Grandes Navegaes a expanso do mundo Sculo XV
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Grandes Navegações a expansão do mundo (Século XV - XVI)
Grandes Navegações A ruptura das representações do espaço
Os limites do mundo (Europa Ocidental –século XIV) • Visão de mundo medieval: - Oceano: espaço goegrafico visto como limite do mundo (a representação dessa idéia através do abismo e dos monstros marinhos) - Os limites do mundo conhecido pela Europa Ocidental Ao Sul → Cabo do Bojador (África) A Leste → Império Bizantino A Oeste → Oceano Atlântico. -A dimensão mítica/religiosa das terras além do “mundo” conhecido -- Restrições técnicas → Navegação de Cabotagem (inexistência de embarcações e instrumentos de localização e orientação que possibilitassem o afastamento da costa)
(Mapa de Carnistris, séc. XIII)
Quinto Império (Antonio Nobrega) Iaiá, me dá teu remo. Teu remo pra eu remar. Meu remo caiu, quebrou-se, Iáiá, lá no alto-mar! Meu sangue é trilha, dos Mouros, dos Lusitanos. Dunas, pedras, oceanos rastreiam meu caminhar. E sendo eu que a Netuno dei meu leme, com a voz que nunca treme fiquei a me perguntar: 'o que será que além daquelas águas agitadas, turvas, calmas, eu irei encontrar? ' Ai, mundo velho, novo mundo hei de achar! Eu decifrei astros e constelações, conduzi embarcações, destinei-me a navegar. Atravessei a Tormenta, a Esperança, até onde o sonho alcança minha Fé pude cravar. Rasguei as lendas do Oceano Tenebroso, para El Rey, o Glorioso, não há mais trevas no mar.
• Importante: As Grandes Navegações podem ser consideradas como um dos elementos que produziram (como o Renascimento Cultural) uma ruptura na concepção de mundo medieval. • Século XV – Portugal dá início as Grandes Navegações em 1415 – processo ligado a todo um desenvolvimento técnico: desenvolvimento de instrumentos de orientação e localização como a bússola e o astrolábio, da produção de embarcações (absorção da tecnologia árabe) e de mapas para novas finalidades (registro de novos territórios e rotas comerciais) – este conhecimento se desenvolveu a partir de experiências praticas, sistematizadas pouco a pouco pelos navegadores portugueses. • Os portulanos: Mapas destinados a registrar as novas rotas comerciais. (Utilização de elementos geométricos e trigonometria ara traçar essas rotas no espaço) • Os mapas mundi: Mapas destinados a representar o espaço com o máximo de fidelidade. Incorporação dos novos territórios descobertas.
Instrumentos Nauticos (Quadrante) (Astrolábio)
(Mapa de Pietro Vesconte, séc. XIV)
(Portulano - século XV)
(Mapa Catalão- Anonimo - séc. XV)
(Mapa Mundi - Anônimo – séc. XV)
(Mapa Mundi - Jeronimo Marini – séc XVI)
(Mapa Mundi - Willien Bleau séc XVII)
As especiarias e os novos sabores do mundo
Produto Origem Valor/1 Kg Canela Siri Lanka (Ásia) R$ 17, 00 Cravo Indonésia (Ásia) R$ 160, 00 Noz Moscada Indonésia (Ásia) R$ 149, 00 Arroz Ásia R$ 2, 20 Feijão América R$ 3, 99 (Valores de out/2013)
• Mediterrâneo como a principal área de encontro de diversas rotas comerciais continentais desde a Idade Antiga. • Alta Idade Média – interrupção do acesso europeu ao circuito mediterrânico • Cruzadas (século XI) – reintegração dos continentes em um circuito mediterrânico → África (O trigo do Egito - as rotas traansaarianas) – Ásia (a rota da seda/China – as especiarias indianas – os produtos do oriente próximo) – Europa (rotas comerciais com os reinos do Mar do Norte) • Predomínio das cidades italianas (Genova e Veneza) • 1453 – Queda de Constantinopla (Capital do Império Bizantino – Cristão Ortodoxo) para os Turcos Otomanos – diminuição dos fluxos mercantis. Utilização
As rotas comerciais do mediterrâneo (Séc. XI -XV)
Os Reinos Ibéricos e as Grandes Navegações (Aspectos econômicos e políticos)
As Monarquias Ibéricas e a Expansão Marítima • • Constituição prematura do Aparato de Estado (formação em meio a Guerra de Reconquista) – rei como chefe Militar e responsável pela concessão de Títulos de Nobreza recente - no decorrer das batalhas ou como mercadores enriquecidos. Entrepostos comerciais (parada entre os mercados do Mediterrâneo e do Mar do Norte) com capacidade técnica e científica para a navegação. (Absorção e aperfeiçoamento de técnicas de construção de embarcações e de orientação e localização) PORTUGAL, 1415 – Tomada de Ceuta – Continuação da Reconquista e Início da Expansão (Questões envolvidas: expansão do cristianismo – pilhagem da nobreza militar – conquista de uma região estratégica da rota comercial transaariana)
Grandes Navegações 1432 – Passagem do Cabo do Bojador (Port. ) 1488 – Passagem do cabo da Boa Esperança (Port. ) 1492 – Expedição de Colombo (Esp. ) 1498 – Expedição de Vasco da Gama (Esp. )
A expansão ultramarina • Passagem do Cabo do Bojador (1434) – abertura da navegação do Atlântico – Contato com as populações do Golfo da Guiné – primeiras preações de escravos, confrontos com as populações nativas (Gil Eanes Zurara – Crônicas da Guiné) • Importante: O objetivo (sentido) das grandes navegações era ter acesso direto aos mercados produtores de especiarias. (África e Ásia)- quebra do monopólio desse comércio pelo sistema Mediterrânico (Árabes/Cidades Italianas) • África: Interesse no deslocamento das rotas do Saara para a costa Atlântica – Ouro e Escravos (Avanço das áreas conhecidas pelos portugueses – os degredados e os primeiros contatos com as populações nativas) • Formação das primeiras relações de trocas de mercadorias – estendida posteriormente para a Índia e restante da Ásia.
