John Stuart Mill 1806 1873 O papel de

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John Stuart Mill (1806 -1873)

John Stuart Mill (1806 -1873)

O papel de Mill Tornou-se o mais influente economista clássico após Ricardo. Trinta e

O papel de Mill Tornou-se o mais influente economista clássico após Ricardo. Trinta e poucos anos separam as respectivas idades, portanto Mill foi o jovem economista mais bem sucedido a dar prosseguimento à economia clássica, mantendo o prestígio da escola, ampliando o raio de suas reflexões e renovando-a em alguns pontos. Filho de James Mill, também notável economista, ele seguiu influências do pai e procurou reformular ideias deste.

O desenvolvimento pessoal de Mill Desde a infância, deve-se a um cuidadoso projeto pedagógico

O desenvolvimento pessoal de Mill Desde a infância, deve-se a um cuidadoso projeto pedagógico inspirado nas doutrinas educacionais de Claude-Adrien Helvétius e Jeremy Bentham. Quando criança, ele foi afastado do convívio, tido como contagioso, das demais crianças e submetido a rigoroso programa de aulas particulares e acompanhamento pessoal levado a cabo, de início, pelo próprio pai. Ensinou-lhe grego e aritmética aos três anos de idade.

Conhecimentos em história, filosofia clássica, poesia, álgebra e geometria lhe foram precocemente transmitidos e

Conhecimentos em história, filosofia clássica, poesia, álgebra e geometria lhe foram precocemente transmitidos e assimilados antes dos 12 anos. A partir de então, o aprendizado concentrase em lógica silogística e já inicia os estudos de economia política.

James confia a tutela do filho a dois amigos pessoais: Austin, professor de direito,

James confia a tutela do filho a dois amigos pessoais: Austin, professor de direito, e David Ricardo auxiliando a formação de economista. Até os 28 anos de idade, manteve-se inteiramente imerso na visão da economia clássica e na doutrina ética do utilitarismo de Bentham. Depois sua vida conhece um período conturbado, onde as crenças e os valores passados são revistos e parcialmente alterados, sob influência do romantismo alemão e do positivismo francês de A. Comte.

Carreira de Mill Com o falecimento do pai, Mill resolve se manter na carreira

Carreira de Mill Com o falecimento do pai, Mill resolve se manter na carreira do serviço público que ele havia iniciado muito tempo antes seguindo o exemplo de James. Ambos atuaram na Companhia das Índias Ocidentais. Mill foi promovido como encarregado nas relações com a Índia, função que lhe transmitiu grande experiência na gestão pública.

Atividade intelectual Ao lado do emprego regular, ele envolveu-se na organização de periódico voltado

Atividade intelectual Ao lado do emprego regular, ele envolveu-se na organização de periódico voltado à difusão de reformas radicais na sociedade. Manteve-se em intensa atividade intelectual, atraído tanto pela lógica, na qual procurou conciliar a lógica indutiva com a experimentação, quanto pela economia política. Na primeira área, publica em 1843 o livro Sistema de Lógica e na outra área, cinco anos depois, a sua obra máxima em economia, os Princípios de Economia Política.

A esposa de Mill Também exerceu influência marcante na trajetória intelectual de Mill a

A esposa de Mill Também exerceu influência marcante na trajetória intelectual de Mill a figura feminina de Harriet Taylor. Por duas décadas Mill manteve sentimento platônico pela mulher casada que o encantara, até que esta se tornou viúva e então contraiu novo matrimônio, agora com ele, em 1861.

Harriet intensificou em Mill o interesse pela bandeira do feminismo e também pelas causas

Harriet intensificou em Mill o interesse pela bandeira do feminismo e também pelas causas humanitárias. Foi quando ele escreveu alguns livros sobre liberdade e democracia e passou a militar em prol de suas causas nos últimos anos de vida. Defendeu o voto feminino e, em 1865, tornou-se membro do parlamento britânico, no qual pode promover algumas das medidas que advogava.

