc. ), de processamento de dados (Excel, R, SAS, Sisvar, por exemplo) e acesso à informação (internet disseminada) nos impõem essa obrigação. Mas, porque somos menos proativos que os antecessores?
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 50 Hf x Vazão http: //www. azudbrasil. com. br/filtracao/helix-automatic-400/
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 51 Manejo x Qualidade da Águas de qualidade inferior podem levar ao entupimento de emissores e à precipitação de partículas, cuja sedimentação pode alterar a área da seção de escoamento da tubulação (altera toda hidráulica do sistema). A solução pode envolver a instalação de sistemas de filtragem, sua readequação (maior capacidade de retenção) ou ainda a necessidade de injeção de corretivos químicos, dentre outras medidas. Nesse caso será exigido da moto-bomba maior pressurização da rede, considerando que essas medidas envolvem gasto de pressão disponível. Na imposibilidade de alteração da pressão inicial do sistema, deve-se reavaliar se o sistema menos pressurizado consegue suprir os setores, com uniformidade desejável, a partir da alteração do tempo de irrigação ou outras medidas. Foto NEAS/UFRB.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 52 Manejo x Fator de Depleção x Tensão Crítica Tanto o fator de depleção da água no solo quanto a umidade crítica servem para estabelecer, desde a fase de Dimensionamento, o limite de segurança de esgotamento da Lâmina de Água Armazenada no Solo sem prejuízo à produtividade da cultura. Ambos conduzem à Umidade Crítica, que seria o limite inferior de umidade do solo para o Manejo de Irrigação tradicional. A forma alternativa do Manejo da Irrigação Tradicional, baseado na produtividade máxima esperada, é o Manejo da Irrigação com Déficit, baseado na Produtividade que leva à Maximização da Receita. Geralmente, são parâmetros estabelecidos pelo projetista a partir de valores tabelados. Portanto, cabe ao Manejo aferir se os valores desses parâmetros estão bem empregados para as condições reais (clima, solo, cultivar, sistema de irrigação, sistema de produção, etc. ).
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS Manejo x Fator de Depleção x Tensão Crítica Observe nas Tabelas a seguir a época em que foram levantados os valores!!! De lá para cá as cultivares melhoradas e as práticas de manejo evoluíram muito. . . p. 53
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 54 Faixas de tensão crítica de água no solo em que se deve promover a irrigação para obtenção de produtividade máxima para algumas hortaliças irrigadas por aspersão
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CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 56 Faixas de tensão crítica de água no solo em que se deve promover a irrigação para obtenção de produtividade máxima para algumas hortaliças irrigadas por sulco e gotejamento
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 57 Fator f de depleção da água no solo (sensibilidade ao estresse hídrico) Quanto muda sua recomendação em função do clima/solo? Qual impacto no manejo? O fator f de depleção é variável em função da textura do solo? Um sistema portátil projetado para solo arenoso ao ser usado em solo argiloso tem que tipo de impacto? f Ajustado = f Tabelado + 0, 04 (5 -ETc)
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 58 Um sistema portátil projetado para solo arenoso ao ser usado em solo argiloso tem que tipo de impacto? Nesse caso, o sistema dimensionado para solo argiloso pressupõe maior fração de armazenamento hídrico que pode ser consumida. Ao ser instalado no solo arenoso, a CRA do solo estará superdimensionada. ü Se não for percebido, o irrigante gastará mais água da CTA do que é seguro. Deixará a umidade cair abaixo da umidade crítica (irrigação de má qualidade). ü Se for percebido, o irrigante deverá operar com lâminas menores e mais frequentes.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS Fator de reposição de água ao solo (fr = f) para hortaliças e fruteiras irrigadas por aspersão e sulco, para ETc ≈ 5 mm dia-1 p. 59
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 60 Fator de reposição de água ao solo (fr = f) para hortaliças e fruteiras irrigadas por aspersão e sulco, para ETc ≈ 5 mm dia-1 Valor menor (0, 25) para solo de Textura Grossa. Valor Maior (0, 40) para solo de Textura Fina. f Ajustado = f Tabelado + 0, 04 (5 -ETc)
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 61 Manejo x Coeficiente de Cultivo Na fase de Dimensionamento, busca-se projetar um sistema que atenda à máxima ETc (associada a uma dada probabilidade). Na fase de Manejo, deve-se trabalhar com a ETc estimada a partir do Kc e da ET 0 atuais. ü Usar o valor de ET 0 máximo do projeto na fase de dimensionamento é erro grave. ü Usar o valor de Kc máximo do projeto na fase de dimensionamento é erro grave.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 62 Modelo teórico da curva de coeficiente de cultura (Kc), com indicação dos estádios de desenvolvimento da cultura. Fonte: Allen et al. (1998).
