Karl Marxismo Clssico Sculo XIX Vladimir Lenin Sculo

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Karl Marxismo Clássico Século XIX Vladimir Lenin Século XX Neo-marxismo Immanuel Wallerstein 1974 -1989

Karl Marxismo Clássico Século XIX Vladimir Lenin Século XX Neo-marxismo Immanuel Wallerstein 1974 -1989 Raul Prébisch 1960 -70 Fernand Braudel 1970 -80

Neo-marxismo em RI (I) Noções básicas sobre o neo-marxismo nas RI: a) Níveis de

Neo-marxismo em RI (I) Noções básicas sobre o neo-marxismo nas RI: a) Níveis de análise: assim como os neorrealistas, os marxistas têm como ponto de partida o sistema internacional. O comportamento dos atores é explicado por um sistema que promove oportunidades e constrangimentos. b) História: os marxistas dão importância à análise histórica a fim de compreender o sistema internacional. O fator histórico chave na explicação e definidor do sistema como um todo é o capitalismo. c) Fatores econômicos: os marxistas acreditam que os fatores econômicos são fundamentais na explicação do sistema internacional. d) Dominação: os marxistas assumem que existem mecanismos de dominação que impossibilitam o desenvolvimento dos países do Terceiro Mundo, causando dependência.

Neo-marxismo em RI (I) Noções básicas sobre o neo-marxismo nas RI: a) Os marxistas

Neo-marxismo em RI (I) Noções básicas sobre o neo-marxismo nas RI: a) Os marxistas tendem a focar a explicação no modo de produção capitalista e os realistas na distribuição do poder. b) Os marxistas são mais propensos a considerar a ligação entre os planos nacional e internacional do que os realistas. c) Para os marxistas a divisão entre high politics e low-politics não existe dada a ênfase nos fatores econômicos, tidos pelos realistas como low-politics. d) Os marxistas dão pouca autonomia à ação estatal, visto como instrumento de ação da classe burguesa, ao passo que a ação do Estado nacional autônomo é o centro da análise realista.

Karl Marx e as RI (I) Em “O Manifesto Comunista” (1848) Marx e Engels

Karl Marx e as RI (I) Em “O Manifesto Comunista” (1848) Marx e Engels analisam o alcance global do modo de produção capitalista mostrando a classe burguesa como uma classe nacional de alcance internacional. O proletariado moderno também é uma classe sem pátria, mas que opera no âmbito nacional, daí o chamado à internacionalização das ações proletárias. Os conflitos, contradições e mudanças no sistema internacional devem ser vistos como inerentes ao desenvolvimento capitalista, ficando a relação entre os Estados à mercê dessas forças sociais e econômicas. Os conflitos internacionais ocorrem não por conta da anarquia, mas por conta do conflito entre classes em nível global, mas um conflito entre classes burguesas nacionais e um proletário internacionalizado pela revolução.

Karl Marx e as RI (II) Falta de uma teoria marxiana do Estado: para

Karl Marx e as RI (II) Falta de uma teoria marxiana do Estado: para Marx a função primordial do Estado, no plano internacional, seria assegurar a estabilidade da ordem capitalista, ou seja, garantir a exploração da classe operária. Falta de uma teoria marxiana do nacionalismo: para Marx a diferença entre as sociedades seriam explicadas por diferenças nos sistemas capitalistas nacionais. Falta de uma teoria marxiana da geopolítica: Marx e Engels nunca sistematizaram a questão da relação espacial entre comunidade políticas independentes em escala universal. O marxismo tradicional não foi construído para pensar o Estado, a nação e o sistema de Estados soberanos.

O Marxismo Clássico – Lênin (I) A obra de Lênin: “Imperialismo: fase superior do

O Marxismo Clássico – Lênin (I) A obra de Lênin: “Imperialismo: fase superior do capitalismo” (1917) Primeira tentativa de dar conta da ação dos Estados capitalistas em âmbito global dentro da abordagem marxista. O marxismo dos anos 1910 -1920 representa uma tentativa de teorizar o sistema internacional a partir do conceito de “imperialismo” (Halliday, 2007). Enquanto para Marx a geopolítica não tinha importância, para Lênin as contradições entre os países capitalistas no seu processo de expansão imperialista são determinantes para o início do processo revolucionário que levaria à queda do próprio capitalismo. A mais importante inovação introduzida por Lênin na análise marxista das RI foi a consideração dos Estados nacionais como atores do sistema internacional pari passu às classes sociais. A novidade está em que a luta de classes no plano internacional, agora protagonizada pelo Estado-nação, assume uma importância determinante para o processo revolucionário, superior ao conflito entre classes no âmbito nacional previsto por Marx.

