Hipertenso Pulmonar Persistente HPP do RecmNascido Como tratar

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Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) do Recém-Nascido Como tratar sem Óxido Nítrico Paulo R. Margotto/ESCS-DF

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) do Recém-Nascido Como tratar sem Óxido Nítrico Paulo R. Margotto/ESCS-DF www. paulomargotto. com. br; pmargotto@gmail. com I Congresso Materno-Infantil e Adolescente do Piauí 19 a 22 de agosto de 2008

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Como tratar sem óxido nítrico - Caracteriza-se por ausência da

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Como tratar sem óxido nítrico - Caracteriza-se por ausência da ↓ fisiológica da pressão artéria pulmonar ao nascer - Manutenção do shunt D – E (canal arterial / forame oval) ↓ - Hipoxemia refratária (Rx de Tórax – normal) Anatomia cardíaca normal - Freqüentemente está associada a: - baixa pressão sistêmica - baixo débito cardíaco (devido pós carga ventr. Dir (VD) - Disfunção cardíaca Margotto, 2006 ; Belik , 2007 ; Tourneux P, 2008

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) - Fisiopatologia dividida em 3 fatores - Vasoconstricção: ↓ do

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) - Fisiopatologia dividida em 3 fatores - Vasoconstricção: ↓ do lumen do vaso: 1/3 dos casos (responde a vasodilatadores pulmonares) - Remodelação vascular: Extensão da musculatura lisa ao longo das artérias pulmonares – zona intracinar Grande deposição de colágeno e elastina com obstrução do lúmen do vaso (não responde a vasodilatadores pulmonares) - Diminuição da vasculatura pulmonar Hipoplasia pulmonar: não responde ao NOi de forma aguda Com 7 dias: melhora da HPP (devido ao efeito angiogênico do NO) Belik , 2007

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Murphy J D et al – The structural basis of

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Murphy J D et al – The structural basis of persistent hypertension on the newborn infant J Pediatr 1981, 98: 962 - 7

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Grave remodelação vascular pulmonar

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Grave remodelação vascular pulmonar

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP): CLINICA - Cianose (shunt D – E) - Flutuação da

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP): CLINICA - Cianose (shunt D – E) - Flutuação da PSa. O 2: 70 -% - 95% (descarta cardiopatia) - RN a termo e pós-maturos complicações perinatais: Zaconeta CA -Asfixia perinatal -Sind de Aspiração Meconial (SAM) (13% nascidos vivos tem LA meconial – 5% SAM - Pode ocorrer em RN pré-termo -Asfixia, sepse, oligohidrâmnio, displasia broncopulmonar (RN <29 semanas- deficiente resposta ao NOi) - Gêmeos monocoriônicos: transfusão feto-fetal (3% x 0, 9%) -Aumento da pré-carga -Aumento de substancias vasoativas (angiotensina, endotelina-1 -Policitemia (aumento da resistência vascular pulmonar) Delsing B, 2007; Farrow K, 2005; Kumar VH, 2007

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP): CLINICA – -Mães em uso de antidepressivo após 20 a

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP): CLINICA – -Mães em uso de antidepressivo após 20 a semana (citalopram, fluoxetine, paroxetine and sertraline) -inibição da síntese do óxido nítrico (NO) – Cesariana (aumento de 7 x em relação ao parto normal) – -Corioamnionite (Odds Ratio=7, 3; IC a 95%: 1, 3 -38, 8; Necessidade de alta frequência: Odds Ratio = 11; IC a 95%: 1, 2 -109) Dificuldade respiratória desproporcional ou quadro hipoxêmico Sonia-Hernández-Dias, 2007 ; Wooltorton E, 2006; Woldesenbet, 2005

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Diagnóstico 1. Rx de tórax: Casos graves: hipofluxo pulmonar 2.

