FARMACOLOGIA APLICADA NUTRIO PROF JULIANA PAZ BENATTO NUTRIO
FARMACOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO PROF. JULIANA PAZ BENATTO NUTRIÇÃO
FARMACOLOGIA Conteúdo programático: Introdução à Farmacologia, definições gerais e vias de administração; Biodisponibilidade medicamentosa x nutricional; Clearance de drogas; Farmacocinética: Processos de Administração, Absorção, Metabolização, Distribuição e Excreção de Drogas;
FARMACOLOGIA Farmacodinâmica: Farmacologia do sistema nervoso central, renal, cardiovascular, aparelho digestório; Drogas antitiroideanas, drogas para o tratamento da obesidade, drogas antidiabéticas, hormônios femininos e anabolizantes, antianêmicos, quimioterápicos, nutracêuticos e alimentos funcionais; Interações droganutrientes.
Bibliografia Básica CARELLE, Ana Claudia Carelle. Nutrição e Farmacologia. Érica Editora, 2014. MARTINS, Cristina. Interações Farmaco x Nutriente. Nutroclínica, 2013. KATZUNG, Bertram G. Farmacologia básica e clínica. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
Bibliografia Complementar FUCHS, Flávio Danni; WANNMACHER, Lenita. Farmacologia clínica: fundamentos da terapêutica racional. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. RANG, H. P. ; RITTER, J. M. Farmacologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. REIS, Nelzir Trindade. Nutrição Clínica: interações. Rio de Janeiro: Rubio, 2005. SILVA, Penildo. Farmacologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012
Farmacologia tem origem grega (Pharmakon = drogas e logos = estudo). A farmacologia é a ciência que estuda os efeitos de uma substância química sobre a função dos sistemas biológicos, fundamentalmente dependente da interação droga/organismo.
A farmacologia é uma disciplina estudada em diversos outros cursos da área da saúde e dentro da nutrição tem o papel de dar uma visão para o futuro nutricionista das interações entre drogas e nutrientes. Ou seja, como os medicamentos podem interferir na absorção dos componentes dos alimentos, podendo potencializar os efeitos medicamentosos, ou até mesmo gerar algumas carências nutricionais. É importante ter este conhecimento para um bom planejamento alimentar e para que as condutas nutricionais e as prescrições sejam adequadas e com maior precisão de adequação nutricional, mantendo, promovendo ou recuperando a saúde do paciente.
É estudado a relação entre as diversas drogas disponíveis versus as amplas situações de saúde de um individuo juntamente com a nutrição humana. Uma palavrinha bastante presente durante as aulas é a disponibilidade, pois o uso de algumas substâncias altera a disponibilidade de nutrientes para o corpo. Os principais assuntos abordados nesta disciplina são: Interações medicamentos versus nutrientes disponibilizados pela dieta (fatores determinantes individuais: idade, sexo, patologias associadas, uso combinado de fármacos, função hepática e renal); Vias de administração de drogas; Definições básicas (droga, fármaco, medicamento, remédio); Farmacocinética e Farmacodinâmica; Tipos de alterações (disponibilidade /ação / toxicidade, interações físico-químicas, fisiológicas e patofisiológicas);
Fatores de risco (doenças crônicas, consumo simultâneo de vários medicamentos, etc); Ingestão, Absorção, Transporte (tipos de dietas e enfermidades hepáticas), Metabolismo das principais drogas; Dosagem da droga, tipo e quantidade de alimento, tempo de ação.
DEFINIÇÕES BÁSICAS Droga: substância que modifica a função fisiológica com ou sem intenção benéfica. Droga é toda substância capaz de modificar sistemas fisiológicos ou estados patológicos, utilizada apenas como instrumento auxiliar em investigação científica. Remédio: substância animal, vegetal, mineral ou sintética; procedimento (ginástica, massagem, acupuntura, banhos); fé ou crença; são usados com intenção benéfica. Remédio é termo com conceito amplo, significando tudo aquilo que é aplicado com a intenção de combater a dor, doenças ou o que possa prejudicar o organismo receptor. Inclui, além do medicamento, outros processos e recursos, como tratamentos diabéticos, cirúrgicos, etc.
DEFINIÇÕES BÁSICAS Fármaco: estrutura química conhecida com propriedade de modificar determinada função fisiológica e não produzir nova função. É, portanto, toda substância de estrutura química bem definida utilizada para modificar ou explorar sistemas fisiológicos ou estados patológicos, para o benefício do organismo receptor. EX: Amoxilina. Medicamento: Medicamento é o produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. Ex: Novalgina (dipirona)
DEFINIÇÕES BÁSICAS MEDICAMENTO = FÁRMACO + INSUMOS Insumos Farmacêuticos: Substâncias desprovidas de atividade farmacológica, porém, com atividade farmacêutica, utilizadas na composição de medicamentos. Exemplo: Carboximetilcelulose (agente espessante), acidulantes, aromatizantes. Função: solubilizar, diluir, conservar, colorir, melhorar o sabor, etc.
