Histria da Msica III CMU 350 Mdulo VII

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História da Música III CMU 350 Módulo VII O madrigal Prof. Diósnio Machado Neto

História da Música III CMU 350 Módulo VII O madrigal Prof. Diósnio Machado Neto

Aspectos literários • Gênero literário por excelência – O estudo do madrigal deve considerar-se

Aspectos literários • Gênero literário por excelência – O estudo do madrigal deve considerar-se dentro da ótica da evolução do material literário. • Exigência por uma melhor qualidade dos textos – A frotolla levou a uma certa decadência literária – Ressurge o interesse por Petrarca e Dante • Madrigal do século XVI – Canzone com 1 estrofe – Não há um número de versos definidos, mas sim de sílabas por verso. No entanto, pode ocorrer o uso de formas estabelecidas tal como a canzoni, o soneto, a sestine e a ballata. • Na prática, o madrigal deveria ter de 6 a 16 sílabas. O mais comum é o de 10, sendo que os dois úlrimos apresentam paralelismos – Principais fontes poéticas • • • Francesco Petrarca (1303 -1374) Pietro Bembo (1470 -1547) Jacopo Sannazaro (1457 -1530) Ludovico Ariosto (1474 -1533) Torquato Tasso (1544 -1595) Giovanni Guarini (1538 -1612) – O tema literário do madrigal começa com o amor erótico ou suplicante pelo amor de uma “madonna”. No entando, com o passar dos tempos, passa a temas filosóficos, morais e descritivos. • Culto à mulher

Evolução • Origem na frotolla – O novo Madrigal não conserva nada do madrigal

Evolução • Origem na frotolla – O novo Madrigal não conserva nada do madrigal do século XIV. – Existe uma clara transição da frotolla para o madrigal • Uso severo de estruturas poéticas = madrigal • Uso livre = villanesca • Textura mais polifônica – O madrigal, em seu princípio, era uma “canzone” com a polifonia parecida com o motete (seções imitativas) • Baixo a influência dos compositores franco-flamengo afasta-se cada vez mais da homofonia adotando o estilo da imitação. – Coincide com a veiculação, na Itália, de antologias de chansons franceses. • Etapas da evolução – A princípio se parece com a chanson – Abandona a forma estritamente estrófica – Adoção gradativa da imitação • • Influência flamenga Imitação intrincada que valoriza todas as vozes Preserva a técnica vertical das frotollas Realça o conteúdo das letras pelo domínio do discurso melódico – Entre 1520 e 1550 eram a quatro vozes, mais tarde o comum era cinco vozes mas pode´mos encontrar madrigais com até dez vozes.

Chanson - Madrigal

Chanson - Madrigal

Princípios do madrigal • As principais características do Madrigal são: – Música pensada para

Princípios do madrigal • As principais características do Madrigal são: – Música pensada para interagir com um texto de qualidade • Na chanson a música existia a partir de um texto. – Música reservata. • Eram gestos ou motivos melódicos que tentavam apoiar a idéia poética musicalmente. – Os sons onomatopéicos fizeram grande sucesso nesse gênero. – Essa é a principal diferença com a canção: enquanto o madrigal se aferra na idéia literária, a Chanson se prende à versificação, à estrutura dos versos. – Essa elevação da significação musical, a declamação cuidada do texto do madrigal leva a chanson ao declínio. • O discurso semântico dependia do domínio do uso de cromatismos – Cipriano de Rore, Gesualdo, Monteverdi etc – Liberdade formal • Forma anti-estrófica: uma mesma música não poderia suprir as necessidades de textos diferentes. • Forma depende mais do significado do poema do que de uma estrutura fixa – No Madrigal não há voz preponderante. – Escrita polifônica imitativa, ausência de cantus firmus, ausência de parte instrumental obrigatória, mas liberdade para usá-las. • Combina textura polifônica com a de acordes (silábica) – Caráter íntimo. • Um cantor por voz • A princípio só vozes masculinas

Música Reservata • Desde um princípio, os compositores de madrigais buscaram dar ao texto

Música Reservata • Desde um princípio, os compositores de madrigais buscaram dar ao texto literário uma expressividade musical que o interpretasse. • A brusca passagem de um acorde de Do M para Sib M caracteriza a preocupação com a dramaticidade da declamação do texto (meu caro tesouro).