O Marxismo Clássico – Lênin (II) Definição de imperialismo para Lênin: 1. A concentração

O Marxismo Clássico – Lênin (II) Definição de imperialismo para Lênin: 1. A concentração da produção e capital é levado a tal estágio que se criam monopólios que acabam exercendo papel decisivo na atividade econômica e política. 2. A fusão de um capitalismo financeiro com o capital industrial abre espaço para a criação da “oligarquia financeira”. 3. A exportação de capital se torna uma forma distinta e mais poderosa que exportação de commodities. 4. Ocorre a formação de diversos monopólios que dividem a produção capitalista global. 5. A divisão territorial do mundo entre os monopólios se concretiza.

O Marxismo Clássico – Lênin (III) Para Lênin a luta de classes assume uma

O Marxismo Clássico – Lênin (III) Para Lênin a luta de classes assume uma nova forma por intermédio do conflito entre Estados nacionais, classificados como “opressores” e “oprimidos”. Os Estados acabam assumindo a “consciência de classe”, principalmente os “oprimidos” na luta anti-imperialista. Para que a política internacional de um Estado fosse coerente com seu caráter de classe, é preciso concebê-la como instrumento de dominação e de projeção externa daquela classe. O papel do Estado no plano internacional é transformar a competição nacional entre classes em uma competição político-militar entre Estados dentro do contexto da luta intra-imperial.

O Marxismo Clássico – Lênin (IV) Para Lênin a internacionalização do capitalismo por meio

O Marxismo Clássico – Lênin (IV) Para Lênin a internacionalização do capitalismo por meio da expansão colonial das potências imperialistas levaria o capitalismo à decadência. Para Lênin o sistema imperial usa o poder militar como ajudante (bailiff). O imperialismo usa a guerra não apenas para conquistar, controlar as colônias ou conter o socialismo, mas sobretudo para competir com outras potências imperiais. Os períodos de paz são nada mais que acordos entre períodos de guerras imperiais. O conceito de imperialismo procura dar às diferenças e conflitos entre os Estados o caráter próprio da luta de classes. Há dois tipos de lutas de classe para Lênin: as verticais (luta de classe nacionais, conforme previsto por Marx) e as horizontais (entre Estados). Ambas se cruzavam na “fase superior” do capitalismo – o imperialismo.

Neo-marxismo – Wallerstein (I) A tese fundamental de Wallerstein é a Economia-Mundo (World Systems).

Neo-marxismo – Wallerstein (I) A tese fundamental de Wallerstein é a Economia-Mundo (World Systems). Obra clássica: “The Modern World System, Vol. I, II and III” (1974 -1979 -1989). A Economia-mundo somente pode ser entendida por meio da divisão internacional do trabalho produzida pela estrutura capitalista mundial. O conceito de economia-mundo assume que existe uma economia-mundo onde quer que (e se apenas se) haja uma extensa e completa divisão do trabalho com um processo de produção integrada de nível global. A economia-mundo capitalista tem fronteiras mais amplas do que qualquer unidade política. Não há entidade política alguma que tenha autoridade máxima em todas as áreas (centro, periferia e semiperiferia).

Neo-marxismo – Wallerstein (II) Os Padrões da Economia-Mundo Capitalista: a economia mundo tem um

Neo-marxismo – Wallerstein (II) Os Padrões da Economia-Mundo Capitalista: a economia mundo tem um modo de produção capitalista, ou seja, é dominada por aqueles que detêm o primado da acumulação constante (proprietários), retirando do caminho aqueles que desejam operar em outros termos. A economia mundo capitalista opera por meio da relação social capital/trabalho na qual o superávit gerado pelos produtores diretos é apropriado pelos proprietários tanto na produção quanto no mercado imediato. Em ambos os casos isso ocorre em virtude do fato dos proprietários possuírem os meios de produção e, consequentemente, terem seus direitos legalmente garantidos.

Neo-marxismo – Wallerstein (III) Acumulação de recursos no centro: a estrutura da economia mundo

Neo-marxismo – Wallerstein (III) Acumulação de recursos no centro: a estrutura da economia mundo permite a troca desigual de bens e serviços de tal forma que boa parte do superávit extraído nas zonas periféricas é transferido para o centro. A periferia sempre produziu matéria-prima para a expansão econômica do centro. A semiperiferia sempre envolveu um mix de produção tipo-centro e tipo-periferia e sempre se tornou receptora de investimentos do centro quando os custos de produção lá se elevavam. A troca dos produtos que contém valor desigual de trabalho social aplicado. Há uma tendência a concentração geográfica de produção tipo-centro e produção tipo-periferia. Tipos de Estados: o autor chama alguns Estados de Estados centrais e outros de Estados periféricos. Há ainda outro grupo de Estados que desempenha funções intermediárias (tipocentro e tipo-periferia) que o autor chama de Estados semiperiféricos.

