FUNES DA LINGUAGEM FUNES DA LINGUAGEM Comunicarse Eis

















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FUNÇÕES DA LINGUAGEM

FUNÇÕES DA LINGUAGEM Comunicar-se. Eis uma aptidão nata do ser humano. O tempo todo estamos tentando estabelecer contato com as pessoas, seja por meio da fala, seja por meio da escrita. A interação com o outro acontece antes mesmo de aprendermos nossa língua materna, e desde a tenra idade, através de expressões faciais e até mesmo de sons incompreensíveis, lançamo-nos à incrível arte da comunicação. Cada texto produzido, oral ou escrito, apresenta uma intencionalidade. Não pense que os atos de fala são desprovidos de um objetivo. Há um objetivo até mesmo nas famosas conversas de elevador, quando as pessoas, entediadas, travam um diálogo que muitas vezes parece ser pouco produtivo ou até mesmo dispensável.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM Pois bem, as funções da linguagem estão aí para nos explicar as minúcias de cada tipo de discurso e conhecê-las aprimora a comunicação, bem como o entendimento da finalidade de um texto. Mas você sabe quais são as funções da linguagem e para que servem? Antes de apresentar as funções da linguagem, devemos conhecer os elementos que fazem parte do processo comunicativo. As funções da linguagem são elementos que constituem o processo comunicativo: Fazem parte do processo comunicativo: emissor, receptor, referente, mensagem, canal e código.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

ELEMENTOS DO PROCESSO COMUNICATIVO Emissor: também conhecido como destinador, é quem emite a mensagem. Pode ser um indivíduo ou um grupo. Receptor: também conhecido como destinatário, é quem recebe a mensagem. Também pode ser um indivíduo ou um grupo. Mensagem: é o objeto da comunicação, ou seja, é o que o emissor transmite ao receptor. Tal transmissão se dá por meio do canal de comunicação. Canal de comunicação: como a mensagem é transmitida, podendo ser por meio visual, sonora, tátil, olfativa ou gustativa. Código: as regras da comunicação. Cada situação comunicativa precisa ter um código estabelecido, podendo ser verbal e não-verbal. Referente: a informação, o assunto abordado na comunicação. O conteúdo da mensagem.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM Você sabia que quando nos comunicamos, a linguagem apresenta funções? Todo texto tem uma função, um objetivo. Portanto, quando se usa a linguagem, ela exerce uma função. São seis funções e cada uma delas corresponde a um elemento da comunicação estudado no esquema apresentado. Pois bem, Roman Jakobson foi responsável pela definição dessas seis funções, a saber: expressiva ou emotiva; conativa ou apelativa; poética; fática; metalinguística e referencial.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

FUNÇÃO EMOTIVA Função Emotiva é a centrada no emissor; a linguagem é subjetiva e há emprego da primeira pessoa (verbos e pronomes). Centra-se em quem transmite a mensagem. Mostra suas opiniões e sentimentos. Ex. poesia lírica, quando se faz uma redação: manifestação do sujeito, da subjetividade. Se manifesta a sua opinião, há a presença da função emotiva da linguagem. Quando se observa uma função da linguagem, não significa que as outras não existam. Significa que 1 é predominante em relação às outras. A interjeição é típica dessa função que é usada com a intenção de manifestar emoções e sentimentos. A poesia lírica é exemplo de destaque da função emotiva da linguagem.

FUNÇÃO EMOTIVA Epígrafe Sou bem-nascido Menino, Fui, como os demais, feliz. Depois, veio o mau destino E fez de mim o que quis. [. . . ]BANDEIRA, Manuel. Seleta em prosa e verso. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986.

FUNÇÃO CONATIVA Função Conativa ou Apelativa: centrada no receptor, deixa transparecer a intenção de persuadi-lo; os verbos, normalmente, são empregados no modo imperativo e os pronomes frequentes são tu e você. Os textos publicitários ilustram bem essa função: Serve para o convencimento (uso do imperativo). Muitas vezes na prova há o uso da palavra “persuasão” “persuadir”. Utilizada para convencer aquele que me escuta ou aquele que me lê. Uma propaganda SEMPRE terá como função conativa ou apelativa como característica predominante. Para sair do exemplo batido de propaganda de compra, outro exemplo pode ser uma campanha de doação de sangue, tentando fazer com que o público faça o que o emissor deseja.

