Instrues para o Ministrio de Louvor da IBNVM
Instruções para o Ministério de Louvor da IBNVM Pr. Jofre Macnelli Aragão Costa
Um breve histórico da música na Reforma Protestante • Significou a volta a quatro princípios básicos e fundamentais para a vida e adoração da igreja: sola scriptura (apenas as Escrituras), o solo Christos (apenas Cristo), o sola gratia (apenas a graça) e o sola fide (apenas a fé). • A influência calvinista da reforma propôs uma assepsia do culto romano. Nada de ícones, conjuntos musicais, corais, músicas especiais, apenas congregacional. Segundo Calvino, as músicas deveriam ser simples, puras e compreensíveis para a edificação. A música instrumental só era aceita na época da Lei, devido à infância (espiritual) do povo. • A tradição luterana, apesar da ruptura com a igreja romana, buscou propôs o culto na língua alemã, traduzindo a Bíblia do original hebraico e grego para o alemão. No entanto, o mais significativo de Lutero foi sem dúvida alguma a sua tentativa ousada e bemsucedida de popularizar ao máximo as Escrituras por meio de melodias e letras musicais, adaptando melodias conhecidas alemãs em cânticos cristãos. Transformando assim uma cultura, formando futuramente homens como J. S. Bach.
Um breve histórico da música nas missões e reavivamentos • Foi um período de efervescência missionária evangélica, entre os séculos XVIII e XIX, onde ocorreram os grandes avivamentos. • O movimento pietista, iniciado por Spencer. Este movimento foi popularizado pelos Morávios, sob a liderança de Nikolaus Zinzendorf. A vida simples, de devoção e compromisso com Deus, além de seus hinos que referiam a salvação pessoal e auto-análise perante Deus, influenciou os jovens metodistas João e Charles Wesley. • Os hinos moravianos foram traduzidos e utilizados como instrumento de evangelização mediante os Wesley, os batistas e os presbiterianos. • As músicas enfocavam uma perspectiva individualista e com ênfase celestial. Por muito tempo prevaleceu nas obras missionárias no Brasil entre os séculos XIX e XX. Além das letras os missionários deixaram uma herança negativa de preferências músicas limitadas (as européias), não aceitando de forma alguma as influências nativas do país que estava sendo evangelizado. • O resultado disso é um desprezo à cultura local e uma grande valorização da boa música cristã estrangeira.
A Música: sua procedência e inspiração • Pode possuir três procedências: divina, humana e satânica; • A música é algo de origem divina, pois esta no próprio Deus. Vemos que na coordenação e organização de todo o universo, a música teve uma participação muito importante. Se observarmos a vida de Davi, Hemã, Asafe e Jedutum, veremos o quanto foram inspirados por Deus. Além da inspiração para estes homens escreverem belas poesias de louvor, Deus deu a Davi a sabedoria de inventar instrumentos musicais 1 Cr. 23: 5 (citação de C. S. Lewis do livro os Anéis Mágicos – As Crônicas De Nárnia – O leão canta enquanto Nárnia esta sendo criada). • Quanto à inspiração humana, podemos dizer que ela pode ter um lado puro e inocente. No observar da natureza ou no ardor do amor, os homens podem produzir lindos cânticos, poemas e melodias belíssimas. Segundo Gênesis 4: 21, Jubal foi o pai de todos aqueles que tocam harpas e flautas. • Sem dúvida alguma satanás entende bem de música, segundo Ez. 28: 13 como acreditam alguns estudiosos, este texto alude a Lúcifer, afirmando que a música fora criada com seus instrumentos para ele, outras versões estrangeiras chegam a dizer que “. . . teus tambores e flautas estiveram preparados para ti no dia da tua criação”. (Version de Casiodoro de Rein, 1969). Satanás utiliza-se da música para projetar a: imoralidade (Ex. 32: 25), rebelião (2 Sm. 15: 10), a feitiçaria (Ap. 18: 22, 23).
