GESTO FINANCEIRA Aula 2 Anlise de Rentabilidade AULA
GESTÃO FINANCEIRA Aula 2 Análise de Rentabilidade
AULA 2 ANÁLISE DE RENTABILIDADE Seção 1
SUMÁRIO A seção 1 está dividida em: 1) Indicadores de Rentabilidade; 2) ROI; 3) ROE; 4) Margem Líquida.
INDICADORES DE RENTABILIDADE n A rentabilidade de um ativo pode ser definida, de forma simples, como o volume (ou percentual) que este ativo “retorna”, ou seja, devolve ao investidor em determinado período de tempo. n A fim de ilustrar a idéia de rentabilidade, suponha um investidor que aplicou R$ 1. 000, 00 na caderneta de poupança e, após um ano, obteve juros de R$ 80, 00.
INDICADORES DE RENTABILIDADE n O retorno, ou rentabilidade, desse investimento, ou seja, o valor “devolvido” pelo investimento foi de R$ 80, 00 ou 8% ao ano (R$ 80, 00 dividido por R$ 1. 000). Retorno
INDICADORES DE RENTABILIDADE n As empresas, representadas em seus relatórios financeiros, podem ser entendidas como um investimento. n Na verdade, todo o ativo da empresa não deixa de ser um investimento. n Dessa forma, usualmente, utilizam-se dois indicadores de rentabilidade contábil para uma empresa: ROI e ROE.
ROI n ROI – Return On Investment – em português é, normalmente, conhecido como retorno sobre o ativo (ou retorno sobre o investimento); n Calcula-se dividindo o lucro líquido pelo total do ativo. Lucro Líquido ROI = Total do Ativo
ROE n ROE – Return On Equity – em português é, normalmente, conhecido como retorno sobre o patrimônio líquido (ou retorno sobre o capital próprio); n Calcula-se dividindo o lucro líquido pelo total do patrimônio líquido. ROE = Lucro Líquido Patrimônio Líquido
EXEMPLO n Determinada empresa fechou seu balanço com o total de ativos de R$ 500 mil e um total do patrimônio líquido no valor de R$ 200 mil. n O lucro líquido da empresa foi de R$ 50 mil. n Calculando-se a rentabilidade da empresa nesse ano, temos: ROI = R$ 50 mil R$ 500 mil = 10%
EXEMPLO n O retorno sobre o investimento (ROI) foi de 10%, ou seja, o lucro líquido correspondeu a 10% do total do ativo, o investimento considerado pela empresa.
MARGEM LÍQUIDA n A margem líquida é outra forma de estudar a rentabilidade, medida como porcentagem do total de venda. n A margem líquida é definida como: Lucro Líquido Margem Líquida = Vendas
EXEMPLO n Determinada empresa fechou sua demonstração de resultados com o total de venda de R$ 800 mil e lucro líquido de R$ 160 mil. n Calculando-se a margem líquida da empresa: Margem Líquida = R$ 160 mil R$ 800 mil = 20%
EXEMPLO n A margem líquida foi de 20%, o que significa que, de cada R$ 100 vendidos, R$ 20 converteram-se em lucro, caracterizando-se qual seria a margem, ou seja, o percentual de retorno sobre as vendas. n A margem líquida em conjunto com o ROE e o ROI são importantes indicadores de desempenho de empresas e organizações.
AULA 2 ANÁLISE DE RENTABILIDADE Seção 2
SUMÁRIO A seção 2 está dividida em: 1) Sistema Du. Pont; 2) EBITDA, EBIT e NOPAT; 3) Análise Baseada em Valor; 4) Valor Patrimonial.
SISTEMA DUPONT n A margem líquida não é a única responsável pela rentabilidade da empresa. n A fim de explicar essa rentabilidade, faz-se necessário também calcular o giro do ativo. n Em outras palavras, a rentabilidade é função da margem líquida (quanto ganha em percentual), mas também de quantas vezes este ganho, a margem líquida, ocorre no ano, o que se chama de giro.
SISTEMA DUPONT n A fórmula Du. Pont pode ser resumida como: n ROI = Margem Líquida x Giro do Ativo
SISTEMA DUPONT Lucro Líquido Vendas ROI = = x Total do Ativo Vendas Total do Ativo Margem Líquida Giro do Ativo
SISTEMA DUPONT - EXEMPLO n Uma empresa possui margem líquida de 5% e giro do ativo de 3, 5 vezes ao ano. Qual é sua rentabilidade anual? n ROI = 5% x 3, 5 = 17, 5% ao ano
EBIT n O EBIT (Earnings Before Interest and Taxes), traduzido como LAJIR (Lucro Antes dos Juros e Imposto de Renda), corresponde ao “lucro operacional”, ou seja, o lucro gerado pelas operações da empresa. n Excluem-se os juros e o imposto de renda, pois eles não fazem parte do resultado das operações da empresa, mas de suas decisões de financiamento e da política fiscal governo.
