INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA SEMINRIO REDISCUTINDO
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA SEMINÁRIO “REDISCUTINDO O RURAL E O URBANO PARA PRODUÇÃO E ANÁLISE DE INFORMAÇÕES ESTATÍSTICAS” DOIS DESAFIOS PARA UM PAÍS GRANDE E EM MUDANÇA MARIA ENCARNAÇÃO BELTRÃO SPOSITO UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
Dois desafios para o debate 1. Relações e contradições entre rural e urbano, campo e cidade 2. A natureza e o conteúdo da dispersão urbana no Brasil
1. Relações e contradições entre rural e urbano, campo e cidade ■ Tendência a diferenciar o espaço urbano do espaço rural, a partir das distinções e oposições entre eles ■ Importância de se mudar esta visão e se jogar mais foco nas relações de complementaridade entre esses dois espaços ■ Desafio de traduzir a discussão conceitual em definições que orientem a coleta e a sistematização de informações
1. Relações e contradições entre rural e urbano, campo e cidade Três precauções ■ Observar mudanças contemporâneas, o que implica em relações entre o mundial, o nacional e o regional. ■ Considerar, entretanto, a longa duração para não tratar o fenomênico como processo e não levar à descontinuidade dos dados censitários. ■ Levar em conta os atributos da cidade e do campo na longa duração 1. 1. 1. 2. Concentração / Dispersão demográfica 1. 3. Diferenciação social Unidade espacial /Extensão espacial
1. Relações e contradições entre rural e urbano, campo e cidade O que é cidade e o que é campo? 1. 1. concentração/dispersão ■ As atividades urbanas necessitam e promovem a concentração, enquanto as atividades rurais exigem a extensão e, às vezes, a dispersão. ■ Não se trata de concentração, apenas, demográfica, mas também de capitais, obras, de objetos, de infraestruturas, de equipamentos, de edificações, de acontecimentos, de ideias, de informações, de valores, de possibilidades. .
1. Relações e contradições entre rural e urbano, campo e cidade O que é cidade e o que é campo? 1. 1. concentração/dispersão ■ A cidade seria, assim, o que o campo não é. ■ Como se trabalha mais com a concentração demográfica, reduzse a compreensão da urbanização ao aumento do número relativo de pessoas que vivem nas cidades ■ Reconhecer uma parcela do território como urbana, porque nela se observam determinados níveis de densidade habitacional, pode ser um ponto de partida, mas nunca o de chegada para a análise.
1. Relações e contradições entre rural e urbano, campo e cidade O que é cidade e o que é campo? 1. 1. concentração/dispersão ■ É um ponto de partida porque é preciso ter algum parâmetro (definição) que, independente das particularidades e até das singularidades, possa orientar o levantamento estatístico da informação. ■ É aceitável, assim, para começar, que se defina como urbana a população que mora nas sedes e distritos urbanos, pois não podemos a cada censo alterar os recortes territoriais e definições que orientam o levantamento de dados (importância da formação de séries históricas).
1. Relações e contradições entre rural e urbano, campo e cidade O que é cidade e o que é campo? 1. 1. concentração/dispersão (primeira aproximação) No caso do atributo concentração estamos, então, reduzidos à concentração demográfica ↓ OPOSIÇÃO CIDADE X CAMPO
1. Relações e contradições entre rural e urbano, campo e cidade O que é cidade e o que é campo? 1. 2. diferenciação social ■ A diferenciação social acompanha a urbanização e origina este processo. ■ Divisão social do trabalho e relações de poder estão na base da constituição de espaços diferentes correspondentes a papéis diferentes. ■ Aqui, então, à cidade corresponde o que é urbano e, ao campo, o que é rural.
1. Relações e contradições entre rural e urbano, campo e cidade O que é cidade e o que é campo? 1. 2. diferenciação social ■ A diferenciação social não é atributo apenas da cidade, mas do campo também. ■ A oposição cidade x campo, cede, do ponto de vista analítico, lugar para o enfoque das relações entre a cidade e o campo.
1. Relações e contradições entre rural e urbano, campo e cidade O que é cidade e o que é campo? 1. 2. diferenciação social (segunda aproximação) No caso do atributo diferenciação social estamos, então, fazendo referência às complementaridades e não é importante ver as diferenças, mas sim compreender papéis e sentidos do que é urbano e do que é rural ↓ RELAÇÕES CIDADE ↔ CAMPO
1. Relações e contradições entre rural e urbano, campo e cidade O que é cidade e o que é campo? 1. 1 concentração + 1. 2. diferenciação social ■ No primeiro caso – concentração – o atributo é tomado em si, comparando e opondo a cidade ao campo e eles podem, assim, ser apenas definidos. ■ No segundo caso – diferenciação social – tem-se a compreensão de um relação ao outro, o foco está assim na dinâmica que os articula e no processo que os origina em cada sociedade e em cada momento da história.