O cromatismo • A evolução da escrita madrigalesca mede-se pelo desenvolvimento técnico do uso

O cromatismo • A evolução da escrita madrigalesca mede-se pelo desenvolvimento técnico do uso dos efeitos cromático. – Constanzo Festa, Cipriano de Rore e Willaert – uso mais constrito – Orlando de Lassus, Luca Marenzo e principalmente Gesualdo – uso sistemático do cromatismo como efeito dramático

Importantes compositores de madrigais • O madrigal foi o mais importante gênero profano da

Importantes compositores de madrigais • O madrigal foi o mais importante gênero profano da música italiana. Sua evolução pode-se considerar em três etapas – Transição da frotolla – Utilização de progressões harmônicas inusitadas – Livre cromatismo • 1ª fase – Verdelot, Constanzo Festa e Arcadelt – Verdelot • Imitação em oitavas, quartas e quintas • Cadências sincronizadas – Festa • Animação rítmica onde a semínima substitui o tradicional movimento por mínimas – Influência da villanesca – Conhecido como madrigal “a note nere” – Arcadelt • Influência da Chanson – Passagens polifônicas mescladas com textura de acordes

2ª fase – Rore, Willaert • Willaert – A evolução está no uso de

2ª fase – Rore, Willaert • Willaert – A evolução está no uso de progressões de sextas e terceiras paralelas, tal qual o fauxbourdon. • Tais progressões abrem caminho para experimentos harmônicos mais ousados. • Rore – Aluno de Willaert. • Preocupação maior com as mudanças de atmosferas – O madrigal assume um caráter mais dramático – A música passa a depender cada vez mais das necessidades expressivas da poesia – Uso contido do cromatismo

3ª fase • Orlando di Lasso (Roland de Lassus) (1532 -94) – Um dos

3ª fase • Orlando di Lasso (Roland de Lassus) (1532 -94) – Um dos mais versáteis compositores do Renascimento: compõe madrigais, chansons, lieder e todo os gêneros de música sagrada, inclusive motetes (mais de 1000), 53 Missas, Paixões etc. • Cantor do Imperador Maximilliano e do Papa – Inova pelo dramatismo e experimentação harmônico. • • • Emprego do contraponto imitativo da tradição franco-flamenga. Emprego dos efeitos cromáticos e busca pelo afeto, dos madrigalistas italianos Emprego dos efeitos policorais da escola veneziana (Gabrielis) Usa técnicas tanto do lied alemão como da canção francesa. Luca Marenzio (1553 -90) – Ficou conhecido como o mais Doce Cisne da Itália • Compôs 17 livros de madrigais, principalmente para 5 vozes. – Mestre do contraponto imitativo e homofonia, mas usa a técnica imitativa menos do que seus contemporâneos - põe mais ênfase no alinhamento vertical. – Freqüentemente usa cromatismo. • Ficou conhecido pelo seu estilo expressivo, dramático, na qual a busca do afeto é proeminente

Gesualdo • Carlo Gesualdo (1560 -1613) – Príncipe Venosa, pequeno principado do sul da

Gesualdo • Carlo Gesualdo (1560 -1613) – Príncipe Venosa, pequeno principado do sul da Itália • Ganha notoriedade por ter assassinato a sua primeira esposa. • Passa a residir na corte de Ferrara – Em Ferrara, foi influenciado por Luzzasco Luzzaschi e seu gosto pelo cembalo enarmônico de Nicola Vicentino. • Vicentino (1511 -1576), pelo estudo da música grega (inclusive o enarmônico microtons), projeta um instrumento capaz de tocar microtons • Escreve um tratado “A antiga música adaptada às práticas modernas”, onde encoraja os compositores para a experimentação – Gesualdo absorve um estilo altamente cromático. • Esses cromatismos eram conhecidos pelo nome de “colorismo”. Isto influencia Gesualdo para harmonias cromáticas incomuns e modulações súbitas. – Discurso musical sugere improvisação • Frases geralmente pequenas • Uso de textura homofônica com variação motívica; raramente usa seções imitativas extensas. • Mudanças abruptas de tempo e modo