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 63 https: //www. sciencedirect. com/topics/agricultural-and-biological-sciences/crop-characteristics
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 64 Valores médios de coeficiente de cultura (Kc) para plantas sem estresse, em condições de clima subúmido(1) (URmin ≈ 45%, U 2 ≈ 2 m s-1), conforme o estádio de desenvolvimento, para uso com a equação de Penman-Monteith-FAO.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 65 Valores médios de coeficiente de cultura (Kc) para plantas sem estresse, em condições de clima subúmido(1) (URmin ≈ 45%, U 2 ≈ 2 m s-1), conforme o estádio de desenvolvimento, para uso com a equação de Penman-Monteith-FAO.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 66 Valores médios de coeficiente de cultura (Kc) para plantas sem estresse, em condições de clima subúmido(1) (URmin ≈ 45%, U 2 ≈ 2 m s-1), conforme o estádio de desenvolvimento, para uso com a equação de Penman-Monteith-FAO.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 67 Manejo x Escolha do Método de Estimativa da ET 0 A escolha incorreta do método de estimativa da ET 0 pode levar à superestimativa ou subestimativa da necessidade hídrica da cultura. Se o erro ocorreu na fase de Dimensionamento, cabe ao Manejo a correção. Cabe ao operador do sistema na Fase de Manejo, entender a aptidão e os limites de uso do método de estimativa da ET 0 que escolheu. http: //www. sondaterra. com/produto-395 Tanque%20 Classe%20 A. xhtml http: //www. rfuessmueller. de/html/evaporimeter__piche_type. html
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 68 A equação de Hargreaves-Samani apresenta melhores resultados em clima árido e semiárido, como na Região Nordeste do Brasil. Quando usada em regiões úmidas, promove superestimativa da ET 0. Como KT assume o valor de 0, 17, muitas vezes substitui-se o termo 0, 0135 x KT por 0, 0023 T = temperatura média (°C) Tmax e Tmin = temperaturas máxima e mínima (°C) Ra = radiação extraterrestre (mm/dia)
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 69 Manejo x Percentual de Área Molhada (PW) O PW menor é uma das vantagens da irrigação localizada, podendo ser de até 20% (limite mínimo) em culturas mais espaçadas e cultivas em clima úmido. . . PW é um parâmetro definidor da redução da evapotranspiração em irrigação localizada. Assim, pode ser usada como variável de entrada em várias equações que estabelecem o fator KL, que é um fator de atenuação da ET 0 em irrigação localizada. . . Na fase de projeto, KL é definida em função da área ocupada pela planta (Ap) e da área molhada por planta (Aw). Na fase de manejo, enquanto a cultura se desenvolve, espera-se alterações na área molhada: se o sistema radicular é raso, aplica-se lâminas limitadas à essa profundidade (para evitar perdas por percolação), o que implica em menores bulbos molhados e, portanto, menor área molhada por planta. . . Ou seja, só quando os tempos de irrigação forem aumentando será aumentada a área molhada na superfície. . . Nesse sentido, ao longo do ciclo o PW w KL são variáveis. . . Merecem ajuste no Manejo?