1. Relações e contradições entre rural e urbano, campo e cidade O que é cidade e o que é campo? 1. 1 concentração + 1. 2. diferenciação social Se o fundamental é compreender as diferenças e relações abstratamente e não, apenas, materialmente, é importante que haja uma teoria para se realizar a análise. ↓ Aqui não se trata da definição do que é cidade e do que é campo, mas do conceito de urbano e de rural.
1. Relações e contradições entre rural e urbano, campo e cidade O que é cidade e o que é campo? 3. unidade espacial Historicamente, esta unidade era expressa, no plano territorial, por tecidos urbanos contínuos e, em algumas formações socioespaciais, separados do campo por muros ↓ Morfologia urbana marcada por unidade e integração
1. Relações e contradições entre rural e urbano, campo e cidade O que é cidade e o que é campo? 1. 3. unidade espacial Entretanto. . . ■ O subúrbio aparece quase tão cedo quanto a cidade, desde a Mesopotâmia, passando pela Alta Idade Média e pelo Renascimento (Mumford, Benevolo e Pirenne) ■ Com o desenvolvimento industrial, a extensão da cidade começou a ocorrer e tem relação direta com a passagem do poder do campo para a cidade
1. Relações e contradições entre rural e urbano, campo e cidade O que é cidade e o que é campo? 1. 3. unidade espacial A cidade mantém-se densa e compacta, porque a mobilidade espacial dos homens era pequena Morfologia integrada Fisionomia urbana definida ↓ DISTINÇÃO CIDADE ≠ CAMPO E hoje o que temos?
2. A natureza e o conteúdo da dispersão urbana O que é cidade e o que é campo? 4. A partir das descontinuidades urbanas Continuum cidade/campo ↓ Cidade e campo articuladas funcionalmente, ligadas por transportes e comunicações e amalgamadas no plano das formas espaciais ↓ ESPAÇOS RURAIS / URBANOS
2. A natureza e o conteúdo da dispersão urbana Por que podemos falar em espaços rurais / urbanos? A) Interesses fundiários e imobiliários que levam a cidade para fora dela ↓ Transformação contínua de terra rural em terra urbana (real ou potencial)
2. A natureza e o conteúdo da dispersão urbana Por que podemos falar em espaços rurais / urbanos? B) Ampliação das formas de transporte e comunicação (sistema BIP – bens, informações e pessoas) = Aumento da mobilidade e da conectividade ↓ Integração espacial seletiva com descontinuidade territorial
2. A natureza e o conteúdo da dispersão urbana Por que podemos falar em espaços rurais / urbanos? C) O ritmo das mudanças, ou seja, a prevalência delas sobre as permanências ↓ Urbanização difusa Cidade dispersa
2. A natureza e o conteúdo da dispersão urbana ■ Brasipolis (www. fct. unesp. br/brasipolis) ■ Morfologia dos aglomerados urbanos + ■ População por setores censitários e distritos
2. A natureza e o conteúdo da dispersão urbana 2. 1. Extensão da dispersão urbana Comparações internacionais com o aglomerado de São Paulo (2010) Mesma escala geográfica
2. A natureza e o conteúdo da dispersão urbana 2. 1. Extensão da dispersão urbana Comparações internacionais com o aglomerado do Rio de Janeiro (2010) Mesma escala geografica
2. A natureza e o conteúdo da dispersão urbana 2. 3. Configuração da dispersão urbana Comparações internacionais: dois aglomerados urbanos de porte médio (2010) Leiria Presidente Prudente 183 977 hab. 200 741 hab. 218 km² 53 km² 844 hab. /km² 3788 hab. /km² Mesma escala geografica
2. A natureza e o conteúdo da dispersão urbana 2. 4. Intensidade da dispersão urbana
2. A natureza e o conteúdo da dispersão urbana 2. 4. Intensidade da dispersão urbana Presidente Prudente Ribeirão Preto
2. A natureza e o conteúdo da dispersão urbana 2. 5. Dispersão e densidade
2. A natureza e o conteúdo da dispersão urbana 2. 5. Dispersão e densidade
2. A natureza e o conteúdo da dispersão urbana 2. 5. Dispersão e densidade
2. A natureza e o conteúdo da dispersão urbana 2. 5. Dispersão e densidade A evolução dos aglomerados urbanos paulistas dos anos 1960/80 até 2010
2. A natureza e o conteúdo da dispersão urbana 2. 5. Dispersão e densidade A evolução dos aglomerados urbanos paulistas dos anos 1960/80 até 2010
2. A natureza e o conteúdo da dispersão urbana As particularidades da dispersão no Brasil Densificação geral do território mais cidades e mais uso agrícola da área rural Densidade do território Densidade urbana Evolução da população e da área urbanizada evolução da densidade urbana Declínio da crescimento demográfico dos aglomerados urbanos Articulação e Urbanização do leste/sul Dispersão urbana geral a densificação sobreposição entre o rural e o urbano Urbanização do oeste/norte do país Dispersão relacionada a expansão da macrometrópole
OBRIGADA beltrao. sposito@unesp. br
- Slides: 33