Outras áreas de interesse de Mill não se destacou apenas como economista, seus escritos

Outras áreas de interesse de Mill não se destacou apenas como economista, seus escritos cobrem diversas áreas ligadas ao pensamento político e social. A relação entre a psicologia e a etologia (o estudo da formação do caráter individual e grupal), o papel da sociologia e o lugar particular ocupado pela análise econômica são temas recorrentes em suas reflexões. Mill também se destaca no estudo da filosofia moral, onde faz uma revisão do utilitarismo ético de Bentham, bem como na discussão do conceito de liberdade e da representatividade no sistema democrático. Destaque para o tema de metodologia da economia, que se tornou uma febre entre os economistas da época e onde Mill era tido como autoridade principal.

Metodologia da Economia em Stuart Mill

Metodologia da Economia em Stuart Mill

Mill e a importância da metodologia da economia Mill preocupou-se em estabelecer explicitamente sua

Mill e a importância da metodologia da economia Mill preocupou-se em estabelecer explicitamente sua visão metodológica, ao contrário de David Ricardo. Quanto à Adam Smith, como vimos no capítulo 5, há todo um arrazoado em filosofia da ciência na sua História da Astronomia. Além disso, pode-se inferir da leitura da Riqueza das Nações a combinação de um método dedutivo de estática comparativa, que seria consagrado por Ricardo, em algumas passagens dos livros I e II, com o uso do método históricoindutivo nos livros III e IV.

A História da Astronomia de Smith Neste ensaio, Smith apresenta uma visão da ciência

A História da Astronomia de Smith Neste ensaio, Smith apresenta uma visão da ciência como uma convenção que liga certos princípios primitivos a partir dos quais se dá conta dos fenômenos conectando-os na mesma cadeia. Na economia política, Smith apoia sua análise no comportamento autointeressado.

Como Smith avalia a explicação científica? Smith pretende julgar as ideias científicas por um

Como Smith avalia a explicação científica? Smith pretende julgar as ideias científicas por um critério mais estético do que propriamente cognitivo, e seu modelo enfatiza mais a explicação do que a previsão. O método de Smith difere da visão predominante em sua época, sendo um dos primeiros a ter a coragem de afirmar que a mecânica newtoniana não representava a verdade, pois as teorias científicas são máquinas imaginárias. Dada a proeminência do papel ocupado por ele seria de se esperar que suas concepções metodológicas viessem a influenciar autores da economia clássica.

O método de David Ricardo é contra o empirismo cru e nega que os

O método de David Ricardo é contra o empirismo cru e nega que os fatos falem por si mesmo. Seu método é o hipotético-dedutivo, propenso a aplicar modelos altamente abstratos diretamente na análise da complexidade do mundo real. Como hábil político do parlamento britânico, ele dizia a seus colegas de casa que suas conclusäes teóricas eram tão certas como o princípio da gravitação de Newton. Quando Ricardo dialogava com Malthus, era mais modesto, afirmando que seu modelo trata de casos fortes e imaginários só para mostrar a operação de certos princípios.

O vício ricardiano J. Schumpeter cunhou, para a tentativa de Ricardo em minimizar a

O vício ricardiano J. Schumpeter cunhou, para a tentativa de Ricardo em minimizar a separação entre conclusões abstratas e aplicações concretas, a expressão “vício ricardiano”.

Diferenças metodológicas entre Ricardo e Malthus Ricardo abdicou do elemento histórico e institucional em

Diferenças metodológicas entre Ricardo e Malthus Ricardo abdicou do elemento histórico e institucional em prol de um método mais abstrato, acreditando que suas previsões, como o custo crescente do cereal e a queda dos salários ao nível da subsistência, não eram tendências históricas incondicionais, mas previsões sob certos supostos. Malthus considera o método mais indutivo de Smith superior ao método puramente dedutivo de Ricardo. Malthus prioriza a construção de teorias mais empíricas e que cobrissem fatores de curto prazo, não expressando a teoria apenas tendências.