África e o Sistema Atlântico
Rotas Transaarianas (FONTE: Explorando a África. Isimene Ibazebo)
O sistema de feitorias • Relação entre os portugueses (e os demais povos europeus) com as sociedades africanas – relação de estranhamento e de acordos de trocas – não há penetração no continente africano – A coesão dos reinos africanos e a densidade populacional impedem qualquer tentativa de dominação – os europeus tem de negociar sua permanência em território africano. • Deslocamento das rotas para o Atlântico – interesse dos reinos africanos na obtenção de Cavalos, armas e outros produtos de origem européia – reafirmação de seu poder – Preação de grupos inimigos nas zonas fronteiriças. • A cristianização do reino do Congo – relações diplomáticas e interesses no comércio Atlântico.
Sistema de Feitorias (Forte de São Jorge da Mina - 1482) Obs: As feitorias eram praças comerciais militarizadas construídas em áreas onde convergiam os fluxos comerciais. Tal sistema predominou no trato com a África Continental e a Ásia
• Expedição de Bartolomeu Dias (Cabo da Boa Esperança) • 1488 e de Vasco da Gama a Índia (1498) leva a constituição de feitorias nas zonas asiáticas produtoras de especiarias (Goa – Índia, Macau – China) – Carreira das Índias • Concorrência com o Império Espanhol (1492 - Expedição de Cristovão Colombo – descoberta da América) – Definição de áreas de poder – 1493 – Bula Inter Coetera (100 -léguas da ilha de Cabo Verde) – 1494 – Tratado de Tordesilhas (300 léguas de Cabo Verde)
A divisão do mundo (Acordos diplomáticos entre os reinos Ibéricos)
Os Impérios Coloniais
As Ilhas do Atlântico e o sistema açucareiro
• Expansão Marítima e a descoberta de Ilhas no Atlântico (Madeira, Açores, Cabo Verde, São Tomé dos Príncipes) • Áreas estratégicas para a navegação – necessidade de ocupar essas terras (disputa com a Espanha) • Importante: Para ocupar estes territórios era necessário inseri-los no sentido mercantil da empresa expansionista lusitana. Portanto colonizar significava essas transformar essas ilhas em áreas produtoras de alguma especiaria – O AÇUCAR • Histórico do açúcar – A cana-de-açucar é originária da Índia – pelos persas passou a ser produzida no Oriente Médio – através dos árabes no Mediterrâneo – daí para a Península Ibérica • Século XIV : grande interesse pelos principais mercados europeus (Bugres – Bélgica) e no XV (Flanders, SIRG e Inglaterra)
Montagem do sistema açucareiro a) Organização Administrativa: • Organização do sistema de Capitânias Hereditárias – Concessão de poder e terras a membros da pequena nobreza integrante da Coroa portuguesa – Capitães Donatários • Carta de Doação: Estabelecia a posse da terra sem que a Coroa abrisse mão do seu domínio. • Carta de Foral: Estabelecimento dos direitos e deveres dos Capitães Donatários em relação a Coroa e sobre suas terras. - Sistema de fisco da Coroa como forma de arrecadação da riqueza produzida
b) Organização da Produção açucareira (características gerais) • Regime de Terras: Grandes propriedades (latifúndios) • Monocultura voltada para a exportação • Utilização da Mão de obra escrava na produção de açúcar – criação de uma demanda que será abastecida pelo tráfico de escravos do continente. • Síntese: Sistema de plantation
Síntese histórica Ligação entre processos históricos: IDADE MODERNA → EXPANSÃO MARÍTIMA → OS IMPÉRIOS IBÉRICOS ULTRAMARINOS → COLONIZAÇÀO DA AMÉRICA. “A colonização européia moderna aparece, assim, em primeiro lugar como um desdobramento da expansão puramente comercial(. . . )” (Fernando Novais, Portugal e Brasil na Crise do Antigo Sistema Colonial, p. 67)
O Mercantilismo
Definição: • O mercantilismo era um conjunto de políticas econômicas adotadas pelas monarquias européias. • Sua base estava na intervenção do Estado nas atividades econômicas. • Seu objetivo principal era garantir aumento das rendas dos Estados Monárquicos. Importante: Apesar de existirem características gerais, cada monarquia adotou suas próprias políticas econômicas de caráter mercantilista.
Características Gerais do Mercantilismo: • Metalismo: acumulo de metais preciosos como ouro e prata. • Balança Comercial Favorável: estimulo a exportação de bens manufaturados e desestimulo as importações, garantido assim o acumulo de metais preciosos: o Protecionismo: Criação de barreiras alfandegárias para dificultar a entrada de manufaturas estrangeiras e facilitar a entrada de matérias-primas. o. Incentivo a Manufatura: para a exportação e incentivada pelo Estado através da concessão de monopólios impedindo a concorrência.
• Sistema colonial: Constituição de colônias (principalmente na América) que tinham como objetivo contribuir para a autosuficiência da metrópole a partir de relações econômicas exclusivas: o. Exclusivismo colonial: Garantia de uma relação comercial desigual entre metrópole e colônia. o. Legislação colonial: Conjunto de leis que garantiam a exclusividade comercial entre metrópole e colônia.
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