Escola de Enfermagem de Ribeira o Preto USP
Escola de Enfermagem de Ribeira o Preto- USP ERG 112 – Sau de do Trabalhador Profa. Dra Maria Helena Palucci Marziale
Nocividade e Periculosidade + Termos utilizados na Saúde do Trabalhador
Nocividade ◦ Os agentes nocivos são aqueles que podem trazer danos à saúde ou à integridade física. ◦ São os agentes químicos, físicos, biológicos, psíquicos ou associação de mais de um desses agentes.
Periculosida de ◦ A periculosidade está relacionada ao risco de vida em que o trabalhador fica exposto para executar sua função. ◦ Um exemplo são os colaboradores que atuam com explosivos e radioativos, segurança pessoal ou patrimonial.
Insalubridade é caracterizada quando o empregado está exposto, durante o dia a dia de trabalho, a agentes nocivos à saúde como produtos químicos, ruídos, exposição ao calor, dentre outros.
◦ A periculosidade é definida como aquilo que causa risco direto à vida do funcionário. ◦ Enquanto a insalubridade oferece danos graduais, causando prejuízos biológicos à saúde e à imunidade. Outro ponto é que cada uma dessas exposições gera um cálculo diferente de adicional ao salário.
Operações insalubres são consideradas atividades ou operações insalubres todas aquelas que por sua própria natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, em limite de tolerância anteriormente do determinado por lei, em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição.
Atividades insalubres Norma Regulamentadora 15 (NR-15), aprovada pela Portaria MTb nº 3. 214/78. Para que haja a insalubridade, é preciso que o trabalhador preste serviços em condições de trabalho com limites de tolerância superiores aos fixados na NR 15. São considerados agentes nocivos à saúde do trabalhador, por exemplo, entre outros: a) físicos - calor, frio, pressão, radiações ionizantes; b) químicos - poeira, gases; c) biológicos - bactérias, fungos, vírus, bacilos.
A caracterização e classificação da insalubridade Serão feitas por meio de perícia a cargo do Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no MTE. As empresas e os sindicatos, com objetivo de caracterizar, classificar ou delimitar as atividades insalubres em seus estabelecimentos e setores, poderão requerer ao MTE a realização de perícia.
Eliminação ou Neutralização da Insalubridade Considerando que as normas de saúde, higiene e segurança têm por objetivo a redução dos riscos inerentes ao trabalho, cabe aos empregadores buscar, em primeiro lugar, a eliminação do(s) efeito(s) do(s) agente(s) insalubre(s) e, na impossibilidade, a neutralização ou redução destes efeitos a limites legalmente aceitáveis. a) medidas de caráter coletivo: adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; b) medidas de caráter individual: utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.
EPI Equipamento de Proteção Individual (EPI), regem o assunto na NR 6 da citada Portaria MTb nº 3. 214/78, observadas as alterações posteriores.
O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime do pagamento do adicional de insalubridade. Cabendo-lhe tomar as medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, dentre as quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado".
Adicional de insalubridade ◦ Art. 192 da CLT, o exercício do trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo MTE, assegura a percepção de um adicional: ◦ 40% do salário-mínimo, quando classificada insalubridade no grau máximo; ◦ 20% do salário-mínimo, quando classificada a insalubridade no grau médio; e ◦ 10% do salário-mínimo, quando classificada a insalubridade no grau mínimo. O percentual do adicional de insalubridade incide sobre o salário mínimo de segundo a CLT, salvo as hipóteses previstas na Súmula nº 17 que diz que o adicional de insalubridade devido a empregado que, por força de lei, convenção coletiva ou sentença normativa, percebe salário profissional será sobre este calculado.
Objetos Ex: carvão como matéria prima Objeto Meios de trabalho Ex: máquinas e ferramentas Processos Ex: linha de produção Meio Atividade Organização e divisão do Trabalho
Carga de Trabalho Interrelação entre as exigências externas, ambientais, instrumentais, organizacionais, impostas ao trabalhador, exigindo dele estratégias de regulação para garantir os objetivos prescritos pela organização, desenvolver a sua competência profissional e preservar o seu bem-estar CT é portadora de três componentes interligados: o físico, o cognitivo e o psíquico A sobrecarga produzida em sobrecarga qualquer um dos componentes repercute nos demais.
