INTRODUO MORAL A verdadeira moral zomba da moral

INTRODUÇÃO À MORAL “A verdadeira moral zomba da moral”. (Pascal)

Os valores ü o que são valores? • Os valores são, num primeiro momento, herdados por nós. O mundo cultural é um sistema de significados já estabelecidos por outros, de tal modo que aprendemos desde cedo como nos comportar à mesa, na rua, diante de estranhos, como, quando e quanto falar em determinadas circunstâncias: como andar, correr, brincar; como cobrir o corpo e etc.

A partir da valoração, as pessoas nos recriminam por não termos seguido as formas da boa educação ao não ter cedido lugar à pessoa mais velha; ou nos elogiam por sabermos escolher as cores mais bonitas para a decoração de um ambiente; ou nos admoestam por termos faltado com a verdade.

A A palavra moral vem do latim mos, moris, que significa "maneira de se comportar regulada pelo uso“. Em sentido bem amplo, a moral é o conjunto das regras de conduta admitidas em determinada época ou por um grupo de homens.

Caráter histórico e social da moral “A passagem do reino animal ao reino humano, ou seja, a passagem da natureza à cultura, é produzida pela instauração da lei, por meio da proibição do incesto. É assim que se estabelecem as relações de parentesco e de aliança sobre as quais é construído o mundo humano, que é simbólico”. Lévi-Strauss

O comportamento moral varia de acordo com o tempo e o lugar, conforme as exigências das condições nas quais a sociedade se organiza.

Caráter pessoal da moral A moral, ao mesmo tempo que é o conjunto de regras que determina como deve ser o comportamento dos indivíduos do grupo, é também a livre e consciente aceitação das normas. Isso significa que o ato só é propriamente moral se passar pelo crivo da aceitação pessoal da norma.

Caráter social e pessoal da moral O aspecto social é considerado sob dois pontos de vista. Em primeiro lugar, significa apenas a herança dos valores do grupo, mas, depois de passar pelo crivo da dimensão pessoal, o social readquire a perspectiva humana e madura que destaca a ênfase na intersubjetividade essencial da moral.

Estrutura do ato moral O ato moral é portanto constituído de dois aspectos: § O normativo: são as normas ou regras de ação e os imperativos que enunciam o "dever ser’’. § O fatual: são os atos humanos enquanto se realizam efetivamente. "Cumpra a sua obrigação de estudar"; "Não minta"; "Não mate".

Desejo e vontade É importante não confundir desejo e vontade. O desejo surge em nós com toda a sua força e exige a realização; é algo que se impõe e, portanto, não resulta de escolha. Já a vontade consiste no poder de parada que exercemos diante do desejo. Seguir o impulso do desejo sempre que ele se manifesta é a negação da moral e da possibilidade de qualquer vida em sociedade.

Responsabilidade, dever e liberdade. A complexidade do ato moral está no fato de que ele provoca efeitos não só na pessoa que age, mas naqueles que a cercam e na própria sociedade como um todo. O comportamento moral é consciente, livre e responsável.

O que devo fazer? O imperativo categórico I: "Age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se, através da tua vontade, uma lei universal. " A lei moral é fruto da razão: age moralmente quem é capaz de se autodeterminar. Immanuel Kant O imperativo hipotético: “Se a ação for boa apenas como um meio para atingir uma determinada coisa’’. O imperativo categórico II: “Trate as pessoas como fins em si mesmas. " Autonomia versus heteronomia

“Se te apetece esforçar, esforça-te; se te apetece repousar, repousa; se te apetece fugir, fuja; se te apetece resistir, resista; mas saiba bem o que te apetece, e não recue ante nenhum pretexto, porque o universo se organizará para te dissuadir”. Virtude Um agir virtuoso não é ocasional e fortuito, mas um hábito, fundado no desejo e na capacidade de perseverar no bem. Força – Capacidade. Denuncia a falsa moral (humildade, piedade). E estabelece a moral positiva (conservação da vida e dos seus instintos). Nietzsche

Conclusão Temos que estabelecer uma dialética entre o público e o privado, isso exige aprendizagem e têmpera. É assim que se forja o caráter das pessoas.