FORUM Interprofissional sobre Violncia sexual e Aborto previsto
FORUM Inter-profissional sobre Violência sexual e Aborto previsto na lei. 18 anos de de historia Dr. Anibal Faundes XVIII Forum inter-profissional sobre Violencia Sexual e Aborto Previsto na Lei São Paulo, 13 -14 de Fevereiro, 2014
ORIGEM DOS FOROS A preocupação porque as mulheres estupradas que engravidavam tinham que recorrer a aborto clandestino e inseguro se não tinham meios para pagar um aborto seguro
ORIGEM DOS FOROS Ate 1996 existiam apenas quatro hospitais públicos que ofereciam serviços de aborto legal as mulheres estupradas que engravidavam
Hospitais que praticavam aborto legal no Brasil, 1996 • Centro de Assistência Integral à Saúde da Mulher (CAISM-UNICAMP) Campinas
Hospitais que praticavam aborto legal no Brasil, 1996 • Centro de Assistência Integral à Saúde da Mulher (CAISM-UNICAMP) Campinas • Instituto Municipal da Mulher Fernando Magalhães. Rio de Janeiro
Hospitais que praticavam aborto legal no Brasil, 1996 • Centro de Assistência Integral à Saúde da Mulher (CAISM-UNICAMP) Campinas • Instituto Municipal da Mulher Fernando Magalhães. Rio de Janeiro • Centro de Referência da Saúde da Mulher (Hospital Pérola Byington) São Paulo
Hospitais que praticavam aborto legal no Brasil, 1996 • Centro de Assistência Integral à Saúde da Mulher (CAISM-UNICAMP) Campinas • Instituto Municipal da Mulher Fernando Magalhães. Rio de Janeiro • Centro de Referência da Saúde da Mulher (Hospital Pérola Byington) São Paulo • Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya (Hospital Jabaquara) São Paulo.
ORIGEM DOS FOROS Pensávamos que a falta de atendimento as solicitações de aborto das mulheres estupradas aconteciam por falta de regulamentações claras sobre que procedimentos legais deveriam ser seguidos pelos hospitais e profissionais de saúde nesses casos
ORIGEM DOS FOROS Pesquisa para identificar as normas y procedimentos jurídico-legais adotados pelos quatro serviços de saúde que forneciam atendimento às mulheres que solicitavam aborto legal por estupro
Sujeitos da pesquisa 1. Os profissionais responsáveis pela condução dos casos de aborto legal em cada hospital que dava serviço
Sujeitos da pesquisa 1. Os profissionais responsáveis pela condução dos casos de aborto legal em cada hospital que dava serviço 2. Os legistas responsáveis pelo encaminhamento dos abortos legais em Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro
Sujeitos da pesquisa 1. Os profissionais responsáveis pela condução dos casos de aborto legal em cada hospital que dava serviço 2. Os legistas responsáveis pelo encaminhamento dos abortos legais em Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro 3. Delegadas de Policia de Delegacias de Defesa da Mulher em cada cidade
Sujeitos da pesquisa 4. Quatro juízes, um professor de Direito Penal e um promotor que atuavam na área de aborto
Sujeitos da pesquisa 4. Quatro juízes, um professor de Direito Penal e um promotor que atuavam na área de aborto 5. Quatro mulheres que tinham obtido aborto legal: uma de Jabaquara, uma do Perola Baiyton e duas do CAISM
Sujeitos da pesquisa 4. Quatro juízes, um professor de Direito Penal e um promotor que atuavam na área de aborto 5. Quatro mulheres que tinham obtido aborto legal: uma de Jabaquara, uma do Perola Baiyton e duas do CAISM 6. Equipe especializado no atendimento de vitimas de violência sexual da ONG SOS Ação Mulher de Campinas
Coincidência nos requisitos exigidos nos quatro serviços: • Boletim de Ocorrência Policial
Coincidência nos requisitos exigidos nos quatro serviços: • Boletim de Ocorrência Policial • Consentimento informado assinado pela mulher (representante legal se menor)
Coincidência nos requisitos exigidos nos quatro serviços: • Boletim de Ocorrência Policial • Consentimento informado assinado pela mulher (representante legal se menor) • Avaliação de comissão: Assistente social, psicóloga, medico, enfermeira: - Coincidência data do estupro com idade gestacional; -Veracidade da historia; -Ate 12 semanas em 3 hospitais, ate 20ª semana no CAISM
ORIGEM DOS FOROS Com esses elementos resumidos num relatório, o Cemicamp e o Departamento de GO da Unicamp convocou primeiro Fórum
Participantes no Primeiro Fórum • Membros das equipes dos quatro hospitais que prestavam serviços de aborto legal
Participantes no Primeiro Fórum • Membros das equipes dos quatro hospitais que prestavam serviços de aborto legal • Representantes de: Judiciário, Delegacias de defesa das mulheres, Institutos Médico Legais, ONGs de mulheres, Academia do Direito Penal, Conselho Federal de Medicina, FEBRASGO.
