Internato em Pediatria HRAS Caso Clnico Hiperplasia congnita

  • Slides: 42
Download presentation
Internato em Pediatria - HRAS Caso Clínico: Hiperplasia congênita da Supra. Renal Marina Barichello

Internato em Pediatria - HRAS Caso Clínico: Hiperplasia congênita da Supra. Renal Marina Barichello Cerqueira Coordenador: Paulo R. Margotto Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)/SES/DF www. paulomargotto. com. br

História do Parto n n n RN de MHN, nasceu no dia 11/09/07 IG:

História do Parto n n n RN de MHN, nasceu no dia 11/09/07 IG: 38 semanas (pela DUM bem datada) Parto cirúrgico sob anestesia geral (DHEG e suspeita de Síndrome HELLP) Bolsa rota no ato, LA claro, apresentação cefálica Chorou ao nascer Apgar: 9/10/10

Exame Físico n n n n PN: 2660 g, PC: 33 cm, Est: 30

Exame Físico n n n n PN: 2660 g, PC: 33 cm, Est: 30 cm AIG Não apresenta fácies sindrômica Evidenciado genitália ambígua e imperfurado Ausência de sopro à ausculta cardíaca Fígado à 2 cm do RCD Diurese + ânus

Dados Maternos n n n n GI PI A 0 Pré Natal: 11 consultas

Dados Maternos n n n n GI PI A 0 Pré Natal: 11 consultas TS: O+ VDRL: NR, Hepatite B e C: NR (1° trim) Toxo: Ig. M– e Ig. G+ (1° e 2° trim) Rubéola Ig. M– e Ig. G+ (1° trim) ITU tratada com ampicilina em 09/08/07 Pré-Eclâmpsia tratada com Metildopa

Evolução n n 12/09/07 Cirurgia para realizar colostomia dupla-boca Sem intercorrências Avaliado pela genética:

Evolução n n 12/09/07 Cirurgia para realizar colostomia dupla-boca Sem intercorrências Avaliado pela genética: colhido cariótipo

Colostomia

Colostomia

Exames n Hemograma e Bioquímica (12/09/07) n n n Leuc: 19. 400 0/2/0/0/1/58/37/20 Plaq:

Exames n Hemograma e Bioquímica (12/09/07) n n n Leuc: 19. 400 0/2/0/0/1/58/37/20 Plaq: 66. 000 HT: 46. 2% Ca: 9, 6 K: 4, 9 Na: 132 Mg: 1, 3 US transfontanela: normal (18/09/07) US renal e pélvica: aparelho urinário de aspecto normal, rim D e E de dimensões normais. Útero e ovários não evidenciados. **Aparelho não apropriado para esse exame

Exames n Cariótipo: XX n 17 -OH progesterona: 1710 ng/d. L (17 – 204)

Exames n Cariótipo: XX n 17 -OH progesterona: 1710 ng/d. L (17 – 204) n Testosterona Total: 112 ng/d. L (< 100) n dehidroespiandrosterona: 7, 7 ng/d. L (0, 3 – 5, 4) n CT abdominal: Aguardamos resultado

Internato em Pediatria – HRAS Sessão Clínica HRAS

Internato em Pediatria – HRAS Sessão Clínica HRAS

Genitália Ambígua Marina Barichello Cerqueira Orientador: Dr. Paulo Margotto

Genitália Ambígua Marina Barichello Cerqueira Orientador: Dr. Paulo Margotto

Introdução n “O bebê que se apresenta com genitália ambígua constitui uma emergência médica”

Introdução n “O bebê que se apresenta com genitália ambígua constitui uma emergência médica” n 1: 4200 RN n Abordagem multidisciplinar

Embriologia n n n A substância organizadora (indutora) dos testículos, sob controle do cromossomo

Embriologia n n n A substância organizadora (indutora) dos testículos, sob controle do cromossomo Y, causa o desenvolvimento de testículos a partir de uma gônada primitiva que, de outra maneira, formaria ovários. Até 8ª semana coexistem o ducto de Wolff e Müller O fator determinante testicular (determinado pelo Y) vai formar as cels de Leydig e Sertoli

