HELMINTOS CESTIDES O parasita aquele que tem como
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HELMINTOS CESTÓIDES
O parasita é aquele que tem como profissão viver às custas de seu vizinho, e cujo trabalho consiste em explorá-lo com economia, sem colocar a sua vida em risco. É um pobre que tem necessidade de socorro para não morrer na rua, mas que tem como política não matar a galinha para conseguir os ovos. Vemos que ele se distingue do comensal que é simplesmente um companheiro de refeição. O carnívoro mata a sua presa para se alimentar; o parasita não a mata, ele se aproveita de todas as vantagens que o hospedeiro lhe oferece.
Taxonomia dos helmintos (vermes) REINO ANIMALIA SUB-REINO METAZOA -FILO PLATYHELMINTHES TREMATODA CLASSE DIGENA CLASSE CESTODARIA -FILO NEMATHELMINTHES CLASSE NEMATODA
FILO PLATYHELMINTHES CLASSE DIGENA Schistosoma, Fasciola CLASSE CESTODARIA Taenia, Echinococcus, Hymenolepis
VERMES CHATOS (Tapeworms)
CARACTERÍSTICAS GERAIS Adultos: trato intestinal de vertebrados Vermes achatados dorso-ventralmente Sem sistemas digestivo e circulatório Alimentação por absorção de alimentos Sistema reprodutor muito desenvolvido Hermafroditas: auto-fertilização ou cruzada
zona de crescimento(colo)
Escólex de Taenia solium e Taenia saginata T. solium T. saginata Cabeça ou órgão de fixação?
Tamanho das proglótides D. latum: 11 mm larg x 3 mm comp T. solium: 5 mm x 11 mm T. saginata: 5 mm x 11 mm, móveis D. caninum: 8 mm x 23 mm, móveis
Estrutura das proglótides Muitos cestóides têm orifício para postura de ovos (D. latum) Se não têm (Taenia), ovos saem no rompimento da proglótide Auto-fecundação ou fecundação cruzada (protandria)
Musculatura: subtegumentar, escólex, ventosas, órgãos reprodutures T. saginata: proglótides têm movimento- obstrução vias biliares e apêndice
Nutrição e Metabolismo Ambiente anaeróbio, usam CO 2 e O 2 se disponível Absorção nutrientes: pinocitose, difusão, transporte ativo Carboidratos: metabolismo fermentativo, reservas (glicogênio) Lipídios: absorção (reservas) Aminoácidos: transporte ativo, intensa síntese de proteínas Excreção: amônia, uréia, ácido úrico Ácidos nucléicos: transportadores específicos Vitaminas: sistemas de absorção (D. latum: B 12) Calcário em grânulos (ác nucl, prot, glicog): reserva ou resíduo?
OVOS Embrionados (parcialmente desenvolvidos) Infectam imediatamente hospedeiro seguinte Digestão do embrióforo pelas enzimas do hospedeiro H. diminuta: hosp artrópode rompe por mastigação Taenia: rompimento por pepsina, tripsina e bile Larva “ativada” move-se e rompe a membrana interna Embrião hexacanto ou oncosfera Não-embrionados Desenvolvimento e eclosão na água D. latum: luz ativa enzima Larva com cílios- coracídio
Principais formas larvárias dos cestóides que infectam o homem Taenia Echinococcus Hymenolepis
LARVA ou VERME ADULTO Homem é hospedeiro intermediário ou definitivo Definitivo: D. latum, T. saginata Intermediário: Echinococcus spp, Spirometra mansonoides (esparganose), T. multiceps (coenurose) Definitivo + Intermediário: T. solium (25% infecção dupla) e H. nana
Principais cestóides que parasitam o homem no Brasil: Taenia saginata e T. solium Echinococcus granulosus e E. vogeli Hymenolepis nana e H. diminuta No mundo: 70 milhões infectados com T. saginata 5 milhões infectados com T. solium 20 milhões infectados com H. nana
Árvore filogenética Família Taeniidae Taenia e Echinococcus Lavikainen et al. , 2008 2 Genes mitocondriais (cox 1 e nad 1), 0, 1 substituições/sítio
Ciclo vital de Taenia solium e T. saginata Homem é único hosp definitivo • T. solium: 800 -1000 proglotes (2 -4 m, até 8 m) Até 25 anos! Hospedeiro intermediário: porco. • T. saginata: 1000 -2000 proglotes (4 -6 m, até 12 m) Até 30 anos! Hospedeiro intermediário: boi
Verme adulto: 5 -12 (T. solium) ou 10 -12 (T. saginata) semanas após infecção Geralmente 1 tênia/ind, aderida à mucosa do jejuno
Proglotes grávidas de Taenia solium 7 -13 ramos Taenia saginata 15 -20 ramos 50. 000 a 100. 000 ovos/proglótide!
