FORMAO DOCENTE INTERCULTURALIDADE E INCLUSO DIGITAL Rogria Moreira

  • Slides: 20
Download presentation
FORMAÇÃO DOCENTE, INTERCULTURALIDADE E INCLUSÃO DIGITAL Rogéria Moreira Rezende Isobe Universidade Federal do Triângulo

FORMAÇÃO DOCENTE, INTERCULTURALIDADE E INCLUSÃO DIGITAL Rogéria Moreira Rezende Isobe Universidade Federal do Triângulo Mineiro rogeriaisobe@gmail. com Neide Borges Pedrosa Universidade Federal de Rondônia neibpedrosa@gmail. com

OBJETIVO Relatar a experiência de capacitação docente desenvolvida em um curso de aperfeiçoamento realizado

OBJETIVO Relatar a experiência de capacitação docente desenvolvida em um curso de aperfeiçoamento realizado no período de 2014 a 2015 na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). O processo de formação buscou qualificar a abordagem sobre a cultura indígena nas escolas, conforme determinação da Lei 11. 645/2008 e também debater sobre a implementação de ambientes digitais nas comunidades indígenas.

LEI 11645/2008 Art. 1º O art. 26 -A da Lei no 9. 394, de

LEI 11645/2008 Art. 1º O art. 26 -A da Lei no 9. 394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 26 -A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afrobrasileira e indígena” (BRASIL, 2008).

IMPORT NCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA A determinação legal não significa a concretização de uma

IMPORT NCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA A determinação legal não significa a concretização de uma educação intercultural nos estabelecimentos de ensino uma vez que a formação inicial dos professores não contempla ou aborda de forma incipiente o ensino daquelas temáticas. Ensino das culturas indígenas escolas: marcado pelo predomínio de concepções preconceituosas e imagens estereotipadas (GRUPIONI, 1995, p. 424).

INDÍGENAS E TECNOLOGIAS Um dos estereótipos relacionados à cultura indígena refere-se ao uso das

INDÍGENAS E TECNOLOGIAS Um dos estereótipos relacionados à cultura indígena refere-se ao uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) nas aldeias Representações construídas sobre os povos indígenas: índios vivendo em harmonia com a natureza pescando e caçando e não como sujeitos atuantes no Brasil contemporâneo, com direitos, portanto, de acesso às indústrias culturais (cinema, rádio, televisão, imprensa) e TIC (escrita, informática, telecomunicações).

METODOLOGIA O curso foi estruturado em duas atividades articuladas: 1) aulas presenciais e a

METODOLOGIA O curso foi estruturado em duas atividades articuladas: 1) aulas presenciais e a distância; 2) seminários temáticos com a participação de representantes das etnias Gavião e Arara, provenientes de Rondônia, que palestraram sobre a inclusão digital nas comunidades indígenas.

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO Unidade proponente: Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM Nome do

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO Unidade proponente: Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM Nome do Curso: Culturas e História dos Povos Indígenas Carga Horária: 180 h Secretaria vinculada: SECADI Programa de Formação: RENAFORM Período de realização do curso: Junho de 2014 a Fevereiro de 2015

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO Público atendido: 123 Professores da Rede Pública de Ensino Local de

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO Público atendido: 123 Professores da Rede Pública de Ensino Local de realização do curso: PÓLOS: Delta (MG) e Conceição das Alagoas (MG) Municípios envolvidos: Delta (MG), Conceição das Alagoas (MG), Pirajuba (MG), Planura (MG), Veríssimo (MG), Igarapava (SP).

ATIVIDADES PRESENCIAIS O processo formativo propôs uma abordagem diferenciada de trabalho contando com a

ATIVIDADES PRESENCIAIS O processo formativo propôs uma abordagem diferenciada de trabalho contando com a colaboração de uma professora da etnia Xavante proveniente do Estado do Mato Grosso - Parque Indígena do Xingu. Essa abordagem favoreceu o protagonismo indígena e a revisão crítica dos estigmas e preconceitos.

Atividade com os Cursistas na sala de aula Pólo de Conceição das Alagoas/MG Participação

Atividade com os Cursistas na sala de aula Pólo de Conceição das Alagoas/MG Participação da professora indígena Liliane Alves de Oliveira – representante da etnia Xavante proveniente do Estado do Mato Grosso

Atividade com os Cursistas na sala de aula Pólo de Delta/MG

Atividade com os Cursistas na sala de aula Pólo de Delta/MG

ATIVIDADES À DISTANCIA 1) dificuldade de acesso a computadores; 2) falta de habilidade em

ATIVIDADES À DISTANCIA 1) dificuldade de acesso a computadores; 2) falta de habilidade em informática por parte de muitos cursistas (que gera insegurança e resistência ao uso das tecnologias digitais); 3) instabilidade da internet. A dificuldade de acesso aos computadores ainda é uma realidade a ser superada para vivência plena da cultura digital (BONILLA E PRETTO, 2007). Foram realizadas atividades de leitura e produção de texto e desenvolvimento de praticas pedagógicas na sala de aula, de acordo com as temáticas do curso.