Forma Farmacêutica: É a forma física final do medicamento. Ex: Cápsula, solução, supositório, etc. Via de administração: É a entrada do medicamento ao organismo. Está diretamente ligada a forma farmacêutica. Ex: comprimido – via oral pomada – via tópica
Automedicação: Uso de medicamentos sem a prescrição, orientação e/ou acompanhamento. Biodisponibilidade: Fração da droga terapeuticamente ativa, que atinge a circulação sistêmica. Bioequivalência: Demonstração de equivalência farmacêutica entre produtos apresentados sob a mesma forma farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa e quantitativa de princípio(s) ativo(s), e que tenham comparável biodisponibilidade, quando estudados sob um mesmo desenho experimental.
Medicamentos Alopáticos: tratamento dos sintomas com princípio ativo que fazem efeito contrário ao do sintoma em si. Ex: febre – antitérmico Medicamentos Fitoterápicos: Medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais. Medicamentos Homeopáticos: medicamento cujo princípio é semelhante cura semelhante. são preparados a partir de substâncias naturais provenientes dos reinos animal, vegetal e mineral.
Medicamento de Referência Nome de registro do produto. Propriedade privada do fabricante, que possui direitos de patente sobre a sua comercialização. Razão social utilizada para diferenciação dos competidores do mercado.
Medicamento Genérico: Produto igual ou comparável ao de referência em quantidade de princípio ativo, concentração, forma farmacêutica, modo de administração e qualidade. Biodisponibilidade e bioequivalência. Devem constar um G na embalagem. Ex: Diclofenaco (NEO QUÍMICA) Cataflam® (NOVARTIS)
Medicamento Similar Os medicamentos similares são identificados pela marca ou nome comercial e possuem a mesma molécula (princípio ativo), na mesma forma farmacêutica e via de administração dos medicamentos de referência. Também são aprovados nos testes de qualidade da ANVISA, em comparação ao medicamento de referência. A diferença entre os remédios similares e os de referência está relacionada a alguns aspectos como: prazo de validade do medicamento, embalagem, rotulagem, no tamanho e forma do produto. De acordo com a ANVISA, os medicamentos similares não podem ser substituídos pelos de referência quando prescritos pelo médico. Ex: Cataflam® (NOVARTIS) Neotaflam (NEO QUÍMICA)
Medicamentos Placebos: São substâncias ou preparações inativas, administradas para satisfazer a necessidade psicológica do paciente de tomar drogas. ØAção dos medicamentos: Os medicamentos agem no organismo vivo sob várias maneiras, produzindo efeito ou ação. • AÇÃO LOCAL: Aquele que exerce seu efeito no local da aplicação, sem passar pela corrente sanguínea (pomadas e colírios). Tipos de ação local: a) Antiséptico: Impede o desenvolvimento de microorganismos. Ex: álcool, clorexedina. d) Paliativo: Aplicado no local para alívio da dor. e) Emoliente: Lubrifica e amolece o tecido. f) Anestésico: Paralisa as terminações nervosas sensoriais.
• AÇÃO GERAL OU SISTÊMICA: A medicação é primeiramente absorvida, depois entra na corrente sanguínea para atuar no local de ação desejado. Para produzir um efeito geral, é necessário que o medicamento caia na corrente sanguínea, pois através dela o medicamento atinge o órgão ou tecido sobre o qual tem ação específica. • Tipos de ação sistêmica - a) Estimulante: aumentam a atividade de um órgão ou tecido. Ex: Cafeína estimula o SNC. b) Depressor: diminuem as funções de um tecido ou órgão. Ex. : Morfina deprime o SNC. c) Anti-infeccioso: Capaz de destruir os microrganismos responsáveis por uma infecção. Ex. : Amoxilina.
• AÇÃO LOCAL GERAL: Uma droga aplicada poderá produzir um efeito local, ser absorvida e provocar um efeito geral. Ex: Epinefrina aplicada na mucosa nasal, estanca a hemorragia = absorção da corrente circulatória = aumento da pressão arterial.
“Todas as substâncias são venenos; não há nenhuma que não seja veneno. A dose correta diferencia um veneno de um remédio. ” – Paracelso (1453 -1541)
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