Histria da Msica III CMU 350 Mdulo II
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História da Música III CMU 350 Módulo II Fundamentos da era barroca Prof. Diósnio Machado Neto
A transição entre dois mundos clássicos • O barroco intercala o humanismo do século XVI e o iluminismo do século XVIII – O termo barroco foi cunhado na metade do século XVIII (ao redor 1750) pelo viajante o Charles du Brosses. • – – • Ele reclamou que um edifício em Roma tinha tantos filigrana ornamentados que mais parecia um talher do que um edifício de importância arquitetônica. A palavra barroco é portuguesa e denomina uma espécie de concha, cuja característica sinuosa se tornou símbolo para descrever a era. O termo assumiu uma conotação negativa mais tarde, significando uma coisa exagerada e/ou grotesca Características das artes – Sentido da fantasia e da ilusão nas artes • – Os palácios monumentais • – Céus pintados nas abóbadas e fantásticas composições paisagísticas. Valorização do paisagismo Valorização da simbologia e da grandiloqüência
Arquitetura
Rubens (1577 – 1640)
Ouro Preto
Contexto socioeconômico • A Europa vivia um processo de transição desencadeado por transformações religiosas e geopolíticas. – A religiosa é marcada pela Contra-Reforma - ações sistemáticas que visavam preservar o Império Sacro Católico Romano-Germânico. • A Contra-Reforma estimulou a criação de uma arte exuberante que desse o sentido de reafirmar o poder e a autoridade. • Esse sentido foi absorvido, também, pelas monarquias absolutistas que se firmavam na Europa (França, Espanha e Portugal, após 1641). • • Deslocamento das bases econômicas do Mediterrâneo para os países do Atlântico, mais organizados comercialmente. Época marcada por uma grande aceleração do pensamento racional (científico), caudatário do humanismo. – Redimensionamento da relação do homem com a natureza. • O método científico e a classificação das ciências – Descoberta das leis básicas do movimento e de fenômenos naturais como a circulação sanguínea. • Galileu Galilei comprova a teoria heliocêntrica de Copérnico (século XVI); contraia a de Ptolomeu. • Estudos de mecânica – estudo das oscilações pendulares e suas leis; da coesão dos sólidos; do movimento uniforme, acelerado e uniformemente acelerado; e da forma parabólica das trajetórias percorrida pelos projéteis • Kepler – teorias astronômicas (atração entre os planetas) – Lei das Áreas. Estudos fundamentais para a ótica; Newton – teoria do movimento e da gravidade; o racionalismo cartesiano e o empirismo inglês (o ato de duvidar –cogito- X a experiência sensível) • Leibniz e Spinoza – Nova postura diante Deus
Música • O termo passa a ter significado musical após 1920 • Influência do racionalismo – – – Simbolismo numérico Harmonia funcional (relação hierárquica entre os acordes) Sistematização das estruturas formais Nova concepção da tradição contrapontística Afinação temperada por uma divisão matemática pouco natural • Os elementos axiomáticos da "revolução barroca" são: – policoralidade, stile concertato, baixo contínuo, recitativos, representação de afetos, valoração dramática das dissonâncias e intervalos. . . assim como efeitos teatrais. • Retorno a especulações sobra a Harmonia das esferas – Predominância da música prática sem obstruir uma volta à música speculativa • Investigações no campo da astronomia e acústica ( • Leibniz – na música predomina os aspectos matemáticos, porém a experiência estético-sensorial permite que ela seja classificada entre as belas artes.
Renascimento X Barroco • O Barroco pode ser definido como uma época de exuberância de forma e expressão entre dois períodos clássicos – O público começa a jogar um papel decisivo. • Surgimento da ópera bufa – Surgem os gêneros e formas que se projetaram para os séculos seguintes: a ópera, a cantata, a sonata, o oratório, a sinfonia e o concerto • Busca da expressão – Adaptação à função dramática, – Primado da parte melódica e do baixo, distinguindo-se por sua continuidade. • Preponderância da voz superior, que decretou a decadência do processo contrapontístico. – Relações concertantes entre vozes e instrumentos – Nova concepção de dissonância, marcada por uma noção vertical da música onde o acorde seria a célula construtiva básica, ao contrário da linha horizontal da polifonia modal • Necessidade de um baixo contínuo para apoiar as partes concertantes. • A dissonância passa a ter um papel fundamental na expressão dramática, era ela que dava os sentidos da descrição dos afetos.
A ruptura • Em 1605, Monteverdi distingue duas práticas musicais – Disserta sobre o problema no Livro V de madrigais – Prima Prattica - recorrente ao estilo antigo (polifonia do século XVI), codificado por teóricos como Zarlino e Artusi. Nessa prática a música dominava o texto. – Seconda Prattica - recorrente ao estilo onde o texto domina a música. A ênfase estava na representação emocional do texto - até mesmo se isso significasse que as regras musicais tivessem que ser quebradas, por ex. , dissonâncias não preparadas. • Afirmação da seconda prattica – Principal preocupação dos compositores da primeira fase • Entenda-se: a partir de Monteverdi no sentido da preponderância da representação (era o teatro com a cena a base da especulação de Monteverdi) – Desenvolvimento equilibrado dos gêneros musicais vocais (ópera e cantata), instrumentais e religiosos (missa, oratório e corais). • O Barroco se torna, assim, o primeiro período onde existem duas práticas vigentes.
Teorias sobre as fases da era barroca: Bukofzer e a divisão tripla • Primeiro Barroco – Nascimento do melodrama • Monodia acompanhada – melodrama do grupo de Bardi (Peri, Caccini e Cavalieri) – Baixo contínuo – Stile rappresentativo – drama em música. Princípio está no recitativo • stile concitato – mover o espírito – preocupação com a expressividade da música – Textura musical • Anticontrapontístico • Pré-tonalidade • Segunda Fase (Barroco Médio); estabelecimento pleno da seconda prattica – Desenvolvimento dos gêneros dramáticos (ópera) e da música instrumental (sonata e concerto) • Desenvolvimento do binômio recitativo-ária – Afirmação do estilo harmônico-homófono, sendo o expoente a sonata. – Tonalidade rudimentar (concentração nas relações de T – D) • Barroco Tardio – – Consolidação das grandes formas: concerto, oratório, mas principalmente da ópera. A harmonia funcional deu condições de sustentar grandes estruturas formais. Retorno da textura contrapontística, com orientação harmônica Tonalidade plena (Rameau, Vivaldi, Bach e Haendel)
Divisão dupla • A diferença somente está em desconsiderar o período onde se desenvolve o Recitar Cantando, entre 1597 (representação de Dafne de Jacopo Peri) e 1607 (representação de Orfeu de Monteverdi) como um período distinto. • Alto Barroco – – – Consolidação da seconda prattica Desenvolvimento da estrutura dramática Teoria dos Afetos O binômio recitativo-ária Valorização da música instrumental Padronização de gêneros especificamente instrumentais (ricercare, canzona e prelúdios) – Reconhecimento das possibilidades de mover os afetos (desenvolvido nos pensamentos de Zarlino – ainda no Renascimento -, Descartes e Leibniz principalmente) • Baixo Barroco (1675 -1750) – Surgimento da ópera bufa – Pleno desenvolvimento das formas instrumentais (sonata e concerto) – Linguagem tonal plenamente desenvolvida (harmonia seqüencial e melodia em expansão)
Tábua cronológica