Histria da Cultura e das Artes A Cultura
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História da Cultura e das Artes A Cultura do Cinema As Artes da Primeira Metade do século XX
Futurismo
Futurismo � O Futurismo nasceu em Itália, em 1909 com a publicação do Manifesto Futurista, de Marinetti saído do jornal francês Le Figaro. � Segundo esse manifesto, o Futurismo é uma nova poética que combatia qualquer forma de arte ligada à tradição artística. � Faz a apologia da civilização industrial e da vida moderna – das máquinas, das fábricas, dos novos meios de transporte, da velocidade e da cidade moderna. . .
Futurismo � O Manifesto dos Pintores Futuristas escrito por Marinetti surgiu em 1910 e foi subscrito por vários pintores, lançando as linhas gerais do Futurismo nas artes plásticas. � Assim, o Futurismo assumia-se como um movimento de rebelião activa e de afirmação das novas energias da existência. � A estética futurista recorreu a: �Decomposição das formas por meio de linhas quebradas em ângulo agudo, dinâmico, por linhas curvas e sinuosas.
Futurismo – Características estéticas e formais � Exploraram a simultaneidade e a interpenetração de planos obtendo efeitos de multiplicidade de formas e movimentação no tempo, tal como, nas sequências fílmicas. � Usaram linhas angulares atravessam a tela; e espiraladas que � Aplicaram cores muito contrastadas e violentas que exprimem emoções fortes como a força, a acção e a velocidade. � Valorizaram a cor e a luz.
Futurismo - fases � No Futurismo temporais: é possível distinguir três fases � 1ª - 1909 – 1918 – Formação e definição do movimento em Itália e a sua divulgação no resto da Europa; � 2ª 1918 – 1944 – Alargamento do movimento a outras actividades plásticas como o design industrial, o estilismo e o cinema. Mussolini aproveitou os ideais dinâmicos e revolucionários do Futurismo para propaganda do seu regime.
Futurismo � 3ª fase – 1947 – 1950 – restringiu-se à França onde houve uma tentativa de restabelecer o movimento após a Segunda Guerra Mundial. � Do Futurismo surgiram dois movimentos: �Orfismo; �Secção de Ouro.
Carlo Carrá, Simultaneamente Mulher e Varanda, 1912 Pintores do Futurismo: Umberto Boccioni (1882 -1916), pintor e escultor da sensação dinâmica Giacomo Balla (1881 -1958), o mais abstracto de todos Carlo Carrá (1881 -1958), o mais próximo do cubismo Gino Severini (1883 -1966), muito ligado às sensações de dinamismo e movimento
Giacomo Balla, Menina a correr na varanda, 1912, óleo sobre tela Balla desmultiplicou a forma para, à maneira das sequências dos filmes, conseguir transmitir a sensação de movimento; ao mesmo tempo contrapôs as diversas posições da menina a correr com o plano do gradeamento da varanda.
Boccioni, Formas únicas em Continuidade no Espaço, 1913, bronze, 111, 4 x 88, 6 x 40 cm Desdobrando os planos das formas, como sendo vistos em diferentes enfoques e posições, o artista conseguiu imprimir a noção de dinamismo e movimento a esta escultura de um homem que anda.
Surrealismo � O Surrealismo surgiu a partir do Dadaísmo. � O Surrealismo foi sobretudo um movimento de ideias que se estendeu a vários campos de actividade. � Iniciou-se em França, por volta de 1919, expandindo-se rapidamente por toda a Europa e pela América, levado pelos artistas aí refugiados durante a Segunda Guerra Mundial. � O nome a este movimento foi atribuído pelo poeta Apollinaire que, em 1917, utilizou o termo pela primeira vez aquando da representação do bailado Parade, de Eric Satie, levado à cena pelos Ballets Russes, em Paris.
Surrealismo
O Surrealismo � O Surrealismo surgiu como reacção à civilização e cultura ocidentais. � Defendeu valores irracionalidade. como os da liberdade e � Aplicou os ensinamentos de Sigmund Freud e da psicanálise e esteve ligado às ideias de “esquerda”. �O Surrealismo pode ser caracterizado pelo afastamento das normas e convenções, usando a transgressão de modo repetido.
Surrealismo � Influências: �Romantismo; �Simbolismo; �De Chirico e a sua pintura metafísica. � As obras do Surrealismo eram executadas à margem da razão sem quaisquer preocupações estéticas. � A associação de ideias era feita sem a procura de sentido e desencadeada livremente. � As técnicas usada punham em prática o “automatismo psíquico”.