O que é música Sacra e música profana? • Segundo o texto de Lv. 10: 1 -3, Nadabe e Abiú, filhos de Arão, puseram fogo estranho no altar. Deus não aceitou aquele sacrifício e os consumiu. O motivo estava de aqueles homens oferecerem sem a ordem de Deus e foi algo puramente humano. • Não será o ritmo nem a melodia que definira se a música é profana ou sacra. Quando a procedência desta música vem de Deus não será ritmo ou melodia que a definira como sacra. • Há músicas e melodias que são tocadas em nossas igrejas que são antigas músicas patrióticas, românticas, de rodas escolares, populares européias.
• Devemos examinar os critérios de músicas que tocamos na igreja. De outra forma teríamos de arrancar de nossos hinários. Que critério tomar? Letras inspiradas por quem? A procedência é divina ou não? Certo que tem muitas que não glorificam a Deus temos que refletir com cuidado, oração e moderação, pois pode haver muito de nosso gosto pessoal naquilo que entendemos por sacro ou profano. • Uma outra definição a se ter em questão é o critério que leva em consideração o ponto de vista de a pessoa ser ou não ser consagrada a Deus. • Há muitas vezes que temos feito músicas sacras tornar-se profanas! Pessoas sem compromisso com Deus e sua obra. Instrumentos e vozes executadas por pessoas abençoadas produziram um culto sacro. Enquanto outras ainda não ofereceram suas vidas como louvor a Deus, logo não se verá uma profanação no culto
• À luz das afirmações que já fizemos até agora, e procurando reunir alguns posicionamentos das Escrituras e pela tradição, quero propor uma estrutura teológica para o louvor e adoração da IBNVM que atenda as necessidades urgentes da igreja e a curto e longo prazo desenvolva um ambiente melhor de adoração.
Para isso me baseio nos seguintes princípios: 1. Pela música nos entregamos a Deus. • Conforme o texto de Hb. 13: 15, “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome”. Devemos buscar apresentar a Deus um louvor verdadeiro e sincero que edifique a integridade de nosso louvor. Comunicando com Ele através de seu Filho Jesus. • Nosso louvor expresso a Deus pela música não deve esta preocupado em apresentar sinais exteriores de religiosidade (pois estes até apresentam perigo), como Jesus fala no Sermão da Montanha em Mt. 6: 1 -24, deixando claro que Deus interessa é da sinceridade daqueles que realmente o buscam. • Não existe o melhor lugar e nem o melhor dia, como disse Davi “Louvarei ao Senhor em todo o tempo; o seu louvor estará continuamente na minha boca. ” Salmos 34: 1. O verdadeiro lugar é a vida dos cristãos e não os prédios que muitas vezes atrapalham a verdadeira adoração Jo. 4: 21 -23. O melhor momento é a qualquer hora “Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus. ” 1 Co. 10: 31. • Deus não se importará com o estilo musical das diferentes culturas e raças. Pois como esta em Ap. 7: 9 -10 “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro. . . ” À Deus pertence a língua de cada nação.
2. Pela música nos entregamos aos outros irmãos. • A música é um poderoso meio de comunicação entre os povos. E na igreja é ainda como uma ferramenta eficaz para transmitir a verdade em um ambiente pleno, envolvendo mentes e corações, intelectos e sentimentos, informações e emoções. • Um conselho a respeito disso deixou Paulo em Cl. 3: 16 “ A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao SENHOR com graça em vosso coração. ” • A música favorece uma mensagem que alcance a todas as classes, sem fazer nenhuma desigualdade racial e social. Como ensina a Palavra de Deus devemos oferecer o nosso louvor a Deus transmitindo as pessoas amor, respeito, bondade por meio do ensino e admoestação que este momento proporciona. • Logo é de suma importância o louvor da Igreja ter uma bagagem de conhecimento bíblico que contemple essa realidade. Além de buscarem preservar uma vida de consagração a fim de perceber, ou melhor dizendo, discernir com sensibilidade a realidade da igreja em cada ministração.
3. Pela música nos entregamos ao mundo. • Sem dúvida a música é uma preciosa ferramenta evangelística. Quando as tentativas falham a música tem todo aquele encanto melódico, rítmico e literário de atrair as pessoas à atenção, penetrando em seus corações endurecidos. • Proporciona também uma socialização entre culturas, raças, povos e línguas. Oferecendo uma oportunidade de compartilhar mutuamente daquele momento em louvor e adoração a Deus. De forma que unifica os povos diminuindo as distâncias. • Usando-a no contexto missionário, devemos tomar o exemplo de Lutero que assumiu as expressões da cultura local tornando-as agradáveis a Deus. • Baseando-se no exemplo de Jesus que tornou-se carne e veio habitar entre nós Jo. 1: 12. Esse é também o nosso chamado: a nossa linguagem será a do povo, mas a mensagem virá de Deus.
