INSTITUTO DE MEDICINA AEROESPACIAL BRIGADEIRO MDICO ROBERTO TEIXEIRA
INSTITUTO DE MEDICINA AEROESPACIAL BRIGADEIRO MÉDICO ROBERTO TEIXEIRA Jornada de Enfermagem do Hospital de Aeronáutica dos Afonsos O papel da enfermagem na remoção aeroespacial - asa fixa LETICIA LIMA BORGES - 1º Ten ENF
OBJETIVO: • Apresentar e discutir aspectos importantes da atuação da equipe de enfermagem no transporte aeromedico em aeronaves de asa fixa.
Roteiro: • Características da aeronave; • Planejamento da EVAM; • Planejamento do embarque; • Classificações do paciente; • Medidas de Prevenção e Controle de Infecções.
ü Características da aeronave • Melhor forma de configurar; • Falta de infraestrutura; • Qual a apresentação em vôo; • Presença de tomadas domésticas; • Fluxo de ar.
ü Planejamento da EVAM • Equipamentos; • Mochila de EVAM; • Baterias reservas; • Cálculo seguro de oxigênio.
ü Classificação do paciente • Grau de Prioridade: • Refere-se à urgência com que os pacientes deverão ser evacuados com base no seu diagnóstico, prognóstico e as nível de cuidados médicos no seu local de origem; • O sistema de prioridade garante que os pacientes mais graves sejam transferidos por uma EVAM antes daqueles cuja condição é menos séria;
Grau de Prioridade • Prioridade 2 • Prioridade 3 PRECEDÊNCIA ROTINA • Necessita Tto Especializado; • Tto imediato disponível (local); • Suceptíveis a deterioração • Prognóstico: –A NÃO SER QUE NECESSITEM SER EVACUADOS NO MENOR PRAZO POSSÍVEL! –BENEFÍCIO COM EVACUAÇÃO AÉREA; –VOO REGULARES (ROTINA).
• Grau de Dependência: • A avaliação de dependência dos pacientes reconhece a necessidade de remover aqueles tenham sido estabilizados, mas necessitam de cuidados médicos qualificados para que permaneçam estáveis; • Os níveis de dependência dos pacientes é uma valiação da equipe médica local que determinará o número de integranes da equipe médica responsável pela EVAM, as habilidades necessárias e a necessidade de aumentar o número de médicos especializados.
Grau de Dependência dos Pacientes ALTA (1) • Suporte Intensivo; • Ventilação; • PVC; • PIC; • Monitor Cardíaco; • Sob anestesia geral. MÉDIA (2) • Monitorização regular e frequente; • O 2, acesso vascular (1 ou mais), drenos e cateteres; • Condição pode deteriorar em voo. BAIXA (3) • Requer cuidados de enfermagem; • Terapia com O 2 simples, acesso vascular e cateter; • Deterioração em voo não esperada. MÍNIMA (4) • Mínimos cuidados de enfermagem em voo; • Assistência com mobilidade ou funções corporais.
• Classificação do Paciente: Classe 1 - Pacientes neuropsiquiátricos Classe 1 A - Pacientes psiquiátricos graves. Pacientes francamente perturbados e inacessíveis e que necessitam de restrição, sedação e estreita supervisão. Classe 1 B - Pacientes psiquiátricos de gravidade intermediária. Os pacientes que não necessitam de restrição e que não estão mentalmente perturbados no momento atual, mas podem reagir mal à viagem aérea ou cometer atos que podem ameaçar sua própria segurança ou a da aeronave e de seus ocupantes. Estes pacientes precisam de estreita supervisão no voo e podem precisar de sedação. Classe 1 C - Pacientes psiquiátricos brandos. Pacientes que são cooperativos e que mostraram ser confiáveis em observação prévia ao vôo.
