Fluidoterapia Clinica mdica dos Animais de Companhia UNIFESO

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Fluidoterapia Clinica médica dos Animais de Companhia UNIFESO Maria Leonora Veras de Mello

Fluidoterapia Clinica médica dos Animais de Companhia UNIFESO Maria Leonora Veras de Mello

Uso Prático na Clínica n n Desidratação Reposição de perdas diárias, especialmente em animais

Uso Prático na Clínica n n Desidratação Reposição de perdas diárias, especialmente em animais que não estão comendo ou bebendo água. Em 24 horas, o organismo perde cerca de 5% do peso corporal em água Manutenção do acesso vascular para administração de medicamentos ou durante uma cirurgia. Tambem em animais que tiveram convulsões ou foram intoxicados Preservação da função renal em pacientes anestesiados, pois há uma alteração dos mecanismos de auto-regulação e é necessária a manutenção da pressão intraglomerular mais ou menos constante, independente da pressão arterial

Distribuição de água corporal AGUA CORPORAL TOTAL A água corporal total (ACT), corresponde a

Distribuição de água corporal AGUA CORPORAL TOTAL A água corporal total (ACT), corresponde a cerca de 60% ( entre 50 e 70%) do peso corporal nos adultos. 2/3 da ACT encontram-se dentro das células e correspondem a 40% do peso corporal 1/3 da ACT corresponde ao fluido extracelular (FEC) e a 20% do peso corporal. Destes a água instersticial corresponde a 15% do peso corporal e a aguar intravascular compõe 5% do peso corporal

Como se distribuem este líquidos? Agua total Corporal (60%) Intracelular 40% Intersticial – 15%

Como se distribuem este líquidos? Agua total Corporal (60%) Intracelular 40% Intersticial – 15% Extracelular 20% Plasma – intravascular 5%

A água ingressa no organismo através dos alimentos e da água ingerida e é

A água ingressa no organismo através dos alimentos e da água ingerida e é eliminada por pele, pulmões, rins e intestino. Mesmo que ocorram variações no consumo e perda de água e eletrólitos no organismo, as concentrações destes nos diferentes compartimentos, é mantida de forma relativamente constante.

Perda de água corporal A perda de água pode ocorrer por várias rotas em

Perda de água corporal A perda de água pode ocorrer por várias rotas em animais normais. As perdas imperceptíveis ocorrem pelo trato respiratório durante a respiração, ou perdas pelo suor. Entretanto cães e gatos transpiram pouco através dos coxins plantares, então as perdas imperceptíveis ocorrem mais pelo trato respiratório. O fluido perdido pela respiração é próximo a água pura, considerando-se perda hipotônica. O aumento da temperatura corporal, hiperventilação, febre e atividade física resultam em aumento das perdas imperceptíveis. As perdas perceptíveis são aquelas que são facilmente detectadas e mensuradas. Elas podem ocorrem através do trato urinário e gastrointestinal. Tais perdas de água normalmente são acompanhadas de perda de eletrólitos, sendo considerada perda isotônica. Vômito, diarréia, hemorragia e poliúria resultam em aumento das perceptíveis e são chamadas perdas intercorrentes. Um animal normal perde em torno de 20 a 30 ml/Kg/dia de perdas perceptíveis e imperceptíveis.

Desidratação A maioria dos cães e gatos que ficam desidratados sofrem perdas isotônicas. Perdas

Desidratação A maioria dos cães e gatos que ficam desidratados sofrem perdas isotônicas. Perdas urinárias e gastrointestinais resultam em perda de eletrólitos e água, incluindo sódio, potássio, cloreto e bicarbonato. O tipo de perda dependerá da doença primária que acomete o paciente. Os fluídos e eletrólitos perdidos originam-se inicialmente do compartimento extracelular. Porém não há mudança de osmolaridade nos compartimentos. Ambos os compartimentos, intra e extracelular, realizam trocas de água e eletrólitos a fim de manter a osmolaridade. Se os fluídos perdidos contêm água e soluto em proporção similar ao LEC, então a osmolaridade do LEC não será alterada, mesmo que haja redução do tamanho docompartimento .