Participantes no Primeiro Fórum • Membros das equipes dos quatro hospitais que prestavam serviços de aborto legal • Representantes de: Judiciário, Delegacias de defesa das mulheres, Institutos Médico Legais, ONGs de mulheres, Academia do Direito Penal, Conselho Federal de Medicina, FEBRASGO. • Nove Professores Titulares de Ginecologia e Obstetrícia, que poderiam aplicar as recomendações do Fórum nos seus respectivos hospitais universitários
Estrutura do 1 o Forum Apresentação do informe da pesquisa Grupos de trabalho discutindo vários temas específicos Relatórios dos grupos Discussão geral Acordos do Fórum
Propostas do 1 o Forum Procedimentos a seguir frente a solicitação de interrupção da gestação por estupro
Propostas do 1 o Forum Procedimentos a seguir frente a solicitação de interrupção da gestação por estupro Procedimentos a seguir no atendimento de urgência a vitimas de estupro
Propostas do 1 o Forum Procedimentos a seguir frente a solicitação de interrupção da gestação por estupro Procedimentos a seguir no atendimento de urgência a vitimas de estupro Seguimento das recomendações do Fórum
Seguimento das Recomendações Repetir os Foros cada ano
Seguimento das Recomendações Repetir os Foros cada ano Manter a colaboração com FEBRASGO, Ministério de Saude, Grupos de mulheres organizadas
Seguimento das Recomendações Repetir os Foros cada ano Manter a colaboração com FEBRASGO, Ministério de Saude, Grupos de mulheres organizadas Estimular a criação de serviços de atendimento integral a mulher que sofre violência sexual
Seguimento das Recomendações Repetir os Foros cada ano Manter a colaboração com FEBRASGO, Ministério de Saude, Grupos de mulheres organizadas Estimular a criação de serviços de atendimento integral a mulher que sofre violência sexual Compromisso dos Professores de GO de criar estes serviços
Seguimento das Recomendações 1997 FEBRASGO cria o Comitê de Violência Sexual e Aborto previsto na lei
Seguimento das Recomendações 1997 FEBRASGO cria o Comitê de Violência Sexual e Aborto previsto na lei 1998 Ministério de Saúde promulga as Normas sobre Atendimento dos agravos da Mulher e Adolescente, que sofre violência sexual
Continuidade dos Foros Os Foros continuaram realizandose anualmente com aumento progressivo de participantes e de serviços provendo atendimento as mulheres que sofrem violência sexual
Avaliação da eficácia dos Foros • Em 2006 o Cemicamp, juntamente com a FEBRASGO, avaliaram a aplicação das normas do Ministério da Saúde sobre atendimento a mulher e adolescente que sofre violência sexual nos serviços de saúde do Brasil
Avaliação da aplicação das normas nos serviços de saúde do Brasil Amostra • 795 Secretarias Municipais de Saúde: 225 > 100. 000 habitantes 570 100. 000 habitantes • 1395 serviços de saúde
Avaliação da aplicação das normas nos serviços de saúde do Brasil Mostrou que ate 2006 havia muitos hospitais (>1000) que já davam atendimento às mulheres que sofriam violência sexual, mas poucos seguiam o protocolo do Ministério da Saúde. Um numero muito menor declarava fazer aborto legal em caso de estupro
Porcentagem de serviços que declararam dar assistência de emergência à mulheres e crianças que sofrem violência sexual (2006) Fonte: Andalaft Neto J et al. FEMINA, v. 40 (6): 301 -306
Características do atendimento de emergência a mulheres que sofrem violência sexual (2006) Presta atendimento com protocolo Utiliza protocolo do M de Saude 33, 7% 22, 6% Oferece Anticoncepção de emergência Antibióticos Immuno-profilaxia contra hepatite B Profilaxia contra HIV 53, 0% 71, 8% 50, 8% 44, 2%