Proglotes destacam-se periodicamente do estróbilo T. solium: grupos de 5 -6 durante evacuação T. saginata: individualmente independente da evacuação Ovos saem após ruptura das proglotes antes ou depois destas se soltarem Ovos de Taenia e Echinococcus: semelhantes
Ovos de Taenia 30 - 40 microns
Ovos de Taenia
TENÍASE Geralmente assintomática (pouca lesão, pouca inflamação) Dor abdominal, náusea, fraqueza, Perda/aumento de apetite Eosinofilia
Ciclo vital de Taenia solium Em 2 meses oncosfera perde ganchos, adquire forma vesicular e convertese em cisticerco
CISTICERCOSE Contaminação com ovos: Por heteroinfecção (mais comum), pela ingestão de comida ou água contaminada Por auto-infecção exógena, oro-fecal Por auto-infecção endógena (eclosão interna) Cisticercos: 5 mm, vivem 1 ano e se degeneram gerando nódulos calcificados
Cisticercos de Taenia solium e cisticercose humana -Endêmica na maioria dos países em desenvolvimento da Ásia, America Latina e Central e África do Sul Geralmente muitos cistos, risco aumenta com idade, consumo de porco e baixa higiene Localização: musculatura esquelética, diafragma, coração, pleura, peritônio, tecido subcutâneo, SNC Sintomas sérios: coração e SNC, fora destes geralmente assintomática
Neurocisticercose humana (NCC) Qualquer parte do SNC Geralmente intracerebral, intraventricular, subaracnóide ou cordão espinhal Sintomas e tempo dependem do local: Convulsões Déficits motores Distúrbios visuais Cefaléia e náuseas Causa de 26. 3% a 53. 8% das epilepsias em países em desenvolvimento
Neurocisticercose humana
Diagnóstico e tratamento Teníase: Diagnóstico: Ovos nas fezes Proglotes grávidas (T. saginata) Tratamento: Praziquantel dose única (10 -20 mg/kg) Cisticercose: Diagnóstico: Sorológico- ELISA e WB (soro e líquor) Imagem- TC e RNM Tratamento: Remoção cirúrgica Albendazol ou praziquantel (corticóide+albendazol) Anti-epilépticos
PRAZIQUANTEL E ALBENDAZOL Interação com fosfolípides e proteínas afetando transporte de íons. Contrações da musculatura e vacuolização do tegumento. Inibe polimerização de tubulina nos microtúbulos. Diminui captação de glicose em larvas e adultos e portanto produção de energia: imobilização e morte
Echinococcus granulosus 30 -36! • E. granulosus adulto: 3 proglotes, 9 mm- menor cestóide de interesse médico Habita o intestino delgado de canídeos Larva: parasita humana • Vive cinco meses, 1000 ovos /2 sem nas fezes Brasil, RS: 5/100. 000 hab
Ciclo vital de E. granulosus e E. vogeli Hosp. intermediários de E. granulosus: ovinos e bovinos. Hosp. intermediários de E. vogeli: paca e pequenos roedores silvestres. Homem ingere ovos: hosp intermediáriocistos hidáticos
Hidátide de Echinococcus granulosus Vesícula unilocular cheia de líquido Cistos secundarios por brotamento
Hidátide de Echinococcus granulosus: aspecto radiológico e anátomo-patológico Tomografia comp Ultrassom Hidatide no fígado
HIDATIDOSE Cistos hidáticos geralmente no fígado ou pulmão (9095%), 5 -10% no cérebro, ossos, musc. esquelética Crescem 1 -5 cm por ano, até 20 cm (tumor lento) Fígado: dor abdominal, cistos rompem formando muitos cistos secundários Pulmão: certa dispnéia, quando rompem geram dor, tosse, reações alérgicas
