Herbert Marshall Mc Luhan 1911 1980 Viso geral

Herbert Marshall Mc. Luhan (1911 -1980)

Visão geral Filósofo da linguagem canadense. É autor dos conceitos “O meios é a mensagem”; “aldeia global” e é considerado um dos precursores das teorias sobre as redes de comunicação. Tornou-se uma figura de pouco destaque nos anos 1970 e 1980. Com a chegada da internet, seu nome voltou a ter evidência no meio acadêmico.

Formação Filho de pais religiosos (metodistas), Mcluhan resolveu estudar literatura. Graduou-se, fez mestrado no Canadá e doutorado na Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Estudou com os críticos I. A. Richards e F. R. Leavis, ligados ao “new criticism” Em 1935, converteu-se ao catolicismo. Sempre trabalhou em universidades católicas.

Formação Volta para o Canadá em 1940, por causa da guerra. Escreve lá a sua tese de doutorado. Dá aulas na Universidade de Toronto, a partir de 1946. Lá é influenciado pelo colega Harold Innis.

Formação Inicia um seminário sobre a comunicação em 1950. Cria na Universidade de Toronto o “Centre for Culture and Technology”, em 1963. Publica “A noiva mecânica” (1951), sobre os efeitos da publicidade na sociedade e na cultura. Fica na universidade de Toronto até 1979. Mcluhan teve seis filhos, cujo sustento o obrigava a fazer diversos “frilas” para empresas privadas. Faz uma “ponta” num filme de Woody Allen, em eu diz a uma personagem: “Você não sabe nada sobre o meu trabalho”. Tem um derrame em 1979.

Obras e pesquisas Em seu doutorado nos anos 1940, estudou o desenvolvimento da cultura oral no ocidente. No livro “Noiva mecânica”, dedica-se a estudar a persuasão na cultura popular contemporânea. Defende a influência intrínseca dos meios de comunicação de massa (MCM) sobre as audiências. Cunha a expressão: “O meio é a mensagem” (em Understanding Media).

Obras e pesquisas Tom Wolf alega a influência do filósofo católico Teilhard de Chardin sobre a evolução da mente humana em noosfera (esfera do conhecimento ou da mente). O livro “A Noiva mecânica” é composto de pequenos ensaios que podem ser lidos isoladamente. Para a análise no livro, Mc. Luhan escolheu anúncios e textos não apenas por chamarem atenção, mas por considerer o que tais peças significam para a sociedade à qual elas se destinam.

A galáxia de Gutenberg (1962) Estudo pioneiro em cultura oral, cultura impressa, estudos culturais, ecologia das mídias. No livro, Mc. Luhan esforça-se para mostrar como as tecnologias da comunicação afetam a organização cognitiva. “Quando uma nova tecnologia expande para o mundo social um dos nossos sentidos ou mais, muda também a proporção com que os nossos sentidos vão operar naquela cultura particular. (…) E quando há uma mudança de proporção em qualquer cultura, o que parecia claro pode de repente parecer opaco e o que era vago ou opaco vai se tornar translúcido”.

A galáxia de Gutenberg Abordagem da linguagem pré-alfabética à era eletrônica. A invenção dos tipos móveis acelerou gradualmente as mudanças cognitivas e culturais. A cultura impressa impôs o predomínio do visual sobre o oral.

Galáxia de Gutenberg O principal conceito do argumento de Mc. Luhan é que as novas tecnologias exercem um efeito gravitacional sobre a cognição, afetando a organização social. A tecnologia da impressão muda nossos hábitos de percepção e afeta as interações sociais. De acordo com Mc. Luhan, a cultura escrita contribuiu para originar as tendências mais evidentes do mundo moderno ocidental: individualismo, democracia, protestantismo e nacionalismo.

A galáxia de Gutenberg Aldeia global (global village) Mc. Luhan defende que a cultura escrita seria ultrapassada pela cultura oral dos meios eletrônicos (rádio e TV). A humanidade, então, teria uma identidade coletiva, com uma “base tribal”. Mc. Luhan não vê esse fenômeno como negativo. “Em vez de voltar-se para uma vasta Biblioteca de Alexandria, o mundo tornou-se um computador, um cérebro eletrônico, exatamente como uma peça infantil de ficção científica. E como os nossos sentidos estão projetados para fora, o “Grande Irmão” está dentro de nós”.

A galáxia de Gutenberg Mc. Luhan considera que a tecnologia está acima da moral. Quem a faz boa ou má é a sociedade. 30 anos antes de sua invenção, Mc. Luhan “adivinhou” o surgimento da World Wide Web: “O próximo meio, seja lá qual for – será a extensão da consciência – incluirá televisão em seu conteúdo, não em seu ambiente, e transformará a televisão numa forma de arte. O computador como um instrumento de pesquisa e comunicação poderia aumentar a recuperação, obsoleta com a biblioteca de massa, da função enciclopédica individual, além de passar de uma tendência antiga de produção de informação para uma nova, feita rapidamente sob medida e à venda”.

A galáxia de Gutenberg Popularizou a palavra “surf” no sentido de deslizar, “surfar” sobre as informações.

Os meios de comunicação como extensões do homem (1964) O meio é a mensagem. Tese: o importante papel desempenhado pela mídia na sociedade devese a sua forma, e não ao seu conteúdo. “Uma lâmpada elétrica cria um ambiente graças à sua própria presença”. Defende que cada mídia exige uma maneira específica de ser consumida.

Os meios de comunicação como extensões do homem (1964) Meios quentes e frios Diferentes mídias exigem diferentes participações dos sentidos. Quentes: menor participação; frios: maior participação na construção do sentido. Cinema: existe apenas um sentido, a visão (meio quente). Televisão: para sua compreensão, exige maior participação do espectador na construção do sentido, devido à baixa definição (meio frio). Meios quentes: cinema, rádio, palestra, fotografia. Meios frios: televisão, seminários, cartoons.

Os meios de comunicação como extensões do homem (1964) A ideia de que os meios de comunicação são os prolongamentos nervosos do corpo. Exercício: Leitura de “A imagem, o som e a fúria” O que defende Mc. Luhan no texto? Que teorias estão presentes no texto?
- Slides: 16