Espirometria na Clinica Mdica Global Initiative for Chronic
Espirometria na Clinica Médica Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) 2008
Espirometria - Introdução • Espirometria é o padrão áureo para o diagnóstico da DPOC • A subutilização leva ao diagnóstico impreciso da DPOC • A utilização generalizada tem sido limitada por: – Preocupação em relação ao desempenho dos técnicos – Dificuldade na interpretação dos resultados – Falta de cursos de treinamento locais aprovados – Falta de evidências mostrando benefícios claros quando a espirometria é incorporada à conduta clínica
O que é espirometria ? Espirometria é um método de avaliar a função pulmonar em que se mede o volume de ar que o paciente pode expelir dos pulmões após uma expiração máxima.
Por que realizar uma espirometria? • Mede a obstrução aérea para ajudar a fazer o diagnóstico definitivo da DPOC • Confirma a presença de obstrução das vias aéreas • Avalia a gravidade da obstrução das vias aéreas na DPOC • Detecta obstrução das vias aéreas nos fumantes que possam não ter ou tenham poucos sintomas • Monitora a progressão da doença na DPOC • Avalia um aspecto da resposta à terapêutica • Avalia prognóstico (VEF 1) na DPOC • Avaliação pré-operatória
Espirometria – Usos Adicionais • Faz o diagnóstico e avalia a gravidade entre uma varieadade de outras condições respiratórias • Faz a distinção entre obstrução e restrição como causa de dispnéia • Avalia trabalhadores em ambientes ocupacionais • Avalia a aptidão para mergulhar • Realiza avaliação pré-admissional em certas profissões
Tipos de espirômetros • Espirômetros de campânula: Medem volume; principalmente em unidades de função pulmonar • Espirômetros eletrônicos de mesa: Medem fluxo e volume com apresentação na tela em tempo real • Espirômetros portáteis pequenos : Baratos e rápidos para usar mas sem impressão de resultados
Espirômetro de medida de volume
Espirômetro de medida de fluxo
Espirômetros eletrônicos de mesa
Pequenos espirômetros portáteis
Padrões de índices espirométricos • VEF 1 – Volume expiratório forçado no primeiro segundo: O volume de ar expirado no primeiro segundo do sopro • CVF - Capacidade vital forçada: O volume total de ar que pode ser forçadamente expirado em uma respiração • Relação VEF 1/CVF: A fração de ar expirado no primeiro segundo relativo ao volume total expirado
Indices espirométricos adicionais • CV – Capacidade vital: O volume de uma respiração total expirada pelo paciente do modo mais conveniente para ele e não forçado. Geralmente é um pouco maior que a CVF, particularmente na DPOC • VEF 6 – Volume expiratório forçado em 6 segudos: Volume freqüentemente próximo da CVF. Mais fácil para realizar em pacientes mais velhos e com DPOC mas o seu papel no diagnóstico da DPOC permanece sob investigação. • MEFR – Fluxo do meio da expiração : Derivado da porção média da curva fluxo-volume mas não é útil para diagnóstico da DPOC
Nomenclatura dos volumes pulmonares Volume de reserva inspiratório Capacidade pulmonar total Capacidade inspiratória Volume corrente Volume de reserva expiratória Volume residual Capaci dade vital
Padrões do espirograma • Normal • Obstrutivo • Restritivo • Misto obstrutivo e restritivo
Espirometria Valores Normais Previstos
Valores Normais Previstos Influenciados por: ü Idade ü Altura ü Sexo üOrigem Étnica
Critérios para espirometria normal pós-broncodilatador • VEF 1: % previsto > 80% • CVF: % previsto > 80% • VEF 1/CVF: > 0, 7
Traçado normal mostrando VEF 1 e CVF Volume, litros 5 4 VEF 1 = 4 L 3 CVF = 5 L 2 VEF 1/CVF = 0, 8 1 1 2 3 4 5 Tempo, segundos 6
ESPIROMETRIA DOENÇA OBSTRUTIVA
Espirometria: doença obstrutiva Volume, litros 5 4 Normal 3 VEF 1 = 1, 8 L 2 CVF = 3, 2 L 1 VEF 1/CVF = 0, 56 1 2 3 4 5 6 Tempo, segundos Obstrutiva
Diagnóstico espirométrico da DPOC • DPOC é confirmada pela relação pós –broncodilatador VEF 1/CVF< 0, 7 • Relação pós–broncodilatador VEF 1/CVF< 0, 7 é medida 15 minutos após 400µg de salbutamol ou eqüivalente
Teste de reversibilidade com broncodilatador • Fornece o melhor resultado de VEF 1 (e CVF) • Ajuda a diferenciar DPOC de asma Deve ser interpretado com história clínica - nem asma nem DPOC são diagnosticadas pela espirometria isoladamente