O ensaio de Senior Cinquenta anos após a publicação de A Riqueza das Nações,

O ensaio de Senior Cinquenta anos após a publicação de A Riqueza das Nações, o economista clássico Nassau Senior promove a primeira discussão sistemática dos problemas da metodologia econômica no ensaio Leitura Introdutória em Economia Política, de 1827, ampliado em outro ensaio de 1836 intitulado Uma Visão da Ciência da Economia Política.

O famoso ensaio metodológico de Stuart Mill No anos de 1836, Mill publica o

O famoso ensaio metodológico de Stuart Mill No anos de 1836, Mill publica o celebrado artigo Sobre a Definição da Economia Política e do Método de Investigação que lhe é Próprio. Com tal ensaio, Mill adquire a reputação de grande comentador de questões metodológicas em economia. Mais de dez anos depois, ele daria importante contribuição à filosofia da ciência ao tratar do problema da indução, já colocado por Hume, no ensaio Sistema de Lógica.

O que há em comum na metodologia dos economistas clássicos? As premissas teóricas são

O que há em comum na metodologia dos economistas clássicos? As premissas teóricas são derivadas da introspecção ou da observação casual e não sistemática dos fatos. As premissas obtidas desta maneira são tidas como verdadeiras de modo a priori, quer dizer, a certeza delas é conhecida antes do experimento controlado. A teoria é um processo puramente dedutivo e suas implicações seriam verdadeiras a priori, na ausência do que Mill denominou de causas perturbadoras.

O papel da experiência A experiência teria papel somente na determinação da aplicabilidade do

O papel da experiência A experiência teria papel somente na determinação da aplicabilidade do raciocínio econômico, não servindo para determinar a validade da teoria.

A importância de Senior e Mill formularam assim os princípios que governam o método

A importância de Senior e Mill formularam assim os princípios que governam o método de investigação da economia científica. Seus esclarecimentos metodológicos tornaram-se úteis à ciência econômica num período de intensa controvérsia de ideias. Após a morte de Ricardo em 1823, assiste-se a um vigoroso debate intelectual sobre a aplicabilidade e a validade do sistema criado por ele.

James Mill e Mc. Culloch James Mill e John Mc. Culloch participaram ativamente destas

James Mill e Mc. Culloch James Mill e John Mc. Culloch participaram ativamente destas discussões, mas a construção de uma metodologia econômica que fornecesse maior credibilidade à ciência econômica coube, de fato, a Senior e Stuart Mill.

A priori ou a posteriori? Era importante por essa época justificar a validade da

A priori ou a posteriori? Era importante por essa época justificar a validade da teoria econômica e apontar o caminho do seu progresso científico. Neste período, nota-se o aparecimento de duas tendências metodológicas: de um lado os que asseveram que a verdade dos princípios da economia só pode ser julgada a posteriori, ao arbítrio dos fatos. A outra tendência viria a considerar os princípios de que parte o raciocínio econômico verdadeiros a priori. Senior e Mill adotam esta segunda perspectiva.

Senior foi o primeiro, ao que se sabe, a propor a separação entre ciência

Senior foi o primeiro, ao que se sabe, a propor a separação entre ciência positiva e arte normativa. Ele também escreve que a economia científica repousa em poucas proposições gerais bem familiares e que as conclusões decorrentes das proposições são verdadeiras na ausência de causas perturbadoras. Mill, anos depois, viria a discutir as mesmas questões de Senior de modo mais cuidadoso e penetrante, dando ênfase maior na verificação das conclusões teóricas.

Ciência e arte da economia No ensaio de 1836, Mill começa separando ciência e

Ciência e arte da economia No ensaio de 1836, Mill começa separando ciência e arte da economia política, tomando a mesma ideia de Senior. A primeira representa uma coleção de verdades materiais, e a segunda trata de conjunto de regras normativas.