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 70 Recomendação de diâmetro molhado na irrigação por microaspersão em função da idade das plantas de coqueiro-anão. As perdas de água por evaporação na superfície do solo podem ser altas; por isso, se deve ajustar a área molhada pelos microaspersores de acordo com a idade da planta e o desenvolvimento do seu sistema radicular, objetivando a economia de água na irrigação, conforme a Figura 1. Na fase jovem do coqueiro, o uso do microaspersor com diâmetro molhado ajustado ao tamanho do sistema radicular da cultura permite reduzir o consumo de água em até 80%. Já na fase de produção, a porcentagem da superfície do solo molhada pelo microaspersor deve ser em torno de 40% a 60%, o que pode ser obtido com o uso de microaspersores com diâmetro molhado de 5, 0 a 6, 0 m. Sistemas de Produção Embrapa https: //www. spo. cnptia. embrapa. br/conteudo? p_p_id=conteudoportlet_W AR_sistemasdeproducaolf 6_1 ga 1 ceportlet&p_p_lifecycle=0&p_p_state=nor mal&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&p_r_p_76293187_sistema. Producao. Id=7703&p_r_p_-996514994_topico. Id=1310
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 71 Irrigação de coqueiro com 2 microaspersores setorias https: //www. embrapa. br/en/busca-de-publicacoes/-/publicacao/571892/aguanecessaria-no-periodo-seco-para-irrigacao-do-coqueiro-anao-no-distrito-federal
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 72 Pergunta-se: a) Em sistemas instalados, trabalhar com valores variáveis de KL é usual? É praticável? b) Em solos salinizados ou com uso de águas salobras, criar bulbos na medida exata da profundidade efetiva atual é inteligente? Como reagem as radicelas ao se expandirem até a periferia dos bulbos? O que fazer: trabalhar bulbos progressivamente mais abertos que o sistema radicular? Trabalhar com os bulbos previstos na fase de projeto? c) A mesma preocupação do Manejo se aplica às equações de cálculo de KL, que usam o Percentual de Área Sombreada (PS) ao invés do percentual de área molhada?
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 73 Ainda em relação ao fator KL da irrigação localizada, tem-se questionar: Qual a equação para determinação de KL foi usada na fase de dimensionamento? Seu uso é adequado à região, à cultura, ao sistema de produção? Veja o exemplo: Note que cada equação fornece um valor diferente de KL. Observe que o impacto na ET 0 oscila em %. . . Nesse exemplo, qual a equação mais indicada?
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 74 Manejo da Irrigação x Lay Out do Sistema Lembremos: sistemas fixos como o gotejamento não têm mobilidade durante a safra (questão operacional/pragmática), o que não significa que não tenham portabilidade nas entressafras. Muitas vezes, mesmo em sistemas fixos, o irrigante remove as linhas do sistema (sobretudo as laterais) da área irrigada após a safra. Isso facilita o preparo do solo, a colheita e preserva a vida útil do material. Também não é incomum termos irrigantes trocando frequentemente suas laterais (por entupimento, por exemplo) após a safra. Nesses casos, a cada reinstalação ou renovação da rede hidráulica deve-se respeitar o layout originalmente projetado para essa rede. Por exemplo: nessas trocas, se aquele que maneja o sistema de irrigação colocar uma linha lateral comprimento superior ao máximo estabelecido para uma dada subunidade de irrigação, será responsável por uma incoerência hidráulica na rede. Esse é apenas um exemplo de erro. . . Descreva outros erros nessa mesma temática.
