Gesto Estratgica do Absentesmo Luiz Fernando Hormain Unimed
Gestão Estratégica do Absenteísmo Luiz Fernando Hormain Unimed Litoral Sul (RS) www. saudenaempresa. med. br fhormain@mikrus. com. br (53) 9975 -1160
Absenteísmo Termo usado para designar as ausências dos trabalhadores ao processo de trabalho, seja por falta ou atraso, devido a algum motivo interveniente.
Absenteísmo Causa de preocupação Trabalhadores Empresários Lideranças sindicais Governos Profissionais de Saúde e Segurança Profissionais de Recursos Humanos Sociedade
Absenteísmo Impacto econômico O absenteísmo exige o re-dimensionamento de quadros de pessoal. Amplia custos de produção e/ou de prestação de serviços Aumenta custo final do produto/serviço Absenteísmo é um fator inflacionário
Absenteísmo Impacto Social Favorece a deterioração das relações de trabalho. Agrava as relações sindicais As próprias formas de punição pecuniária contra o trabalhador faltante são agravantes destas relações. Prejuízos morais advindos da banalização da instituição “atestado médico de incapacidade”. Acelera processos de substituição do trabalho humano pela máquina. Impacto inflacionário.
Absenteísmo Causas O Absenteísmo é hoje considerado a forma mais manifesta e mais frequente de inadaptação do trabalho. De fato, parece evidente que não existe forma mais explícita de inadaptação ao trabalho do que a ele não comparecer. As diferentes causas de inadaptação estão geralmente “maquiadas” sob a forma de absenteísmo-doença, buscando atribuir a falta a causas ligadas à Saúde.
Absenteísmo Causas As próprias formas de punição pecuniária contra o trabalhador faltante (desconto do repouso remunerado, perda de gratificações/sacolas econômicas, etc) são formas de estímulo à busca indiscriminada da justificativa das faltas por intermédio de atestados médicos de incapacidade, especialmente num país como o Brasil, cujo padrão salarial não permite qualquer perda.
Absenteísmo Causas Uma coletânea de mais de 50 (cinquenta) trabalhos científicos realizados por renomadas Instituições de Saúde Ocupacional em todo o mundo, identificaram o absenteísmo-doença como a 8 a causa de absenteísmo.
Absenteísmo Causas mais frequentes Insatisfação no trabalho Falta de comprometimento com resultados Falta de identificação com a tarefa Ausência de supervisão eficiente/tratamento injusto Falta de motivação para o trabalho Ausência de feed-back Más relações inter-pessoais e inter-setoriais
Motivação Componente do comportamento humano que faz uma pessoa perseguir determinado objetivo, durante um certo tempo (que pode ser curto, longo ou muito longo), e que não pode ser explicado somente pelos seus conhecimentos, experiências e habilidades (prerequisitos).
Motivação Formas de Medição Pode ser medida indiretamente, por exemplo, pelas quantidades de peças adicionais produzidas por um trabalhador motivado. Trabalho = habilidade + motivação Habilidade = capacitação ou condições prévias Motivação = decisão de realizar esse trabalho
Motivação The Gallup Organization Engajados: Psicologicamente comprometidos com a empresa Inovadores, eficientes e não ficam ociosos Esclarecidos com relação às funções que exercem Trabalham com paixão e energia São leais à empresa e aos colegas Recebem e fazem críticas positivas e construtivas
Motivação The Gallup Organization Desengajados: Fazem apenas o básico Confusos ou com falta de habilidade para agir com confiança Oferecem respostas de baixo risco e comprometimento com a tarefa que irão desenvolver Não possuem senso de realização e de objetivo atingido São menos comprometidos com a organização e com os grupos de trabalho Reagem de forma negativa, mas não de maneira explosiva e intensa.
Motivação The Gallup Organization Ativamente desengajados: Presentes fisicamente mas ausentes psicologicamente. Pensam nos ganhos próprios em vez do coletivo Dividem a infelicidade no trabalho com os colegas Não são produtivos, mas sempre tem desculpas para o baixo rendimento. Se focam no problema e não tem habilidade para encontrar soluções. Ficam isolados e são pouco confiantes.
Motivação The Gallup Organization Entre os profissionais do setor privado 23% engajados 17% ativamente desengajados Entre os profissionais do setor público 18% engajados 20% ativamente desengajados
Motivação The Gallup Organization Profissionais de 18 -29 anos: 17% engajados Profissionais de 30 -49 anos: 21% engajados Profissionais de 50 anos ou +: 28% engajados Quanto mais jovem o profissional, tanto menor é o seu comprometimento?