O papel dos princípios Ao formular os fundamentos da ciência econômica, Mill afirma que

O papel dos princípios Ao formular os fundamentos da ciência econômica, Mill afirma que neste domínio do conhecimento há princípios primeiros que nos são evidentes e verdadeiros em si mesmos; e dos quais se tiram inferências que a experiência singular pode até contrariar. Esses princípios caracterizam a ciência e ajudam a demarcar os seus limites.

Mill procura mostrar em economia. . . “A natureza do processo pelo qual suas

Mill procura mostrar em economia. . . “A natureza do processo pelo qual suas investigações devem ser conduzidas e suas verdades devem ser alcançadas. ”

Proposições normativas e positivas A ciência descobre as leis que regem os fenômenos independentemente

Proposições normativas e positivas A ciência descobre as leis que regem os fenômenos independentemente de quaisquer finalidades; ela lida com fatos e produz assim uma coleção de verdades, estabelecendo “o que é”. A arte negocia com preceitos, ou regras, e estabelece “o que deve ser”. À maneira de Senior, Mill classifica a matéria da economia como ciência mental, preocupada com motivos humanos e modos de conduta na vida econômica.

O homo oeconomicus Mill lança o conceito de “homem econômico”; ser que existe enquanto

O homo oeconomicus Mill lança o conceito de “homem econômico”; ser que existe enquanto se abstrai dele outras paixões e motivos humanos, exceto o desejo de riqueza e a aversão ao trabalho. Não se supõe que a humanidade, de fato, se comporte assim.

A ciência moral ou psicológica A economia, para Mill, estuda causa isolada para prever

A ciência moral ou psicológica A economia, para Mill, estuda causa isolada para prever e controlar seus efeitos. Assim, as conclusões da economia política são aplicáveis quando impera a causa isolada por ela. A economia é tida como ciência moral ou psicológica que trata dos comportamentos humanos em sociedade orientados pela obtencão de riqueza (entendida como coisas úteis produzidas pelo trabalho). Em sua esfera, os homens são guiados apenas por motivações pecuniárias e predomina nele uma única lei de conduta: a busca de riqueza.

A teoria do homem fictício Mill elabora a teoria de um homem fictício, não

A teoria do homem fictício Mill elabora a teoria de um homem fictício, não tomando o homem tal como ele é. A economia política parte de duas abstrações: a conduta motivada pela busca de renda monetária e a paixão irracional pela reprodução da espécie. A última premissa apoia-se na teoria da população de Malthus e se trata de um segundo impulso de natureza distinta do primeiro.

Qual a natureza do conhecimento na esfera da economia? Nela, não se parte do

Qual a natureza do conhecimento na esfera da economia? Nela, não se parte do singular para o geral, não se emprega o método a posteriori; raciocina-se sobre hipóteses assumidas, pelo uso da introspecção com base na observação do semelhante, combinando indução com raciocínio: é o método a priori. As hipóteses básicas não são derivadas de observações específicas de eventos concretos, mas de premissas psicológicas onde se abstrai os aspectos não econômicos do comportamento humano.

De onde provem os princípios? Os princípios não provêem da indução completa, mas de

De onde provem os princípios? Os princípios não provêem da indução completa, mas de algo mais complexo: a capacidade abstrativa da mente e o poder de transposição mental. Mill trabalha com o método abstrato-dedutivo no qual opera uma lógica da indução baseada na certeza subjetiva que garante a objetividade do conhecimento.

A demarcação científica Mill estabelece uma demarcação, no plano metodológico, entre ciências naturais e

A demarcação científica Mill estabelece uma demarcação, no plano metodológico, entre ciências naturais e sociais, ao falar de uma fonte de saber adicional nas ciências sociais: a compreensão empática. Mill separa as leis da mente das leis da matéria. Estas últimas dizem respeito ao objeto sobre o qual se age e somente podemos apreendê-las pela observação empírica. Já as leis da mente referem-se às propriedades do agente. O objeto apresenta uma identidade com o sujeito cognoscitivo capaz de apreender o objeto por introspecção ou compreensão empática.