Classe 2 - Pacientes de maca (não psiquiátricos) Classe 2 A - Pacientes de maca imóveis. Pacientes incapazes de deslocar-se por conta própria em qualquer circunstância. Classe 2 B - Pacientes de maca móveis. Pacientes capazes de deslocar-se por conta própria em uma emergência. Classe 3 - Pacientes sentados (não psiquiátricos) Classe 3 A - Pacientes sentados, inclusive pessoas com deficiências, que em uma emergência precisariam de ajuda para escapar. Classe 3 B - Pacientes sentados que seriam capazes de escapar sem necessitar de assistência em uma emergência. Classe 4 - Pacientes deambulantes. Pacientes que deambulam, não psiquiátricos, e que são fisicamente capazes de viajar desacompanhados.
Classificação dos Pacientes: CLASSE 1 CLASSE 2 CLASSE 3 CLASSE 4 Neuro-psiquiátrico Paciente em Maca Paciente sentado Paciente caminha (exceto psiquiátrico) 2 A e 2 B 3 A e 3 B 4 1 A, 1 B, 1 C
ü Planejamento do embarque Tríade do Transporte Aeromédico ØPaciente; Ø Tratamento / Destino; Ø Vantagens do Meio Aéreo.
Contraindicações EVAM: Pacientes moribundos ou de prognóstico reservado são de alto risco de complicações; Pacientes vítimas de acidentes QBRN merecem cuidadoso cálculo de risco; e Pacientes infectados, com alto grau de transmissibilidade merecem cuidadoso cálculo de risco. NÃO HÁ CONTRAINDICAÇÃO ABSOLUTA
Avaliação Pré voo Oximetria de pulso: 92%
Grau de Urgência Manual de Regulação Médica das Urgências - Ministério da Saúde - 2006
Informações do paciente importantes no préembarque: • Identificação; • Qual o diagnóstico provável ou definitivo e a data deste diagnóstico; • Quais as lesão e /ou cirurgias; • Grau de prioridade, classificação e dependência do paciente; • Histórico medicamentoso; • Nome do hospital da remoção, localização e números telefônicos de contato do responsável médico no hospital de destino.
Considerações importantes: • Pacientes Classe 1 (Pacientes neuropsiquiátricos), com deficiência auditiva ou visual: Não deverão ser transportados próximo as saídas de emergência da aeronave; • Para cada 5 pacientes sentados na missão será necessário 01 vaga de maca para alguma intercorrência; • Da mesma maneira para cada 5 macas ocupadas será necessário 01 vaga de cadeira (paciente 2 B); • A prioridade de embarque será dos pacientes que estejam deambulando – Pacientes graves entram na aeronave por último;
• Toda EVAM precisa disponibilizar um leito completo para emergência em voo – Leito montado, de preferência, próximo a rampa de acesso; • Classe 2 B - Pacientes de maca capazes de deslocar-se por conta própria em uma emergência devem ser transportados nas macas mais baixas para que alcancem o chão em uma emergência ou possam levantar caso desejem.
C-130 H Model 20 pacientes sentados. Assentos a esquerda 1 a 15 e a direita 1 a 15; 32 pacientes de maca. Estações de 4 macas nas posições “A”, “B”, “E”, “F”, “G”, “H”, “J” e “K”; Posições “O” e “N” vazias
C-105 Amazonas 9 pacientes sentados. Assentos Esquerda 1 a 4 e a Direita 1 a 5; e a 15 pacientes de maca. Estações de 3 macas nas posições “ 2”, “ 3”, “ 4
ü Medidas de Prevenção e Controle de Infecções Precaução Padrão: Devem ser adotadas em TODOS OS PACIENTES independente da suspeita ou não de infecção.
Envolve: • Higienização das mãos; • Uso de EPI de acordo com o tipo de exposição: protetor ocular, máscara, avental e luvas; • Descarte seguro de pérfuro-cortante.