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CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 76 Manejo da Irrigação x Altura de Sucção Quando se trabalha com bombas não afogadas, a altura de sucção é um elemento-chave no desempenho do conjunto moto-bomba. O desnível máximo teórico entre esse conjunto e o nível de água no reservatório é limitado pela pressão atmosférica, que de fato é a força motriz que impulsiona a água para a bomba. À medida que a bomba, enquanto gera uma pressão positiva na linha de recalque, cria também uma zona de pressão relativa negativa (vácuo parcial) na tubulação de sucção. A pressão atmosférica vence esse vácuo na linha de sucção e isso eleva a água pela tubulação de sucção. A máxima altura de sucção na prática é ainda menor, sendo condicionada pela perda de carga (tubo e acessórios) e pela pressão de vapor. Nesse sentido, se o nível de água no reservatório diminui ao longo da safra, diminuiu-se o NPSH disponível, o que diminui a capacidade de bombeamento: imagina-se que a bomba está fornecendo uma dada pressão, mas na verdade é fornecida uma menor. Isso altera também a capacidade de atendimento da vazão necessária na unidade de irrigação. Isso altera o tempo de irrigação, que pode alterar o turno de rega. A depender dessa magnitude de redução do NPSH disponível, pode-se iniciar os problemas de cavitação da bomba.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 77 Qual reservatório (esquerda ou direita) proporciona menor NPSH disponível e deixa a bomba mais suscetível à cavitação? Considere a condição de lâmina reservada explicitada na foto abaixo.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 78 Manejo da Irrigação x Altura de Subida do Aspersor Imaginemos uma situação, de um projeto dimensionado para uma única cultura e cuja Altura do Tubo de Subida do aspersor é de 0, 5 m. Posteriormente, o irrigante passa a trabalhar com uma cultura que exige altura de subida de 2, 0 m. Nesse caso, o sistema passa a operar com uma exigência maior de pressão, da ordem de no mínimo: (Az = 1, 5 m) + (Hf nos 1, 5 m a mais de tubo de subida). Se não houver folga, haverá subpressão nos setores. . . https: //www. senninger. com/irrigationproduct/70 -series
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 79 Manejo da Irrigação x Fenologia Até aqui você deve ter assimilado que: o Manejo da irrigação deve indicar as lâminas e os momentos de irrigação de acordo com cada estádio fenológico da cultura. https: //www. waterchangers. com/photogalleryrowcropandvegies. php Uma Cultura Anual como a alface tem todos os seus estádios fenológicos finalizados em poucas semanas: do plantio à colheita, gasta-se cerca de 50 a 70 dias, a depender da cultivar. O milho, o feijão, a soja, etc. , com maior ou menor ciclo, também têm seu ciclo completado dentro do ano. A depender das condições, pode-se tirar 2, 3, 12 ou mais safras anuais. No caso das Culturas Perenes, a partir da sua idade produtiva, a cada ano a produção tende a aumentar até um nível no qual se estabiliza por alguns anos. . . Outras culturas perenes, como café e citros, têm Produção Bienal (alternada: um ano de alta produção seguido por outro de baixa). . . Essa fenologia especial dessas perenes torna-se um elemento a mais para intervenção pelo Manejo da Irrigação. https: //floridaolive. org/olive-irrigation/
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 80 A irrigação elimina o efeito do ciclo bienal? Por algum tempo a hipótese era que sim para a cultura do cafeeiro. Coelho e Silva (2005) demonstraram que a irrigação não elimina o ciclo bienal do cafeeiro, mas que pode reduzir a amplitude de produtividade. Coelho, Gilberto, & Silva, Antônio Marciano da. (2005). O efeito da época de irrigação e de parcelamentos de adubação sobre a produtividade do cafeeiro em três safras consecutivas. Ciência e Agrotecnologia, 29(2), 400 -408. https: //dx. doi. org/10. 1590/S 1413 -70542005000200018 http: //www. scielo. br/pdf/cagro/v 29 n 2/a 18. pdf