Não apenas a conduta, mas também o mundo interior do agente está ao alcance

Não apenas a conduta, mas também o mundo interior do agente está ao alcance da observação científica, por um processo de transposição da vida psíquica entre observador e observado. As leis da economia são originadas por introspecção e empatia. São verdadeiras, mas nem sempre aplicáveis. Por não considerar todas as motivações humanas, as conclusões da ciência econômica são verdadeiras na ausência de causas perturbadoras. Para Mill, estas causas são a única incerteza da economia política. Acredita ele que as causas perturbadoras têm suas leis próprias e que também é possível apreender a natureza e a intensidade do distúrbio de modo a posteriori, somando-se seu efeito ao efeito decorrente da causa geral.

O papel complementar do método a posteriori Tal método permite identificar as causas perturbadoras

O papel complementar do método a posteriori Tal método permite identificar as causas perturbadoras e verificar se as leis que a ciência prescreve são aplicáveis às situações concretas. A contradição entre teoria e eventos reais permite-nos ver em que lugar atuam as causas perturbadoras, onde a cláusula de ceteris paribus fora violada. O método a posteriori serve para verificar verdades e não para descobri-las. A falha na verificação não corresponde a refutação, apenas mostra que a sentença original era insuficiente. O que se imagina ser a exceção de um princípio é sempre princípio distinto. O fenômeno observado é a resultante de uma somatória de forças comandadas por princípios próprios.

Princípios certos, conclusões incertas Em economia, diz Mill, considera-se apenas a busca de riqueza.

Princípios certos, conclusões incertas Em economia, diz Mill, considera-se apenas a busca de riqueza. Ela vai descrever apenas as ações que decorrem deste motivo. Como consequência, leis econômicas somente expressam tendências. Elas determinam o curso exato dos acontecimentos quando não operam impedimentos. Os princípios são certos, mas as conclusões incertas.

O problema da unidade metodológica de Mill Muito se tem investigado sobre a relação

O problema da unidade metodológica de Mill Muito se tem investigado sobre a relação entre a teoria econômica substantiva de Mill e sua visão metodológica. O fato é que os Princípios de Economia Política não contém questões metodológicas e parece mesmo não manter uma unidade metodológica. A metodologia de Mill busca fornecer sustentação ao sistema teórico de Ricardo que se encontrava na época abalado pelo fato de que algumas de suas predições terem sido falsificadas pela evidência empírica disponível nas décadas de 1830 e 1840.

Tentativas de salvar Ricardo As implicações das premissas abstratas de Ricardo dizem que o

Tentativas de salvar Ricardo As implicações das premissas abstratas de Ricardo dizem que o preço dos cereais tende a crescer, ao mesmo tempo em que o lucro do capital declina e os salários permanecem constantes no nível de subsistência. A renda do proprietário das terras cresceria constantemente. Todas as previsões do modelo de Ricardo eram tidas como positivas e testáveis e não apenas hipotéticas. O fracasso da teoria de Ricardo em prever o que se verificou na primeira metade do século XIX foi reconhecido por Mill nos seu Princípios, mas ele tratou de salvar o sistema ricardiano por meio de “estratagemas imunizadores”.

Afinal, qual o período de tempo requerido para que o modelo funcione, isto é,

Afinal, qual o período de tempo requerido para que o modelo funcione, isto é, quando operam as forças de longo prazo? Talvez umas poucas décadas não permitam falsificar as conclusões teóricas, pois é sempre possível presumir que, neste período, predominaram as causas perturbadoras que operam a curto prazo.

