Histria da Msica II CMU 349 Mdulo 1

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História da Música II CMU 349 Módulo 1 Século XIV Guillame de Machaut e

História da Música II CMU 349 Módulo 1 Século XIV Guillame de Machaut e o “Trecento” italiano Prof. Diósnio Machado Neto

Guillame de Machaut ca. 1300 - 1377 • Poeta e músico – Trabalha nas

Guillame de Machaut ca. 1300 - 1377 • Poeta e músico – Trabalha nas cortes imperiais • Desde 1723 é secretário do Duque de Luxemburgo, Rei da Boemia. • Realiza diversas viagens pela Europa • É nomeado cônego da Catedral de Reims, em 1340 – Vasta produção poética – A mais importante produção musical da Idade Média • Copiou suas obras em manuscritos independentes e ordenados por gêneros. • Escreveu 23 motetes, 18 lais, 100 canções e uma missa • Motetes – – – Mais longo em relação aos do século XIII Os textos são basicamente seculares Introdução de um contra-tenor. Complexidade rítmica Pan-isorritmia – significa que cada voz segue uma estrutura isorrítmica própria Uso da técnica do hocketus • Essa técnica consistia em fragmentar a melodia nas diversas vozes da malha polifônica

Motete de Machaut

Motete de Machaut

Formes Fixes • Formas literárias fechadas, onde a estrutura musical é construída na relação

Formes Fixes • Formas literárias fechadas, onde a estrutura musical é construída na relação entre as estrofes e a música. – O aspecto mais importante é que formas seculares passam a serem tratadas com técnicas até então exclusivas da música religiosa, como a polifonia. Secularização da música. – São conhecidas também como Cantilenas ou canção de discanto • Estruturam-se basicamente em uma voz superior cantada e de 1 a 3 vozes instrumentais acompanhantes – A base é a voz de tenor com a de discanto (melodia da canção) – Formas de estribilho • As mais comuns são a Ballade, o Rondeau e o Virelai. Sem embargo, as Lais e as Estampies (instrumental) são bastante usadas.

Balladèe, Virelai, Rondeau. . . • Virelai – É uma forma monofônica secular também

Balladèe, Virelai, Rondeau. . . • Virelai – É uma forma monofônica secular também conhecida como chanson balladée. Estrutura estrófica com refrões. • Balladèe – Em Machaut, a forma era formada de três estrofes, sendo que o último verso de cada estrofe era um estribilho. • A estrutura é a mesma da Chanson: AAB. • A origem da Balladèe como do Virelai está nas canções monódicas adaptadas à polifonia. • Destinavam ao contra-tenor e ao tenor partes instrumentais, deixando à voz mais aguda o texto (princípio da chanson). O estribilho ou o refrão poderia ser em outro pé métrico. • Lai – Estrutura semelhante às seqüências, posteriormente desenvolvida por Machaut: AA'-B-B'-C-C'. . . -A. • São formadas por doze estrofes, na qual a primeira e a última têm a mesma música. As demais se regem com distintas melodias. • Estampie – Outro gênero do repertório de Machaut, que aproveita o pé métrico Troqueo (-U). • É um gênero tipicamente instrumental.

Balladèe dupla

Balladèe dupla

Música religiosa • A “Messe du Notre-Dame” de Machaut • Novo sentido de estruturação

Música religiosa • A “Messe du Notre-Dame” de Machaut • Novo sentido de estruturação que contraria o hábito do século XIII • Arranjo polifônico do ordinário • Nos séculos XII e XIII o interesse era principalmente sobre os textos do Próprio. • Nessa época não havia um sentido orgânico estabelecido entre as partes do ordinário. A cláusula de substituição é um forte exemplo disso. • Agrupavam-se livremente as partes da missa. Machaut subverteu esse costume compondo uma obra integral. • Amplas proporções • Textura à quatro vozes • Sentido de unidade musical • Unidade modal com o foco em certas notas que dão unidade, mais do que unidade temática • Unidade de estilo • Cada movimento tem seu próprio cantus firmus • Surgimento de campos semânticos – Et incarnatus est – seqüência mais lenta