Desidratação n n Na desidratação hipotônica ocorre redução da osmolaridade do líquido extracelular (LEC),

Desidratação n n Na desidratação hipotônica ocorre redução da osmolaridade do líquido extracelular (LEC), que ocorre após perda hipertônica de fluído pelo organismo (p. ex. perda de Na+). O melhor exemplo para este tipo de perda é o hipoadrenocorticismo (Síndrome de Addison), que cursa com deficiência de glicocorticóides e mineralocorticóides (aldosterona). A aldosterona é responsável pela excreção de potássio e reabsorção de sódio nos túbulos renais, então sua deficiência leva a perda de sódio e retenção de potássio, ou seja, o LEC ficará com osmolaridade menor que a normal. A fim de restabelecer a tonicidade entre o líquido intracelular (LIC) e extracelular, o sódio pode se mover do LIC para o LEC, assim como a água pode ser mover do LEC para o LIC. O movimento da água normalmente é passivo, e dos eletrólitos é ativo.

Desidratação n Desidratação hipertônica é mais rara. Esta condição ocorre em pacientes com perda

Desidratação n Desidratação hipertônica é mais rara. Esta condição ocorre em pacientes com perda de fluido hipotônica, como nos casos de diabetes insipidus (deficiência de ADH), nos quais a urina é quase água pura. Ocorre uma perda maior de água do que de eletrólitos na urina, deixando a osmolaridade do LEC maior que do LIC. A fim de equilibrar a osmolaridade ocorre movimento de água do LIC para o LEC, entretanto como há grande perda de água o LEC fica hipertônico. As células que mais rapidamente demonstram sinais de perda intracelular de água são os neurônios, levando os animais apresentarem dor de cabeça e demência. ( não temos como perceber se eles estão com dor de cabeça, mas podemos observar alteração de comportamento, como embotamento, apatia, sonolência e alteração do comportamento, como vocalização, por exemplo)

Composição Qualitativa dos Fluidos O sódio e o cloreto existem em altas concentrações no

Composição Qualitativa dos Fluidos O sódio e o cloreto existem em altas concentrações no soro e em baixas concentrações no interior das células. O potássio e o fósforo existem em altas concentrações no interior das células e em baixas concentrações no soro

Pressão Oncótica Proteinas em Solução As proteínas não atravessam as membranas capilares P. Oncótica

Pressão Oncótica Proteinas em Solução As proteínas não atravessam as membranas capilares P. Oncótica ou Coloido-Osmótica (PCO)

Pressão oncótica ou pressão osmótica coloidal, em áreas da saúde, é a pressão osmótica

Pressão oncótica ou pressão osmótica coloidal, em áreas da saúde, é a pressão osmótica gerada pelas proteínas no plasma sanguíneo, especialmente pela albumina e pelas globulinas. Como as proteínas plasmáticas geralmente não conseguem atravessar paredes de capilares sanguíneos saudáveis, elas exercem significativa pressão osmótica sobre os íons e água que atravessam as paredes dos capilares em direção aos tecidos, e dessa forma, equilibram parcialmente a quantidade de líquido que sai dos capilares por pressão hidrostática com a que retorna.

Soluções cristalóides e colóides Cristaloides são soluções iônicas isotônicas ou hipertônicas. As mais comumente

Soluções cristalóides e colóides Cristaloides são soluções iônicas isotônicas ou hipertônicas. As mais comumente usadas são a Solução salina a 0, 9% e o Ringer lactato (isotônicas). Os cristaloides são de baixo custo e atóxicos, mas têm menor poder expansor que os coloides, que têm maior custo e maior risco de efeitos colaterais. Os Colóides são soluções de alto peso molecular capazes de exercer pressão oncótica. Os mais usados são a albumina, a dextrana, gelatinas(derivadas de colágeno bovino) e o amido hidroxietílico. Sâo utilizados em situações emergenciais como sepse, queimaduras extensas, choque hemorrágico. Em medicina veterinária ainda são pouco utilizados, geralmente usando-se sangue total para sua reposição. Quando utilizados, os substitutos do sangue são administrados sempre junto com os cristalóides.

Cristalóides n As soluções cristalóides ¨ Hipotônicas (p. ex. Soro fisiológico 0, 45%) ¨

Cristalóides n As soluções cristalóides ¨ Hipotônicas (p. ex. Soro fisiológico 0, 45%) ¨ Isotônicas (p. Ex. Soro fisiológico 0, 9%, soro ringer e soro ringer com lactato) ¨ Hipertônicas (p. ex soro fisiológico 7, 5%)

Cristalóides n n As soluções cristalóides mais comumente utilizadas para reposição volêmica são as

