Filosofia da educao musical Tramas e fios pag

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Filosofia da educação musical Tramas e fios – pag. 102 - 117

Filosofia da educação musical Tramas e fios – pag. 102 - 117

Filosofia da educação musical � Os antigos métodos de ensino já não cumprem integralmente

Filosofia da educação musical � Os antigos métodos de ensino já não cumprem integralmente sua função, tendo que se adaptar à nova realidade. � Meados do séc. XX : Educação musical utilitária cede lugar à educação musical fundamentada na qualidade estética -> Bastante forte na América do Norte e na Inglaterra. � 1958: Primeira vez que a Sociedade Nacional para o Estudo da Educação Musical fornece linhas diretoras para o estabelecimento de uma filosofia da educação. � Aparecem Bennett Reimer e Abraham Schwandron seguindo a linha de reflexão de John Dewey, Suzanne Langer e Leonard Meyer. � Dewey coloca a arte no centro da sala de aula. Exerce influência no Brasil através de Anísio Teixeira.

� Langer compreende a música como o espaço onde não há mais realidade tangível.

� Langer compreende a música como o espaço onde não há mais realidade tangível. Não aceita a música como objeto de estudo físico, fisiológico e psicológico do som, opõe-se à linha da psicologia experimental. A duração não é um fenômeno mensurável, é a imagem do tempo "vivido", que somente pode ser "medido" em termos de sensibilidade, tensão e emoção. Langer é filósofa e não educadora mas suas ideias afetam a educação musical. � Meyer organiza as maneiras de entendimento da música em dois campos: Referencialistas: que se utilizam da música como representação de fatos e fenômenos externos a ela. Absolutistas: que se dividem em absolutistas formalistas, que acreditam que a música nada expressa além dela mesma, e os expressionistas, que acreditam que música é uma forma simbólica com estreitas similaridades com os sentimentos humanos.

Bennett Reimer � Pertence ao grupo de educadores "filósofos" que priorizam a reflexão a

Bennett Reimer � Pertence ao grupo de educadores "filósofos" que priorizam a reflexão a respeito da prática, enfatizando os aspectos valorativos e procurando determinar a natureza e o valor da música e da educação musical. � Seu foco de interesse é o reconhecimento do valor da música e da educação musical. � Seu pensamento pode ajudar a pensar no porquê da falta de interesse na presença da música no currículo da escola brasileira. � Discute educação musical nos seus mais variados contextos. � Acredita que a educação musical necessita de uma filosofia que a auxilie a firmar-se como área autônoma. � "O impacto que ela tem na sociedade depende, em grande escala, da qualidade do entendimento da profissão e do que ela pode oferecer de valor para a sociedade" (Reimer, 1970, p. 3) � Em seu livro carrega nas tintas, na condução de sua argumentação a respeito das abordagens com o qual não concorda.

Bennett Reimer Descarta qualquer possibilidade de escuta referencial. � Não reconhece música como linguagem.

Bennett Reimer Descarta qualquer possibilidade de escuta referencial. � Não reconhece música como linguagem. Organiza seus argumentos de modo a mostrar que o processo criativo (subjetivo, dinâmico e pluridirecional) se distancia do comunicativo (clara, objetiva, estável e monodirecional), � portanto, da linguagem. � Segundo Fonterrada, diferente do que Reimer aponta, o processo comunicativo é complexo, não totalmente previsível e definível e é impossível analisar seu componentes por conter muitas variáveis e envolver conteúdos � conscientes, inconscientes e pré-conscientes. Por outro lado o processo criativo nem sempre parte de um "impulso inicial" mas de uma matriz que se identificaria com o processo de comunicação apresentado por Reimer. � Defende a educação musical estética tendo por case a ideia da música como facilitadora da "educação dos sentimentos". �

Keith Swanwick � Professor de educação musical no Instituto de Educação da Universidade de

Keith Swanwick � Professor de educação musical no Instituto de Educação da Universidade de Londres, regente e também já foi professor para adolescentes em escolas de educação geral. � Dá grande relevância ao conhecimento intuitivo que resulta da experiência musical e à relação dinâmica entre intuição e análise. � Fundamenta sua teoria no pensamento de Benedetto Croce que defende que o conhecimento pode ser intuitivo ou lógico, individual ou universal. � Acredita que é melhor pensar na estética a partir de sua raiz, que indica "conhecimento obtido pelos sentidos, a base sensória a partir da qual habilidade e consciência de expressão e de forma são postos a trabalhar artisticamente" (Swanwick, 1994, p. 35), discordando assim de Reimer. � Entende que estética e arte não sinônimos. � Depois de anos de reflexão e busca por bases psicológicas do conhecimento musical chega à conclusão de que o conhecimento artístico não é um domínio separado das outras atividades da mente. � "Minha posição é que o crescimento do conhecimento, em qualquer nível, emerge intuitivamente e é nutrido e direcionado pela análise. O conhecimento musical não é exceção e observar e participar do fazer musical das crianças nos oferecer outras descobertas quanto a essas estruturas e processos. ” � Desenvolveu uma teoria da aprendizagem de música que ficou conhecida como Teoria Espiral.

Teoria Espiral – Keith Swanwick • No modelo espiral, a crianças passa, sucessivamente, pelos

Teoria Espiral – Keith Swanwick • No modelo espiral, a crianças passa, sucessivamente, pelos blocos "material, "expressão", "forma" e "valor" e, em cada um deles, experimenta cada proposta, atividade ou ação, de início intuitivamente e, depois, pela análise. • Parte do intuitivo para chegar ao lógico e do individual para chegar ao universal. • Nenhum tipo de experimento é neutro.

David Elliot � Professor da Universidade de Toronto, tem como principal interlocutor Bennett Reimer.

David Elliot � Professor da Universidade de Toronto, tem como principal interlocutor Bennett Reimer. Pesquisa engajada em questões sociais. � Crítico da proposta de educação musical "estética", que, segundo ele, concebe a arte desterritorializada, descontextualizada e não comprometida com a realidade humana. � Alinha-se a Swanwick por discordar da "visão idealista" de Reimer, porém se afasta por considerar a prática social, e não a estrutura psicológica, determinante da prática musical. � Considera errôneo conceber obras musicais como objetos autônomos. � Também discute a questão da natureza e do valor da escuta e das obras musicais. � Chama de "musicalidade" o conjunto multidimencional de conhecimentos da qual dependem todas as formas de �

Discussão � Ellit adota uma visão estreita a respeito da educação estética. Para ele

Discussão � Ellit adota uma visão estreita a respeito da educação estética. Para ele o conceito apresentado por Reimer e outros pesquisadores é reducionista. � Swanwick discorda no entendimento de "estética" e de "arte". � O próprio conceito de estética e arte não está suficientemente discutido entre os educadores musicais. � No Brasil há falta de acesso a esses autores. � A principal função da arte é atingir outras dimensões de si mesmo e ampliar e aprofundar seus modos de relação consigo próprio, com o outro e com o mundo. � "Embora, à primeira vista, possa parecer que os três autores situam-se em campos opostos, na verdade seus pontos de vista não são excludentes; cada um examina a música por um ângulo e, com isso, contribui para o aprofundamento das questões que cercam a educação musical e sua prática. "