Teste de reversibilidade com broncodilatador • Pode ser realizado na primeira visita se o diagnóstico não foi ainda feito • É melhor planejá-lo antes: teste pré e pósbroncodilatador requer o mínimo de 20 minutos • Pós-broncodilatador só economiza tempo mas não ajuda confirmar se asma está presente • Broncodilatadores de curta ação devem ser suspensos por pelo menos 4 horas antes do teste
Teste de reversibilidade com broncodilatador Broncodilatador* Dose VEF 1 antes e após Salbutamol 200 – 400 µg via espaçador de volume grande 15 minutos Terbutalino 500 µg via Turbohaler® 15 minutos Ipratrópio 160 µg** via espaçador 45 minutos * Algumas diretrizes sugerem que broncodilatadores nebulisados podem ser dados mas as doses não são padronizadas. “Não há consenso sobre o fármaco, dose ou modo de administração do broncodilatador no laboratório. ” Ref: ATS/ERS Task Force : Interpretive strategies for Lung Function Tests ERJ 2005; 26: 948 ** Geralmente 8 puffs de 20 µg
Figura 5. 1 -6. Teste de reversibilidade com broncodilatador na DPOC Relatório GOLD (2006)
Figura 5. 1 -6. Teste de reversibilidade com broncodilatador na DPOC Preparação • Testes devem ser realizados quando os pacientes estão clinicamente estáveis e livres de infecção respiratória • Pacientes não devem ter tomado: ü broncodilatadores inalados de curta duração nas seis horas anteriores ü Broncodilatador de longa duração nas 12 horas anteriores ü teofilina de liberação lenta nas 24 horas anteriores
Figura 5. 1 -6. Teste de reversibilidade com broncodilatador na DPOC Espirometria • VEF 1 deve ser medido (mínimo duas vezes, com diferença de 5%) antes que um broncodilatador seja dado • O broncodilatador deve ser dado por inalador de dose medida atraves de um espaçador ou por nebulizador para estar certo que o medicamento foi inalado • A dose do broncodilatador deve ser selecionada da porção mais alta na curva dose-resposta (. . . continua)
Figura 5. 1 -6. Teste de reversibilidade com broncodilatador na DPOC Espirometria (continuação) • Possíveis protocolos de doses: ü 400 µg β 2 -agonista, ou ü 80 -160 µg anticolinérgico, ou ü os dois combinados • VEF 1 deve ser medido de novo: ü 10 -15 minutos após um b 2 -agonista de curta duração ü 30 -45 minutos após a combinação
Figura 5. 1 -6. Teste de reversibilidade com broncodilatador na DPOC Resultados • É considerada significante a concomitância de aumento no VEF 1 maior do que 200 ml e 12% acima do VEF 1 pré-broncodilatador (valor basal) • É geralmente útil relatar as alterações absolutas (em ml) assim como a alteração em % do valor basal para estabelecer a melhora no contexto clínico
ESPIROMETRIA DOENÇA RESTRITIVA
Critérios: doença restritiva • VEF 1: % previsto < 80% • CVF: % previsto < 80% • VEF 1/CVF: > 0, 7
Espirometria: doença restritiva Normal Volume, litros 5 4 3 Restritiva 2 VEF 1 = 1, 9 L CVF = 2, 0 L 1 VEF 1/CVF = 0, 95 1 2 3 4 5 6 Tempo, segundos
Distúrbio Obstrutivo/Restritivo Misto • VEF 1: % previsto < 80% • CVF: % previsto < 80% • VEF 1 / CVF : < 0, 7
Volume, litros Distúrbio Obstrutivo/Restritivo Misto Normal VEF 1 = 0, 5 L Obstrutivo - Restritivo CVF = 1, 5 L VEF 1 / CVF = 0, 30 Tempo, segundos Distúrbio restritivo e misto obstrutivo-restritivo são dificeis de diagnosticar pela espirometria somente; testes de função pulmonar completos são habitualmente necessários (ex. pletismograpia corpórea etc)
ESPIROMETRIA Fluxo Volume
Curva Fluxo Volume • É padrão na maioria dos espirômetros de mesa • Fornece mais informação do que a curva volume tempo • Menos compreendida mas não difícil de interpretar • Melhor para demonstrar obstrução leve das vias aéreas
Curva Fluxo Volume Fluxo expiratório máximo (PFE) Fluxo expiratório L/seg CPT Fluxo inspiratório CVF L/seg Volume (L) VR
Padrões de Curvas Fluxo Volume Obstrutivas e Restritiva Obstrutiva grave Volume (L) Pico do fluxo expiratório reduzido, regiao média da curva escavada Restritiva Fluxo expiratóio Obstrutiva Volume (L) Padrão Steeple, pico do fluxo expiratório reduzido, queda rápida Volume (L) Forma normal, pico do fluxo expiratório normal, volume reduzido
Espirometria: Padrões Anormais e Volume Mista Volume Restritiva Volum Obstrutiva Tempo Ascenção lenta, volume expirado reduzido; tempo prolongado para expiração total po Ascenção rápida para platô com volume máximo reduzido Tem po Ascenção lenta com volume máximo reduzido; medida de volumes estáticos pulmonares e PFP completa para confirmar
SESSÃO PRÁTICA Realizando a espirometria