Cristalóides n n As soluções cristalóides mais comumente utilizadas para reposição volêmica são as soluções fisiológicas a 0, 9% e de Ringer com lactato. Estas soluções atravessam facilmente a barreira endotelial e tendem a se acumular em maior quantidade no interstício, de tal forma que, ao final de uma hora, apenas 20% do volume infundido permanece no espaço intravascular, o que obriga uma reposição três a quatro vezes maior que a perda estimada. A reposição volêmica agressiva com solução fisiológica a 0, 9% é mais eficaz do que o Ringer com lactato, no entanto, pode levar à maior incidência de acidose metabólica hiperclorêmica e hipernatremia. Podem ocorrer alterações da coagulação após grandes infusões de Na. Cl. Quando grandes volumes de cristalóides são necessários, o uso do Ringer com lactato é preferencial. Lembrando que em grandes perdas sanguíneas, a reposição levará a mais diluição do sangue, e dos glóbulos vermelhos(hemoglobina), com déficit de O 2.

Cristalóides Solução de Ringer com Lactato cloreto de sódio + cloreto de potássio +

Cristalóides Solução de Ringer com Lactato cloreto de sódio + cloreto de potássio + cloreto de cálcio + lactato de sódio Composição: n cloreto de sódio. . . . . 0, 6 g n cloreto de potássio. . . . . 0, 03 g n cloreto de cálcio diidratado. . . . 0, 02 g n lactato de sódio. . . . . 0, 31 g n água para injeção q. s. p. . . . 100 m. L n Conteúdo Eletrolítico: n sódio (Na+). . . . . 130, 0 m. Eq/L n potássio (K+). . . . . 4, 0 m. Eq/L n cálcio (Ca 2+). . . . . 3, 0 m. Eq/L n p. H. . . . . . 6, 0 - 7, 5 n OBS. Ringer simples tem características semelhantes ao ringer lactato, porém não contém lactato, é utilizada para reposição. Contém mais cloreto e mais cálcio que outras soluções, tornando-a levemente acidificantes (p. H 5, 5). É uma solução de emprego ideal nas alcaloses metabólicas. É uma solução cristalóide, isotônica.

Cristalóides Soro fisiológico n O Soro fisiológico mais utilizado é uma solução que contêm

Cristalóides Soro fisiológico n O Soro fisiológico mais utilizado é uma solução que contêm 0, 9% de cloreto de sódio em água destilada, ou seja, cada 100 m. L de água contém 0, 9 gramas do sal.

Cristalóides Soro glicosado n n Soro glicosado é uma solução isotônica em relação ao

Cristalóides Soro glicosado n n Soro glicosado é uma solução isotônica em relação ao sangue, que contém geralmente 5%, em massa, de glicose (C 6 H 12 O 6) em água destilada, ou seja, cada 100 m. L de soro glicosado contém 5 gramas de glicose. A glicose é uma fonte de energia que é facilmente absorvido pelas células, daí ser extensivamente usado em medicina como nutriente energético, via endovenosa. Existem soros glicosados com concentrações de 2, 5% e 10% que são, respectivamente, hipotônico e hipertônico em relação ao sangue. O soro glicosado a 5% serve para muitas coisas mas o primordial seria manter níveis energéticos com aporte de glicose, porém não se consegue um aumento muito importante pois sua concentração é isotônica (semelhante a dos fluidos corpóreos), quando se quer um aporte maior de glicose para o paciente, em caso de hipoglicemia por ex. o ideal é o uso de soluções hipertonicas como glicose a 10% ou a 25% ou ainda a 50%.

Soluções aditivas n As soluções aditivas mais utilizadas incluem dextrose 50%, frutose, cloreto de

Soluções aditivas n As soluções aditivas mais utilizadas incluem dextrose 50%, frutose, cloreto de cálcio, gluconato de cálcio, fosfato de potássio, bicarbonato de sódio a 8, 4%, vitaminas do complexo B, cloreto de potássio. A dextrose funciona como diurético nos edemas e na eliminação mais rápida de toxinas. Dextrose e frutose também protegem o fígado nas intoxicações. O complexo B fornece energia e seus componentes auxiliam não metabolismo intracelular como coenzimas e as soluções com eletrólitos devem ser adicionadas preferencialmente com mensurações sanguíneas repetidas.

Fluidoterapia com cristalóides Reposição(imediata) e Manutenção A reposição é emergencial frente a obtenção de

Fluidoterapia com cristalóides Reposição(imediata) e Manutenção A reposição é emergencial frente a obtenção de uma via de acesso venoso para iniciar a fluidoterapia e qualquer outra medicação necessária. A manutenção é definida como o volume de fluido (ml) e a quantidade de eletrólitos (m. Eq ou mg) que se consumir em uma base diária para manter o volume da água corporal total (ACT) e o teor eletrolítico normais. O volume de reposição é escolhido em cerca de 66 ml/kg/dia no caso cães pequenos, enquanto que 44 ml/kg/dia é mais apropriado para cães maiores. A manutenção é calculada posteriormente, de acordo com as necessidades do animal. Geralmente usa-se a solução fisiológica 0, 9% ou Ringer com lactato inicialmente, podendo depois ser continuada com solução glicofisiológica alternada com soro Ringer com lactato, de acordo com a necessidade.

