Estudos de gnero sexualidade homossexualidade e Educao de

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Estudos de gênero, sexualidade, homossexualidade e Educação de línguas: diálogos e práticas possíveis DANIEL

Estudos de gênero, sexualidade, homossexualidade e Educação de línguas: diálogos e práticas possíveis DANIEL FERRAZ – Universidade do Espírito Santo Pós-Doutorando, Universidade de São Paulo

Agenda Intro 1: Narrativa - autobiografia Intro 2: sociedade, whatsapp, sexualidade, homofobia Sociedade, educação,

Agenda Intro 1: Narrativa - autobiografia Intro 2: sociedade, whatsapp, sexualidade, homofobia Sociedade, educação, línguas estrangeiras Brevemente: Contexto da pesquisa Análise da atividade: diálogos possíveis

 Há ainda uma difícil barreira de sentido a superar: para que um/a jovem

Há ainda uma difícil barreira de sentido a superar: para que um/a jovem possa vir a se reconhecer como homossexual, será preciso que ele/ela consiga desvincular gay e lésbica dos significados a que aprendeu a associá-los, ou seja, será preciso deixar de percebê-los como desvios, patologia, formas nãonaturais e ilegais de sexualidade. Como se reconhecer em algo que se aprendeu a rejeitar e a desprezar? Como, estando imerso/a nesses discursos normatizadores, é possível articular sua homossexualidade com prazer, com erotismo, com algo que pode ser exercido sem culpa? Louro, Gênero, Sexualidade e Educação.

narrativa. . .

narrativa. . .

Intro 2 http: //www. youtube. com/watch? v=cq-Cz. W 5 Q 8 p 8 Kid´s

Intro 2 http: //www. youtube. com/watch? v=cq-Cz. W 5 Q 8 p 8 Kid´s reaction to a gay couple http: //www. youtube. com/watch? v=ci 1 v. MKOZln. I Fátima Bernardes http: //www. youtube. com/watch? v=8 TJxn. Yg. P 6 D 8 Kid´s reaction to gay marriage

2 assertivas iniciais… A presença de comentários, conversas, imagens, piadas sobre sexo, sobre a

2 assertivas iniciais… A presença de comentários, conversas, imagens, piadas sobre sexo, sobre a sexualidade das pessoas e suas escolhas ( ou tomadas como escolhas no caso dos primos homens héteros tomados como gay) Esses comentários, imagens e comentários + imagens são colocados em forma de brincadeira, piada, ironia, sempre produzindo uma injúria que atingem o injuriado diretamente, escamoteiam e perpetuam níveis (talvez iniciais) de homofobia.

locais de enunciação: de onde falo Letramentos e LE. . . EELT – Education

locais de enunciação: de onde falo Letramentos e LE. . . EELT – Education through Enlish Language Ensino e Aprendizagem de LE (visão linguística, visão crítica, etc) Ensinagem = ensino + aprendizagem Educação + Línguas = Language Education ou Educação de/por meio das LE

For many, the world (Modern society) has changed. . . fastly

For many, the world (Modern society) has changed. . . fastly

Desafios Um dos grandes desafios que se coloca à área de educação em/de línguas

Desafios Um dos grandes desafios que se coloca à área de educação em/de línguas estrangeiras no país é contemporaneamente discutir e lidar com as multiciplicidades de filosofias, teorias, propostas e práticas pedagógicas. Nas OCEM-LE (MEC, 2006), por exemplo, propõe-se a possibilidade de se conciliar as práticas pedagógicas vigentes (ensino de línguas focalizado na aprendizagem linguística) com práticas sócio-culturais e críticas que levam em consideração as questões globais, locais, culturais e cidadãs.

Desafios Critical language education OCEM (2006) CLE CAL (PENNYCOOK) EELT (FERRAZ, 2010)

Desafios Critical language education OCEM (2006) CLE CAL (PENNYCOOK) EELT (FERRAZ, 2010)

 Exemplo - Questão cidadania: talvez seja por onde podemos iniciar os debates sobre

Exemplo - Questão cidadania: talvez seja por onde podemos iniciar os debates sobre o encontro sexualidade e educação de ´LE.

 Como pensar as práticas em nossas aulas cotidianas, em que se pesem as

Como pensar as práticas em nossas aulas cotidianas, em que se pesem as novas propostas educacionais para as línguas estrangeiras? Neste sentido, haveria espaço para criticidade, discussão sobre sociedade, cidadania nas aulas da disciplina de escrita acadêmica em inglês? Além disso, seria possível conectar e discutir temas, tais como a escrita acadêmica, sexualidade, homossexualidade e homofobia? Considerando que as conexões acima são possíveis, os estudantes (os quais muitos deles já são professores) estão preparados para discutir tais temas em suas aulas (uma vez que os temas podem trazidos pelos alunos)?