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Diagnóstico 1. Rx de tórax: Casos graves: hipofluxo pulmonar 2. Ecocard. bidimensional com Doppler colorido: padrão ouro: -avalia a magnitude da hipertensão -diagnóstico diferencial com cardiopatias congênitas (drenagem anômalas total das veias pulmonares) 3. Gasometria: Diferença de Pa. O 2 ≥ 20 mm. Hg entre o pré-ductal (membro sup. direito) e pós-ductal (catet. arterial, membro inf. ) Sugere shunt D – E (canal arterial) Ausência da diferença: não exclui (shunt forame oval) 4. Oximetria de Pulso: mão direita e pé: shunt canal arterial. Margotto, PR, 2006

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Tratamento - Ventilação mecânica : com sedoanalgesia (fentanil e midazolam)

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Tratamento - Ventilação mecânica : com sedoanalgesia (fentanil e midazolam) (Margotto PR, 2008 ) • Objetivo: Pa. O 2 : 50 – 80 mm. Hg Pa. CO 2: 40 – 60 mm. Hg – p. H ≥ 7, 25 • PIM: 20 cm H 2 O PEEP: + 4 cm H 2 O FR: 40 ipm Tinsp: 0, 4 seg Uso de Altas pressões: lesão pulmonar aguda – ↑ edema pulmonar – ↓ da complacência pulmonar – Inflamação pulmonar • Hiperventilação: efeito dependente do ↑ do p. H e não na ↓ do Pa. CO 2 Riscos: ↓ perfusão cerebral, desvio da curva Hb para esq, hipoacusia • Mudança de parâmetros: de forma gradual – ↓ Fi. O 2 de 1% CADA VEZ (Pa. O 2 ≥ 100 mm. Hg) – Fi. O 2 de 70% - ↓ PIM e FR lentamente Fabres J, 2007 ; Margotto, PR , 2006 ; Farrow , 2005; Aschner, 2005

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Tratamento - Alcalinização • • • Controverso Corrigir sempre a

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Tratamento - Alcalinização • • • Controverso Corrigir sempre a acidose metabólica Antiga (proposto em 1965) Efeito específico sobre a circulação pulmonar Na. HCO 3: 8, 4% - 0, 5 – 1 m. Eq/Kg/h (descontar o Na da hidratação venosa) Manter o p. H entre 7, 50 – 7, 55 (limite máximo aceitável de Pa. CO 2 é de 60 mm. Hg) Margotto, PR , 2006 ; Belik , 2007 ; Chu J(1965)

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Tratamento - Surfactante Pulmonar -HPP com doença parenquimatosa; -Melhora a

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Tratamento - Surfactante Pulmonar -HPP com doença parenquimatosa; -Melhora a ação do NOi • SAM – disfunção do surfactante • Uso do surfactante na SAM ↓ a necessidade de ECMO • Dose 100 mg/Kg se necessário usar 2ª dose com 12 h Farrow , 2005; Margotto, PR , 2006

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Tratamento - Tratar a hipotermia, hipocalcemia, hipoglicemia - Agressivo suporte

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Tratamento - Tratar a hipotermia, hipocalcemia, hipoglicemia - Agressivo suporte da função cardíaca e perfusão -Volume -Agente inotrópico: melhora a contratilidade do VD -Dopamina: aumenta a P. sistêmica com risco potencial de ↑ RV pulmonar -Dobutamina: aumenta o débito cardíaco/efeitos limitados na p. sistólica -Norepinefrina: ↓ tonus vascular pulmonar ↑ fluxo sanguineo pulmonar (ativação da α 2 -adrenoreceptores e produção de NO ↑ PA sistêmica -Milrinona: ↑ contratilidade VD e ↓ pó-carga (vasodilatação pulmonar) Farrow K , 2005: Tourneux, 2008; Belik , 2007

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Tratamento -Agente Ideal: ↓ RV pulmonar e a pós-carga VD

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Tratamento -Agente Ideal: ↓ RV pulmonar e a pós-carga VD NOi: agente de escolha (pelos efeitos na vasc. pulmonar) 30 – 40 % dos RN não respondem Médicos relutam em usar agentes redutores da pós-carga: - Risco de hipotensão - Desejo: manter a PA alta para reverter shunt ductal (uso de altas doses de vasopressores) Distúrbio fisiológico primário: leito vascular pulmonar com ↑ da pós-carga VD O uso de altas doses vasopressores: vasocontricção periférica e pulmonar piora da hipertensão pulmonar Mac. Namara, 2006