Desidratação (exigências de reposição) Causas da desidratação - Redução do consumo hídrico (hipodipsia e

Desidratação (exigências de reposição) Causas da desidratação - Redução do consumo hídrico (hipodipsia e adipsia) - Aumento da perda . Urinária (poliúria) . Gastrointestinal (vômito e diarréia) . Respiratória (febre e estado ofegante) . Pele (queimaduras e ferimentos grandes) . Salivação excessiva .

Detecção da desidratação < 5% Não detectável; a anamnese pode sugerir desidratação 5% 6

Detecção da desidratação < 5% Não detectável; a anamnese pode sugerir desidratação 5% 6 – 8% Perda sutil da elasticidade cutânea 10 – 12% A pele levantada permanece no lugar, prolongamento do tempo de repreenchimento capilar, afundamento dos olhos nas órbitas, mucosas ressecadas, podendo ser observados sinais de choque (aumento da freqüência cardíaca, pulsos fracos) 12 -15% Choque, colapso e depressão severa; morte iminente Exceções apesar Retardo definido no retorno da pele à posição normal, os olhos podem se afundar nas órbitas, ligeiro prolongamento do tempo de repreenchimento capilar, mucosas ressecadas : O turgor cutâneo dos animais obesos pode parecer normal, da desidratação; a pele de um animal emaciado com hidratação normal

Exame laboratorial . Hemograma: a elevação das proteínas plasmáticas totais (g/dl) e do hematócrito

Exame laboratorial . Hemograma: a elevação das proteínas plasmáticas totais (g/dl) e do hematócrito (%), proporciona documentação para desidratação intravascular. Diferenciar de uma possível anemia ou hipoproteinemia preexistentes. . Urinálise: elevação da densidade específica (DE) representa a resposta de um rim saudável à redução de perfusão. Urina diluída (DE < 1, 030) de um animal desidratado, incrimina os rins como causa importante ou contribuinte da desidratação. . Bioquímica sérica: ajuda a caracterizar a natureza do eletrólito que se perdeu. . Também se observa o comprometimento hepático e/ou renal

Correção da desidratação – cálculo correto para reposição Calcula-se o volume de fluido a

Correção da desidratação – cálculo correto para reposição Calcula-se o volume de fluido a ser corrigido com base na avaliação da % de desidratação e no peso corporal atual do paciente. % de desidratação X peso (kg) = litros de fluido a serem repostos em 24 horas. Ex: Um cão com 10% de desidratação, pesando 30 kg, portanto: 0, 1 (ou 10%) X 30 = 3 litros de fluidos a serem repostos em 24 horas. O tipo de fluido baseia-se primariamente nas concentrações séricas de sódio, cloreto e potássio, mas a reposição inicial com um volume de fluido adequado é geralmente mais importante que a terapia específica para os distúrbios eletrolíticos

Perdas sensíveis e insensíveis lembrando. . . Perdas sensíveis são aquelas bem visualizadas e

Perdas sensíveis e insensíveis lembrando. . . Perdas sensíveis são aquelas bem visualizadas e que se pode medir, como pela urina. Perdas insensíveis são perdas mais difíceis como nas contidas nas fezes consistentes e o líquido que se evapora pela respiração.

E ainda considerar. . . Perdas intercorrentes n São perdas de fluidos acima da

E ainda considerar. . . Perdas intercorrentes n São perdas de fluidos acima da perda normal de mecanismos insensíveis e sensíveis. Geralmente se estimam os volumes de perda de fluidos a partir de vômito ou de diarréia. Se houver perda urinária excessiva, coleta-se com cateter uretral para melhor analisar sua magnitude.