Embriologia n Entre a 8ª e 12ª semana: androgênios virilização n Formação do canal

Embriologia n Entre a 8ª e 12ª semana: androgênios virilização n Formação do canal urogenital (orgãos genitais)

Classificação n n Pseudo-hermafroditismo feminino: gônada feminina + caracteres do sexo masculino Pseudo-hermafroditismo masculino:

Classificação n n Pseudo-hermafroditismo feminino: gônada feminina + caracteres do sexo masculino Pseudo-hermafroditismo masculino: gônada masculina + caracteres do sexo feminino Hermafroditismo verdadeiro: ambas as gônadas no mesmo indivíduo com fenótipos variáveis

Classificação n. Distúrbio n n n Disgenesia tubular seminífera (Síndrome de Klinefelter): 47 XXY

Classificação n. Distúrbio n n n Disgenesia tubular seminífera (Síndrome de Klinefelter): 47 XXY Síndrome da disgenesia gonadal (Síndrome de Turner): 45 X 0 Hermafroditismo verdadeiro n. Pseudo n n da diferenciação gonadal: hermafroditismo feminino: Hiperplasia supra-renal congênita virilizante Produção ou ingestão materna de andrógeno;

Classificação n Pseudo hermafroditismo masculino: n Pseudo hermafroditismo "hormonal“ masculino de causa Defeito na

Classificação n Pseudo hermafroditismo masculino: n Pseudo hermafroditismo "hormonal“ masculino de causa Defeito na formação e/ou ação do inibidor mülleriano n Defeito na síntese de testosterona n Defeito na conversão da testosterona em dihidrotestosterona: n n n Forma completa (Testículo feminizante): Sd de Morris Forma incompleta Ingestão materna de estrógenos ou progestacionais n Pseudo-hermafroditismo masculino disgenético n

Classificação n Formas não classificadas de desenvolvimento sexual anormal Em homens: Criptorquidismo n Anorquia

Classificação n Formas não classificadas de desenvolvimento sexual anormal Em homens: Criptorquidismo n Anorquia n Hipospádias n Em mulheres: Ausência do desenvolvimento de útero e trompas n Ausência congênita da vagina n

História Clínica n n Uso de substâncias androgênicas durante a gestação Abortos frequentes cromossomiais?

História Clínica n n Uso de substâncias androgênicas durante a gestação Abortos frequentes cromossomiais? ? n aberrações Morte neonatal sem causa aparente Síndrome adrenogenital ? ?

Exame Físico n n n É essencial a detecção da presença ou ausência de

Exame Físico n n n É essencial a detecção da presença ou ausência de gônadas escrotais inguinais inferiores palpáveis Nesta posição, as gônadas são virtualmente sempre testiculares Genitália ambígua sem testículos na bolsa escrotal Sd Androgenital ? ?

Hiperplasia Congênita da Supra-Renal n A HCSR é um erro inato do metabolismo do

Hiperplasia Congênita da Supra-Renal n A HCSR é um erro inato do metabolismo do cortisol que ocorre por deficiência enzimática (21 -hidroxilase) n Doença autossômica recessiva n 1: 10. 000 a 1: 14. 000 nascimentos n Causa mais frequente de ambiguidade genital e único estado inter-sexual que pode se acompanhar de risco de vida

Síntese dos Hormônios Esteróides Mineralocorticói Glicocorticóides COLESTEROL des Andrógenos DELTA-5 -PREGNENOLONA 17 -Hidroxilase 21