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 81 Ciclo bienal do cafeeiro x Irrigação http: //www. scielo. br/pdf/rbeaa/v 18 n 11/04. pdf ASSIS, Gleice A. de et al. Drip irrigation in coffee crop under different planting densities: Growth and yield in southeastern Brazil. Rev. bras. eng. agríc. ambient. , Campina Grande , v. 18, n. 11, p. 1116 -1123, Nov. 2014.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 82 Outro aspecto interessante que demonstra que o Manejo da Irrigação deve ser avaliado e reavaliado caso a caso diz respeito às culturas que podem ser manejadas via estresse hídrico controlado para estimular sua produção. Essa é uma técnica usada em algumas fruteiras e em cafezais. . . O estresse hídrico aplicado ao cafezal permite a uniformização da florada. Isso traz como vantagens a produção de frutos mais uniforme, facilitando a colheita e aumentando a qualidade da bebida. O momento de aplicar o estresse hídrico e a duração desse estresse são próprios de cada cultura. Assim, o Manejo da Irrigação deve ser refinado e baseado em ampla revisão de literatura e observações/experimentação local. O estresse hídrico gradual aplicado em mangueiras serve para indução floral. Mas, se não for feito corretamente, a Estresse hídrico na floração (resultados desastrosos) é disponibilidade de água que permanece no solo resultará diferente de estresse hídrico para estimular a floração!!! em crescimento vegetativo, em detrimento da indução floral. O grau do estresse hídrico pode ajudar ou prejudicar a floração, razão pela qual os resultados podem ser adversos, como verificado com os citros. . .
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 83 Irrigação com déficit controlado: RDI (Regulated Deficit Irrigation) A RDI é uma técnica que consiste em reduzir a lâmina a ser aplicada em fases que a cultura apresenta menor sensibilidade ao déficit hídrico. Tal redução na da lâmina não deve causar redução na produtividade, levando ao aumento da eficiência de uso da água. Secamento parcial do sistema radicular: PRD (Partial Rootzone Drying) A PRD consiste em alternar o lado de aplicação de água com ou sem déficit. Expectativa: o secamento das raízes possibilita a produção de ácido abscísico quee translocado até as folhas deve regular a abertura estomática, reduzindo a transpiração.
https: //revhr. net/oak-treeroot-depth. html Convencional CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS RDI PRD p. 84
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 85 Manejo x Estresse Hídrico por Secamento Nos EUA, o uso de uma combinação de manejo conservacionista do solo e irrigação deficitária na cultura do amendoim tem economizado água durante os estádios iniciais da cultura e sem reduzir a produtividade. O déficit hídrico forçado nesses estádios iniciais parece resultar em maturação mais rápida. Os resultados indicam que essa técnica pode funcionar para Aclimatação da cultura ao estresse hídrico que normalmente ocorre durante os estádios posteriores da cultura (na região americana foco do estudo). Notícia veiculada em http: //www. ars. usda. gov/is/pr/2010/100114. htm) http: //www. ars. usda. gov/is/pr/2010/100114. htm
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 86 Manejo x Estresse Salino A técnica de ‘submissão controlada’ da cultura a agentes estressantes é conhecida como ‘hardening’. Pode-se usar o mesmo princípio para aclimatar plantas ao estresse salino: submeter as mudas a um nível de salinidade por algum tempo e depois levá-la às condições de campo. O desafio para um especialista em Manejo da Irrigação é implantar esse tipo de técnica na rotina das fazendas. Exercício Proposto: Faça uma busca por artigos científicos para uma espécie de interesse agrícola e discuta sobre a eficácia da técnica ‘hardening’ caso a área a ser explorada proporcione condições de salinidade.