HOSPITAIS E PRONTO SOCORROS QUE DECLARARAM OFERECER ABORTO LEGAL E QUE FIZERAM NOS ÚLTIMOS 10 -14 MESES Aborto Legal Número % Declararam fazer 608/874 69, 9% Fizeram nos últimos 10 -14 meses 100/874 11. 4%
HOSPITAIS E PRONTO SOCORROS (n=874) QUE DECLARARAM REALIZAR ABORTO LEGAL E QUE EFETIVAMENTE REALIZARAM ABORTOS NOS ÚLTIMOS 10 -14 MESES SEGUNDO CAUSA
Avaliação da aplicação das normas nos serviços de saúde do Brasil A informação sobre a necessidade de dar atendimento a vitimas de violência sexual tinha se disseminado, mas não se acompanhou da decisão de prestar esse atendimento. Surgiam uma serie de Barreiras descritas nas Guias da OMS sobre Aborto Seguro
Barreiras de Informação As mulheres e o pessoal de saúde não têm conhecimento sobre as circunstâncias nas quais os serviços de aborto são legais Module 6
Barreiras Administrativas Exigência de : • Autorização judicial • Laudo do IML • Boletim de ocorrência policial • Aprovação de Comissão do Serviço
Barreiras no sistema de saúde • As unidades do setor público não provêem serviços de aborto como estabelece a lei Module 6
Barreiras no sistema de saúde • As unidades do setor público não provêem serviços de aborto como estabelece a lei • Os medicamentos para aborto médico não estão disponíveis Module 6
Barreiras no sistema de saúde As unidades do setor público não provêem serviços de aborto como estabelece a lei • Os medicamentos para aborto médico não estão disponíveis • Médicos se negam a fazer abortos Module 6
MOTIVOS PARA NÃO TER SERVIÇOS DE ABORTO LEGAL SEGUNDO INFORMAÇÃO DOS MUNICIPIOS (N = 179 Municípios de 100. 000 habitantes ou mais) Motivo para não ter serviços de aborto legal
Barreiras para dar serviços Se entendeu que apenas os Foros não eram suficientes para provocar as mudanças necessárias. Havia necessidade de ação continuada no intervalo entre os Foros Module 6
SUPERANDO BARREIRAS Em 2007 o Cemicamp obtém recursos para iniciar um projeto chamado “Superando Barreiras para o atendimento Integral às mulheres que sofrem violência Sexual” Promove a aplicação da Norma de Ministério da Saúde e atua em coordenação com ele
SUPERANDO BARREIRAS – Estabelece contato efetivo e compromisso dos gestores do Município ou do Estado, e dos hospitais – Realiza a capacitação com a contribuição de um grupo de Consultores – Da seguimento e colabora a superar problemas na instalação de serviços – Avalia os resultados
SUPERANDO BARREIRAS 2012 -14 • Desde 2007 com apoio financeiro de diferentes instituições: IPPF, CNPq, Ministério da Saúde/Doador Anônimo – Maio a Dezembro de 2012: doador anônimo
Avaliação 2012 • Questionários enviados aos 25 hospitais no início de Novembro • 18 responderam e devolveram o questionário preenchido • Analise das ações que mais contribuíram e que não contribuíram a vencer as barreiras ao atendimento
Ações que mais contribuíram para superar barreiras • Capacitação multiprofissional: inserção de psicólogas e assistentes sociais
Ações que mais contribuíram para superar barreiras • Capacitação multiprofissional: inserção de psicólogas e assistentes sociais • Conscientização dos médicos
Ações que mais contribuíram para superar barreiras • Capacitação multiprofissional: inserção de psicólogas e assistentes sociais • Conscientização dos médicos • Apoio institucional
Ações que mais contribuíram para superar barreiras • Capacitação multiprofissional: inserção de psicólogas e assistentes sociais • Conscientização dos médicos • Apoio institucional • Implantação de ambulatório de seguimento
