Exerccio Fsico e Dislipidemia Noemy Pereira Mestranda Laboratrio
Exercício Físico e Dislipidemia Noemy Pereira Mestranda – Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular noemyppereira@usp. br
• • • 17 milhões de pessoas morrem em todo o mundo devido às doenças cardiovasculares. No Brasil morrem cerca de 300 mil por ano devido a essas doenças. Uns dos fatores de risco para essas doenças é o nível sanguíneo de colesterol alterado. Cerca de 40% dos brasileiros tem colesterol alterado. • Mas da onde vem ? ? • Qual metabolismo? ? • Quem são esses LÍPIDES ? ? ? OMS, 2013
Mas o que são os Lipídeos? • São biomoléculas, no qual sua principal característica é que são insolúveis em água. Os lipídeos tem diversas funções biológicas. O que é dislipidemia ? • São um conjunto de doenças que é caracterizado pela alteração das lipoproteínas sanguíneas.
Quais são os principais lípides ? ? • Ácido Graxo (AG): tem função nutritiva do ser humano, desempenha papel na função energética. Os AGs também derivam enzimaticamente as prostaglandinas (são sinais químicos celulares lipídicos, estão relacionadas com lesão e doenças). • Triglicerídeos: São obtidos pela dieta ou produzidos pelo organismos (a maior parte no nosso fígado), quando o nível de triglicerídeos está elevado, ele é estocado no tecido adiposo. • Fosfolipídios: são constituintes da camada celular (bicamada lipídica), tem um domínio hidrofílico e um hidrofóbico. • Colesterol: nosso organismo usa para produzir alguns hormônios e ácidos biliares. Por ser uma substância gordurosa precisa de um transportador (lipoproteínas) para alcançar tecidos periféricos.
Lipoproteínas Apoproteínas Colesterol livre Colesterol esterificado Fosfolipídeos • Função de fazer transporte de lipídeos na corrente sanguínea • Monocamada de fosfolípides • Núcleo de triglicerídeos, ésteres de colesterol. • Apolipoproteínas (fração proteica) (APOs)
Tipos de Lipoproteínas
Apolipoproteínas Lipoproteína Apolipoproteínas Quilomícrons A-I, A-IV; B-48, B-100; C-I, C-III; E; VLDL B-100 e 48; C-II e II; A-I e II; E; IDL B-100 e 48 LDL B-100 C-I e II HDL A-I, II e IV; C-I, II e III; D, E e F.
Mas esse Lípides vem da onde ? ? Via exógena (Dieta)= 30% Via endógena (sintetizado pelo organismo) = 70% Lipoproteínas Suprir os Tecidos
Metabolismo das lipoproteínas Quilomícrons
Linfa mesentérica Apo C-II E Vaso Quilomícrons Cel. Epitelial intestinal Quilomícrons HDL Quilomí cron - TG C-II L P L AG = energia Fígado Colesterol AG Glicerol VLDL C-II Quilomícrons Remanescente Apo E AG + Glicerol AG = estoque
Metabolismo das lipoproteínas VLDL
Vaso VLDL HDL L P L AG = energia Fígado E VLDL IDL AG + Glicerol LDL B-100 AG = estoque
FUNÇÕES: - Produção de hormônios esteróides (supra- renal e órgãos sexuais); - Síntese de ácidos biliares (fígado); - Principal transportador de colesterol para tecidos extra-hepáticos.
LDL e aterogênese
Risco DAC e Colesterol Plasmático Risco cardiovascular global.
Metabolismo das lipoproteínas HDL
Metabolismo do HDL
HDL RISCO DE DAC RESPONSÁVEL PELA REMOÇÃO DO COLESTEROL DOS TECIDOS EXTRA-HEPÁTICOS.
LÍPIDES – Colesterol (Freitas e Costa, 1992)
VALORES DE REFERÊNCIA Homens = 38% Mulheres = 42%
CLASSIFICAÇÃO DAS DISLIPIDEMIAS • Primárias - são aquelas nas quais o distúrbio lipídico é de origem genética. • Secundárias - é decorrente ou de estilo de vida inadequado, ou é causado por doença ou medicamento.
RISCO DE EVENTO CARDIOVASCULAR EVENTOS CARDIOVASCULARES Ø 20% 10 ANOS
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO NÃO MEDICAMENTOSO
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO ESTATINAS % DE PACIENTES QUE RECEBERAM MEDICAÇÃO 90 80 76, 2 70 56, 4 60 64, 2 71, 6 50 40 30 20 10 0 DACB (n=40. 258) (n=18. 843) DAP (n=8. 273) Múltiplos FRC (n=12. 389) Bhatt DL, et al. JAMA 2006.