Motivação The Gallup Organization “Os baixos índices de engajamento custam mais às empresas em vendas, lucros perdidos e em menor satisfação dos clientes”. Gustavo Oliveira Country Manager da The Gallup Organization no Brasil
Motivação Exemplos positivos e negativos Microsoft: Foco na produtividade Atendimento aos interesses comuns Flexibilização em todos os sentidos Respeito mútuo
Absenteísmo Indicador fiel do nível de satisfação com o trabalho. Portanto, também é um indicador fiel do risco doença/acidente do trabalho. Coletânea de mais de 50 trabalhos científicos sobre o tema, demonstrou que o absenteísmo -doença ocupa o oitavo lugar entre as causas mais frequentes de absenteísmo.
Fontes de insatisfação dos trabalhadores 1. Ambiente físico 2. Ambiente psicossocial 3. Remuneração pelo trabalho 4. Jornada de trabalho 5. Organização
Fontes de insatisfação dos trabalhadores Ambiente físico Posto de trabalho Condições físicas: ruído, iluminação, vibrações
Fontes de insatisfação dos trabalhadores Ambiente psicossocial Sentimentos de segurança e estima no trabalho Oportunidades de progressão funcional Percepção da imagem da empresa Aspectos intrínsecos do trabalho Relacionamento social com os colegas de trabalho Benefícios que a empresa concede
Fontes de insatisfação dos trabalhadores Remuneração pelo trabalho Importante, mas não a única motivação Outras compensações como segurança e realização profissional Diferenças culturais e educacionais na valorização da remuneração
Fontes de insatisfação dos trabalhadores Jornada de trabalho Tendência histórica de redução Horas-extras: jornadas superiores a 8 -9 horas diárias de trabalho são improdutivas. Há correlação direta do volume de horas-extras com problemas de doença e absenteísmo.
Fontes de insatisfação dos trabalhadores Organização Novas formas de organização do trabalho Sem controles rígidos sobre cada atividade Margem para cada um exercitar suas habilidades Sentimentos de auto-realização Respeito mútuo Inexistência de qualquer forma de preconceito Relacionamento amigável com colegas e superiores Supervisão dos próprios trabalhadores
Formas de detecção dos casos de insatisfação dos trabalhadores Pesquisa de Clima Organizacional > identifica focos de insatisfação > submete os trabalhadores a questionário > tabula resultados > propõe estratégias de correção de rumos
Nível de satisfação com o trabalho Hackman e Oldham (USA) Autoridade no trabalho Criatividade no trabalho Feed-back quanto ao trabalho Remuneração digna Identidade com a tarefa Ciclos completos Stress
Alargamento e enriquecimento do trabalho Surgiram como propostas para reduzir as inconveniências dos trabalhos de elevada repetitividade, aumentando, tanto o ciclo de trabalho, como as responsabilidades dos trabalhadores. 1. Alargamento: no sentido horizontal 2. Enriquecimento: sentido vertical
Absenteísmo Casos específicos O O trabalho feminino do idoso do jovem noturno/turnos alternantes
Absenteísmo O trabalho feminino Capacidade musculo-tendinosa 30% menor Áreas da sensibilidade aumentadas no mapeamento 85% do cuidado com filhos menores cabem às mulheres, mesmo nos casos de dissolução das sociedades conjugais. 93% do cuidado com familiares idosos (sequelados de AVC, Alzheimer, demência senil aterosclerótica, etc) cabem às mulheres. (fonte: IBGE)
Absenteísmo O trabalho do idoso Aumento da expectativa de vida humana Alteração da legislação previdenciária (idade mínima para aposentadoria). Aumento da permanência do trabalhador idoso no mercado de trabalho.
Absenteísmo O trabalho do idoso Redução da força muscular: 95% (40 anos), 80% (50 anos) e 50% (60 anos). Perda auditiva: 5% (40 anos), 10% (60 anos), 17% (70 anos) e 35% (80 anos). Psicomotricidade: movimentos mais lentos e redução dos alcances (tempo de reação 20% maior aos 60) Memória: redução da memória recente, redução da capacidade de retenção de informações >>> dificuldades no aprendizado de novas tecnologias.
Absenteísmo O trabalho do idoso As dificuldades biológicas geram um conflito íntimo no trabalhador idoso entre as dificuldades de adaptação e a necessidade de se manter no mercado de trabalho. Esse conflito é causa de absenteísmo do trabalhador idoso.