Momento 1: pré-análise da atividade Em pares, analisar inicialmente a atividade sem contextualização.

Momento 1: pré-análise da atividade Em pares, analisar inicialmente a atividade sem contextualização.

Análise da atividade Foram dois grupos investigados (UFES) 16 alunos do terceiro período participaram

Análise da atividade Foram dois grupos investigados (UFES) 16 alunos do terceiro período participaram e na segunda, 15 alunos. fluentes na língua inglesa e as aulas são conduzidas em inglês praticamente em toda aula. Além disso, ambas as turmas possuem homens e mulheres e, em uma delas (turma B), um aluno homossexual assumido e na outra (turma A) há uma aluna bissexual.

 Academic Writing, Objetivos: a discussão da importância da comunicação escrita, o estudo dos

Academic Writing, Objetivos: a discussão da importância da comunicação escrita, o estudo dos diversos gêneros textuais acadêmicos, bem como o desenvolvimento de um artigo acadêmico (que é desenvolvido ao longo do semestre). As aulas aqui analisadas se referem às aulas de preparo e desenvolvimento do capítulo de metodologias e métodos de pesquisa. Decidi, dessa forma, apresentar as filosofias de pesquisa fenomenológica e positivista, bem como as metodologias e métodos de pesquisa a serem escolhidos pelos alunos-pesquisadores.

Interpretações “Nas suas aulas de inglês (como aluno), seus professores falavam sobre sexualidade, gêneros?

Interpretações “Nas suas aulas de inglês (como aluno), seus professores falavam sobre sexualidade, gêneros? Você se lembra de alguma situação embaraçosa ou violenta envolvendo preconceito de gênero (homofobia), ou bullying? ”.

Eribon (2008) a injúria não é apenas uma fala que descreve. Ela não se

Eribon (2008) a injúria não é apenas uma fala que descreve. Ela não se contenta em anunciar o que sou. Se alguém me xinga de “viado nojento” (ou “negro nojento” ou “judeu nojento”), ou até, simplesmente, “viado”, “negro” ou “judeu”, ele não procura comunicar uma informação sobre mim mesmo. Essa consciência ferida, envergonhada de si mesma, tornase um elemento constitutivo da minha personalidade.

Green, 1999 Bixa! Viado! Viadinho! Mocinha! Baitlola! Gay! Bambi! Mulherzinha Travesti

Green, 1999 Bixa! Viado! Viadinho! Mocinha! Baitlola! Gay! Bambi! Mulherzinha Travesti

Dor e coragem

Dor e coragem

 Em Ferraz (2014 a, 2014 b) tenho defendido que é com dor e

Em Ferraz (2014 a, 2014 b) tenho defendido que é com dor e coragem que jovens adultos saem dos armários e assumem suas sexualidades e opções sexuais numa sociedade como a nossa: extremamente preconceituosa que, paradoxicalmente, julga o homossexual o ano inteiro mas permite que seus homens heterossexuais se transvistam de mulheres e drag queens na época do carnaval, como colocado por Trevisan (TREVISAN, 2011) em Devassos no Paraíso. Assim, essas vozes silenciadas vão, aos poucos, acreditando que devem permanecer como tal e que o problema são elas mesmas

2 conclusões para hoje. . . Para o fim (I). . .

2 conclusões para hoje. . . Para o fim (I). . .

 Os professores brasileiros preferem ignorar o fato de a escola estar povoada por

Os professores brasileiros preferem ignorar o fato de a escola estar povoada por indivíduos que diferem das normas convencionais. As escolas brasileiras não permitem uma prática pedagógica a qual reflita sobre essas diferenças e seus efeitos sociais e culturais (JESUS, 2012, p. 155)

 Transculturalidade: Há muitos teóricos (MORGAN e VANDRICK, 2009) que defendem que a aprendizagem

Transculturalidade: Há muitos teóricos (MORGAN e VANDRICK, 2009) que defendem que a aprendizagem de uma LE perpassa as questões culturais e identitárias, pois, ao assumir a língua do outro, estrangeira, o educando tem a oportunidade de vivenciar uma alteridade linguística e, certamente, cultural. Creio que uma das grandes contribuições das línguas estrangeiras seria justamente focalizar a identidade cultural e, a partir desse prisma, as identidades sexuais e de gênero.

 Dentro das várias possibilidades pedagógicas, creio, as sexualidades, estudos de gênero, bem como

Dentro das várias possibilidades pedagógicas, creio, as sexualidades, estudos de gênero, bem como o homossexualidade e a homofobia constituem desafios a serem discutidos nas aulas de LE, ao mesmo tempo em que se tornam contribuições para a área, ao serem inseridos nas mesmas.

Para o fim (II). . . E por que, então, uma certa militância acadêmica?

Para o fim (II). . . E por que, então, uma certa militância acadêmica?