Ricardo estava certo? A metodologia de Mill procura explicitar as regras adotadas implicitamente por

Ricardo estava certo? A metodologia de Mill procura explicitar as regras adotadas implicitamente por Ricardo, mostrando desta forma a certeza de sua construção teórica. No entanto, a defesa de Mill não permaneceu, à época, isolada de críticas contundentes. A escola histórica inglesa não poupou críticas à teoria ricardiana e aos escritos filosóficos que procuraram defendê-la.

Cairnes e Senior em defesa de Ricardo. Em 1875, John Elliot Cairnes voltou-se contra

Cairnes e Senior em defesa de Ricardo. Em 1875, John Elliot Cairnes voltou-se contra os críticos de Ricardo. Estando inteiramente convencido da validade das tendências teóricas ricardianas. Cairnes foi mais dogmático que Mill contra o empirismo dos economistas históricos. A economia, diz ele, não é tão somente uma ciência hipotética e dedutiva. Aliás, não há nada de hipotético em suas premissas. Somente essa ciência começa com o conhecimento das causas últimas. A ampla verificação da existência das causas justifica, portanto, elevado grau de confiança em suas conclusões.

As leis econômicas, para Cairnes, só podem ser refutadas mostrando-se que os princípios e

As leis econômicas, para Cairnes, só podem ser refutadas mostrando-se que os princípios e as condições assumidas não existem ou que a tendência que a lei afirma não segue como uma consequência necessária da hipótese. Em Cairnes, o uso do método dedutivo, no lugar do método indutivo-classificatório, é um sinal de maturidade da economia científica.

A estrutura dos Princípios de Economia Política A obra está dividida em cinco partes

A estrutura dos Princípios de Economia Política A obra está dividida em cinco partes ou livros.

O livro I trata de produção, O livro II de distribuição E os livros

O livro I trata de produção, O livro II de distribuição E os livros subsequentes, de troca, progresso da sociedade e governo.

A separação entre produção e distribuição é reforçada por Mill acredita que enquanto leis

A separação entre produção e distribuição é reforçada por Mill acredita que enquanto leis da produção de riqueza têm caráter de verdades físicas, a distribuição da riqueza é. . . “Exclusivamente uma questão de instituições humanas, depende das leis e dos costumes da sociedade. ”

Exemplo de leis da produção apontados por Mill incluem: O fato de a produção

Exemplo de leis da produção apontados por Mill incluem: O fato de a produção ser limitada pela poupança, pelas habilidades, tecnologia, uso de máquinas e cooperação no trabalho; a lei da produção decrescente da terra e a lei em que o gasto improdutivo empobrece a comunidade. Sobre essas leis ele escreve: “As opiniões ou os desejos que possam existir sobre esses diversos assuntos não governam as coisas em si mesmas. ”

Lado da distribuição: No lado da produção, não podemos alterar as propriedades últimas da

Lado da distribuição: No lado da produção, não podemos alterar as propriedades últimas da matéria e da mente, podemos apenas fazer uso delas. No entanto, as normas que regem a distribuição variam bastante. Isto não significa que um estudo objetivo da distribuição não seja possível, pois embora as normas variem de acordo com o tipo de sociedade, uma vez conhecida e fixada as instituições em estudo, as consequências das normas tem o caráter de leis físicas, escreve Mill.

Capítulo inicial dos PEP: No capítulo 1 discute os requisitos para a produção. Diz

Capítulo inicial dos PEP: No capítulo 1 discute os requisitos para a produção. Diz que são dois: o trabalho e a presença de objetos materiais que passam por transformação mediante a atividade humana. A natureza fornece materiais, as energias que cooperam ou substituem o trabalho humano e outras forças naturais como a coesão dos corpos e as reações químicas. Todo o trabalho, em última análise, é feito pela força da natureza. Os homens só precisam colocar os objetos na posição correta. A essência do trabalho humano é movimentar coisas. O agente natural possui valor de mercado na medida em que esteja disponível em quantidade limitada.