Absenteísmo O trabalho do jovem Até quando se estende o período da adolescência? Dificuldades para o estudo. Dificuldades para conviver com seu grupo etário. Dificuldades sociais Dificuldades para adaptação a normas rígidas de trabalho.
Absenteísmo O trabalho noturno/turnos A dificuldade de adaptação às alterações do relógio biológico. A menor condição reparadora (física e psíquica) do sono diurno quando comparado com o sono noturno. O aumento da inadaptação com a sucessão de noites de vigília. O maior índice de adoecimento/acidente do trabalhador noturno/turnos.
Absenteísmo Multiplicidade de fatores de inadaptação Trabalhadora em turnos que tem dificuldades de convívio familiar devido as seus horários de trabalho. Trabalhador jovem que tem dificuldades para estudo e convivência com seu grupo etário devido ao trabalho noturno/turnos. Trabalhador idoso noturno/turnos que tem dificuldades para conciliar o sono durante o dia.
Absenteísmo-doença Problemas gerados pela legislação conflitante Segundo o CFM, todo o médico legalmente habilitado pode emitir atestados médicos de incapacidade ao trabalho. Portaria 39 de 05/09/1974 do MPAS permite às empresas que tiverem serviços médicos próprios e/ou credenciados, não aceitarem atestados médicos emitidos por outros serviços de saúde.
Absenteísmo-doença Conflitos gerados pelo “Atestado médico” O médico não deve assumir uma postura “policialesca” diante do absenteísmo-doença, investigando possíveis transgressões que levem a “flagrar” uma possível simulação do trabalhador no sentido de obter um atestado médico indevido. Por que? O diagnóstico médico está amparado em três grandes bases: 1. Anamnese ou história clínica: 60% do diagnóstico 2. Exame Clínico: representa 30% do diagnóstico 3. Exames Complementares: 10% do diagnóstico
Absenteísmo-doença Conflitos gerados pelo “Atestado médico” O médico da empresa deve registrar os atestados emitidos por profissionais da rede pública ou privada no prontuário ocupacional do trabalhador? Evidentemente que sim, não para controlar ou cercear o trabalhador, mas sim para incluí-lo em Programas específicos de Prevenção e Promoção da Saúde e compatibilizar eventuais restrições pós-afastamento às exposições ocupacionais.
Absenteísmo-doença Conflitos gerados pelo “Atestado médico” - Exemplo A infecção por rotavírus produz diarréia muito frequente, com ou sem vômitos, que causa grande debilidade física (pela depleção hidro-eletrolítica) e invariavelmente produz incapacidade laboral. Frequentemente estes quadros não apresentam qualquer sinal físico ao exame, especialmente no trabalhador jovem e bem hidratado. Como justificar essa ausência ao trabalho se o médico desconfiar dos fatos narrados na história? Como estabelecer o diagnóstico se não forem valorizadas as informações colhidas na história?
Absenteísmo-doença Conflitos gerados pelo “Atestado médico”- Exemplo Um trabalhador consulta um clínico da rede pública que diagnostica pneumonia pneumocóccica, prescreve um tratamento com penicilina e concede um atestado médico de 07 (sete) dias. Após o término do período de afastamento, já curado da infecção pneumônica, porém debilitado por v[arios dias de hipertermia, imobilidade e subalimentação, o trabalhador se apresenta à empresa, onde labora num píer atracadouro, exposto às intempéries. Caberá, então, ao médico da empresa definir qual o período no qual esse trabalhador deverá ser remanejado de função e de local de trabalho, para que não fique exposto às intercorrências infecciosas secundárias à sua queda imunológica.
Absenteísmo-doença A necessidade do registro Importância de registrar as causas de absenteísmo, desde que os dados obtidos sejam utilizados exclusivamente para objetivos epidemiológicos. Isto quer dizer que não cabe ao médico do trabalho justificar ou abonar a falta, tarefa esta de cunho gerencial que cabe ao chefe ou líder do trabalhador. (Recomendação 112 – 171 e Convenção 161 - OIT)
Absenteísmo-doença Índices de Absenteísmo por doença - ICOH Índice de Frequência: Número de início de licenças por ano/população sob risco Índice de Duração: Número de dias de ausência por ano/população sob risco Índice de Prevalência momentânea: Número de trabalhadores ausentes em determinado dia dividido pela população trabalhadora referente ao mesmo dia.