EBITDA n O EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization), traduzido como LAJIDA (Lucro Antes dos Juros, Imposto de Renda, Depreciação e Amortização), corresponde aproximadamente ao “fluxo de caixa operacional”. n O EBITDA é obtido excluindo-se do EBIT a depreciação e a amortização, isto é, as despesas não caixa (aquelas que são contabilizadas, mas não são pagas, não saem do caixa), atingindose aproximadamente o fluxo de caixa operacional. n Diz-se aproximadamente, pois para chegar ao valor exato seria necessário calcular ainda a variação do capital de giro.
EBITDA n A contabilidade brasileira, contudo, possui outro padrão de demonstração dos resultados, não totalmente compatível com o EBIT e o EBITDA; n Para serem corretamente calculados, deve-se utilizar, portanto, uma contabilidade gerencial.
EXEMPLO
NOPAT n Além do EBIT e do EBITDA, existe ainda uma outra medida financeira bastante utilizada, conhecida como NOPAT (Net Operating Profit After Taxes), ou seja, lucro operacional líquido após os impostos. n O NOPAT pode ser calculado como: NOPAT = EBIT - IR n No exemplo anterior: NOPAT = 23 - 4 = 19
ANÁLISE BASEADA EM VALOR n A questão do valor de uma empresa é uma questão fundamental em finanças, por diversas razões: n O valor é utilizado e discutido em venda de empresas e em processos de fusão e aquisição; n O aumento do valor da empresa é a principal preocupação dos acionistas, assim é fundamental entender como é gerado o valor; n O valor se reflete no mercado de ações; então, se o valor da empresa aumenta, o preço de suas ações também aumenta. n Dada a importância da questão do valor, a administração financeira, cada vez mais, tem seus princípios baseados nesses fundamentos.
ANÁLISE BASEADA EM VALOR n A questão do valor evoluiu, ao longo do tempo, iniciando com a lógica patrimonial e evoluindo para a lógica do valor presente. n Para compreender-se os fundamentos do valor, iniciaremos com um exemplo simples. n Utilizaremos o exemplo de uma macieira. n Um fazendeiro desejava saber qual seria o valor monetário de uma macieira que ele possuía em seu quintal. n Como ele poderia avaliar essa macieira?
VISÃO PATRIMONIAL n A visão patrimonial foi a visão predominante até a primeira metade do século XX. n Essa visão é contábil. n No exemplo da macieira, o valor da árvore seria o seu valor de liquidação, ou seja, a árvore valeria a soma do valor de venda de suas raízes, tronco, folhas e frutas, como estão atualmente.
VISÃO PATRIMONIAL n Suponha que as raízes e as folhas não têm utilidade e, portanto, seu valor de mercado é zero. n A madeira do tronco poderia ser vendida por R$ 200 e as frutas, por R$ 100. n O valor dessa árvore é R$ 300. n No caso de uma empresa, o valor seria determinado contabilmente como o valor de venda dos ativos menos o valor dos passivos, ou seja, o valor contábil do Patrimônio Líquido.
CRÍTICAS À VISÃO PATRIMONIAL n No caso de uma empresa, o valor seria determinado contabilmente como o valor de venda dos ativos menos o valor dos passivos, ou seja, o valor contábil do Patrimônio Líquido. n Entretanto, os valores contábeis são valores históricos e não refletem os valores correntes do mercado de forma adequada. n Essa visão não considera o possível crescimento da empresa, sua estratégia e seus ganhos futuros. n Essa visão não considera os ativos intangíveis da empresa, como marcas, imagem, conhecimento e capacidade de inovação. n Dessa forma, a visão patrimonial foi abandonada por não refletir bem o valor da empresa. Surgiu, então, uma nova visão: a do Valor Presente.
AULA 2 ANÁLISE DE RENTABILIDADE Seção 3
SUMÁRIO A seção 3 está dividida em: 1) Valor Presente; 2) Valor da Empresa; 3) EVA.
VISÃO DO VALOR PRESENTE n Essa visão buscava suprir as falhas da visão patrimonial. n Voltemos ao exemplo da macieira: n Na visão patrimonial, a macieira valia R$ 300, resultado da sua “liquidação”, ou seja, ela seria cortada em pedaços e vendida, valendo R$ 200 o tronco e R$ 100 as frutas.
VISÃO DO VALOR PRESENTE n Contudo, o fazendeiro pretendia explorar a sua produção de maçãs ao longo do tempo. n A vida produtiva dessa macieira é de 5 anos. n O fazendeiro estimava que a árvore produziria cerca de 100 maçãs por ano e que essas maçãs seriam vendidas a R$ 1 cada uma, gerando uma receita de R$ 100 por ano. n Assim, como a macieira produziria por cinco anos, seu valor seria de R$ 500, ou seja, R$ 100 por ano vezes cinco anos.