EVAM de pacientes em precaução por aerossóis: • Suspeita ou caso confirmado de doença com transmissão por aerossóis (< 5 μ) Ex: Tuberculose, sarampo, varicela; • Sempre que possível, o transporte aéreo de tais pacientes não deverá ser a primeira opção; • Possibilidade de precaução empírica; • Os pacientes deverão compreender a natureza da sua doença infecciosa e as precauções a serem tomadas durante o transporte aéreo;
• O paciente deverá usar uma máscara cirúrgica durante o transporte; • Em voos longos a descontinuidade no uso do EPI deverá ser considerada e para tanto deve-se observar uma distância mínima de 2 metros do paciente e sempre na direção do fluxo de ar; • Em paciente que estejam em uso ventiladores mecânicos, estes deverão ter um filtro HEPA com filtração do fluxo de ar escape;
• Em aeronaves de asa fixa os pacientes em precaução por aerossóis deverão ser transportados em local de menor fluxo de pessoas e sempre na direção da circulação do fluxo de ar da aeronave; • A locomoção desses pacientes na aeronave deverá ser limitada; • Pacientes na maca deverão permanecer nas estações mais próxima ao chão da aeronave;
• Após o término da missão, todas as saídas e as portas da aeronave deverão ser abertas para que ocorra a ventilação no interior da mesma, porém todos os tripulantes deverão continuar usando máscaras até que a área esteja completamente arejada; • Para a tripulação da cabine de voo em aeronave que tenham o fluxo de ar da frente para trás não será necessário o uso da máscara N 95. • O planejamento pré-voo inclui número suficiente de N 95 para atender os requisitos da missão, incluindo substituições devido a contaminação, danos e o limite de uso da própria máscara;
EVAM de pacientes em precaução por gotículas: • Suspeita ou caso confirmado de doença com transmissão por gotículas (> 5 μ) Ex: meningococo, influenza, etc; • O paciente deverá esta acomodado dentro da aeronave com distância mínima de 1 metro dos demais; • Todos os tripulantes de saúde que forem entrar em contato com o paciente a uma distância menor de um metro deverão utilizar máscara cirúrgica;
• O paciente deverá usar durante todo o voo a máscara cirúrgica; • Em aeronaves de asa fixa tais pacientes deverão ser transportados em local de menor fluxo de pessoas e sempre na direção da circulação do fluxo de ar da aeronave; • O posicionamento de todo material que estiverem na maca de cima do paciente em precaução por gotículas, deverá estar a uma distância mínima de 1 metro pois, via de regra, tudo que estiver a uma distância menor deverá ser considerado contaminado;
IMPORTANTE: • As medidas de precaução baseadas na transmissão (por contato, por gotículas ou por aerossóis) sempre deverão estar associadas as medicas de prevenção padrão. • Todos os casos de pacientes transportados com precauções baseadas na transmissão deverão ser RIGOROSAMENTE IDENTIFICADOS e a unidade para onde o paciente será transferido deverá ser informada com antecedência.
CÁPSULA HERMÉTICA
CÁPSULA HERMÉTICA Funções: As funções da cápsula são de isolar e transportar a vítima usando pressão positiva e pressão negativa. Pressão positiva: Objetiva transportar a vítima, impedindo que a contaminação do ar externo à cápsula entre em seu interior (Paciente imunodeprimido); Pressão negativa: Objetiva transportar a vítima, impedindo que a contaminação da área interna passe para a área externa à cápsula. (Paciente contaminado) OBS: Diminui a circulação de ar em seu interior.
CUIDADOS ESPECÍFICOS COM OS EQUIPAMENTO DE CONFORTO AO PACIENTE • • Os objetos de cuidados ao paciente não deverão ser compartilhados; Comadres e patinhos poderão ser envoltos em um saco plástico e remoção destes sacos deverá ser cuidadosa para evitar contaminação cruzada e contaminação da aeronave;
Legislações pertinentes: • Portaria 2048, de 20 de novembro de 2002, Ministério da Saúde; • Portaria nº 1. 010, de 21 de maio de 2012 redefine as diretrizes para a implantação do serviço de atendimento móvel de urgência; • Resolução COFEN nº 0551 de 2017 - Normatiza a atuação do Enfermeiro no atendimento Pré-Hospitalar Móvel e Inter-Hospitalar em Veículo Aéreo;
"A maioria das pessoas não planeja fracassar, fracassa por não planejar. " (John L. Beckley)
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