Surrealismo - técnicas � O Surrealismo utilizou técnicas implementadas no Dadaísmo. � Técnicas utilizadas: �Colagem �o frottage (desenho de uma mancha de cor sobre uma superfície texturada) �assemblage (composição artística a partir de retalhos de madeira e de tecidos), �dripping �decalcomania (estampagem de desenhos com a mão).
Surrealismo - temas � Temas: �Erotismo; �Sonho; � As temáticas tinham como objectivo revelar as forças ocultas do inconsciente. � Privilegiaram o mundo da magia.
René Magritte, Golconda, 1953, óleo sobre tela
Salvador Dalí, A persistência da memória, 1931, óleo sobre tela
Arte e função: arquitectura e design Art Déco Escola de Bauhaus Estilo Internacional
Art Déco � No período entre as duas guerras surgiu um estilo que abrangeu a arquitectura, a decoração de interiores, o design de objectos, o cinema, a publicidade, a moda – o designado Art Déco. � Este estilo aderiu e utilizou os novos materiais e os processos industriais de produção. � Influências: �Movimento Artes e Ofícios de William Morris; �Arte Nova; �Arte africana; �Futurismo; �Cubismo
Art Déco � Assumiu-se como um estilo decorativo numa época em que se condenava o ornamento. � Numa época marcada desde loucos anos 20 até à crise causada pela Grande Depressão e, incluindo a ascensão dos regimes autóritários que deram origem à Segunda Guerra Mundial, a Art Déco foi alegre e leve em algumas realizações e austera noutras. � A Art Déco surge na Exposição de Artes Decorativas e Industriais, em Paris expandindo-se por toda a Europa e pelos Estados Unidos.
Art Déco � A Art Déco retirou a sua inspiração da natureza animal, do corpo feminino e das formas geométricoabstractas. � O desenho era estilizado, associado a um colorido vivo, contrastado e a dourados sumptuosos. � Estas características estão expressas no design industrial de objectos utilitários: �Mobiliário; �louças; �Rádios.
Art Déco � Na arquitectura, os edifícios tinham várias funções. �Cinemas; �Teatros; �Fábricas; �Arranha-céus; �Moradias familiares e na decoração de interiores. � Características da arquitectura da Art Déco: �Horizontalidade; �Simplicidade da estrutura e da fachada; �Volumes bem definidos, com superfícies planas e rectilíneas com curvas de traçado geométrico; �A decoração que por vezes recorre à cor é contida e a sua localização muito precisa (puxadores, fechos de portas, pequenos frisos).
Art Déco � A Art Déco teve um fulgor durante os anos 20 que levaria a um súbito desaparecimento no final dos anos 30 do século XX.
George Coufs, Cinema Odéon, 1937, Woolwich, Inglaterra
Escola de Bauhaus
Bauhaus � Em 1919, surge na Alemanha, em Weimar, a Escola de Bauhaus “Casa em Construção” – uma escola de artes que propunha a integração entre as artes aplicadas e as Belas Artes valorizando o design industrial. � A Escola de Bauhaus foi fundada pelo arquitecto alemão Walter Gropius, sendo o seu primeiro director. � Esta escola resultou da fusão de dois projectos similares: �Escola de Artes e Ofícios de Weimar; �Escola Superior de Artes Aplicadas.
Bauhaus � O projecto de Gropius pretendia criar um programa que fosse inovador e permitisse a interacção entre a teoria e a prática para estimular a liberdade de criação. �O programa seria executado por um grupo de professores, escolhidos entre mestres-artesãos, operários e artistas plásticos. � A Bauhaus teve um papel importante na formação de novos artistas e na renovação da pesquisa plástica. � A Bauhaus desenvolveu as artes plásticas, as artes decorativas, o teatro e a arquitectura, a partir de 1924 quando escola muda-se para Dessau.
Bauhaus � O período de Dessau, entre 1924 -1930, foi o mais fecundo e próspero. � Os critérios eram mais racionalistas e funcionais, defendendo a actualização tecnológica, visando uma colaboração com a industria e uma intervenção mais directa na sociedade. � Este foi o período de mais desenvolvimento do design devido a estes aspectos: �Qualidade do desenho; �Materiais inovadores (ex. plástico) �Boa relação forma/função
Karl Jucker e W. Wagentel, Candeeiro de Mesa em Vidro e Metal, 1923 -24.