SEMINÁRIOS TEMÁTICOS Experiência inovadora porque possibilitou o protagonismo indígena dando “voz aos índios” para

SEMINÁRIOS TEMÁTICOS Experiência inovadora porque possibilitou o protagonismo indígena dando “voz aos índios” para que eles falem por eles mesmos em vez de ser mais um seminário que fale “sobre eles”. Participação de representantes indígenas provenientes de Rondônia que palestraram sobre a inclusão digital em suas comunidades.

SEMINÁRIOS TEMÁTICOS Sebastião Gavião - Etnia Gavião – Ikólóéhj – Terra Indígena Igarapé Lourdes

SEMINÁRIOS TEMÁTICOS Sebastião Gavião - Etnia Gavião – Ikólóéhj – Terra Indígena Igarapé Lourdes - Município de Ji-Paraná, Rondônia I Seminário Culturas e História dos Povos Indígenas 07/06/2014 - Uberaba-MG

Mesa Redonda: cultura e história dos povos indígenas Marli Arara (Terra Indígena Igarapé Lourdes)

Mesa Redonda: cultura e história dos povos indígenas Marli Arara (Terra Indígena Igarapé Lourdes) ; Larissa Arara (Terra Indígena Igarapé Lourdes); Isabel Cunha (UNIUBE) ; Josélia Gomes Neves (UNIR) II Seminário Culturas e História dos Povos Indígenas 04/10/2014 - Uberaba-MG

SEMINÁRIOS TEMÁTICOS Nas palestras, a inclusão digital foi considerada como uma das formas de

SEMINÁRIOS TEMÁTICOS Nas palestras, a inclusão digital foi considerada como uma das formas de combater estereótipos indígenas e equalizar oportunidades em uma sociedade marcada por diversas formas de exclusão das diferentes etnias e classes sociais. “Embora aceitemos que as novas tecnologias não sejam uma panacéia para os problemas da desigualdade elas constituem hoje uma das condições fundamentais de integração na vida social” (SORJ, 2003, p. 14).

RESULTADOS A experiência de realizar seminários que priorizam o protagonismo indígena possibilitou a divulgação

RESULTADOS A experiência de realizar seminários que priorizam o protagonismo indígena possibilitou a divulgação dos processos de inclusão digital vivenciados pelas etnias de Rondônia que lutam para sair da marginalidade e se tornarem participes da chamada Sociedade da Informação sem com isso perder seus processos identitários. A proposta de dar voz aos índios possibilitou a revisão de preconceitos que os não-índios constroem historicamente sobre eles desconstruindo o estereótipo mais difundido na mídia brasileira que consiste no “primitivismo” das culturas indígenas.

BIBLIOGRAFIA BONILLA, M. H. S. ; PRETTO, N. L. Formação de professores: as TICs

BIBLIOGRAFIA BONILLA, M. H. S. ; PRETTO, N. L. Formação de professores: as TICs estruturando dinâmicas curriculares horizontais. In: ARAÚJO, B. ; FREITAS, K. S. Educação à distância no contexto brasileiro: experiências em formação inicial e formação continuada. Salvador: ISP/UFBA, 2007. pp. 73 -92. BRASIL. Lei nº. 11. 645/2008. Inclusão no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Disponível em: http: //www. planalto. gov. br Acesso 13/07/2014 COSTA, M V. Poder, discurso e política cultural: contribuições dos Estudos culturais ao campo do currículo. In. LOPES, A. C. ; MACEDO, E. (org. ) Currículo: debates contemporâneos. São Paulo: Cortez, FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 39 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. 184 p. LEMOS, A. ; MARQUES, F. P. J. A. O Plano Nacional de Banda Larga Brasileiro: um estudo de seus limites e efeitos sociais e políticos. Revista da Associação dos programas de Pós-Graduação em Comunicação/ECompós, Brasília, v. 15, n. 1, jan. /abr. 2012. MATTOS, F. A. M. e CHAGAS, G. J. N. Desafios para a inclusão digital no Brasil. Perspectivas em ciência da informação. V. 13, n. 1, pp 67 -95. Jan/abr/2008. NÓVOA, Antônio (Coord. ). Os professores e a sua formação. 2 ed. Lisboa: Dom Quixote, 1995