FUNÇÃO POÉTICA Função Poética: é aquela cujo alvo é a mensagem. Também conhecida como função estética por apresentar uma linguagem considerada criativa e afetiva, recorrendo à sonoridade, às figuras de linguagem, ao ritmo, às rimas etc. Se tu me amas, ama-me baixinho não o grites de cima dos telhados Deixa-me em paz os passarinhos Deixa-me em paz a mim. Se me queres, enfim, Tem de ser bem devagarinho, Amada; que a vida é breve, e o amor mais breve ainda. . . Mário Quintana (1982, p. 41)

FUNÇÃO POÉTICA Vale ressaltar que a função poética não é característica exclusiva de versos, mas também da prosa poética, podendo manifestar-se em textos publicitários: Slogan. Não é só na poesia. Não é uma regra. Pensando na literatura. há muitos anos um tema que é muito recorrente na literatura é o amor. Quantos poetas e quantos narradores já não falaram do amor? Mas nenhum tratou do amor da mesma forma. E se chegasse muito próximo, eles não se expressavam da mesma maneira, pois há a função poética ai: cada indivíduo se expressa de uma forma. Um exemplo mais cotidiano: quando escrevemos uma redação no vestibular. Tem milhares de pessoas escrevendo sobre o mesmo tema, mas ninguém vai escrever a mesma redação. Ai está agindo a função poética da linguagem: cada um utilizará sua forma de manifestação de ideias para demonstrar seu pensamento. A função poética faz com que cada texto seja único, diferente de outros que possam ter o mesmo tema.

FUNÇÃO FÁTICA Função Fática: é a responsável pela necessidade ou desejo de comunicar; centra-se no canal de comunicação e objetiva estabelecer, manter ou cortar o contato. O fragmento transcrito exemplifica bem essa função: Ele: - Pois é. Ela: - Pois é o quê? Ele: - Eu só disse pois é! Ela: - Mas "pois" é o quê? Ele: - Melhor mudar de conversa porque você não me entende. Ela: - Entende o quê? Ele: - Santa Virgem, Macabéa, vamos mudar de assunto e já. Clarice Lispector. A hora da estrela. 4. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olímpio, 1978.

FUNÇÃO FÁTICA A função fática serve para a abertura, manutenção e fechamento do canal de comunicação. Então como isso funciona: Quando eu cumprimento alguém, eu abri esse canal de comunicação entre mim e essa pessoa. Enquanto vamos conversando, esse canal vai se mantendo e quando nos despedimos, esse canal de comunicação se fecha, termina. Ai vem a pergunta: quando se conversa, só há a função fática? Não! A função fática é o contorno da situação, pois, por exemplo, eu posso estar emitindo minha opinião nessa conversa, o que traz a tona a função emotiva. Eu posso estar tentando convencer uma pessoa a fazer algo do meu interesse. Eu tenho outras funções da linguagem presentes nesse caso, dentro dessa função, mas essas outras não existiriam se não houvesse o canal de comunicação.

FUNÇÃO FÁTICA E se usarmos o exemplo da redação? Será que usamos esse canal de comunicação? Podemos dizer que sim! Quando fazemos a introdução, estamos abrindo o canal de comunicação com o nosso leitor, dando início ao que se quer dizer. O desenvolvimento pode ser visto como a manutenção do canal. O fechamento do canal de comunicação pode ser visto na conclusão, onde há a finalização das ideias do texto e o fim da comunicação com o leitor. É inevitável! Essa função está constantemente presente nossos processos comunicativos

FUNÇÃO METALINGUÍSTICA Função Metalinguística: é a centrada no código; é a linguagem explicando a própria linguagem. São exemplos os textos explicativos e as definições. Os dicionários são modelos de caráter metalinguístico, assim como as enciclopédias, as gramáticas e os livros didáticos. Numa redação aparece essa função? Sim. A partir do momento que você explica um conceito, explica o sentido de uma palavra, você está aplicando a função metalinguística. Mas sempre deve-se tomar cuido com a função predominante, para não fugir do tipo de texto pedido na prova.

FUNÇÃO REFERENCIAL Função Referencial: é a que tem como alvo o referente, ou seja, quando o texto apresenta caráter informativo, criando efeito de objetividade; não há comentários nem juízos de valor. Uma notícia de jornal. Centra-se no conteúdo. Não tem manifestação do sujeito e nem de sua opinião. É uma informação objetiva. Por exemplo, quando se dá o endereço de um lugar. É um ponto de referência que informa uma coisa. Quando se lê um jornal, por exemplo e vê a previsão do tempo: não há opinião, há somente conteúdo informacional. DIFERENTE DA EMOTIVA. Voltando ao exemplo da redação: não há somente expressão da opinião. Há informações objetivas que irão dar valor ao conteúdo da redação escrita, portanto há também a função referencial da linguagem. Já quando nos deparamos com uma receita, não há uma expressão de opinião. Se informa o que deve ser feito.