Ideologia e comunicao O conceito marxista Conceito de
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Ideologia e comunicação O conceito marxista
Conceito de ideologia • Na visão de Marx, os seres humanos fazem a história mas não têm consciência disso. • Um exemplo: a pobreza deve ser explicada pelas relações sociais e econômicas, e não pela vontade de Deus ou apenas pela vontade individual. • “Os pobres são assim porque querem”.
• Isso ocorre porque há alienação. • Ou seja, desconhecimento das condições histórico-sociais concretas em que vivemos, produzidas pela ação humana também sob o peso de outras condições históricas anteriores e determinadas. •
• Há uma dupla alienação: • 1) as pessoas não se reconhecem como agentes e autores da vida social com suas instituições; • 2) as pessoas se julgam plenamente livres, capazes de mudar suas vidas individuais. • No primeiro caso, não percebem que instituem a sociedade: • no segundo caso, ignoram que a sociedade instituída determina seus pensamentos e ações.
• Podemos falar em três grandes formas de alienação na sociedade moderna ou capitalista: • 1) A alienação social, na qual os humanos não se reconhecem como produtores das instituições sociopolíticas. Não há preocupação com o outro (alienus). • 2) A alienação econômica, na qual os produtores não se reconhecem nos objetos produzidos por seu trabalho. Os trabalhadores são reduzidos a coisas, são reificados ou desumanizados. • Ex. : construtor – prédio. • As mercadorias deixam de ser percebidas como produtos do trabalho e passam a ser vistas como bens em si e por si mesmas (como a propaganda as mostra e oferece). As mercadorias são um outro, que não o trabalhador. •
• 3) A alienação intelectual, resultante da separação social entre trabalho material (que produz mercadorias) e trabalho intelectual (que produz ideias). • Os intelectuais alienam-se de três formas: • a) esquecem que suas ideias estão ligadas às opiniões da classe a que pertencem, isto é, a classe dominante. Imaginam que suas ideias são universais; • Citar Edward Said e “representações do intelectual”; • b) esquecem que as ideias são produzidas por eles para explicar a realidade e passam a crer que elas são a própria realidade; • c) passam a acreditar que as ideias se produzem umas às outras, são causas e efeitos umas das outras e que somos apenas receptáculos delas ou instrumentos delas.
• As três grandes formas da alienação (social, econômica e intelectual) são a causa do surgimento, da implantação e do fortalecimento da ideologia. • A ideologia capitalista força a diferença entre as classes, o olhar diferente sobre o outro, o consumismo.
• A alienação social se exprime numa “teoria” do conhecimento espontânea, formando o senso comum da sociedade. • Por seu intermédio, são imaginadas explicações e justificativas para a realidade tal como é diretamente percebida e vivida. • Ex. : A suposta inferioridade dos judeus para justificar a “solução final”. • A função principal da ideologia é ocultar e dissimular as divisões sociais e políticas, dar-lhes a aparência de indivisão e de diferenças naturais entre os seres
• A produção ideológica da ilusão social tem como finalidade fazer com que todas as classes sociais aceitem as condições em que vivem, julgando-as naturais, normais, corretas, justas, sem pretender transformálas ou conhecê-las realmente, sem levar em conta que há uma contradição profunda entre as condições reais em que vivemos e as ideias.
• Como procede a ideologia para obter esse fantástico resultado? • Em primeiro lugar, opera por inversão, isto é, coloca os efeitos no lugar das causas e transforma estas últimas em efeitos. • Ela opera como o inconsciente: este fabrica imagens e sintomas; aquela fabrica ideias e falsas causalidades.
• A segunda maneira de operar da ideologia é a produção do imaginário social, através da imaginação reprodutora. • A ideologia transforma-se num conjunto coerente, lógico e sistemático de ideias que funcionam em dois registros: como representações da realidade e como normas e regras de conduta e comportamento. • Representações, normas e valores formam um tecido de imagens que explicam toda a realidade e prescrevem para toda a sociedade o que ela deve e como deve pensar, falar, sentir e agir.
• A ideologia é semelhante ao inconsciente freudiano pelo seguinte: • 1) adotamos crenças, opiniões, ideias sem saber de onde vieram; • 2) ideologia e inconsciente operam através do imaginário (as representações e regras saídas da experiência imediata) e do silêncio, realizando-se indiretamente perante a consciência. • Inconsciente e ideologia não são deliberações voluntárias. O inconsciente precisa de imagens, substitutos, sonhos, lapsos, atos falhos, sintomas, sublimação para manifestar-se e, ao mesmo tempo, esconder-se da consciência. • A ideologia precisa das ideias-imagens, da inversão de causas e efeitos, do silêncio para manifestar os interesses da classe dominante e escondê-los como interesse de uma única classe social.
• Leia a seguir um texto da revista Veja sobre os sem-terra. • Veja o documentário sobre violência contra os sem-terra.