Absenteísmo-doença Índices de Absenteísmo por doença - ICOH Índice de Frequência (trabalhadores): Número de trabalhadores com uma ou mais licenças por ano dividido pela população sob risco. Proporção de tempo perdido: Número de dias de trabalho perdidos em determinado período de tempo dividido pelo número de dias de trabalho programados no mesmo período, multiplicado por 100.
Absenteísmo-doença Outros índices de absenteísmo Média de dias perdidos por trabalhador: Número total de dias perdidos no período dividido pelo número de pessoas tendo uma ou mais licenças no mesmo período. Duração média da licença: Número de dias perdidos no período dividido pelo número total de licenças no mesmo período. Média de licença por trabalhador: Número total de licenças no período dividido pelo número de pessoas tendo uma ou mais licenças no mesmo período.
Custo do Absenteísmo O Cálculo do Custo do Absenteísmo constitui-se em excelente indicador de apoio à decisão gerencial de investimentos destinados a programas preventivos.
Custo do Absenteísmo Indicador Custo médio trabalhador A maioria das empresas já possui calculado o seu customédio-trabalhador: valor total da folha (+ encargos) dividido pelo número de trabalhadores = custo médio mês do trabalhador. dividido por 30 dias = custo médio dia do trabalhador Custo médio dia do trabalhador multiplicado pelo número de ausências por determinada doença = Custo dia de cada doença para uma determinada empresa.
Absenteísmo-doença X morbidade Níveis do Espectro de Resposta Biológica Nível 1: estilo de vida, condições e processos de trabalho, riscos ocupacionais. Nível 2: alterações de exames laboratoriais e provas funcionais Nível 3: morbidade sem absenteísmo Nível 4: morbidade causadora de absenteísmo de curto prazo Nível 5: morbidade causadora de absenteísmo de longo prazo Nível 6: morbidade causadora de incapacidade total permanente – aposentadoria por invalidez. Nível 7: morte
Níveis do Espectro de Resposta Biológica Nível 1 Estilo de vida: sedentarismo, falta de lazer, cuidados preventivos, tabagismo, stress, hereditariedade, obesidade, hábitos alimentares inadequados, etc. Segurança e higiene ocupacional: qualidade dos ambientes de trabalho (riscos físicos, químicos e biológicos), condições e processos de trabalho inadequados (riscos ergonômicos).
Níveis do Espectro de Resposta Biológica Nível 2 Alteração de exames laboratoriais e provas funcionais: alterações do hemograma, colesterol total e frações, triglicerídeos, glicemia, provas de função hepática, dosagem do chumbo sanguíneo, exame comum de urina, exame parasitológico de fezes, entre outros, e de provas funcionais, como teste ergométrico, audiometria, espirometria, entre outras.
Níveis do Espectro de Resposta Biológica Nível 3 Morbidade sem absenteísmo: representado pelos sinais e sintomas registrados na ficha clínica de avaliação dos trabalhadores por ocasião dos exames ocupacionais e consultas clínicas. ex. hipertensão arterial sistêmica
Níveis do Espectro de Resposta Biológica Nível 4 Morbidade causadora de absenteísmo de curto prazo: atestados médicos até 15 dias 19, 7% outros contatos com serviços de saúde 18, 7% doenças do sistema osteomuscular 17, 7% doenças do aparelho respiratório 8, 8% doenças do aparelho digestivo 8, 0% sinais e sintomas e afecções mal definidas 7, 0% lesões e traumatismos
Níveis do Espectro de Resposta Biológica Nível 5 Morbidade causadora de absenteísmo de longo prazo: afastamentos superiores a 15 dias (benefícios INSS) 37, 6% lesões e traumatismos 15, 2% doenças do sistema osteomuscular 11, 3% doenças do aparelho digestivo 10, 3% doenças do aparelho genitourinário 7, 4% doenças do aparelho circulatório 5, 7% transtornos mentais 4, 6% doenças infecciosas e parasitárias 2, 8% doenças do aparelho respiratório
Níveis do Espectro de Resposta Biológica Nível 6 Morbidade causadora de incapacidade total permanente – aposentadoria por invalidez. 53, 8% doenças do sistema circulatório 13, 8% transtornos mentais 12, 6% doenças do sistema osteomuscular 8, 6% doenças do sistema nervoso 3, 7% doenças infecciosas e parasitárias 2, 5% neoplasias e doenças endócrinas e imunitárias 1, 2% traumatismos e lesões
Níveis do Espectro de Resposta Biológica Nível 7 Morte 36, 5% doenças do aparelho circulatório 18, 8% traumatismos e lesões 11, 7% neoplasias 7, 0% doenças do aparelho digestivo 7, 0% sintomas e afecções mal definidas 6, 5% doenças endócrinas e imunitárias 4, 2% doenças infecciosas 0, 9% doenças do aparelho genitourinário 0, 9% doenças do sangue 0, 5% doenças do sistema nervoso
Gestão do Absenteísmo Premissas Fundamentais
Gestão do Absenteísmo Premissas fundamentais Conhecimento profundo do problema: Índices Sazonalidade Prevalência nos diferentes setores da empresa Faixas etárias preferenciais Influência de fatores culturais, regionais, religiosos. Estatísticas confiáveis e atualizadas
Gestão do Absenteísmo Premissas fundamentais Base populacional: cadastro de trabalhadores permanentemente atualizado Distribuições por faixa etária, tempo de serviço (faixas de 5 anos, por exemplo) e gênero são as mais utilizadas. Outras distribuições por cargo, lotação ou área de trabalho e local de trabalho também podem ser realizadas.