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO ESTATINAS V Diretriz Brasileira de Dislipidemia LDL
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO NÃO MEDICAMENTOSO
RISCOS X BENEFÍCIOS
NENHUM
RISCOS X BENEFÍCIOS
Exercício Físico Agudo
EFEITO AGUDO DO EXERCICIO FÍSICO Revisão de literatura: • 6 estudos • Idade: 25 e 50 anos; • Modalidade: esteira e cicloergômetro; • Duração: até 90 min; • Sexo: masculino e 1 estudo feminino; • Intensidade: 40 – 75%; • Em 4 estudos os triglicerides diminuiu, 1 estudo manteve e 1 não obteve resultado. • Em apenas 1 estudo CT=diminuiu, LDL= manteve, HDL= aumentou. Rev Bras Ativ Fis e Saúde • Pelotas/RS • 18(4): 399 -402 • Jul/2013 Bezerra et al
Am J Cardiol 2007; 100: 899 – 904
Exercício agudo prévio a ingestão Journal of Nutritional Biochemistry 14 (2003) 122 -132
Efeito do Treinamento Físico
EFEITO DO TREINAMENTO FÍSICO NO METABOLISMO DOS LÍPIDES E LIPROTEÍNAS VO 2 max -0, 325* -0, 289* 0, 432 * 0, 078 -0, 391* 0, 240 * 0, 223 * -0, 1147 -0, 092 0, 212 * Após 4 anos de seguimento. VO 2 pico Colesterol total CT/HDL LDL TG % Gordura Corporal CT / TG HDL LEAF. Med Sci Sports Exerc, 29 (9) 1997
EXERCICIO FÍSICO CRÔNICO AERÓBIO Revisão de literatura: • 33 estudos; • 2809 participantes; • Idade: 25 e 50 anos; • Modalidade: esteira e cicloergômetro; • Duração: 4 -48 semanas; • Sexo: masculino e feminino; • Intensidade: 60 – 85%; • • CT=7 diminuiu o restante manteve; LDL=5 diminuiu o restante manteve; CT= 4 diminuiu o restante manteve HDL= 14 aumentou e o restante manteve Rev Bras Ativ Fis e Saúde • Pelotas/RS • 18(4): 399 -402 • Jul/2013 Bezerra et al
EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBIO Subfrações Remoção Oxidação
LDL COLESTEROL Yu et al. , Arterioscler Thromb Vasc Biol, 1999
EFEITO DO TREINAMENTO FÍSICO NO METABOLISMO DOS LÍPIDES E LIPROTEÍNAS 20 semanas de treinamento aeróbico Couillard et al. , Arterioscl. Thromb Vasc Biol. 2001
Treinamento Físico – Remoção do Plasma Remoção de emulsão de colesterol pré e pós-treino Ficker et al. Atherosclerosis 212(2010): 230 -236 - BR
Treinamento Físico – Oxidação Aumentou tempo para oxidação do LDL 35± 13 vs. 48± 13 (s) Ficker et al. Atherosclerosis 212(2010): 230 -236
EFEITO DO TREINAMENTO FÍSICO NO METABOLISMO DOS LÍPIDES E LIPROTEÍNAS NÍVEL DE DISLIPDEMIA 20 semanas de treinamento aeróbico Couillard et al. , Arterioscl. Thromb Vasc Biol. 2001
EFEITO DO TREINAMENTO FÍSICO NO METABOLISMO DOS LÍPIDES E LIPROTEÍNAS NÍVEL DE DISLIPDEMIA 20 semanas de treinamento aeróbico Couillard et al. , Arterioscl. Thromb Vasc Biol. 2001
Principais Adaptações Lipidêmicas ao Treinamento Físico Aeróbio ↓ Triglicerídeos ↓ Colesterol Total ↑ HDL ↓ LDL e VLDL ↓ CT/HDL Durstine et al. Sports Med. 31(15) 1033 -1062 (2001)
Efeito do Treinamento de força