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 87 Manejo x Estresse Hídrico por Secamento Outro desafio técnico avançado para quem manejará a irrigação é poder usar o estresse hídrico por secamento ou pela salinidade para aumentar a produção de compostos de interesse em Plantas Estimulantes, Medicinais e produtoras de Óleos Essenciais. Nesse caso, pode-se até reduzir o crescimento da planta, desde que se obtenha aumento da produção dos compostos (princípio ativo medicinal, óleos essenciais, etc. ). O princípio do Manejo da Irrigação Estressante seria estimular o Metabolismo Secundário dessas plantas e assim promover o aumento da produção de compostos de interesse. ü Manjericão ü Hortelã Visando obter maiores produções em quantidade e qualidade do óleo essencial, diversos autores aplicam estresses hídrico, nutricional e salino durante o cultivo. Ekren et al. , 2012; Pravuschi et al. , 2010; Bernstein et al. , 2010; Prasad et al. , 2007; Martínez et al. , 2005; Amaral et al. , 1999.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 88 Sistema Auto-Manejado x Absenteísmo As empresas Valmont e Du. Pont criaram recentemente um sistema de irrigação que supostamente libera água de acordo com a sinalização das raízes. As raízes emitem exsudados químicos que acionam a liberação de água pelo sistema (RDI – root demand irrigation). Segundo a Valmont, os exsudados mudam a tensão superficial da água que assim atravessa as paredes do tubo para o solo. Esse sistema é um sistema de gotejamento subterrâneo, formado por tubos porosos. Sempre deve haver água no tubo, pois o fornecimento de água é de acordo com a necessidade da planta. Esse tipo de técnica promove uma idéia de absenteísmo, que pode ser perigosa para quem lida com o dinamismo do manejo da irrigação. . . http: //www. rootdemandirrigation. com/
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 89 Sistema Auto-Manejado x Absenteísmo A automação não deve autorizar o absenteísmo. Sistemas de hidroponia acionados automaticamente via temporizadores têm como um de seus maiores problemas os agravamentos de intercorrências decorrentes da ausência do produtor. A dependência de energia elétrica é um dos problemas mais graves.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 90 Exercício Proposto: Um grupo de investidores aposta na técnica anteriormente comentada, mas antes de fechar negócio decide ouvir sua opinião sobre o produto. Mesmo que você acredite na ideia, eles te solicitam elaborar uma lista de argumentos (com justificativas) contrários à viabilidade técnica do produto.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 91 Manejo x Horário de Irrigação por aspersão é o método que merece mais atenção nessa temática. A velocidade do vento, cujo aumento reduz a uniformidade de distribuição da água, é menor na noite, na madrugada e nos início de manhã e final de tarde. . . Deixar folhas molhadas por muito tempo é condição epidemiológica para diversos patógenos, razão pela qual os horários de maior evapotranspiração serem mais indicados para irrigação de culturas suscetíveis (solanáceas, por exemplo). Aspersão durante as primeiras horas do dia podem prejudicar a polinização e o pegamento de frutos de algumas espécies.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 92 Manejo x Horário de Irrigação Irrigar à noite é mais barato: o horário entre as 21 h e as 06 h proporciona significativos descontos nas tarifas para os irrigantes (até 90%). Por outro lado, se o sistema não for fixo e/ou automatizado, irrigar durante a noite pode aumentar os custos da mão-de-obra (horário extra!). Esse é um dilema a ser resolvido por quem administra o empreendimento como um todo. . . Consultar o agrônomo é sempre recomendável. Cabe ao irrigante contratar tarifa noturna. . . CEMIG: “Serão registradas duas leituras, sendo uma para consumo de DIA (P = PONTA) e a outra para consumo à NOITE (F = FORA DE PONTA)”. https: //www. cemig. com. br/pt-br/atendimento/Paginas/Tarifa-Noturna. aspx