Gestão do Absenteísmo Premissas fundamentais Registro e mapeamento de todos os casos de ausência ao trabalho como estratégia de saúde, segurança e apoio ao trabalhador. Registro de ocorrência de enfermidades sistêmicas crônicas em trabalhadores cujas faltas ao trabalho sejam devidas às descompensações destas enfermidades: hipertensão arterial sistêmica, diabete melito, obesidade.
Gestão do Absenteísmo Premissas fundamentais Programas de Prevenção e Promoção da Saúde > Drogas lícitas: fumo e álcool > Drogas alucinógenas > Combate à obesidade/sedentarismo > Cuidados especiais: trabalhadora gestante idoso jovem turnos/noturno
Trabalho Noturno/Turnos European Foundation for the Improvement of living and working conditions Redução dos turnos noturnos fixos Menor sequência possível de noites trabalhadas (2 a 4) Preferência por turnos de rotação rápida Rotação de turnos no sentido manhã-tarde-noite A medida do pagamento adicional tem se mostrado insuficiente Aumento do número de folgas em relação aos “diurnos” Aposentadoria precoce Transferência imediata nos casos de intolerância Permissão para dormir durante o trabalho noturno Encurtamento do intervalo entre os exames médicos Apoio da família, prática de exercícios, técnicas de relaxamento Dieta leve com pouca gordura e hidratos de carbono
Gestão do Absenteísmo Premissas fundamentais Comprometimento com as propostas/metas da empresa > identificação com os objetivos da empresa > formação de uma verdadeira equipe ou “team” As empresas “feitas para vencer” são sempre formadas por uma excelente equipe, não por “um líder extraordinário e seus seguidores” (da obra “Empresas feitas para vencer”- Jim Colins)
Gestão do Absenteísmo Premissas fundamentais Comprometimento X terceirização precária baratização da mão-de-obra trabalho PPPMP cria “castas” de trabalhadores
Gestão do Absenteísmo Premissas fundamentais Comprometimento compatível com terceirização: > extensão dos benefícios aos terceirizados > convênio-saúde > transporte > alimentação > acesso à segurança > participação nos resultados > cadastro de empresas prestadoras de serviços
Gestão do Absenteísmo Premissas fundamentais Culturalmente, o trabalhador japonês é um dos que possuem o maior comprometimento com seu trabalho, por isso os índices de absenteísmo no Japão são dos mais baixos do mundo. Há alguns anos, uma Instituição de Pesquisa solicitou à uma amostra de trabalhadores japoneses que colocassem em ordem decrescente de importância os valores Deus, Trabalho (Empresa) e Família, vencendo o contingente que colocou nesta ordem. Quando questionados sobre o motivo porque colocavam o Trabalho na frente da Família, a explicação prevalente foi de que “sem Trabalho não há Família”.