Síntese dos Hormônios Esteróides Mineralocorticói Glicocorticóides COLESTEROL des Andrógenos DELTA-5 -PREGNENOLONA 17 -Hidroxilase 21 -Hidroxilase PROGESTERONA 17 -OH PREGNENOLONA 17 -Hidroxilase 11 -DESOXICORTICOSTERONA (DOC) 11 -Hidroxilase CORTICOSTERONA (Composto B) ALDOSTERONA 17 -OH-PROGESTERONA 21 -Hidroxilase DIHIDROEPIANDROSTERONA 11 -DESOXICORTISOL CORTISONA ANDROSTENODIONA TESTOSTERONA

Hiperplasia Congênita da Supra-Renal n n n No feto masculino a fusão do sulco

Hiperplasia Congênita da Supra-Renal n n n No feto masculino a fusão do sulco urogenital exige a presença da testosterona derivada dos testículos fetais O feto feminino não contém suficiente testosterona para fechar o sulco urogenital, induzindo a abertura vaginal Na HCSR existe uma qtde excessiva de hormônios virilizantes na época da fusão do sulco urogenital e quando o tubérculo pode alongar-se para formar o pênis

Hiperplasia Congênita da Supra-Renal n Sexo feminino: fusão posterior da vagina com cliteromegalia n

Hiperplasia Congênita da Supra-Renal n Sexo feminino: fusão posterior da vagina com cliteromegalia n Sexo masculino: discreta hipertrofia do falus n HSCR não perdedora de sal (2/3) n HSCR perdedora de sal (1/3): perda desidratação, vômitos, anorexia, cianose e dispnéia (10° ao 20° dia Monitorizar!!!) ponderal, arritmia, de vida!!

Diagnóstico n Sexo feminino: n n n Elevados níveis séricos de 17 -hidroxiprogesterona Genitália

Diagnóstico n Sexo feminino: n n n Elevados níveis séricos de 17 -hidroxiprogesterona Genitália interna feminina normal pela ultrasonografia pélvica Cariótipo feminino normal (46 XX). Ultra sonografia da supra-renal: sensibilidade e 100% especificidade Genitograma: cistouretrografia 92%

Diagnóstico n Sódio Potássio n Gasometria: Acidose metabólica n Uréia e creatinina: n PA

Diagnóstico n Sódio Potássio n Gasometria: Acidose metabólica n Uréia e creatinina: n PA n Atividade plasmática da renina: n Hipoglicemia: cortisol

Diagnóstico IDADE 3 -6 dias 1 mês a 2 anos 3 a 4 anos

Diagnóstico IDADE 3 -6 dias 1 mês a 2 anos 3 a 4 anos 5 a 6 anos 7 a 9 anos 10 a 12 anos 13 a 15 anos 16 a 18 anos ATIVIDADE PLASMÁTICA DA RENINA (ng/ml/hora) 11, 6 4, 6 2, 5 1, 4 - 2, 1 1, 6 - 1, 9 1, 2 - 1, 8 1, 1 - 1, 8

Tratamento Na crise de perda de sal. Emergência! Reposição de volume com SF 0,

Tratamento Na crise de perda de sal. Emergência! Reposição de volume com SF 0, 9% n n Hidrocortisona: 10 mg/Kg EV e 5 mg/Kg EV de 4/4 h ou 6/6 h conforme melhora do RN Correção da hipercalemia: Bicarbonato de sódio; *se alterações no ECG gluconato de cálcio (5 a 10 ml de infusão a 10%)

Tratamento n Corticosteróide durante toda a vida!!! Reposição com doses fisiológicas de glicocorticóide Feedback

Tratamento n Corticosteróide durante toda a vida!!! Reposição com doses fisiológicas de glicocorticóide Feedback neg no hipotálamo e adenohipófise CRH e ACTH Normalização da secreção androgênica

Tratamento n n Na infância a droga hidrocortisona. Lactentes: 20 -25 mg/m² Escolares: 10

Tratamento n n Na infância a droga hidrocortisona. Lactentes: 20 -25 mg/m² Escolares: 10 -15 mg/m² de eleição é a Glicocorticóides de ação prolongada quando crescimento completo. Ex: Prednisolona 250% da dose: pela 4 mg/m² Distribuição fisiológica manhã 25% da dose: à tarde 25% da dose: à noite