VISÃO DO VALOR PRESENTE n Este valor ainda não está correto. n O fazendeiro tem um custo de oportunidade de produzir maçãs, ou seja, poderia ter aplicado esses recursos que investiu na macieira no banco, a juros de 12% ao ano. n Assim, faz-se necessário descontar o custo de oportunidade de produzir maçãs:
VISÃO DO VALOR PRESENTE 100 100 100 1 2 3 4 5 Ano 0
VISÃO DO VALOR PRESENTE n Qual o valor da macieira? n É o fluxo de caixa dos ganhos trazidos a valor presente pelo custo de oportunidade (12% ao ano): n Na HP 12 -C: F Fin 0 G CF 0 100 G CFJ 5 G NJ 12 i F NPV = 360, 48
VISÃO DO VALOR PRESENTE n O valor da empresa seria de R$ 360, 48 e não de R$ 300 pela visão patrimonial. n O valor da empresa é formado pelo fluxo de caixa futuro (potencialmente até uma data futura infinita) trazido a valor presente por uma taxa de desconto que deve refletir o risco desses fluxos. n O valor da empresa é compartilhado por acionistas e pelos detentores do capital de terceiros. Valor da Empresa = Valor dos Acionistas + Valor das Dívidas
EXEMPLO n Uma empresa calculou seu valor como R$ 500 mil (fluxo de caixa futuro descontado). n O valor total das dívidas (passivos de terceiros) é de R$ 200 mil. n Qual seria o valor para os acionistas?
EXEMPLO n Valor da Empresa = Valor dos Acionistas + Valor das Dívidas n 500 mil = Valor dos Acionistas + 200 mil n Valor dos Acionistas = 500 mil - 200 mil = 300 mil
EVA n O que acontece com uma empresa de capital aberto seu valor de mercado (valor das ações vezes a quantidade de ações) fica abaixo do seu valor patrimonial (patrimônio líquido)? n O patrimônio líquido representa o valor dos ativos líquidos da empresa, ou seja, o valor de suas máquinas, equipamentos, instalações, ativos intangíveis e circulantes menos suas dívidas.
EVA n O valor de mercado representa os fluxos de caixa futuros trazidos a valor presente por uma taxa de desconto que reflete o risco percebido para esses fluxos. n Assim, se uma empresa tem patrimônio líquido > valor de mercado, a empresa está em sérios problemas, pois vale mais “morta” do que “viva”.
EVA n Em outras palavras, o fluxo de caixa gerado pelos seus ativos não compensa o valor investido nesses ativos. A decisão mais racional é liquidar a empresa e vender seus ativos em partes, o que gerará maior valor para o acionista.
EVA n Na década de 1990, foi desenvolvida uma outra técnica semelhante ao Fluxo de Caixa Descontado (FCD), ou Valor Presente, para calcular o valor da empresa. n Esta técnica foi patenteada por Stewart e ficou conhecida como EVA. n O EVA (Economic Value Added) é o valor econômico adicionado, ou seja, é o valor do lucro após se descontar o custo do capital próprio.
EVA n A contabilidade tradicional considera o custo de capital de terceiros na forma de juros e despesas financeiras abatendo o lucro líquido. n Contudo a contabilidade não reconhece que o capital próprio também tem um custo que deve ser abatido. n Esse reconhecimento de que o capital próprio tem um custo e deve ser deduzido do lucro é o EVA.
EVA – EXEMPLO
EVA – EXEMPLO
EVA n O EVA mede, assim, a efetiva criação de riqueza para os acionistas, considerada após descontar-se o custo do capital próprio. n Descontando-se os pagamentos aos credores (custo de capital de terceiros) e o custo de seu próprio capital, o valor remanescente foi criado para os acionistas. n Esta é a essência do EVA, tornando-o mais adequado como medida de resultado financeiro do que o lucro líquido.
REFERÊNCIAS BRIGHAM, E. F. ; GAPENSKI, L. C. ; EHRHARDT, M. C. Administração Financeira: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2001. DAMODARAN, A. Avaliação de Investimentos: ferramentas e técnicas para determinação do valor de qualquer ativo. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999. GROPELLI, A. A. ; NIKBAKHT, E. Administração Financeira. São Paulo: Saraiva, 2002. OLIVO, Rodolfo L. F. Administração de Empresas. São Paulo: Saint Paul, 2009. ________. Administração Financeira. Departamento de Extensão e Pós. Graduação. Valinhos, SP: Anhanguera Educacional, 2011. ________. Análise de Investimentos. Campinas: Alínea, 2008. ROSS, S. A. ; WESTERFIELD, R. W. ; JAFFE, J. Administração Financeira: corporate finance. São Paulo: Atlas, 2002. SANTOS, J. O. Avaliação de Empresas: um guia prático. São Paulo: Saraiva, 2005. STEWART, G. B. The Quest for Value. New York: Harper Business, 1991. WESTON, J. F. ; BRIGHAM, E. F. Fundamentos da Administração Financeira. São Paulo: Makron Books, 2000.
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