Neo-marxismo – Wallerstein (IV)

Neo-marxismo – Wallerstein (IV)

Neo-marxismo – Wallerstein (V) Crises de acumulação cíclicas: por conta dos imperativos da acumulação

Neo-marxismo – Wallerstein (V) Crises de acumulação cíclicas: por conta dos imperativos da acumulação operados por cada indivíduo empreendedor, cada um tentando maximizar ao máximo os lucros, há uma tendência constante de expansão dos volumes absolutos de produção na economia mundial. O lucro somente pode ser realizado se houver uma demanda efetiva pela produção mundial. A demanda mundial efetiva, entretanto, é a função da soma dos acordos políticos em diversos Estados, a qual determina a distribuição real do superávit global. Esses acordos são estáveis apenas por períodos intermediários (entre uma estagnação e outra). Consequentemente, a oferta mundial expande a uma taxa constante e firme, enquanto a demanda se mantém fixa nesses períodos. Tal sistema resulta, e historicamente tem resultado, em recorrentes gargalos de acumulação, os quais são traduzidos em períodos de estagnação econômica. Esses ciclos de expansão e estagnação têm ocorrido historicamente em períodos de 40 -55 anos (ciclo de Kondratieff).

Neo-marxismo – Wallerstein (VI) Cada período de estagnação cria pressões para reestruturar a rede

Neo-marxismo – Wallerstein (VI) Cada período de estagnação cria pressões para reestruturar a rede de produção e as relações sociais que lhe dão base a fim de superar os gargalos de acumulação: 1. a redução dos custos da produção dos produtos de tipo-centro por meio da mecanização e/ou realocação dessas atividades em zonas de custos mais baixos. 2. a criação de novas atividades de tipo-centro (inovação) que prometem altos lucros e assim encorajam novas localidades de investimentos. 3. uma intensificação da luta de classes tanto dentro dos Estados centrais como entre grupos localizados em outros Estados de modo a possibilitar ao final do processo alguma redistribuição política do superávit mundial para os trabalhadores nas zonas centrais e para a burguesia nas zonas periféricas e sem-periféricas, aumentando assim a demanda mundial efetiva. 4. a expansão das fronteiras da economia mundial, criando assim novas áreas de produção em que podem envolver-se na produção mundial os trabalhadores mal pagos e abaixo dos custos de produção.

Neo-marxismo – Wallerstein (VII)

Neo-marxismo – Wallerstein (VII)

Neo-marxismo – Wallerstein (VIII) Autonomia estatal: a superestrutura política da economia mundo capitalista é

Neo-marxismo – Wallerstein (VIII) Autonomia estatal: a superestrutura política da economia mundo capitalista é um sistema interestatal dentro do qual e por meio do qual as estruturas políticas chamadas de “Estados soberanos” são legitimadas e coibidas. O termo soberania na realidade implica em uma autonomia formal combinada com limitações, a qual é implementada tanto via regras explícitas e implícitas do sistema interestatal como pelo poder dos outros Estados no sistema interestatal. Nenhum Estado do sistema interestatal é totalmente autônomo, porém alguns têm mais autonomia do que outros. Os Estados centrais desenvolvem aparatos estatais relativamente fortes que procuram assegurar os interesses da classe burguesa nacional. O papel de cada Estado no sistema internacional é marcado pelo tipo de produção capitalista nacional. Isso ocorre menos por proteção à classe do que pela prevenção de que outros Estados ergam barreiras à lucratividade dessas atividades. Em geral, os Estados procuram formatar o mercado mundial de modo a assegurar os interesses de alguns burgueses e não de outros.

Neo-marxismo – Wallerstein (X) Wallerstein questiona a ideia de mercados livres. Para o autor

Neo-marxismo – Wallerstein (X) Wallerstein questiona a ideia de mercados livres. Para o autor os mercados acabam sendo mais ou menos controlados por estruturas de firmas quasi-monopolísticas. Em um mundo ideal de mercado livre os compradores conseguiriam barganhar sempre o menor preço possível, diminuindo sobremaneira a taxa de retorno das firmas. Não existe livre-mercado. Existe sim uma economia-mundo monopolista. Como consequências as firmas agem politicamente e economicamente para construir monopólios. A taxa de lucro está diretamente ligada à construção dos monopólios. Os monopólios precisam da patronagem dos Estados mais centrais. Os monopólios geram perdedores que lutam politicamente para destruir o setor monopolizado. A função básica do Estado é a continuação do modo capitalista de produção por meio do favorecimento doméstico ou internacional de monopólios em competição.

Neo-marxismo – Wallerstein (XI) Transição das posições dos Estados no sistema internacional: enquanto o

Neo-marxismo – Wallerstein (XI) Transição das posições dos Estados no sistema internacional: enquanto o padrão da hierarquia espacial da produção dentro da economia mundo capitalista é constante, a posição de qualquer Estado no sistema não é constante, uma vez que ocorre realocações parciais das atividades de tipo-centro e tipo -periferia. Como os quasi-monopólios sempre chegam à exaustão, o que é um centro hoje será periferia amanhã. Para Wallerstein a distribuição de poder não pode ser explicada sem referência à ordem econômica. Como o que marca a produção tipo-centro ou tipo-periferia é o grau de incorporação valor-trabalho (mecanizado e altamente lucrativo) e isso se altera com o tempo por conta dos ciclos de produção, alterando assim o posicionamento dos Estados no sistema.