Histria da Msica II Mdulo IV A escola

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História da Música II Módulo IV A escola flamenga e o desenvolvimento da técnica

História da Música II Módulo IV A escola flamenga e o desenvolvimento da técnica imitativa Ockeghem - Obrecht – Josquin Prof. Diósnio Machado Neto

Uma era eclética – 1450 a 1480 • Vários estilos de composição – Um

Uma era eclética – 1450 a 1480 • Vários estilos de composição – Um mesmo compositor poderia compor missa por pares de movimentos unificados; missa cíclica através do cantus firmus; ou incorporar toda a textura polifônica de uma chanson ou fundir materiais existentes • Modelo clássico de missa cíclica: Se la face ay pale • Modelo de manipulação do cantus firmus: Misa Spiritus almus, de Piero Domarto – Modificação do pé métrico do cantus

Missas • A composição de missas avança o século XV através de vários modelos

Missas • A composição de missas avança o século XV através de vários modelos de tratamento formal, usado às vezes por um mesmo compositor – Missa Choralis ou Missa de Cantochão • Cada movimento do Ordinário usa um cantochão próprio tomado do Graduale. • O uso do cantochão trazia uma preocupação litúrgica e não um sentido de unidade – Missa Motto ou Missa paráfrase • Os inícios de cada movimento deveriam ter uma melodia (motivo) recorrente, “motto”, usualmente estava no “triple”. Conseguia-se uma parcial unidade. – Missas originales ou sine nomine • todo o material é original do compositor

O gosto pela complexidade: a abstração do cantus firmus • Na última metade do

O gosto pela complexidade: a abstração do cantus firmus • Na última metade do século XV, as composições tornam-se um exercício de abstração: – Principais representantes são Ockghem (mestrede-capela da corte francesa) e Busnoy (da corte borgonhesa) • Artifícios diversos para a manipulação do cantus firmus – Desenvolve-se o gosto pela complexidade, representada no nível técnico que alcança o contraponto (conhecido como a arte dos flamengos)

Modelos de abstração do cantus firmus • Cantus firmus préexistente – Tratamento contrapontístico –

Modelos de abstração do cantus firmus • Cantus firmus préexistente – Tratamento contrapontístico – Liberdade de organização • Pés métricos • Libertação da voz tenor • Paródia – Incorporação não mais da melodia, mas de toda a malha polifônica

Busnoy e a missa L’homme armé • Busnoy ao que tudo indica foi o

Busnoy e a missa L’homme armé • Busnoy ao que tudo indica foi o primeiro a utilizar a melodia – Inúmeros compositores usaram-a como cantus firmus, entre eles Ockeghem e Obrecht • Ao que tudo indica a melodia é uma homenagem/referência a Ordem “Toison d’Or” (Orde van het Gulden Vlies) – Fundada em 1429, a Ordem teve como missão retomar Constantinopla, invadidad pelos Otomanos em 1452 • Busnoy manipula a melodia de diversas formas – Contraponto invertido (Agnus Dei) com aumentação – Uso de cânones, alguns ocultos • Segmentação interna das seções da melodia (ABA) – Secciona o B em várias partes – A própria dimensão das seções correspondiam as relações harmônica pitagóricas

Primeira fase - Ockeghem • As missas de Ockeghem (1420 – 1497) – Técnica

Primeira fase - Ockeghem • As missas de Ockeghem (1420 – 1497) – Técnica da missa de cantus firmus • Utilização tradicional do cantus firmus (Missa L’homme armé), ou seja, restrita à uma voz. • Tratamento mais ornamentado do CF • Técnica da parafrase – Tendência à padronização do pé métrico das vozes. – Tratamento imitativo – obras tardias • As chansons de Ockeghem já apresenta uma forte tendência à imitação. • Primeira fase: a imitação, sem embargo, não exerce nenhuma influência sobre a estrutura básica da composição; o que não acontece, posteriormente, no estilo de Obrecht e Josquin. • Fase tardia: Missa prolationum – – Não tem CF O uso do canon (imitação) outorga à missa uma unidade estilística Uso de pés métricos diferentes entre as vozes (as quatro prolações de Vitry) Canon duplo S-A / T-B

Artifício e Complexidade: melodia e textura • Uso de diversos recursos possibilitados pelo desenvolvimento

Artifício e Complexidade: melodia e textura • Uso de diversos recursos possibilitados pelo desenvolvimento da arte contrapontística – Cânones ocultos – Imitações estritas • Estruturas formais e harmônicas – Desenvolvimento de uma consciência das regras da proporção • Uso de divisões pitagóricas – Até mesmo na definição de melodias • Numerologia – Construções de melodias baseadas em relações numéricas místicas (cabala, por ex. ) » Melodias baseadas no cálculo gemátrico: Arte do simbolismo dos números, oriundos da cultura semita e que constituíram a representação mística da hasrmonia do universo, para os Judeus. 1 simboliza Deus; 2 os homens; 3 a totalidade etc • O máximo exemplo da complexidade contrapontística do século XV: A Missa Prolationum, de Ockeghem • Melodias de cantus firmus múltiplos – Missa Clemens et benigna