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 93 Em uma área com várias unidades de irrigação por aspersão, todas dimensionadas com rigor e operadas segundo o mesmo manejo, o irrigante pode observar algumas unidades com elevados índices de desuniformidade da produção ou mesmo produções inferiores às demais unidades. Dentro do contexto do manejo da irrigação, isso pode ser explicado pela desuniformidade da irrigação dentro da unidade. Uma das causas dessa desuniformidade pode ser a maior suscetibilidade de algumas unidades à ação do vento. Unidades que ocupam topos de morro, por exemplo. O que fazer nesse caso? Especificidade do ‘quando irrigar’: Uma opção razoável seria deixar essas áreas, mais suscetíveis à deriva da água pelo vento, para serem irrigadas prioritariamente nos horários de menor intensidade de ventos: noite, madrugada, início da manhã ou final da tarde, a depender da região. . . Alterações no horário de irrigação, diferente daquilo que foi planejo no Projeto Agronômico, ficam limitada pela flexibilidade hidráulica do sistema e pelos encargos com mão-de-obra.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 94 Estimativa do CUC para aspersores de alta pressão, em função da velocidade do vento e do espaçamento entre aspersores (Ea). Laterais espaçadas em 72 m. http: //www. scielo. br/scielo. php? script=sci_arttext&pid=S 1415 -43662000000200004
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 95 Padrões médios horários da direção e velocidade do vento em Água Branca (Sertão). Padrões médios horários da direção e velocidade do vento em Girau do Ponciano (Agreste). Em Água Branca-AL irrigar por volta das 4 h deve melhorar o CUC. Em Girau do Ponciano. AL, o melhor seria por volta das 12 h. Costa, Gabriel Brito, & Lyra, Roberto Fernando da Fonseca. (2012). Análise dos padrões de vento no Estado de Alagoas. Revista Brasileira de Meteorologia, 27(1), 31 -38. https: //dx. doi. org/10. 1590/S 0102 -77862012000100004
https: //www. climatempo. com. br/vento/cidade/56/ Previsão de velocidade do vento (Linha Verde) para Barreiras – BA. Valores em km/h Linha Laranja se refere às rajadas CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 96 Previsão de velocidade do vento (Linha Verde) para Salvador – BA. Em Cruz das Almas irrigar até 6 h deve melhorar o CUC. Em Barreiras, o melhor seria até por volta das 9 h.
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS Manejo x Fenologia Plantas em estádios fenológicos diferentes devem ser agrupadas em unidades de irrigação diferentes, para não se gerar a ocorrência de lâminas deficientes e lâminas excessivas ao mesmo tempo na mesma área. https: //agmip. org/timothy-carter-highlights-agmip-wheat-team-study-in-natureclimate-change/ p. 97
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS Fatores complicadores do Manejo da Irrigação, sobretudo em ambiente protegido ü Hidrofobia de substratos ü Selamento superficial (algas, sais) ü Alteração da capacidade de retenção em vasos (capacidade de campo x capacidade de container: problema das calhas) ü Substratos com alta porosidade x perdas por percolação e lixiviação ü Caminhos preferenciais ü CRA x AFD ü Degradação do substrato x CRA ü Enovelamento das raízes ü Substratos nos extremos da CRA e da Aeração ü Poder tampão (caso particular da fertirrigação) ü Alta frequência de irrigação x volume reduzido dos vasos ü Sensibilidade aos limites de tensão x tensiômetros especiais ü Nível de adubação alto x frequência de irrigação p. 98
CCA 039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p. 99 Manejo x Competitividade Futura Atualmente, muitas ferramentas e técnicas de vanguarda estão à disposição do produtor ou prestes a se disponibilizar. Produtores que buscam/precisam garantir sua competividade na esfera local ou nacional/global precisam estar capacitados/assistidos a integrar novas tecnologias e conceitos, tais como: ü Aquisição de Dados em Real Time ü Automação de Processos ü Readequação/substituição dos componentes do sistema ü Biotecnologia ü Automação do Manejo ü Inteligência Artificial ü Internet das Coisas ü Agricultura 4. 0 ü Otimização (minimização de custos; maximização da receita) ü Reutilização de Insumos ü Cultivos Sem Solo & Cultivos Protegidos https: //www. apo-tokyo. org/resources/articles/deep-learning-and-iotü Irrigação de Precisão. . . based-pump-systems-for-precision-irrigation/
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