Bauhaus � Neste período criou-se o Departamento de Arquitectura da Bauhaus (1927) que seguiu os critérios de Walter Gropius, um dos impulsionadores do Movimento Moderno na arquitectura. � O edifício projectado por Walter Gropius para a sede da escola de Bauhaus foi considerado o mais racionalista de toda a arquitectura alemã. � Gropius abandonou a Bauhaus em 1928, passando a preocupar-se mais com as questões da habitação urbana moderna. Com a instalação do Nazismo Gropius refugia-se nos Estados Unidos em 1937.
Walter Gropius, Escola da Bauhaus, 1925 -1926, Dessau, Alemanha Um edifício adaptado para as diferentes vertentes artísticas com um teatro, um auditório, diversos estúdios e oficinas.
Bauhaus � A direcção da Bauhaus passou a ser ocupada por Hannes Meyer e depois Ludwig Mies van der Rohe (1886 -1969), no período em que a escola esteve em Berlim. � Juntamente com Walter Gropius, Mies van der Rohe foi um dos principais intervenientes do Movimento Moderno na arquitectura. �A Bauhaus passa a produzir uma arquitectura racionalista e estruturalista. � A arquitectura baseava-se em soluções tecnológicas avançadas e em materiais modernos.
Bauhaus � A arquitectura explora novas noções espaciais onde sobressai a simplicidade formal e estrutural, tanto em interiores como em exteriores. � Após o encerramento da Bauhaus, em 1933, pelos nazis, Mies Van der Rohe iria contribuir bastante para o desenvolvimento do Estilo Internacional.
Estilo Internacional
Estilo Internacional � Após 1918, começou a destacar-se na arquitectura europeia Charles-Édouard Jeanneret conhecido como Le Corbusier. (1887 -1965) � Norteado pelo racionalismo funcionalista, propôs a aliança entre a arquitectura e indústria para elaborar construções que correspondessem de forma racional e técnica aos problemas da sociedade do seu tempo. � Le Corbusier defendeu uma arquitectura prática: �Construções mais baratas; �Garantia da qualidade dos materiais
Estilo Internacional � Le Corbusier tinha grandes preocupações com as habitações colectivas nas grandes cidades. � Le Corbusier estudou os hábitos de vida e os comportamentos nas grandes cidades de modo a projectar habitações económicas e acessíveis à grande maioria das pessoas. � Le Corbusier estipulou padrões de conforto, salubridade e funcionalidade nas suas habitações.
Estilo Internacional � Le Corbusier definiu as habitações como “máquinas para viver”. � A Casa Dom-Ino, datada de 1914, foi a primeira construção na qual Le Corbusier definiu os princípios da sua arquitectura: �Construções apoiadas em pilares que eram colocados livremente em relação à planta; �Tectos planos aproveitados para terraços e jardins; �Fachadas de composição livre; �Plantas de andar totalmente livre: �Janelas colocadas em longas faixas horizontais.
Estilo Internacional � Entre as obras de Le Corbusier também contam-se: �Moradias unifamiliares; �Prédios de habitação social; �Pavilhões para exposição. � Obras de Le Corbusier: �Villa Sabóia, em Poissy (1929) �Pavilhão do Espírito Novo (1925) �Unidade de Habitação de Marselha (1947 -53) � Após a Segunda Guerra Mundial, Le Corbusier passou a interessar-se por construções mais expressivas, com o uso de betão em superfícies exteriores de aparência inacabada ou aspecto grosseiro (brutalismo).
Le Corbusier, Villa Sabóia, 1929, Poissy, França Fachadas de composição livre Tectos planos para terraços e jardins Janelas em faixas horizontais Pilares
Le Corbusier, Unidade de Habitação de Marselha, 1947 -53, França Foi concebido para ser um prédio auto-suficiente e modelo para outras unidades construídas em França.
Estilo Internacional � Entre as obras deste período destaca-se a Igreja de Nossa Senhora do Alto, em Ronchamp, França. � Mies van der Rohe e Gropius também iriam colaborar com Le Corbusier na formação do Movimento da Arquitectura, que seria apresentado sob a forma de Estilo Internacional que iria expandir-se após 1930 nos dois lados do Atlântico.
Le Corbusier, Igreja de Nossa Senhora do Alto, Ronchamp, c. 1950 -54, França Esta obra segue a tendência do uso do betão em superfícies exteriores.
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