Manutenção – após a reposição imediata, onde devem ser calculadas as perdas _______ml =

Manutenção – após a reposição imediata, onde devem ser calculadas as perdas _______ml = reidratação = % de desidratação X peso (Kg) X 1000 + _______ml = sensível = 20 a 40 ml/Kg/dia ou medidos + _______ml = insensível = 20 ml/Kg/dia + _______ml = perdas intercorrentes = estimadas ou medidas (ex: excesso de urina) _________________________ml = exigências de 24 h totais

Função pretendida: Os fluidos de reposição- geralmente são fluidos com uma mistura de uma

Função pretendida: Os fluidos de reposição- geralmente são fluidos com uma mistura de uma parte de solução rica em sal (Ringerlactato, Na. Cl a 0, 9%) com duas partes de dextrose a 5% em água e quando necessário a adição de 15 a 20 m. Eq de cloreto de potássio para cada litro de solução final. (lembrando que o Ringer-lactato já vem com 4 m. Eq de K) Os fluidos de manutenção devem ser formulados para déficits eletrolíticos ou básicos específicos.

Lembrando patologia clínica. . . n O índice ictérico refere-se a cor do plasma,

Lembrando patologia clínica. . . n O índice ictérico refere-se a cor do plasma, cuja coloração normal é amarelo pálido ou quase transparente. O principal pigmento encontrado no plasma é a bilirrubina, oriunda da destruição regular dos eritrócitos, a qual pode ser observada como bilirrubina direta (BD) ou indireta (BI) O RDW (Red Cell Distribution Width) é um índice que avalia a diferença de tamanho entre as hemácias. Quando este está elevado significa que existem muitas hemácias de tamanhos diferentes circulando. Isso pode indicar hemácias com problemas na sua morfologia. É muito comum RDW elevado, por exemplo, na carência de ferro, onde a falta deste elemento impede a formação da hemoglobina normal, levando à formação de uma hemácia de tamanho reduzido O PDW é similar em conceito ao RDW (red cell distribution width), indica a heterogeneidade dos volumes plaquetários. Valores aumentados em: trombocitemia essencial; leucemias mielóides agudas; leucemias mielóides crônicas; tuberculose pulmonar ativa; estados pré trombóticos em doenças das coronárias. n . §

Suplementação dos fluidos parenterais - Suplementação de potássio: indica-se sua suplementação quando a concentração

Suplementação dos fluidos parenterais - Suplementação de potássio: indica-se sua suplementação quando a concentração sérica estiver abaixo de 3, 5 m. Eq/l. Para os fluidos de manutenção acrescenta-se 20 m. Eq/l de potássio. Deve-se ter cuidado sempre que se infundir fluidos enriquecidos com potássio. Quanto a velocidade de infusão, não exceder 0, 5 m. Eq/Kg/h para reduzir qualquer possibilidade de desenvolvimento de hipercalemia e cardiotoxicidade. Pode-se necessitar da monitoração eletrocardiográfica durante a suplementação desses fluidos. Para cada litro de soro fisiologico adicionar 8 ml (1 ampola de 10 ml possui 25, 6 m. Eq/10 ml. Se formos calcular a partir de 2, 56 m. Eq/ml obteremos os 20 m. Eq necessários em 8 ml) O soro Ringer com lactato já tem 4 m. Eq/L, então precisa de 6, 5 ml de KCl em 1 litro para corresponder concentração de 20 m. Eq/L. ( 4 m. Eq/L já existentes + 16 m. Eq/L equivalentes aos 6, 5 ml adicionais da ampola)

Suplementação de bases: - indicado para as correções de acidose metabólica. A base mais

Suplementação de bases: - indicado para as correções de acidose metabólica. A base mais utilizada é o bicarbonato de sódio. Não utiliza-lo em fluidos que contenham cálcio, pois pode ocorrer precipitação do cálcio. Sem acesso a análise de gases sanguíneos ou ao CO 2 total, é difícil certificar-se da magnitude da necessidade. Caso a suspeita clínica de uma acidose metabólica seja alta, pode-se administrar empiricamente o bicarbonato. Para acidose suave, administre 3 m. Eq/Kg de bicarbonato em fluidos por 24 h. Para acidose moderada, 6 m. Eq/Kg/24 h. Para acidose severa, administre 9 m. Eq/Kg/24 h O tratamento excessivo com base também pode resultar em alcalose, acidose paradoxal do fluido cerebroespinhal, desvios do cálcio ionizado e ataques convulsivos.

Suplementação de dextrose, vitaminas e cálcio n n Suplementação de dextrose- indicada em hipoglicemia

Suplementação de dextrose, vitaminas e cálcio n n Suplementação de dextrose- indicada em hipoglicemia devida a septicemia, superdosagem de insulina, insulinoma, hepatopatia jejum prolongado etc. A suplementação de dextrose a concentrações menores que 10% não é efetiva como fonte de calorias em animais anoréticos. Suplementação de vitaminas: Em cães com insuficiência renal poliúrica podem se beneficiar de vitaminas hidrossolúveis em fluidos parenterais, para repor as perdas. As vitaminas hidrossolúveis também conferem uma cor amarelada aos fluidos, facilitando a monitoração da velocidade de administração do fluido.