TREINAMENTO DE FORÇA E DISLIPIDEMIA Revisão de literatura: • 3 estudos • Idade: 27 e 45 anos; • 3 x por semana; • 3 séries de 8 -20 repetições; • Duração: 4 -48 semanas; • Intensidade: 70%; • 12 exercícios; • • CT= 1 diminuiu o restante manteve; LDL= 1 diminuiu o restante manteve; CT= 1 diminuiu o restante manteve HDL= manteve Rev Bras Ativ Fis e Saúde • Pelotas/RS • 18(4): 399 -402 • Jul/2013 Bezerra et al
TF Aeróbio + Resistido
TF AERÓBICO + RESISTIDO (23 ESTUDOS) LDL: 5 -23% (9 ESTUDOS) CT: 5 -14% (6 ESTUDOS) HDL: 6 -14% (4 ESTUDOS)
AERÓBICO + RESISTIDO (8 ESTUDOS) LDL: 4 -34% (3 ESTUDOS) CT e TG: (2 ESTUDOS) HDL: 3. 5 -23% (3 ESTUDOS)
HIIT
HIIT LDL: 7 -35 estudos CT e TG: (16 ESTUDOS) HDL: (10 ESTUDOS)
EFEITO DO TREINAMENTO FÍSICO NO METABOLISMO DOS LÍPIDES E LIPROTEÍNAS Colesterol Total LDL VLDL TG HDL DOSE-RESPOSTA Intensidade Duração
EFEITO DO TREINAMENTO FÍSICO NO METABOLISMO DOS LÍPIDES E LIPROTEÍNAS Kraus WE. , et al. , N. Engl. J. Med 2002
EFEITO DO TREINAMENTO FÍSICO NO METABOLISMO DOS LÍPIDES E LIPROTEÍNAS Kraus WE. , et al. , N. Engl. J. Med 2002
Exercício Físico + Dieta
Ressaltando que esse estudo foi utilizado treinamento de força. Rev Bras Med Esporte – Vol. 14, No 4 – Jul/Ago, 2008
ASSOCIAÇÃO DIETA E EXERCÍCIO FÍSICO Mulheres após 1 ano de intervenção Características Basal Após 1 ano Dieta+exerc 0. 18± 0. 67 -0. 12± 0. 59 -0. 14± 0. 64 -0. 42± 0. 51 -0. 20± 0. 59 -0. 39± 0. 48 -0. 05± 0. 15 0. 02± 0. 17 -0. 09± 0. 15 -0. 09± 0. 18 0. 6± 15. 4 -12. 9± 23. 2* -0. 48± 0. 75*# -0. 38± 0. 87 -0. 27± 0. 78 0. 14± 0. 18*# 0. 01± 0. 11*# -21. 8± 24. 1*# Controle TG (mmol/l) CT LDL HDL 2 Risco DAC 1. 44± 0. 8 5. 41± 0. 87 3. 63± 0. 72 1. 10± 0. 29 0. 20± 0. 21 59. 0± 37. 5 * Diferença significante em relação ao controle # Diferença significante em relação ao grupo dieta (Adaptado de Wood et. al, N Eng J Med 1991; 325: 461 -6)
ASSOCIAÇÃO DIETA E EXERCÍCIO FÍSICO Homens após 1 ano de intervenção Características Basal Controle TG (mmol/l) CT (mmol/l) LDL HDL 2 Risco DAC 0. 85± 0. 42 4. 98± 0. 73 3. 09± 0. 68 1. 50± 0. 33 0. 52± 0. 29 12. 8± 13. 7 Após 1 ano Dieta+exerc 0. 13± 0. 37 -0. 09± 0. 36 -0. 03± 0. 47 -0. 39± 0. 61* -0. 03± 0. 41 -0. 28± 0. 63* -0. 05± 0. 24 -0. 15± 0. 26 -0. 11± 0. 22 -0. 22± 0. 25* 1. 3± 6. 3 -1. 0± 4. 6 -0. 02± 0. 26* -0. 28± 0. 52* -0. 29± 0. 46* 0. 02± 0. 18# 0. 03± 0. 16# -3. 5± 5. 4*# * Diferença significante em relação ao controle # Diferença significante em relação ao grupo dieta (Adaptado de Wood et. al, N Eng J Med 1991; 325: 461 -6)
ASSOCIAÇÃO DIETA EXERCÍCIO AERÓBICO EXERCÍCIO RESISTIDO VOLUME ALTO INTENSIDADE ALTA
CASO CLINICO • • • Sexo: Feminino; Idade: 61 anos; Sedentária; Peso: 94 kg; 160 cm de altura; Glicemia: 98 mg/dl Colesterol total: 240 mg/ml; LDL: 140 mg/ml; Triglicéridos: 250 mg/ml; HDL: 30 mg/ml Medicamentos: Sinvastatina; Sente dores muscular, não gosta de atividades aquáticas e tem disponível 5 x na semana para atividades. Níveis normais
OBRIGADO noemyppereira@usp. br
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