Missa Prolationum Ockeghem

Missa Prolationum Ockeghem

A complexidade formal • Obras que se utilizavam de chansons profanas – Missa Fors

A complexidade formal • Obras que se utilizavam de chansons profanas – Missa Fors Seulement, de Ockeghem • Baseada no rondeau de mesmo nome • O domínio técnico do cantus firmus – Utiliza três formas distintas: • Usa o tenor da chanson como cantus firmus • Usa todas as vozes da chanson sucessivamente • Usa todas as vozes simultaneamente • A idéia de imitatio – A re-elaboração de obras pode se vincular a idéia de imitatio como princípio de estilo e rigor cerimonial da arte

O estilo de Ockegehem • Textura e tonalidade (modo) – Por vezes usa cinco

O estilo de Ockegehem • Textura e tonalidade (modo) – Por vezes usa cinco vozes, ampliando a textura típica de Dufay, de quatro vozes • Menor espacialização das vozes – Dufay deixava claro a preponderância do superius na condução melódica • Ockeghem e a continuidade melódica – Dufay constroi melodias por arcos (limites claros) com motivos bem definidos. – As melodias de Ockeghem não definem pontos de cesura dando a sensação de melodia contínua (cadências são diluídas)

Evolução da técnica imitativa Ockeghem a Obrecht • Ockeghem – Imitação usada ocasionalmente •

Evolução da técnica imitativa Ockeghem a Obrecht • Ockeghem – Imitação usada ocasionalmente • Missa Caput – Insiste ainda na isorritmia • Cânones – Regra, lei – Várias fórmula • Inversão • Retrogrado ou cancrizante • Mensuração (Missa Prolationum) • – Aumentação – Diminuição Combinação • Obrecht – Imitação sistemática – Uso de Cantus Firmus

Missa Caput - Obrecht Imitação sistemática

Missa Caput - Obrecht Imitação sistemática

A Chanson e o contraponto imitativo • Forma típica francesa – Ampliação da pequena

A Chanson e o contraponto imitativo • Forma típica francesa – Ampliação da pequena Chanson borgonhesa de Dufay – A sua predileção nasce da necessidade de uma forma de expressão mais simples do que os motetes do século anterior. – A princípio era escrita a três vozes (Dufay), mas nas mãos dos compositores flamengos (Ockeghem, Obrecht e Des Prez) passaram a quatro vozes. • A escrita a quatro vozes evolui da libertação do tenor religioso. • A utilização dos textos profanos, ademais, permite uma nova estruturação da prosódia, como acontecerá com a chanson. Nela a estruturação prosódica será marcada, também, pela metrificação apoiada nas cadências. Assim ela também evolui em relação ao uso das formas fixas francesas do século XIV. – O contraponto imitativo é a principal característica • A princípio envolvia apenas o superius e o tenor, mais tarde toda a malha polifônica. – A popularidade das chanson levaram a inúmeras transcrições e suas melodias foram fontes inesgotáveis paras as missas cantus firmus.

Chanson Faulte d’argent Josquin

Chanson Faulte d’argent Josquin

Josquin des Prez • O mais celebrado músico de sua época – Nasceu ca.

Josquin des Prez • O mais celebrado músico de sua época – Nasceu ca. 1440, provavelmente na França. Faleceu em 1521 – Aluno de Ockeghem (1420 -1497) e contemporâneo de Obrecht (14521505). Alcançou grande prestígio em vida, era considerado um músico sem igual – Cantor da Catedral de Milão – Mestre-de-capela da corte de Ferrara – Suas composições foram amplamente publicadas • 18 missas, 100 motetes e 70 chansons

A consolidação da técnica imitativa • A técnica de imitação de Josquin – Josquin

A consolidação da técnica imitativa • A técnica de imitação de Josquin – Josquin estabelece pontos de imitação aonde as entradas vão se sucedendo em cada voz. Seus antecessores, como Ockeghem, por exemplo, não utiliza dita técnica – O desenvolvimento da própria técnica do contraponto o permitiu costurar as vozes sem o uso de imitação. • Motetes – É o mais progressivo gênero de Josquin – Nesse gênero é onde Josquin desenvolve a sua textura imitativa – Cada frase dá um motivo próprio, apresentada em cada voz por imitação, seguida de uma cadência e a repetição do processo.

Missas e chansons • Missa de imitação – O modelo escolhido deixa de ser

Missas e chansons • Missa de imitação – O modelo escolhido deixa de ser uma linha melódica para ser a própria malha polifônica • Combinação de motivos – Substitui a missa cantus-firmus • Chanson – Estabelece-se apoiado na tendência à verticalidade; no desenvolvimento do contraponto imitativo, tentando não cruzar as vozes. – Influência da música popular italiana – Frotola (canção relativamente simples de textura homofônica); • homorritmia; estrutura homofônica que faziam o texto mais compreensível – reação contra o estilo melismático de Ockeghem. • Música Reservata – Manifestação algo inicial da descrição de afetos. Antecipa, assim os princípios da musica reservata - reflexão do texto por uso de cromatismo, ornamentos e contrastes de ritmo e textura.

Chanson Mille regretz Josquin

Chanson Mille regretz Josquin