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) - Norepinefrina : HPP com disfunção cardíaca Tourneux P et

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) - Norepinefrina : HPP com disfunção cardíaca Tourneux P et al (agosto/2008) 18 RN (37 ± 3 sem); 2800 ± 700 g Norefinefrina diluída em SG 5% : (1 ml = 100µg) EV (cateter central): 0, 5 µg/Kg/min com aumento a cada 30 seg até atingir PAM desejável Resultados: - ↑ da PAM, ↑ Débito cardíaco, ↑ PSa. O 2 (saturação de O 2) Diminuição da relação pressão pulmonar/pressão sistêmica e melhora da performance cardíaca

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) - Milrinona: inibidor da fosfodiesterase 3 (miócitos cardíacos e vasculatura

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) - Milrinona: inibidor da fosfodiesterase 3 (miócitos cardíacos e vasculatura pulmonar) - ↑ AMP cíclico - melhora a contratilidade VD e VE e ↓ resistência vasc. pulmonar - Indicação: RN sem resposta ao NOi, sildenafil e prostaciclina - Mc. Namara et al (2006): 9 RN (39 sem, 3668 g deficiente resposta ao NOi) em combinação com NOi - Dose: 0, 33 µg/Kg/min 9 não usou ataque: risco de hipotensão sistêmica) -(↑ dose: 0, 33 até 0, 99 µg/Kg/min) - Sem risco de hipotensão arterial - ↓ significativo no IO (Índice de Oxigenação) Belik , 2007 ; Bassler , 2006

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) - Milrinona: -Mc. Namara et al (2006) -Variação de IO

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) - Milrinona: -Mc. Namara et al (2006) -Variação de IO após o uso do NOi e NOi + milrinona IO: MAP x Fi. O 2/Pa. O 2 Variação do IO (índice de oxigenação) após o uso do NOi e NOi + milrinona.

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Tratamento - Vasodilatadores: Na avaliação da resposta Vasoconstricção Remodelação (Vasculatura

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Tratamento - Vasodilatadores: Na avaliação da resposta Vasoconstricção Remodelação (Vasculatura constrita) (alteração da arquitetura do vaso) Estagio precoce Estagio tardio Responde Não responde Farrow , 205; Margotto, PR , 2006

Remodelação Vascular CÉLULA PRÉ-ACINAR Hipertrofia da túnica média Espessamento fibroso da adventícia Bárbara de

Remodelação Vascular CÉLULA PRÉ-ACINAR Hipertrofia da túnica média Espessamento fibroso da adventícia Bárbara de Alencar Viana Paula Veloso Aquino, Sueli R. Falcão, Paulo R. Margotto

Existem 2 caminhos que levam ao relaxamento da musculatura lisa: -AMP cíclico (c. AMP)

Existem 2 caminhos que levam ao relaxamento da musculatura lisa: -AMP cíclico (c. AMP) -GMP cícilico (c. GMP) Ação do óxido nítrico e dos inibidores da fosfodiesterase 5 na musculatura lisa arterial NO Fosfodiesterase 5 (PDE 5) inativa a c. GMP na musculatura lisa arterial ativa c. GMP proteinaquinase abertura dos canais cálcio sensíveis ao K + inibidores da PDE-5 hiperpolarização da membrana inibição do influxo de Ca através dos canais de Ca tipo L c. GMP que mantém Importante: A hipoxemia ↑a expressão da PDE 5 ↓ação do NOi (Farrow, 2007)

Mecanismo de Ação do Sildenafil NO + GMPc + Fosfodiesterase 5 [Ca 2+] Sildenafil

Mecanismo de Ação do Sildenafil NO + GMPc + Fosfodiesterase 5 [Ca 2+] Sildenafil Vasodilatação

O c. AMP estimula a PKA (quinase da proteína A) e esta estimular a

O c. AMP estimula a PKA (quinase da proteína A) e esta estimular a PKG (quinase da proteína G) PKG: AGENTE COMUM Prostaglandina NO PDE 3 c. GMP Inativa c. AMP PKA PKG PKC Milrinona Inibe PDE 3 Fosfatase da miosina Relaxamento Ca++ sai do intracelular da Musculatura lisa. Aumenta c. AMP Belik, 2007 ; Deb, 2000

