Filosofia da Religio Introduo 11 Ano Introduo Filosofia

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Filosofia da Religião Introdução 11º Ano

Filosofia da Religião Introdução 11º Ano

Introdução Filosofia da Religião Definição Exame crítico das crenças e dos conceitos religiosos. Questões

Introdução Filosofia da Religião Definição Exame crítico das crenças e dos conceitos religiosos. Questões Deus existe? Qual é a natureza de Deus?

Introdução Posições Agnosticismo Teísmo Deus existe e pode ser compreendido. Deus é incompreensível, logo

Introdução Posições Agnosticismo Teísmo Deus existe e pode ser compreendido. Deus é incompreensível, logo não podemos saber se existe ou não. Deus teísta: Sumamente bom – incapaz de praticar o mal. Necessário – não precisa de uma causa para existir, ou seja, existe por si. Criador – causa de tudo o que existe. Omnipotente – capaz de fazer tudo o que é possível. Omnisciente – tem conhecimento de tudo. Eterno e omnipresente – existe em todo o lugar e em todo o tempo. Ateísmo Deus não existe.

Introdução Esquema Argumento cosmológico a posteriori Argumento teleológico Argumentos a favor da existência de

Introdução Esquema Argumento cosmológico a posteriori Argumento teleológico Argumentos a favor da existência de Deus a priori Argumento ontológico Contra-argumento à existência de Deus Problema do Mal Teodiceias Fé Fideísmo Aposta de Pascal

Filosofia da Religião Argumento Cosmológico (Tomás de Aquino) 11º Ano

Filosofia da Religião Argumento Cosmológico (Tomás de Aquino) 11º Ano

Argumento Cosmológico Argumento 1. Tudo o que existe tem uma causa eficiente, e essa

Argumento Cosmológico Argumento 1. Tudo o que existe tem uma causa eficiente, e essa causa também tem uma origem; 2. Não pode haver uma regressão infinita na cadeia de causas; 3. Logo, tem de existir uma causa primeira que inicia a cadeia de causas, ou seja, Deus. Tomás de Aquino (1225 -1274) Causa eficiente: a causa que origina uma coisa ou um acontecimento. Causa primeira: causa sem causa e que iniciou a cadeia de efeitos. Contingente: o que não é necessário que exista.

Argumento Cosmológico Críticas Crítica à proposição “Tudo tem uma causa eficiente” Se tudo tem

Argumento Cosmológico Críticas Crítica à proposição “Tudo tem uma causa eficiente” Se tudo tem uma causa, então Deus também é causado, logo não podemos afirmar que é a causa primeira. Crítica à proposição “Deus é a causa primeira” Não há justificação para que a causa primeira corresponda ao Deus teísta, podemos, por exemplo, afirmar que o Motor Imóvel de Aristóteles é a causa primeira. Falácia de petição de princípio: argumento que tenta provar uma conclusão já contida nas premissas. Motor imóvel: algo que provoca movimento (efeitos), mas que não precisa de ser provocado para existir.

Argumento Cosmológico Críticas Crítica de David Hume à premissa “Tudo tem uma causa” 1.

Argumento Cosmológico Críticas Crítica de David Hume à premissa “Tudo tem uma causa” 1. Tomás de Aquino considera que é uma evidência empírica que tudo tem uma causa; 2. Contudo, a evidência empírica que temos das causas deve-se a uma tendência psicológica, porque devido ao hábito consideramos que A é causa de B, quando não podemos afirmar isso; 3. Logo, não é um evidência empírica a causalidade David Hume (1711 -1776)

Argumento Cosmológico Críticas Crítica de David Hume à premissa “Deus é a causa primeira”

Argumento Cosmológico Críticas Crítica de David Hume à premissa “Deus é a causa primeira” 1. Assumindo que há a necessidade de uma causa primeira, esta não precisa de ser Deus; 2. A causa primeira pode ser o próprio universo, ou, por exemplo, os animais não precisaram de ter sido criados, mas evoluíram. David Hume (1711 -1776)

Filosofia da Religião Argumento Teleológico (Tomás de Aquino) 11º Ano

Filosofia da Religião Argumento Teleológico (Tomás de Aquino) 11º Ano

Argumento Teleológico Argumento 1. Todas as coisas naturais têm uma finalidade (teleo); 2. Não

Argumento Teleológico Argumento 1. Todas as coisas naturais têm uma finalidade (teleo); 2. Não é possível alcançar um fim pelo acaso; 3. Só um ser inteligente é que poderia dirigir essa finalidade; 4. Logo, todas as coisas naturais foram necessariamente criadas por um ser inteligente – Deus. Argumento a posteriori: argumento em que as suas premissas são baseadas em evidência empíricas. Argumento teleológico: Do étimo teleos (finalidade), o argumento teleológico procura provar a existência de Deus pelo pressuposto de que tudo tem uma finalidade.