• Bandoleiros do MST são recebidos por Carvalho e Gleisi: eis um governo sem agenda e sem pauta. Ou: O verdadeiro latifúndio improdutivo • O crescimento da economia dos últimos anos e a expansão dos programas de transferência de renda do governo federal e de governos estaduais fizeram o MST diminuir de tamanho. Nem poderia ser diferente. Há muitos anos o Brasil não tem um “problema de terra”. Os sem-terra, como escreveu a revista Primeira Leitura há alguns anos, não existem! Existem, sim, trabalhadores urbanos eventualmente desempregados em razão da baixa qualificação da mão-de-obra. São um problema, que requer políticas públicas, mas de outra natureza. Como João Pedro Stedile vê minguar o seu aparelho, então é hora de radicalizar e dar ordem ao “movimento” para sair invadindo tudo por aí, promovendo também uma “Marcha Sobre Brasília”, a exemplo do que se viu ontem. Tanto melhor se encontra pela frente um governo leniente com a ilegalidade. Serei mais preciso: tanto melhor se encontra pela frente um governo sem agenda, capaz de, na prática, incentivar os bandoleiros. • • Por Reinaldo Azevedo
• O MST voltou a invadir uma fazenda da Cutrale, no interior de São Paulo, que ficou conhecida no mundo inteiro por ter sido depredada por esses leninistas de meia-tigela, alimentados com dinheiro público. Pés de laranja foram arrancados; equipamentos da fazenda, roubados; funcionários, ameaçados. Foram todos inocentados. Ora, “inocentes” como esses emessetistas fazem o quê? Reincidem no crime. Se a Justiça diz, na prática, que é permitido invadir, depredar e ameaçar, então que se invada, se deprede e se ameace! Ontem, os valentes também decidiram ocupar uma área do Ministério da Fazenda. E o que aconteceu com eles?
• Atenção! O objeto de análise deste post nem é o enésimo crime impune cometido pelo MST e a cumplicidade dos petistas. Infelizmente, estamos todos acostumados a isso. O meu ponto é outro. Ontem, deixaram de lado os seus afazeres para se encontrar com os chantagistas do MST ninguém menos do que o secretáriogeral da Presidência, Gilberto Carvalho, e a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Tento de novo: dois dos ministros mais importantes, extensões da própria presidente da República, não tinham nada de mais urgente e relevante a fazer do que atender meia-dúzia de bandoleiros, que se impõem pela força bruta. • Onde estavam o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, e o presidente do Incra, Celso Lisboa Lacerda? Digamos que existisse mesmo uma questão agrária urgente no país — vamos fazer de conta —, não é com esses dois que deveriam se encontrar as lideranças do MST? Mas quê… O coração do governo, o seu núcleo, teve de parar para ouvir as “reivindicações”. Isso tem nome, meus caros!
• Já escrevi aqui há alguns dias e repito: isso a que se tem chamado “esforço moralizador” de Dilma acaba sendo uma espécie de tábua de salvação. Enquanto promove a degola de ministros e de funcionários pegos com a boa na botija, ela granjeia simpatias e um noticiário favorável (Lula a ajuda ao tentar proteger tudo quanto é safardana!), o que é compreensível. Quem pode ser contra a demissão de um larápio? Mas esse tipo de notícia também serve para escamotear o fato de que o governo está parado. Quer o quê? Para onde vai? Qual é o rumo? Qual e, em suma, a “agenda”? Inexiste! Só por isso Carvalho e Gleisi podem perder tempo com chantagistas tão barulhentos quanto irrelevantes. • Pensando bem, para eles, a bagunça do MST é uma espécie de solução. Não fossem os crimes cometidos pela turma de Stedile, a que ambos estariam se dedicando? Estariam cuidando de quais projetos estratégicos, de longo prazo?
• Aqui e ali se lê que Dilma não quer mais demitir ninguém. Resolveu “tranqüilizar” a base, consta, mandando dizer que o período da degola terminou. Se é assim, também se vai o encanto de seu governo. Sem a demissão de corruptos, como aquecer o coração da galera? • E, claro, é preciso dizer, por mais óbvio que seja: pessoas que afrontam a lei de modo claro, determinado, organizado não podem ser recebidas em palácio como se fossem interlocutores do jogo democrático. Ao fim do encontro, diga-se, os “líderes” do movimento anunciaram novas ilegalidades. Faz sentido. Carvalho e Gleisi, sem nada de mais importante para fazer, como resta provado, deram à turma a maior força. Dado o conjunto da obra, tornaram-se promotores do crime. • A desocupação é a morada do capeta. A verdade insofismável é que o governo Dilma, por enquanto, é um grande latifúndio improdutivo, cultivando alguns canteiros de moral aqui e ali.
• Bibliografia • CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, p. 172 -5. • MARX, Karl. A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo.
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