Gestão do Absenteísmo Premissas fundamentais Treinamento continuado dos Supervisores, principalmente os de nível operacional: Cursos de Relações humanas, Cursos de Gestão de Pessoas. Construção de um ambiente de estímulo à confiança recíproca. Todas as empresas “feitas para vencer” tiveram o que o autor denominou liderança Nível 5: Líderes que tinham, aliada à sua grande vontade, uma grande humanidade. (Empresas Feitas para vencer – Jim Colins)
Gestão do Absenteísmo Premissas fundamentais Construção da Cultura da Disciplina: Quando vc conta com pessoas disciplinadas em sua equipe, não precisa da hierarquia. Quando vc possui disciplina estratégica, não precisa de controles excessivos. Quando vc combina cultura de disciplina com empreendedorismo, obtém a “alquimia da alta performance” (Empresas Feitas para vencer – Jim Colins)
Gestão do Absenteísmo Premissas fundamentais Adversários da Cultura da Disciplina: Métodos liberais de Educação Abertura da estrutura familiar tradicional Períodos pós-regimes com privação de liberdade Cultura sindical de que “tudo pode”.
Gestão do Absenteísmo Premissas fundamentais Trabalhar sempre com a verdade: Políticas e estratégias de Gestão de Pessoas que sejam transparentes, com oportunidades de valorização de pessoal (concursos internos) e um Plano de Cargos e Salários com regras claras e acessíveis a todos os níveis culturais de trabalhadores. As empresas “feitas para vencer” nunca esconderam a realidade dos seus colaboradores, por mais dura que ela fosse, pois não são os desafios que desmotivam, mas as falsas esperanças. (Empresas feitas para vencer – Jim Colins)
Gestão do Absenteísmo Premissas fundamentais Diagnóstico social do trabalhador: foco nas principais necessidades extra-empresa > moradia e alimentação > acesso à empresa > relações inter-pessoais: conflitos familiares > dependência química de filhos > familiares idosos/inválidos > apoio imprescindível do AS
Gestão do Absenteísmo Premissas fundamentais Abordagem multiprofissional dos trabalhadores com elevados índices de absenteísmo: biopsicossocial recursos humanos segurança
Gestão do Absenteísmo Premissas fundamentais É praticamente consenso entre os cientistas sociais e profissionais da Saúde Ocupacional que o grande desafio do Século XXI é construir um modelo de atenção à Saúde mental que contemple as necessidades do trabalhador contemporâneo. A mente do trabalhador contemporâneo é completamente distinta daquela apresentada pelo trabalhador dos primórdios do Século XX, mas o modelo de atenção à Saúde mental não evoluiu a ponto de atender estas necessidades. O resultado disso, associado às dificuldades da vida diária, foi uma geração de trabalhadores com frustrações que comprometem a sua qualidade de vida e, invariavelmente, exteriorizam-se por meio de níveis alarmantes de absenteísmo.
Gestão do Absenteísmo Premissas fundamentais Gerenciamento dos conflitos > o ambiente de trabalho é uma verdadeira “Babel laboral”, portanto sempre é causador de conflitos, que muitas vezes se manifestam através do absenteísmo. > não é, pois, a presença ou ausência de conflitos que diferencia as empresas, já que todas os possuem, mas sim a forma pela qual as empresas gerenciam os seus conflitos.
Gestão do Absenteísmo Premissas fundamentais Adoção de mecanismos e estratégias que estimulem a espiritualidade dos trabalhadores (não confundir com religiosidade): palestras, publicações ou, simplesmente, atitudes. Pessoas espiritualizadas são mais tolerantes para com os outros, principalmente com aquilo que os outros possuem de diferente ou até de oposto delas. Tolerância é o grande antídoto do conflito, e conflito é uma das grandes causas de inadaptação, base do absenteísmo.
Gestão do Absenteísmo Premissas fundamentais No ano 2000, o Congresso Anual do PGQP na sede da FIERGS, teve sua Conferência inaugural proferida pelo Lama Padhma, líder espiritual dos budistas. Ele, um engenheiro nuclear que havia trabalhado até na NASA, falou durante 03 (três) horas para uma platéia extasiada onde se encontrava pelo menos 90% do PIB do RGS. No início, disse apenas: “vou lhes falar sobre a vida”, discorrendo com incrível facilidade sobre um tema tão complexo e, ao mesmo tempo, de tamanha simplicidade.
Gestão do Absenteísmo Premissas fundamentais Alterações da Legislação Trabalhista Consequências nos países que já a adotaram: 1. Significativa redução dos índices de absenteísmo 2. Maior responsabilização do trabalhador 3. Resgate da credibilidade do atestado médico
Gestão do Absenteísmo Premissas fundamentais Fica absolutamente claro que qualquer abordagem exclusivamente médica do ABSENTEÍSMO está destinada ao mais absoluto fracasso. Muito mais do que multidisciplinar, a única abordagem adequada é a abordagem SOCIAL, eis que prioritariamente SOCIAL é a questão.