Alguns cuidados necessários • • Consagração (oração, jejum, leitura bíblica); Comunhão (com Deus e uns com os outros); O cuidado com a Imagem (empatia); Não existe o melhor dia para cultuar! (terça, sábado ou domingo); Carência de conhecimento bíblico; Compromisso com horários; Dificuldades na condução da ministração do louvor; Ausência de um projeto anual;
Consagração • Programar mensalmente um dia de consagração com todo o grupo, podendo ser inclusive no dia de Ceia onde toda a congregação esta reunida; • Podendo ser antes ou depois da EBD; • Comissionar um integrante do grupo para trazer a Palavra (não necessariamente os líderes); • Ter um momento de oração pelo ministério, por cada componente e possíveis dificuldades encontradas nas ministrações a Igreja.
Comunhão • A comunhão com Deus está diretamente ligada a consagração pessoal e ao bom relacionamento com o corpo de Cristo; • Importante desenvolver encontros, passeios, confraternizações, comemorações de aniversário, retiro com o ministério de louvor, etc; • Perceber o ambiente do grupo! Como estão cada um. Estreitar a relação, buscando conhecer mais um ao outro. Por isso é importante valorizar momentos de ensaio.
O cuidado com a Imagem • Por cuidado com a Imagem me refiro a ausência dos membros na vida da Igreja; • Falar o que não se vive é um problema grave!; • Tomar cuidado com a empatia; • Muitas vezes pensamos que por ser um serviço voluntário podemos fazer de qualquer jeito e sem dar satisfação a ninguém;
Não existe um melhor dia para cultuar! • Hoje tem sido um grande problema termos uma estrutura de músicos e cantores que sejam presentes efetivamente nos dias de culto; • Possíveis soluções: fazer de fato uma escala que contemple a necessidade ou agregar outras pessoas para atender a necessidade!
Carência de conhecimento bíblico • Percebo a ausência de conhecimentos primários no que diz respeito ao serviço do louvor; • Aqui não me refiro a questões técnicas, mas ao trato, relacionamento, a ministração em si, a definição e importância do louvor na vida da congregação; • E claro nas pontes feitas na hora de alguma ministração com a Bíblia.
Dificuldades na condução do louvor • Destaco logo que a questão não é apenas os ministros mas também todo o grupo; • A abertura do culto; • O Falar nas ministrações: o que falar Por que falar • A seleção das músicas e a condução até o momento da Palavra; • Nossa postura de adoração na hora do louvor;
Ausência de um regimento e um projeto anual • O regimento é de suma importância pois definirá as regras internas e as diretrizes para receber e avaliar o andamento do ministério; • O projeto tem por base a finalidade do grupo e sua atuação na igreja como ministério, ou seja, sua: missão, visão, projetos evangelisticos e sociais, louvorzão, Seminários, oficinas, Workshop, etc.
Orientações ao ministrar o louvor • Uma pessoa que não adora a Deus não pode levar outros a adorarem; • Deve esta bem preparado; • Não pode esta nervoso e inseguro; • Deve ser uma pessoa sensível ao Espírito Santo; • Deve pensar previamente como deve começar, pensando que o início é muito importante; • Devem incentivar os irmãos à santificação (não somos animadores e nem esquentadores); • Deve facilitar as manifestações simultâneas e espontâneas das pessoas; • Deve cuidar do comportamento da congregação (ser sensível a adoração da igreja);
Últimas orientações • Necessidade de outros dias de ensaio: entre os músicos e com grupo todo; • Erros em notas são percebidas durante o culto por conta das expressões dos próprios músicos; • Definir e agregar um novo componente na mesa de som e para reparos técnicos; • Manutenção e limpeza dos instrumentos e som da igreja;
Perguntas e exercício • • • Escrevam o que vocês entendem que deve melhorar: Pessoalmente em você Com relação ao grupo Com relação a organização do grupo Com relação as condições físicas de aparelhagem e instrumento
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