Treinamento na Espirometria • Treinamento é essencial para os técnicos corretamente aprenderem a realização e a interpretação dos resultados • Teinamento para o desempenho competente da espirometria requer um mínimo de 3 horas • A aquisição de um bom desempenho e interpretação na espirometria requer prática, avaliação e revisão • A realização de espirometria (quem, quando e onde) deve ser adaptada às necessidades e recursos locais • Treinamento para espirometria deve ser avaliado
Obtenção de Valores Previstos • Independente do tipo de espirômetro • Escolha valores que melhor representem a população testada • Cheque se estão corretos se instalados diretamente no espirômetro Os pacientes devem descansar 10 minutos antes de realizarem a espirometria
Suspensão dos Medicamentos Antes de realizar uma espirometria, suspenda: ü β 2 -agonistas de curta duração por 6 horas ü β 2 -agonistas de longa duração por 12 horas ü Ipratrópio por 6 horas ü Tiotrópio por 24 horas O ideal é que os pacientes evitem cafeína e fumar cigarro 30 minutos antes de realizarem a espirometria
Realizando Espirometria - Preparação 1. Explique a finalidade do teste e demonstre o procedimento 1. Registre a idade, altura e gênero do paciente no espirômetro 2. Anote a hora da última dose de broncodilatador usada 3. Mantenha o paciente sentado confortavelmente 4. Deixe as roupas bem soltas 5. Esvazie a bexiga antes do teste , se necessário
Realizando a Espirometria • Inspire até encher os pulmões totalmente • Segure a respiração e coloque os lábios em torno de um bocal limpo • Sopre o ar o mais rápido e com o maior esforço possível. Estimule bastante o paciente ! • Continue a soprar até sentir os pulmões vazios
Realizando a Espirometria • Observe o paciente durante o sopro para assegurar que os lábios estão cerrados em torno do bocal • Cheque para determinar se um traçado adequado foi conseguido • Repita o procedimento pelo menos duas vezes mais até que idealmente 3 leituras com 100 ml ou 5% entre elas sejam obtidas
Volume, litros Reprodutibilidade – Qualidade dos Resultados Tempo, segundos Três vezes com CVF dentro de 5% or 0, 1 litro (100 ml)
Espirometria - Possiveis Efeitos Colaterias • Sensação de tontura cabeça • Dor de cabeça • Ficar com o rosto vermelho • Desmaio: retorno venoso reduzido ou ataque vasovagal (reflexo) • Incontinência urinária transitória Espirometria deve ser evitada após recente ataque cardíaco ou AVC
Espirometria – Controle de Qualidade • A maioria das causas de inconsistência das curvas é por má técnica do paciente ü Inspiração sub-ótima ü Esforço expiratório sub-máximo ü Retardo na expiração forçada üTempo expiratório curto ü Vazamento de ar em volta do bocal • Pacientes devem ser observados e encorajados durante todo o exame
Espirometria – Problemas Comuns ü Sopro inadequado ou incompleto ü Falta de esforço intenso durante expiração ü Início lento no esforço máximo ü Lábios não totalmente fechados em volta do bocal ü Tosse durante o sopro ü Respirar durante o sopro ü Fechamento da glote ou obstrução do bocal pela lingua ou dentes ü Postura ruim– inclinando para frente
Manutenção do Equipamento • A maioria dos espirômetros necessitam calibração periódicas para checar a acuidade • Calibração é normalmente realizada com uma seringa de 3 litros • Alguns espirômetros eletrônicos não requerem calibração diária ou semanal • Boa limpeza do equipamento e controle de antiinfecção são importantes; cheque o manual de instruções • Espirômetros devem ter manutenção periódica; cheque as recomendações do fabricante
Solucionando problemas Exemplos -Traçados Inaceitáveis
Volume, litros Traçado Inaceitável – Esforço Ruim Normal Esforço expiratório variável Esforço inadequado de sustentação Pode ser acompanhado por um início lento Tempo, segundos
Volume, litros Traçado Inaceitável – Para de Soprar Precocemente Normal Tempo, segundos
Volume, litros Traçado Inaceitável– Início Lento Normal Tempo, segundos
Volume, litros Traçado Inaceitável - Tosse Normal Tempo, segundos
Volume, litros Traçado Inaceitável – Respiração Durante o Esforço Normal Tempo, segundos
Algumas Referências Sobre Espirometria • Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) - www. goldcopd. org • Spirometry in Practice - www. brit-thoracic. org. uk • ATS-ERS Taskforce: Standardization of Spirometry. ERJ 2005; 29: 319 -338 www. thoracic. org/sections/publications/statements • National Asthma Council: Spirometry Handbook www. nationalasthma. org. au
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