Presenteísmo: outro grande problema. . . O trabalhador comparece ao trabalho mas não consegue produzir como deveria ou como se esperaria dele. Dupla dificuldade: Não tão visível como o absenteísmo Dificuldade em mensurar a perda em produtividade Já considerado nos USA um inimigo oculto da produtividade.
Presenteísmo: dois conceitos Uma visão de saúde ocupacional, utilizada particularmente na Europa, que reflete a propensão do trabalhador em permanecer trabalhando, mesmo doente, havendo uma relação com a organização e as condições de trabalho. A segunda, mais utilizada nos USA, resumida como a extensão em que os sintomas, condições e doenças afetam negativamente a produtividade de pessoas que decidem permanecer no trabalho.
Presenteísmo Estudo de Ron Goetzel (2004) Demonstrou que as dez condições mais relacionadas com o Presenteísmo (entre elas hipertensão, doença cardíaca, depressão, problemas articulares e alergias) geram mais custos em assistência médica quando comparados com os custos diretos em Saúde. Calcula-se que o custo relacionado com Presenteísmo atinja 150 bilhões de dólares nos USA, por ano.
Presenteísmo Estudo no Bank One – 16. 000 colaboradores 25% dos colaboradores tiveram limitações do trabalho provocadas por problemas de saúde. 50% tiveram pelo menos uma condição que exigiu a procura de assistência médica ou tomar um medicamento. Os problemas que mais trouxeram limitações ao trabalho foram: lombalgias, artrite, diabete e problemas intestinais.
Presenteísmo Pesquisa na empresa Dow Chemical - 2005 Condições como alergias, dores articulares, problemas lombares e posturais foram responsáveis pela redução em até 36% na capacidade de trabalho. Os problemas crônicos de saúde são responsáveis por 10% dos custos com mão-de-obra, sendo quase 7% atribuídos ao presenteísmo.
Presenteísmo Estudo do British Journal of Medicin Analisou licenças médicas de curta duração, condição de saúde e risco de doenças cardiovasculares em 10. 000 servidores públicos Risco duas vezes maior de doença coronariana grave entre profissionais com baixa condição de saúde e sem faltas ao trabalho, quando comparados com profissionais que apresentavam quantidades moderadas de licenças médicas. Concluem que as pessoas que trabalhavam, mesmo doentes, apresentaram maior risco de doenças cardiovasculares.
Presenteísmo Estudo do British Journal of Medicin Reflexões sobre as conclusões: 1. Trabalhar, mesmo doente, pode agravar o dano psicológico com consequências físicas e hormonais. 2. Pode haver agravamento do stress que age em doenças que estão em fase inicial ou que ainda não tenham se manifestado clinicamente (estágio sub-clínico) 3. Esse comportamento pode estar associado à uma postura pessoal em que os sintomas e as questões relacionadas ao estilo de vida são ignorados e não se busca apoio ou ajuda.
Presenteísmo Estudo do British Journal of Medicin Este importante estudo permite uma reflexão sobre a questão do controle excessivo sobre licenças médicas, principalmente as de curta duração, que podem originar o fenômeno do Presenteísmo.
Presenteísmo “O presenteísmo deve ser compreendido como uma doença organizacional. Como ocorre em outras disfunções relacionadas ao trabalho, ele não deve ser analisado isoladamente. ” (Beatriz Madagan – Psicóloga Organizacional)
Presenteísmo O workaholic, pessoa cuja vida, nos casos mais graves, pode reduzir-se ao trabalho, pode ser um tipo de “presenteísta”, já que nem sempre sua produtividade e eficiência correspondem ao elevado número de horas trabalhadas.
Presenteísmo O Presenteísmo começou a ser estudado na França, na década de 1950, e voltou à tona mais recentemente quando as empresas perceberam que a próxima barreira da competitividade está nas mãos dos colaboradores.