Argumento Teleológico Argumento do desígnio 1. A complexidade de um relógio indica um objetivo;

Argumento Teleológico Argumento do desígnio 1. A complexidade de um relógio indica um objetivo; 2. Essa complexidade exigiu a composição de um ser inteligente; 3. O universo e os seres vivos são semelhantes aos relógios; 4. Logo, também o universo e os seres vivos têm um criador inteligente (Deus). William Paley (1743 -1805) Argumento do desígnio: Se o funcionamento de um relógio é análogo ao do universo, e aquele necessitou de um criador, então também o universo necessitou de ser criado por um ser inteligente.

Argumento Teleológico Críticas A explicação do Evolucionismo Tomás de Aquino e William Paley afirmam

Argumento Teleológico Críticas A explicação do Evolucionismo Tomás de Aquino e William Paley afirmam que só um ser inteligente poderia explicar a complexidade das coisas naturais. Contudo, é possível explicar a complexidade das coisas naturais por um mecanismo natural, por exemplo, pela teoria da evolução. Charles Darwin (1809 -1882) Criacionismo: tese que defende que tudo foi criado por um ser inteligente. Evolucionismo: teoria que afirma que os seres vivos são o resultado de um processo de evolução gradual através do mecanismo de seleção natural.

Filosofia da Religião Argumento Ontológico (Anselmo de Cantuária) 11º Ano

Filosofia da Religião Argumento Ontológico (Anselmo de Cantuária) 11º Ano

Argumento Ontológico Argumento 1. Deus é algo sobre o qual nada maior pode ser

Argumento Ontológico Argumento 1. Deus é algo sobre o qual nada maior pode ser pensado; 2. O que existe no pensamento, pode existir na realidade; 3. Deus existe no pensamento, logo pode existir na realidade; 4. Se Deus apenas existisse no pensamento, então haveria algo maior do que ele – o que seria logicamente impossível; 5. Logo, é necessário que Deus exista. Anselmo Cantuária (1033 -1109) Argumento a priori: argumento em que as suas premissas podem ser conhecidas sem o recurso à experiência, exemplo: um triângulo tem três ângulos.

Argumento Ontológico Crítica: argumento da “Ilha Perdida” Argumento da “Ilha Perdida” de Gaunilo 1.

Argumento Ontológico Crítica: argumento da “Ilha Perdida” Argumento da “Ilha Perdida” de Gaunilo 1. A “Ilha Perdida” é algo sobre a qual nenhuma ilha maior pode ser pensada; 2. A “Ilha Perdida” existe no pensamento, logo pode existir na realidade; 3. Se a “Ilha Perdida” apenas existisse no pensamento, então haveria uma ilha maior do que ela – o que é logicamente impossível; 4. Logo, é necessário que a “Ilha Perdida” exista. Gaunilo de Marmoutiers: monge beneditino do séc. XI, conhecido pelas suas críticas ao argumento ontológico de Anselmo.

Argumento Ontológico Crítica: a existência não é predicado Crítica de Immanuel Kant: a existência

Argumento Ontológico Crítica: a existência não é predicado Crítica de Immanuel Kant: a existência não é um predicado Immanuel Kant (1724 -1804) Gato (“conceito”) Cor preta (predicado) Predicado: significa qualidade ou característica. Por exemplo, “João é alto”, ser alto é predicado de “João”.

Argumento Ontológico Crítica: a existência não é predicado Críticas Crítica de Immanuel Kant: a

Argumento Ontológico Crítica: a existência não é predicado Críticas Crítica de Immanuel Kant: a existência não é um predicado 1. A premissa “Se Deus apenas existisse no pensamento, então haveria algo maior do que ele ”, implica que a existência seja uma qualidade para algo ser maior; 2. Contudo, a existência não é uma qualidade de alguma coisa, é um estado dessa mesma; 3. Logo, se não é uma qualidade então não é uma necessidade para algo ser maior, ou seja, a ideia de Deus não implica a sua existência física. Immanuel Kant (1724 -1804) Predicado: significa qualidade ou característica. Por exemplo, “João é alto”, ser alto é predicado de “João”.

Filosofia da Religião Problema do Mal (Gottfried Leibniz) 11º Ano

Filosofia da Religião Problema do Mal (Gottfried Leibniz) 11º Ano

Problema do Mal 1. 2. 3. 4. 5. O problema lógico do mal Se

Problema do Mal 1. 2. 3. 4. 5. O problema lógico do mal Se Deus existe, então é omnipotente e sumamente bom; Se é omnipotente, então tem o poder de eliminar o mal; Se é sumamente bom, então não pode admitir o mal; Contudo, o mal existe; Logo, Deus não pode existir. Problema lógico do mal: problema que procura demonstrar que a existência do mal e de Deus são logicamente inconsistentes entre si.