Ações que mais contribuíram para superar barreiras • Capacitação multiprofissional: inserção de psicólogas e assistentes sociais • Conscientização dos médicos • Apoio institucional • Implantação de ambulatório de seguimento • Divulgação do serviço nas enfermarias do hospital
Ações que NAO contribuíram para superar barreiras • Posição contrária dos médicos quanto à realização do aborto
Ações que NAO contribuíram para superar barreiras • Posição contrária dos médicos quanto à realização do aborto • Falta de interesse dos médicos em participarem da capacitação
Ações que NAO contribuíram para superar barreiras • Posição contrária dos médicos quanto à realização do aborto • Falta de interesse dos médicos em participarem da capacitação • Número insuficiente de profissionais e/ou profissionais com capacitação insuficiente
Ações que NAO contribuíram para superar barreiras • Posição contrária dos médicos quanto à realização do aborto • Falta de interesse dos médicos em participarem da capacitação • Número insuficiente de profissionais e/ou profissionais com capacitação insuficiente • Falta de comprometimento dos gestores: recursos humanos e materiais
Posição contrária dos médicos quanto à realização do aborto Confusão entre ACEITAR O DIREITO DA MULHER a interrupção da gravidez permitida por lei e SER A FAVOR DO ABORTO
Não há contradição entre • Lutar para ter menos abortos • Ser favor de que toda mulher estuprada tenha acesso a aborto legal e seguro
• Prover aborto seguro dentro da lei não aumenta o numero de abortos
Evolução da taxa de abortos após a legalização na França e Itália Fonte: The Alan Guttmatcher Institute. Sharing responsibility: Women, Society and Abortion Worldwide. New York: The Alan Guttmacher Institute, 1999.
A VIOLÊNCIA SEXUAL • AFETA 2 DE CADA 3 MULHERES ALGUMA VEZ NA VIDA • OS EFEITOS SÃO SERIOS E PERMANENTES • AS POLITICAS PUBLICAS DEVEN ASEGURAR QUE SUAS NECESSIDADES SEJAM ATENDIDAS
FRENTE A VIOLÊNCIA SEXUAL • É obrigação dos Governos organizar serviços que respondam as necessidades da mulher vítima de violência sexual
FRENTE A VIOLÊNCIA SEXUAL • É obrigação dos Governos organizar serviços que respondam as necessidades da mulher vítima de violência sexual • É obrigação da FEBRASGO assegurar-se que os médicos cumpram com suas obrigações éticas e profissionais
FRENTE A MULHER QUE SOFRE VIOLÊNCIA SEXUAL E ENGRAVIDA • É obrigação dos Governos organizar serviços que ofereçam aborto legal e seguro
FRENTE A MULHER QUE SOFRE VIOLÊNCIA SEXUAL E ENGRAVIDA • É obrigação dos Governos organizar serviços que ofereçam aborto legal e seguro • É obrigação da FEBRASGO promover que os médicos dem esse atendimento
Se o acesso ao aborto legal e seguro • Esta em acordos internacionais referendados pelo Brasil
Se o acesso ao aborto legal e seguro • Esta em acordos internacionais referendados pelo Brasil • Não aumenta o numero de abortos
Se o acesso ao aborto legal e seguro • Esta em acordos internacionais referendados pelo Brasil • Não aumenta o numero de abortos • É uma questão de justiça social
Se o acesso ao aborto legal e seguro • Esta em acordos internacionais referendados pelo Brasil • Não aumenta o numero de abortos • É uma questão de justiça social Por que é tão difícil aplicar a lei?
Violência Sexual contra à mulher • As mais afetadas são mulheres e pobres, sem voz e sem poder
Violência Sexual contra à mulher • As mais afetadas são mulheres e pobres, sem voz e sem poder • Nossa obrigação é ser a voz que exija o fácil acesso a esse atendimento
MUITO OBRIGADO
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