 No momento em que termino este prefácio, leio nos jornais que um jovem

No momento em que termino este prefácio, leio nos jornais que um jovem gay foi assassinado nos Estados Unidos, numa cidadezinha do Wyoming. Foi torturado pelos dois agressores e abandonado, agonizante, pendurado numa cerca de arame farpado. Tinha 22 anos. Chamava-se Matthew Shepard. (ERIBON)

 Acredito que se mudarmos acima as palavras Estados Unidos para Brasil, e o

Acredito que se mudarmos acima as palavras Estados Unidos para Brasil, e o nome Matthew Shepard para Lucas Fortuna, 28 anos, jornalista de Goiânia, que também foi assassinado, deixado com o rosto desfigurado, vemos que o texto acima seria válido para nosso contexto.

 Segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB), “foram documentados 338 assassinatos de gays,

Segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB), “foram documentados 338 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no Brasil (. . . ) Um aumento de 21% em relação ao anterior”. Apesar de ter consciência do tom “panfletário”, talvez common sense, deste encerramento, não poderia deixar de mencionar que esses fatos me amedrontam e magoam profundamente. http: //www. doistercos. com. br/ggb-divulga-numero-de-assassinatos-de-gayno-ano-de-2012/

OBRIGADO!! Thank you! danielferrazufes@gmail. com

OBRIGADO!! Thank you! danielferrazufes@gmail. com

www. danielferraz. com

www. danielferraz. com

Referências BENFATTI, F. A. R. Pornografia e criticidade: as faces de Henry Miller em

Referências BENFATTI, F. A. R. Pornografia e criticidade: as faces de Henry Miller em Tropic of Cancer e Tropic of Capricorn sob o viés autobiográfico. Tese de Doutorado. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2013. (não publicada). BOURDIEU, P. & PASSERON, J. C. A Reprodução. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora, 1982. BORRILLO, D. Homofobia: História e Crítica de um preconceito. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2010. ERIBON, D. Reflexões sobre a questão gay. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2008. FOUCAULT, M. História da Sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 1988. FREIRE, P. Pedagogy of the Oppressed. London: Penguin, 1996

 GARCIA, M. R. V. “Homofobia e Heterossexismo nas escolas: discussão da produção científica

GARCIA, M. R. V. “Homofobia e Heterossexismo nas escolas: discussão da produção científica no Brasil e no mundo”. Anais do IX Congresso Nacional de Psicologia Escolar e Educacional, 2009. Disponível em: http: //nepaids. vitis. uspnet. usp. br/? page_id=153 GREEN, J. N. Além do Carnaval. A homossexualidade masculina no Brasil do século XX. São Paulo: Editora UNESP, 2000. HORKHEIMER, M. ; ADORNO, T. W. A indústria cultural: o iluminismo como mistificação das massas. In (LIMA, L. C. ) Teoria da cultura de massa. São Paulo: Paz e Terra 2000. JUNQUEIRA, R. D. Currículo heteronormativo e cotidiano escolar homofóbico. In Espaço do currículo. V. 2, n. 2, pp 208 -230, 2009. LOPES, D. Desafios dos estudos gays, lésbicos e transgêneros. In: Comunicação, mídia e consumo. V. 1. N. 1. São Paulo: ESPM, 2004. Disponível em: http: //revistacmc. espm. br/index. php/revistacmc/article/view/5/5

 LUKE, A. & FREDBODY, P. Constructing Critical Literacies: Teaching and Learning Textual Practice.

LUKE, A. & FREDBODY, P. Constructing Critical Literacies: Teaching and Learning Textual Practice. St Leonrads: Allen & Unwin, 1997. MAC AN HAILL, M. Schooling, sexuality and male power: towards an emancipatory curriculum. Buckingham: Open University Press, 1991. MEYER, Z. M. ; BORGES, D. E. Limites e possibilidades de uma ação educativa na redução da vulnerabilidade à violência e à homofobia. In: Ensaio. Aval. Pol. Publ. Educ. Rio de Janeiro, v. 16, n. 58, p 59 -76, 2008. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Brasil sem homofobia – Programa de combate à violência e à discriminação contra GLBT e promoção da cidadania homossexual. Brasília, Distrito Federal, 2004. Disponível em: http: //www. mj. gov. br/sedh/004_1_3. pdf MOTT, L. Antropologia, teoria da sexualidade e direitos humanos dos homossexuais. In: Revista Bagoás – Estudos gays, gêneros e sexualidades. V. 1, n. 1, 2007. Disponível em: http: //incubadora. ufrn. br/index. php/Bagoas/issue/view/64/show. Toc SEDGWIG, E. K. A epistemologia do armário. (trad. Plinio Dentzien) In: ABELOV, H et al. The lesbian and gay studies reader. New. York/London: Routledge, 2007.