HIDATIDOSE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Diagnóstico: Imagem: ultrassom ou TC do abdômem, RX do tórax Confirmação por sorologia (ELISA, WB, hemaglutinação) Não se recomenda punção (infecção, disseminação) Tratamento: -Cistos menores que 7 -10 cm: albendazol 10 -15 mg/kg por dia, 3 ciclos de 30 dias 60 -80% sucesso neutropenia, hepatotoxicidade -Cistos maiores: cirurgia
HIDÁTIDE FÍGADO
HIDÁTIDE CÉREBRO
Hymenolepis nana H. nana adulto tem 200 proglotes e 20 mm Habita o íleo humano
Ciclo vital de Hymenolepis nana • H. nana não tem hospedeiro intermediário e pode ocorrer autoinfecção interna. • Cada proglótide: 100200 ovos Oviposição 30 dias após infecção Rompem vilos, caem na luz 10 -12 dias: verme 4 dias
HIMENOLEPÍASE Geralmente asssintomática Perda de apetite, dor abdominal, diarréia em crianças, que têm maior número de vermes do que adultos Diagnóstico: Ovos nas fezes Tratamento: Dose única de praziquantel (15 mg/kg)
Hymenolepis diminuta Parasita do intestino delgado de ratos e camundongos 30 -60 mm, vive 5 -7 semanas, semelhante a H. nana Hosp. Intermediário: pulgas (larva cisticercóide) Eventualmente infecta humanos (200 casos), por ingestão de alimentos contaminados com pulgas Infecção assintomática, cura em 5 -7 semanas
Diferenciação entre ovos de H. nana e H. diminuta Hymenolepis nana Hymenolepis diminuta
Diphyllobothrium lattum Maior cestóide parasita humano!
Ciclo de vida Diphyllobothrium lattum 5 -6 sem: verme 2 sem
SINTOMAS Maioria das infecções: assintomática Sintomas (10 dias após consumo do peixe): distensão abdominal, flatulência, dor epigástrica, anorexia, náuseas, vômitos, fraqueza, perda de peso, eosinofilia e diarréia Anemia principalmente em geneticamente susceptíveis (escandinavos) por depleção de vit. B 12
Mecanismos de evasão (Taeniidae): 1. Mimetismo molecular ou inativação da resposta imune efetora (ex: inibição do complemento) Infecções crônicas- modulação da RI, ambiente Th 2 e regulador (hipótese da higiene-menos doenças AI e alergias) 2. Uso de moléculas do hospedeiro: -Uso de citocinas como fatores de crescimento -Aproveitamento do microambiente hormonal: estruturas semelhantes aos receptores de hormônios esteróides e outros (camundongos machos feminilizados!) Escobedo G, López-Griego L, Morales-Montor J. Neuroimmunomodulation. 2009 Wilson, M & Maizels, RM Clin. Rev. Allergy and Immunol. 2004
CONTROLE INFECÇÃO POR CESTÓIDES Educação sanitária Inspeção da carne (bovina, suína, peixe) Tratamento dos doentes Tratamento dos cães com echinococose Controle de hidatidose (Islândia, 1950): educação sanitária, não alimentação de cães com vísceras de herbívoros
TF-Test Unicamp-Imunoassay 13/11/2008 Mais de 3, 5 bilhões de pessoas com parasita intestinal (OMS) Doenças infecciosas e parasitárias: 2 milhões a 3 milhões de óbitos/ano no mundo (entre as principais causas de morte) (OMS) TF-Test: conservantes que preservam a amostra fecal até 30 dias sem refrigeração. Acerto de 96, 8%
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