Suplementação de Cálcio e Fósforo - Suplementação de cálcio: utiliza-se gluconato de cálcio ou

Suplementação de Cálcio e Fósforo - Suplementação de cálcio: utiliza-se gluconato de cálcio ou cloreto de cálcio em fluidos de reposição e manutenção para correção de hipocalcemia sintomática. O cálcio pode precipitar em fluidos que contenham lactato ou bicarbonato. Utilizado por exemplo na eclampsia, choque anafilático, intoxicações, mas deve ser administrado extremamente lento, para não causar taquicardias e arritmias cardíacas perigosas. -Suplementação de fósforo: a hipofosfatemia severa (< 1, 5 mg/dl) é incomum, mas pode ameaçar a vida, particularmente quando for menor que 1 mg/dl. É mais encontrada em pacientes com diabetes melito e pode exigir tratamento com sais de fosfato. Não se acrescentam sais de fosfato em fluidos que contenham cálcio. Trata-se somente quando a hipofosfatemia for severa e persistente. A supersuplementação pode causar hiperfosfatemia, hipocalcemia, tetania, convulsões, mineralização de tecido mole, e por aí diante. Recomenda-se uma dosagem intravenosa para suplementação de fósforo a 0, 01 a 0, 03 mmol de fosfato/Kg/h por 3 a 6 h. O fosfato de sódio fornece 3 mmol/ml e 93 mg/ml de fósforo e 4 m. Eq/ml de sódio.

Vias de administração para fluidos parenterais A via de fluidoterapia depende da natureza do

Vias de administração para fluidos parenterais A via de fluidoterapia depende da natureza do distúrbio clínico, de sua severidade e de seu início (agudo ou crônico); natureza e magnitude das perdas contínuas; e composição dos fluidos a serem administrados. Via subcutânea Escolha fluidos isotônicos ou levemente hipotônicos para potencializar a absorção. Não administre dextrose a 5% em água como solução isotônica por esta via em casos de desidratação severa, pode ocorrer retardo na absorção. Esta via não é confiável em condições de vasoconstrição periférica (por exemplo, choque, desidratação severa e hipotermia). Nunca confiar nesta via para uma reposição de emergência de fluidos. Pode-se corrigir a desidratação mínima por esta via. Via intravenosa É a via preferida. Pode-se administrar fluidos hipotônicos, isotônicos e hipertônicos, dependendo da necessidade do paciente. Escolhem-se comumente as veias cefálica e jugular, sendo esta última a preferida em cães pequenos e doenças mais sérias. Cuidados com o cateter intravenoso, como sua assepsia, não deixar o cateter em uma certa veia por mais que 48 a 72 h, monitorar o paciente quanto a febre, leucocitose e murmúrios cardíacos são fundamentais.

Vias de administração para fluidos parenterais (cont. ) Via intraperitoneal Pode-se transfundir cãezinhos severamente

Vias de administração para fluidos parenterais (cont. ) Via intraperitoneal Pode-se transfundir cãezinhos severamente anêmicos através desta via, quando não for possível o acesso à via intravenosa. Em animais hipotérmicos, pode-se considerar esta via para reaquecê-los. Utilize fluidos isotônicos a suavemente hipotônicos para a fluidoterapia. Via intra-óssea É utilizada mais em filhotes. Pode-se infundir seguramente sangue e soluções cristalóides por esta via. Cateterize a medula óssea do fêmur, da tíbia ou do úmero com uma agulha de medula óssea e fixe-a no lugar.

Velocidade de infusão de fluidos A velocidade de infusão depende da extensão e da

Velocidade de infusão de fluidos A velocidade de infusão depende da extensão e da rapidez da perda de fluido, bem como a composição do fluido a ser infundido. Podese corrigir geralmente com segurança uma desidratação dentro de 24 h na maioria dos casos. No tratamento de choque ou desidratação severa, recomenda-se um fluido isotônico na velocidade máxima de infusão (sem monitoração da pressão venosa central – PVC) de 90 ml/Kg/hora. Depois da 1ª hora, sempre diminuir a velocidade. Meça o débito de urina durante a infusão rápida como um guia para perfusão de órgão. No caso de oligúria persistente, tenha cuidado para não ocorrer superidratação e monitore a PVC. No caso de condições menos críticas, distribua os fluidos uniformemente por todo o dia.