Secularização da arte • • A produção sacra de Machaut era pequena, Landini não

Secularização da arte • • A produção sacra de Machaut era pequena, Landini não compôs nada no Gênero. • A Igreja começava a ver com maus olhos a crescente complexidade polifônica. Sentido de uma secularização incômoda A bula de João XXII • Crise da teologia musical • 1322 - bula do papa João XXII que condena a Ars Nova ou qualquer posição "moderna" sobre a música. • A questão fundamental era conceber a música de forma totalmente distinta da ars antiqua. Não era só "medir" o tempo, mas substituir os antigos cantos com as músicas de um novo sentir. A bula afirma que a nova prática é um desrespeito aos princípios do Antifonário e do Gradual. • • • As razões da música cada vez se tornam menos teológicas, cosmológicas e moralistas para voltar-se para si mesma, para os problemas de sua técnica. A postura de Muris se volta mais para os postulados da filosofia grega-alexandrina (música tem atuação na moral e efeito terapêutico). A música daria mais prazer do que seria útil (princípio de Aristóteteles). Tal postura está de acordo com os problemas da nova música, que entram no cerne da discussão da elaboração da música, da distribuição complexa dos ritmos e da relação polifônica das vozes. As dificuldades técnicas da ars nova é apenas um subterfúgio dos partidários da ars antiqua, o problema essencial, como pode-se subtrair do tratado de Jacobo de Lieja é a música voltar-se para si mesma. • Fuga do âmbito dos teóricos para os práticos. • Uma das críticas contra a ars nova é a de que ela utiliza harmonias longe da natureza.

Trecento italiano • A ars nova é um movimento genuinamente francês que migrou para

Trecento italiano • A ars nova é um movimento genuinamente francês que migrou para a Itália • Entre França e Itália existiam diferenças socioeconômicas-culturais importantes para a assimilação da Ars Nova • França – sistema monárquico centralizado • Itália – cidades estados • Polifonia fazia parte de um ambiente profano. Maior respeito pela bula papal de João XXII • Polifonia tinha um sentido de diversão doméstica • A improvisação era a característica principal da músicas sacra italiana polifônica. • Principais centros • Bologna, Pádua, Modena, Perugia e, principalmente, Florença.

Formas Literária Fechadas • Na Itália prevaleceram três gêneros • • Madrigal • •

Formas Literária Fechadas • Na Itália prevaleceram três gêneros • • Madrigal • • • Poemas estróficos. Topicos: idílico, pastoral, satírico e amoroso. Madrigal compunha-se de duas a três estrofes de três versos cada. No final das estrofes havia um par de versos que se chamava ritornello. As estrofes rinham todas a mesma música. Somente o ritornello tinha música diferente, ascentuada pela mudança de pé métrico; geralmente de binário para ternário. Caccia • • • Madrigal, Caccia e a Ballata Perseguição. Isso justifica o sentido canônico. Forma poética irregular que poderia ter ritornellos. Geralmente descrevia uma caçada ou cenas de grande movimentação Uso da técnica do hoquetos, assim como de onomatopéias Cânones • • • Os compositores do século XIV não utilizavam procedimentos distintos, ou seja, escreviam integralmente em cânones ou o evitavam por completo. Cânone era um gênero típico da música de entretenimento doméstico. A imitação só se generaliza no século XV.

 • Balatta • Desenvolveram-se após o madrigal e a caccia • A princípio

• Balatta • Desenvolveram-se após o madrigal e a caccia • A princípio a Ballata era a designação de uma cantiga monofônica com refrões corais, usadas em danças. • Assim como na França, continua sendo uma canção acompanhada, mas sua forma literária é completamente diferente da balladèe francesa. Sua forma peculiar, desenvolvida por Francesco Landini é Abba. A. Ou seja o estribilho é o primeiro verso • Estrofe de sete versos iniciada e terminada por um refrão de três versos (ripresa). • 1 2 3 (ripresa) 4 5 6 7 8 9 10 (estrofe) 1 2 3 (ripresa) • Os dois primeiros pares de verso (4 -5 e 6 -7) tem a mesma música, enquanto os três últimos versos (8 -9 -10) tem música igual a do refrão (1 -2 -3). • Forma: Abba. A • A transição entre o refrão e a estrofe era marcada, na música de Landini, por cadências fortes. Tais cadências posteriormente ganharam o seu nome, cadência Landini.

A influência da música francesa no Trecento italiano e a criação de um estilo

A influência da música francesa no Trecento italiano e a criação de um estilo internacional • No final do século XIV começa um movimento dos compositores italianos a escreverem suas canções com textos e formas francesas § Os compositores da Borgonha, França, Inglaterra e mais tarde da Espanha, migram para a Itália. Está em andamento a criação de um estilo internacional § As festas tornam-se marcos para a produção musical. § Os casamentos dos príncipes, as entradas, a chegada de uma autoridade, como um bispo, são pontos referenciais para a produção musical. § A Itália é a principal sede na ostentação desses luxos. Esse é um dos motivos que ela exerce forte atração nos principais músicos dos quatrocentos. Suas cinco principais repúblicas - Roma pontifical, Nápoles, Milão, Florença e Veneza - empregam os grandes talentos da época. Estas festas desenvolvem-se dentro de um espírito de representação teatral; que será muito importante para o desenvolvimento da futura ópera. § Os principais compositores virão do Flandres -região onde o Duque de Vlaanderen formou um reino; ocupava parte do Noroeste francês, Bélgica e Holanda. A esse se dão o nome de Borgonheses. Os Flamengos, também vêem da Borgonha para a Itália.