Presenteísmo “As empresas já melhoraram os processos, a tecnologia e os modelos de negócios. Agora, o objetivo é maximizar a capacidade do capital humano. ” (Henri Vahdat – Consultoria Delloite)
Presenteísmo Ainda merece pouca discussão no Brasil; são raros os departamentos de RH que vêem no Presenteísmo uma ameaça à produtividade e, em última instância, aos lucros das empresas. “Trata-se de um conceito muito refinado para o Brasil. Muitas empresas sequer oferecem condições básicas para o bem-estar no trabalho. ” (Alberto Ogata – Presidente da ABQV)
Presenteísmo “A maioria das empresas ainda não percebeu que, além de ter maior custo do que o absenteísmo, o presenteísmo pode afastar talentos e levar os executivos à Síndrome da Fadiga Crônica (Burnout)”. (Prof. Roberto Heloani – FGV)
Presenteísmo “O problema reside em saber como combatê-lo: o primeiro passo é entender as causas do problema. Enquanto nos USA a principal causa está relacionada ao excesso de trabalho, no Brasil o medo de perder o emprego ainda é fator determinante. ” (Bett Gorovsky – Consultoria norte-americana CCH)
Presenteísmo “Quando as pessoas estão inseguras, procuram marcar presença, trabalham além do expediente ou não tiram férias. Fazem isso por medo de ser demitidas. Ao mesmo tempo esse temor as desmotiva nas suas atividades. Isso acontece principalmente nas organizações que tem políticas de RH (critérios de admissão e demissão, por exemplo) pouco transparentes. Se uma pessoa foi demitida, é preciso que os motivos fiquem bem claros para todos os colaboradores. ” (Prof. Roberto Heloani – FGV)
Presenteísmo Principais causas de Presenteísmo por problemas de Saúde que reduzem o rendimento do trabalhador brasileiro: dores musculares 86% problemas de sono 35% dores gastrintestinais 26% (fonte: Estudo ISMA-BR – International Stress Management Association – Brasil)
Presenteísmo Causas Desmotivação com o ambiente de trabalho Trabalho sob intensa pressão por resultados Falta de perspectivas de crescimento na empresa Falta de identidade com a função desempenhada Falta de comprometimento do colaborador Falta de regras claras para avaliação de desempenho. Falta de uma liderança inspiradora.
Presenteísmo/Absenteísmo: o Futuro As empresas estão cada vez mais envolvidas com programas de gestão em saúde e qualidade de vida, buscando principalmente contar com colaboradores mais saudáveis e mais produtivos. Cada vez mais os gestores estão conscientes de que a saúde e o bem-estar dos colaboradores está relacionada com a produtividade corporativa. (a questão que se coloca é se as empresas estão preparadas ou não para estas ações).
Presenteísmo/Absenteísmo: o Futuro Objetivos Gerais dos Programas Implementados pelas Empresas Redução dos custos com assistência médica Controle efetivo do absenteísmo/presenteísmo Incremento da produtividade individual e coletiva Melhoria do clima organizacional
Presenteísmo/Absenteísmo: o Futuro Estágios dos Programas Implementados pelas Empresas 1. 2. 3. 4. 5. Avaliação das necessidades Planejamento Implantação participativa Consolidação/Manutenção Feed-back dos resultados
A Era do Paradoxo (1996) Charles Hand “Se o progresso econômico significa que nos tornamos meras engrenagens de uma grande máquina, então o progresso é uma falsa promessa. ”
Parceiros Nenhum Projeto de trabalho, ou mesmo suficientemente bom parceiros que acreditem Pesquisa, de de vida, é se não tiver na gente.
Parceiros Unimed Litoral Sul, Yara Brasil Fertilizantes, Exímia Serviços Temporários Ltda, Tanac, Ipiranga, Tecon, Termasa-Tergrasa, Fertimport, Gerdau, Frigorífico Pampeano, Paramount, Fasa, Chocolates Garoto, Randon, Cotrijuc, FURG, Faculdades Atlântico Sul, FFFCMPA, UNISINOS, S. Camilo, CBES, FURB, UFPel, Editora WS, Revista Proteção/Proteção Eventos, Vendrame Eventos, NN Eventos, Revista do SIMERS, AMRIGS, Central Nacional Unimed, CDL, CIPel, ABRHRS, Câmara Municipal de Porto Alegre, Grupo de estudos GQVT-USP, Clínica del Lavoro.
Não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar nossa postura no mundo. Em lugar de nos amargurarmos pela podridão e injustiça, podemos abrir algum espaço para o bom e para o belo, que afinal existem. Tentar curtir a natureza, saborear a arte, atender os necessitados, preparar crianças e jovens para a vida, cultivar a harmonia na família, olhar para dentro de nós mesmos e, mais do que olhar, nos escutar. (Lya Luft)
Dr. Luiz Fernando Hormain Médico do trabalho/Ergonomista/Professor universitário Perito médico judicial/Consultor de empresas/ Palestrante www. saudenaempresa. med. br
Muito Obrigado!!!
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