Velocidade de infusão de fluidos - Encontram-se disponíveis kits de administração intravenosa em um

Velocidade de infusão de fluidos - Encontram-se disponíveis kits de administração intravenosa em um volume de macrogotejamento padrão de 10, 15 e 20 gotas/ml; e em volume de microgotejamento de 60 gotas/ml. - - Perdas agudas devem ser repostas rapidamente Em pacientes que não estão em choque hipovolêmico, o volume a ser administrado deve ser calculado em 24 horas - Velocidade máxima para fluidos sem potássio: 90 ml/kg/hora (cães) 55 ml/kg/hora (gatos) 40 -45 ml/kg(filhotes) - Cuidado nos pacientes com alto risco de desenvolverem complicações decorrentes de administração muito rápida de fluidos: cardiopatas; nefropatas; hiponatrêmicos; hipernatrêmicos

Velocidade de infusão de fluidos A velocidade pode ser controlada através de equipos ou

Velocidade de infusão de fluidos A velocidade pode ser controlada através de equipos ou bombas de infusão contínua: 1) Equipo adulto- 0, 1 ml por gota (10 gotas/1 ml) 2) Equipo pediátrico- 0, 017 ml por gota (60 gotas=1 ml)

Possíveis causas de falha da correção adequada de desidratação: - erro nos cálculos matemáticos;

Possíveis causas de falha da correção adequada de desidratação: - erro nos cálculos matemáticos; - erro na avaliação do grau de desidratação inicial; - perdas intercorrentes maiores que o esperado; - infusão demasiadamente rápida resultando em diurese e perda de fluido do corpo; - problemas mecânicos nos aparelhos de infusão; - aumento de perda sensível não-apreciado (febre e estado ofegante); -aumento da perda sensível não-apreciada (poliúria).

Superidratação A superidratação raramente ocorre como um distúrbio espontâneo, ela geralmente é iatrogênica após

Superidratação A superidratação raramente ocorre como um distúrbio espontâneo, ela geralmente é iatrogênica após tratamentos com fluidos. A incapacidade de excretar água livre (nefropatias, insuficiência cardíaca congestiva - ICC) predispõe o paciente à superidratação. A pressão venosa central encontra-se aumentada na superidratação. Ao exame físico pode-se notar redução do volume de micções ou a bexiga pode permanecer pequena durante a fluidoterapia. Uma sensação gelatinosa nos tecidos SC pode preceder edemas periféricos. Pode-se detectar edema pulmonar, vômito, diarréia, descarga serosa nasal ou ocular e superdistensão venosa. Nos exames laboratoriais podem-se encontrar reduções progressivas no hematócrito e na proteína total.

Sinais clínicos de Superidratação -Corrimento nasal -Tosse -Taquipneia -Ascite -Efusão pleural / Edema pulmonar(cardiopatias)

Sinais clínicos de Superidratação -Corrimento nasal -Tosse -Taquipneia -Ascite -Efusão pleural / Edema pulmonar(cardiopatias) -Ruídos pulmonares anormais (crepitação) -Edema subcutâneo

Superhidratação O tratamento da superidratação se faz pela interrupção imediata da fluidoterapia, administração de

Superhidratação O tratamento da superidratação se faz pela interrupção imediata da fluidoterapia, administração de diurético (furosemida, glicose 50%, manitol) ou pode se considerar uma diálise peritoneal com dialisado hipertônico para um resgate de sobrecarga de volume aguda, bem como flebotomia emergencial terapêutica.

MONITORIZAÇÃO A fluidoterapia deve ser monitorada para que não ocorra superidratação, ou para que

MONITORIZAÇÃO A fluidoterapia deve ser monitorada para que não ocorra superidratação, ou para que o paciente receba fluidos em quantidade insuficiente para manter a hidratação. Pacientes oligúricos ou com problemas cardíacos devem ter uma monitorização mais intensa devido ao alto risco de superidratação. Peso- fácil e confiável para avaliar as alterações na quantidade de fluidos em um paciente, se o tratamento for somente parenteral. Principalmente indicado para perceber se as perdas são maiores que o liquido perfundido (p. ex, o animal com mesmo peso ou menos após a fluidoterapia, devido a perdas como vômito, diarréia ou poliúria)

Colóides n São produzidos a partir de ¨ Proteínas humanas (albumina) ¨ Hidratos de