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Tratamento - Milrinona: Inibidor da fosfodiesterase: (especifica do c. AMP)

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Tratamento - Milrinona: Inibidor da fosfodiesterase: (especifica do c. AMP) Efeito duplo: - Inibe a destruição do c. AMP - ↑ capacidade de contração VD/VE - ↑ a resposta do miocárdio ao ↑ do c. AMP) - RN sem resposta ao NOi (age no braço do c. GMP) Com milrinona - ↓ importante do IO - Sem efeito importante na PA - Os que não respondem? Remodelação vascular? - É melhor que a dopamina e dobutamina ? Belik , 2007 ; Deb , 2000

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Inibidor da fosfosdiesterase 5: sildenafil Margotto, PR, 2007

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Inibidor da fosfosdiesterase 5: sildenafil Margotto, PR, 2007

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Tratamento: Tessler RB et al (2008) experimental • Tadalafil (Ciabs):

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Tratamento: Tessler RB et al (2008) experimental • Tadalafil (Ciabs): novo inibidor da PDE 5 -11 porquinhos RN – 1 mg/Kg X placebo -Queda de 54% da pressão art pulmonar -↑ de 88% no débito cardíaco -↑ oxigenação (Pa. O 2 ↑ 48%) -↓ 74% no P(A- a) O 2

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Tratamento: Uso do sildenafil Baquero et al (2006): estudo piloto

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Tratamento: Uso do sildenafil Baquero et al (2006): estudo piloto • 13 RN com severa HPP (IO> 25), IG > 35, 5 sem • 7 - sildenafil 6 – controles (placebo) • Dose: 1 mg/Kg 6/6 h SOG 2 mg/Kg (máximo 8 doses) • Melhora do IO em todos tratados/ • Sobrevivência: tratado 6 de 7 / controle 1 de 6 • Sem ocorrência de hipotensão arterial

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Tratamento: Uso do sildenafil Juliana e Abbod (2006) • 1

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Tratamento: Uso do sildenafil Juliana e Abbod (2006) • 1 RN de 38 sem, 3215 g , P (A – a) O 2 = 510 mm. Hg • Sildenafil: 1, 5 mg/Kg SOG • Melhora da oxigenação imediata (10 min após) • Hipotensão arterial corrigida com soro fisiológico (20 ml/Kg) (durou 5 -7 minutos) Dose Preconizada 1 mg/kg/dose de 6/6 horas ou 8/8 horas via sonda orogástrica (dose acima de 2 mg/kg/dose de 4/4 horas não provêem benefícios adicionais). A dose deve ser ajustada segundo a resposta Buck ML, 2004

Sildenafil no tratamento da hipertensão pulmonar severa neonatal Hon KE et al Biol Neonate

Sildenafil no tratamento da hipertensão pulmonar severa neonatal Hon KE et al Biol Neonate 2005 ; 88: 109 -112 -RN de 24 semanas; 640 g -Dependência de VM até 3 meses e de O 2 sob cânula até 4 meses -Hipertensão pulmonar persistente – iniciado Sildenafil -48 após: Redução da insuficiência tricúspide Melhora da contratilidade cardíaca Redução na necessidade de altas frações inspiradas de oxigênio. Óxido nítrico suspenso em 3 dias 8 meses de vida = criança sem vent. mecânica e Sa. O 2 > 95 % (0, 1 l/min de O 2 suplementar nasal)

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Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Outras drogas: faltam estudos randomizados e controlados em recém-nascidos -Inibidores

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) Outras drogas: faltam estudos randomizados e controlados em recém-nascidos -Inibidores da endotelina(ET-1) -bosentan (Tracleer. R): bloqueia receptor A (vasoconstricção) e B (vasodilatação) -sitaxsentan: bloqueia receptor A (pode ser mais vantajoso) -L-arginina (precursora do óxido nítrico) -Anti-oxidantes: superóxido dismutase (rh. SOD) Aschner, 2005 Suguihara, 2006

OBRIGADO! Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul pmargotto@gmail. com

OBRIGADO! Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul pmargotto@gmail. com