Existe coisa melhor que buscarmos em ns o
Existe coisa melhor que buscarmos, em nós, o lugar de descanso? Aquele que decididamente nos acolhe e conforta dentro de cada pessoa? É tão simples. . . Soltar a imaginação e deixá-la fluir livremente quando de nosso recolhimento.
E lá fui eu para um tempo distante, quando as fotografias ainda eram em preto e branco e as largas ruas de terra da minha cidade ainda traziam a passagem de boiadas. Onde a simplicidade andava abertamente no sorriso alegre das pessoas e as cercas de balaústres dividiam os quintais cobertos de frutos.
Fui ao colo da minha avó e lá, de pronto, o entitulei de "meu lugar de descanso". Aquelas mãos ásperas me eram queridas e parece que ainda as sinto por meus cabelos. . . Mãos que faziam o próprio sabão no grande tacho e que estendiam as roupas no quarador gramal (na relva que se estendia ao fundo do nosso quintal).
Mãos que se juntavam nas tardes longas da minha infância para a prece. Vovó tinha a casca bruta, porém o seu interior era lindo! Quantas surras levei daquelas santas mãos e as levaria novamente, se preciso fosse. Pareciam beijos de quem sempre me amou de verdade e apanhar, às vezes, incrivelmente me confortava!
Era sinal de que eu estava no coração dela e que ela marcava presença em minha vida. O colo da vovó era diferente. . . Era um recanto todo meu! Ali sonhava com ela e, entre longas conversas, escutava as suas histórias. Neste mesmo colo eu dormia ao canto de sabiás, pombas-rolas, pássaros pretos, coleiras, bem-te-vis. . .
Ali sentia o cheiro das floradas dos laranjais, das tardes de pamonhada e do café torrando. . . Neste colo eu me escondia das notas ruins na escola; dos boletins que me incriminavam quase sempre! Vovó era possuidora da minha alma e uma palavra dela era o suficiente para colocar as coisas no lugar.
Minha cúmplice por uma vida inteira e dona do meu sono reparador. Quantas velas acendeu e quantas preces em meu leito. . . Neste colo fui criança o tempo inteiro e acho que só ali eu era quem era, sem representar em nada. . . Até hoje, quando procuro um lugar de descanso em meu imaginário, torno ao colo da vovó.
Escuto os sabiás, os bem-te-vis e as coleiras. Sinto, ainda, o cheiro do café torrando e da pamonhada. Neste colo, que não tenho, recebo do universo todo o regaço, como se dela fosse. Ainda que escapem algumas lágrimas de saudade, ganho forças para tornar à realidade!
Neste colo torno-me mais humano, mais justo e mais gente, sem perder o menino que existe em mim. Busco as minhas origens e sei o quanto valem as coisas pequeninas. Apesar de algumas lágrimas, o sorriso vence o pranto quando das lembranças do ontem. . .
CRÉDITOS Autor : José Geraldo Martinez Poeta, cronista, contista, arranjador, compositor e escritor http: //josegeraldomartinez. blogspot. com. br/ Imagens : Saskia Formatado por : Angelica Lepper www. angelicaslides. com. br (no rodapé do site você pode ir acompanhando os 4 pps mais recentes) (agora também com localizador de slides) airlepper@gmail. com https: //groups. google. com/forum/? hl=pt&fromgroups#!forum/ambienteproducoes 2 Música : Fascination – Violinos Mágicos Para recebimento gratuito de novas mensagens clique no link abaixo e depois clique em "enviar" (não precisa escrever nada no texto): Angelica. Slides-subscribe@yahoogrupos. com. br Para cancelar o recebimento faça o mesmo no link abaixo: Angelica. Slides-unsubscribe@yahoogrupos. com. br
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