Colóides n São produzidos a partir de ¨ Proteínas humanas (albumina) ¨ Hidratos de carbono (dextranos e hidroxietilamidos) ¨ Colágeno animal (gelatinas) ¨ Hetarstash

Colóides podem ser úteis em pacientes com hipoalbuminemia, perda da permeabilidade vascular por sepsis

Colóides podem ser úteis em pacientes com hipoalbuminemia, perda da permeabilidade vascular por sepsis e mediadores inflamatórios sistêmicos e grandes quantidades de fluido para ressuscitação. Os colóides não devem ser administrados em pacientes desidratados. O Hetastarch que contém moleculas de polissacarídeo derivadas de amilopectina, tem meia vida similar ao dextran e parece ser mais seguro que outros colóides, que podem provocar anafilaxia

Colóides Devem ser dados lentamente, 10 ml/kg para pacientes em choque Não exceder 22

Colóides Devem ser dados lentamente, 10 ml/kg para pacientes em choque Não exceder 22 ml/kg/dia Em animais em iminente colapso cardiovascular e trauma encefálico ou contusões pulmonares, pode-se combinar salina hipertônica/colóides, muito lentamente. A dose total de SH/coloide é de 4 -6 ml/kg (1/3 de SH e 2/3 dextran 70 ou hetastarch) Após esta administração seguem-se fluidos cristalóides 6 -20 ml/kg/hora inicialmente e diminuir ´para 2 -4 ml/kg/hora após o paciente estabilizar. Monitorizar o animal- o volume urinário deve ser de 1 -2 ml/kg/hora. Se o animal bem hidratado não produzir urina, administrar uma soluçâo com furosemida ( 1 -2 mg/kg/IV) ou dopamina ( 1 -3 mcg/kg/min cuidadosamente) ou manitol (1 -2 g/kg/IV exceto nos pacientes hipermolares com hemorragia ativa)

A solução de manitol 20% exerce efeito osmótico e induz diurese acentuada. O manitol

A solução de manitol 20% exerce efeito osmótico e induz diurese acentuada. O manitol é um diurético osmótico, excretados pelos rins. O manitol impede a absorção tubular da água e melhora a excreção de sódio e cloreto elevando para tal a osmolaridade do filtrado glomerular. Esse aumento de osmolaridade extracelular efetuado pela administração intravenosa do manitol induzirá um movimento de água intracelular para um espaço extracelular e vascular. Essa ação é o fundamento para o papel do manitol na redução da pressão intracraniana, do edema intracraniano e da pressão intra-ocular elevada. Não cruza a barreira hematoencefálica (barreira hematoencefálica é uma estrutura membrânica que atua principalmente para proteger o Sistema Nervoso Central (SNC) de substâncias químicas presentes no sangue, permitindo ao mesmo tempo a função metabólica normal do cérebro) ou penetra nos olhos. A redução da pressão cérebro espinhal e intra-ocular ocorre dentro de 15 minutos após o início da infusão. A injeção intravenosa de manitol é rapidamente excretada pelos rins antes de qualquer metabolismo hepático significativo. A meia vida de excreção do manitol é de aproximadamente 100 minutos (pode ser aumentada em até 36 horas em casos de insuficiência renal aguda), para um efeito diurético observado após 1 a 3 horas da infusão. A solução de manitol aumenta a oferta de líquido aos vasos circulatórios, pelo aumento da pressão osmótica vascular. Nunca utilizar o manitol por tempo prolongado ou em risco de edema pulmonar ( pelo poder diuretico rapido, reduz o liquido do leito intravascular, aumenta a osmolaridade , fazendo com que o liquido saia do compartimento extracelular, mas tem o efeito rebote que pode levar ao edema pumonar nos cardiopatas)

Colóides – Reações Adversas n n n Anafiláticas / Anafilactóides Alteração da Coagulação Alteração

Colóides – Reações Adversas n n n Anafiláticas / Anafilactóides Alteração da Coagulação Alteração da Tipagem do Grupo Sangue Derivados de ossos de animais (priões) Maiores Custos

Albumina n n n Proteína produzida pelo fígado Plasma humano Tratadas pelo calor (pasteurização)

Albumina n n n Proteína produzida pelo fígado Plasma humano Tratadas pelo calor (pasteurização) ¨ Baixo risco de transmissão destas infecções Soluções a 5% e 20% em S Salina Distribui-se pelos compartimentos: ¨ intravascular (40%) e intersticial (60%) Funções: ¨ Principal para manter PCO (75% da POC) ¨ Proteina de transporte

Um descansinho agora. .

Um descansinho agora. .