Jorge Amado O grande atraso da Manh obriga
Jorge Amado
§ O grande atraso da Manhã obriga o Tempo a zangar-se com ela. § Ela desculpa-se com a história do Vento e ele pede-lhe para lha contar, prometendo-lhe, caso goste, desculpá-la e, até, presenteá-la com uma rosa.
§ A história contada pela Manhã ao Tempo foi a do Gato Malhado e da Andorinha Sinhá. § O narrador vai contá-la no livro.
§ A Primavera chegou e o Gato Malhado abriu os olhos, sorrindo e miando um miado romântico. § Começou a andar e todos fugiram, excetuando a Andorinha Sinhá, que sorria para ele. § § Era egoísta e solitário. Todos tinham medo dele. Consideravam-no um criminoso, embora não tivessem provas. § Só falava com a velha Coruja, que declarava que o gato não era assim tão mau.
§ A Andorinha Sinhá era jovem e encantava todos. § Ela dava-se bem com a totalidade dos seres, mas não amava nenhum.
§ O Gato Malhado conversa com a Andorinha Sinhá, dizendo-lhe que não tem medo dele e que é feio, o que atemoriza os que presenciam o diálogo, temendo o assassinato da andorinha por parte do gato. § Os pais da andorinha vão buscá-la, repreendendo-a.
§ A Andorinha Sinhá costumava observar o gato e não acreditava nas histórias malévolas que se contavam dele. § Uma vez, para estabelecer diálogo com o gato, atirara-lhe gravetos, o que contou à Vaca Mocha. § Esta esclareceu que os gatos são inimigos das andorinhas. § Embora não compreendendo, a andorinha prometeu não voltar a atirar-lhe gravetos e falar com o gato. § Contudo, continuou a espiá-lo até chegar a Primavera.
§ Os pais da Andorinha Sinhá proibiram-na de voltar a aproximar- se do Gato Malhado. § Porém, como ninguém lhe tinha provado ser um crime contactar o gato, decidiu continuar a falar com ele. § Ambos pensavam um no outro. O gato estava apaixonado. § Voltaram a dialogar, passeando, alegremente, durante toda a Primavera.
O Verão chegou e passou rapidamente, porque a felicidade é rápida. No último dia de Verão, o gato confessou que se não fosse gato a pediria em casamento e ela adorou.
Os habitantes do parque comentavam o noivado da andorinha e do gato, quebrava a lei natural: apenas se devem casar os seres da mesma espécie. Os pais da andorinha souberam dos rumores e quiseram casá-la com o Rouxinol, da mesma raça (volátil), o que a população aprovou.
Chegou o Outono. Os habitantes do parque deixaram de temer o gato, pois, ao contrário do que acontecia outrora, ele era amável, agora.
O gato escreveu um poema dirigido à Andorinha, lamentando que ela não pudesse casar com ele por ser gato.
O autor anuncia que vai abrir um parêntesis crítico.
O Sapo Cururu, que escreve a pedido do autor, sobre o poema do gato, declara que o seu texto poético é plágio de textos populares.
§ A andorinha e o gato encontraram-se, mas ambos estavam tristes. § No dia seguinte, ela já não voltou e o gato tornou-se, novamente, mau, como no início da história. § O gato recebeu uma carta da andorinha que lhe comunicava que não podiam casar-se, era proibido, mas que só fora feliz quando partilhavam os seus passeios. § O casamento da andorinha com o rouxinol estava marcado para o início do Inverno.
§ O Inverno correspondeu a um tempo de sofrimento. O gato voltou a ser mau e solitário, mas ainda se alimentava das recordações do passado. § Realizou-se, entretanto, o casamento da andorinha com o rouxinol. § A andorinha atirou ao gato uma pétala vermelha do seu buquê, que parecia uma gota de sangue.
§ O Gato Malhado abandonou o parque. § A andorinha viu-o e sobre a pétala caiu uma lágrima sua.
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