Tratamento n Mineralocorticóide: para pcte com perda de sal n n n 9 -Alfa-fluorhidrocortisona

Tratamento n Mineralocorticóide: para pcte com perda de sal n n n 9 -Alfa-fluorhidrocortisona VO: 0, 05 -0, 01 mg/dia 1 a 2 vezes ao dia Usar o corticosteróide mineralocorticóide associado ao Devido a elevada atividade da renina plasmática a terapêutica mineralocorticóide (Florinef) associada é necessária para um maior controle, do requerimento de glicocorticóide e melhor crescimento linear

Tratamento n n Em casos de infecção, trauma ou qualquer outro estresse, duplicar ou

Tratamento n n Em casos de infecção, trauma ou qualquer outro estresse, duplicar ou mesmo triplicar a dose do corticosteróide É importante controle de n n Eletrólitos plasmáticos Pressão arterial (hipertensão hiperdosagem) sinal precoce de Cirúrgico: Cliteroplastia, vaginoplastia, correção da hipospádia, criptorquidia

Prognóstico n n n Hiperplasia congênita da supra-renal tem um bom prognóstico, inclusive quanto

Prognóstico n n n Hiperplasia congênita da supra-renal tem um bom prognóstico, inclusive quanto a capacidade reprodutiva Importante aconselhamento heterozigotos para o gene. genético: pais Diagnóstico pré-natal: caso conhecido de irmãos

Diagnóstico pré-natal n n n Irmão com caso primeiro atraso menstrual procurar o Serviço

Diagnóstico pré-natal n n n Irmão com caso primeiro atraso menstrual procurar o Serviço Médico para confirmar a gravidez Dexametasona: 20 a 25 mcg/ kg/dia 2 a 3 vezes ao dia iniciando por volta da 5ª semana de amenorréia Diagnóstico: punção trofoblástica (12 semanas de gravidez) ou a punção do líquido amniótico (a partir da 16ª semana de gravidez).

Referências Bibliográficas n n Margotto, P. Hiperplasia Congênita da Supra. Renal. In: Margotto, P.

Referências Bibliográficas n n Margotto, P. Hiperplasia Congênita da Supra. Renal. In: Margotto, P. Assistência ao Recém Nascido de Risco. 2ª edição. Brasília: 2006 Gadelha, MM. HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA: Revisão e Perfil dos Pacientes do Serviço de Endocrinologia Pediátrica do HRAS/SES/DF. Brasília: 2003

“O médico que tratar da criança com ambiguidade genital deve estar preparado para lidar

“O médico que tratar da criança com ambiguidade genital deve estar preparado para lidar com um problema que varia desde uma emergência médica até o tratamento do paciente e sua família a longo prazo”

Consultem também: n Caso clínico: Hiperplasia congênita da supra-renal Autor(es): Marina Mendes Vasco, Elisa

Consultem também: n Caso clínico: Hiperplasia congênita da supra-renal Autor(es): Marina Mendes Vasco, Elisa de Carvalho

n Hiperplasia adrenal congênita Autor(es): Mariângela Sampaio

n Hiperplasia adrenal congênita Autor(es): Mariângela Sampaio

n Genitália ambígua: é possível a prevenção intra-útero? Autor(es): Gill Guerra (SP)

n Genitália ambígua: é possível a prevenção intra-útero? Autor(es): Gill Guerra (SP)

n Hiperplasia Congênita da Supra-Renal Autor(es): MARIANA DE MELO GADELHA

n Hiperplasia Congênita da Supra-Renal Autor(es): MARIANA DE MELO GADELHA

n HIPERPLASIA CONGENITA DA SUPRA – RENAL Autor(es): Paulo R. Margotto

n HIPERPLASIA CONGENITA DA SUPRA – RENAL Autor(es): Paulo R. Margotto

Obrigada! Dda Marina

Obrigada! Dda Marina