Problema do Mal moral Provocado pelas ações humanas. Ex: homicídio, sofrimento provocado, entre outros.

Problema do Mal moral Provocado pelas ações humanas. Ex: homicídio, sofrimento provocado, entre outros. # Teodiceias Mal natural Resultado de acontecimentos naturais. Ex: Epidemias, terramotos, entre outros. Gottfried Leibniz (1646 -1716) Teodiceias: provas da bondade de Deus ou os seus objetivos para permitir o mal.

Problema do Mal Teodiceias: mal moral O mal é uma possibilidade do livre-arbítrio Deus

Problema do Mal Teodiceias: mal moral O mal é uma possibilidade do livre-arbítrio Deus criou o ser humano livre; Em liberdade, podemos escolher o bem ou o mal; Logo, é da nossa responsabilidade quando agimos mal. O mal é necessário para agir bem Devido às circunstâncias, por vezes temos de agir pelo mal para alcançar um bem maior. Gottfried Leibniz (1646 -1716) Livre-arbítrio: condição do ser humano de agir segundo a sua vontade que, neste contexto, é uma qualidade atribuída por Deus ao ser humano.

Problema do Mal Teodiceias: o mal natural Justificação do melhor dos mundos possíveis 1.

Problema do Mal Teodiceias: o mal natural Justificação do melhor dos mundos possíveis 1. O mundo, por ser contingente, necessitou de um ser necessário para o ter criado; 2. Esse ser necessário (Deus) é omnipotente, sumamente bom e omnisciente; 3. Devido a essas perfeições, Deus só poderia ter escolhido o melhor dos mundos; 4. Logo, o nosso mundo foi criado e existe como o melhor dos mundos possíveis. Gottfried Leibniz (1646 -1716) “Melhor dos mundos possíveis”: tese de que o nosso mundo é o melhor dos mundos logicamente possíveis, porque foi criado por um Deus sumamente bom e omnipotente.

Filosofia da Religião Fideísmo (Blaise Pascal) 11º Ano

Filosofia da Religião Fideísmo (Blaise Pascal) 11º Ano

Fideísmo Dificuldades em compreender Deus pela razão: Objeções aos argumentos a priori e a

Fideísmo Dificuldades em compreender Deus pela razão: Objeções aos argumentos a priori e a posteriori. Dificuldade em compatibilizar o mal e o livre-arbítrio com a existência de Deus. Alternativa pela via da fé: Fideísmo: tese, segundo a qual, a razão é inapropriada para justificar a crença em Deus, mas só a fé justifica as crenças religiosas.

Fideísmo Aposta de Pascal 1. Deus é incompreensível; Como Deus é infinito, é incompressível

Fideísmo Aposta de Pascal 1. Deus é incompreensível; Como Deus é infinito, é incompressível ao nosso limitado entendimento. 2. Logo, não podemos compreendê-lo pela razão; Mas podemos afirmar que ele pode existir, como afirmamos em relação ao número infinito. 3. Contudo, podemos acreditar pela fé que Deus existe; Sendo a fé uma atitude arriscada, visto que não podemos ter a certeza se Deus existe ou não. 4. Acreditar em Deus é melhor do que não acreditar; Segundo a aposta de Pascal. 5. Logo, devemos acreditar em Deus. Blaise Pascal (1623– 1662) Aposta de Pascal: atitude de apostar na crença em Deus, porque é a hipótese mais favorável.

Fideísmo Opções Argumento: aposta de Pascal Resultados Deus existe Acreditar em Deus Ganho infinito

Fideísmo Opções Argumento: aposta de Pascal Resultados Deus existe Acreditar em Deus Ganho infinito Deus não existe Não há perda substancial Blaise Pascal (1623– 1662) Não acreditar em Deus Não há ganho (mas podemos perder muito) Não há perda substancial Aposta de Pascal: atitude de apostar na crença em Deus, porque é a hipótese mais favorável.

Fideísmo Críticas Nada justifica a crença em um Deus cristão. Assumindo que sempre será

Fideísmo Críticas Nada justifica a crença em um Deus cristão. Assumindo que sempre será melhor acreditar em Deus, não significa que devamos acreditar no Deus cristão, por exemplo, podemos acreditar em Krishna ou Alá. A base da fé é ilegítima. Basear a crença em Deus por um calculismo e interesse pessoal, não é uma base legítima para ter fé. A fé não é adquirida por um processo de custo-benefício. Não conseguimos acreditar na existência de Deus apenas com base na ideia de que essa crença será melhor para nós.