TEMPO Duração do T Intensidade do T Configuração do T Nocividade do Trabalho
DIVISÃO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
AGENTES NOCIVOS AO TRABALHADOR
s a m r e d Fo s i a n o i c s i o d t tra cimen o e h o l d a a b a r t o l e p
Formas de adoecimento pelo trabalho Doença ocupacional é a designação de várias doenças que causam alterações na saúde do trabalhador, provocadas por fatores relacionados com o ambiente de trabalho. Elas se dividem em: ◦ Doenças profissionais ou tecnopatias, que são causadas por fatores inerentes à atividade laboral. ◦ Possuem nexo causal presumido. ◦ Doenças do trabalho ou mesopatias, que são causadas pelas circunstâncias do trabalho. ◦ A relação com o trabalho deve ser comprovada.
Formas de adoecimento pelo trabalho ◦ Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho ◦ Material para consulta dos alunos http: //bvsms. saude. gov. br/bvs/publicacoes/doencas_relacionadas_trabal ho_2 ed_p 1. pdf http: //www. fiocruz. br/biosseguranca/Bis/manuais/seguranca%20 e%20 sa ude%20 no%20 trabalho/Saudedotrabalhador. pdf
ANTIGAS FORMAS DE ADOECIMENTO PELO TRABALHO
Gerados por máquinas e condições físicas características do local de trabalho, que podem causar danos à saúde do trabalhador Agentes Físicos
Adoecimentos por agentes físicos Ruídos: cansaço, irritação, cefaléias, diminuição da audição, aumento da PA, problemas do aparelho digestivo, taquicardia e risco de infarto. . Vibrações: cansaço, irritação, dores dos membros, dores na coluna, problemas digestivos, lesões ósseas, dos tecidos moles, circulatórias. . . Calor: taquicardia, cansaço, irritação, choques térmicos, fadiga térmica, perturbações das funções digestivas, hipertensão. . .
Adoecimentos por agentes físicos Radiações ionizantes: alterações celulares, câncer, fadiga, problemas visuais, acidentes de trabalho. . . Radiações não ionizantes: queimaduras, lesões nos olhos, na pele e nos outros órgãos. . . Umidade: doenças do aparelho respiratório, quedas, doenças de pele, doenças circulatórias. . . Frio: fenômenos vasculares periféricos, doenças do aparelho respiratório, queimaduras pelo frio. . . Pressões anormais: Hiperbarismo – Intoxicação por gases Hipobarismo – Mal das montanha
Agentes Químicos Substâncias químicas que se encontram nas formas líquida, sólida e gasosa, e quando absorvidos pelo organismo, podem produzir reações tóxicas e danos à saúde
Adoecimentos por agentes químicos • Poeiras minerais (sílica, asbesto, carvão, minerais): silicose (quartzo), asbestose (amianto) e pneumoconiose dos minerais do carvão. • Poeiras vegetais (algodão, bagaço de cana de açúcar): bissinose (algodão), bagaçose (cana-deaçúcar) • Poeiras alcalinas: enfisema pulmonar • Fumos metálicos: febre de fumos metálicos e intoxicação específica de acordo com o metal.
Adoecimentos por agentes químicos • Névoas, gases e vapores (substâncias compostas ou produtos químicos em geral) Irritantes: irritação de VAS (ácido clorídrico, ácido sulfúrico, amônia, cloro) Asfixiantes: dores de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões, coma, morte (hidrogênio, nitrogênio, metano, acetileno, dióxido e monóxido de carbono) Anestésicas: a maioria dos solventes orgânicos tendo ação depressiva sobre o sistema nervoso, podendo causar danosos diversos órgãos e ao sistema formador do sangue (butano, propano, benzeno, aldeídos, cetonas, tolueno, xileno, álcoois) • Vias de penetração no organismo: • Respiratória: inalação pelas vias aéreas; Cutânea: absorção pela pele; Digestiva: ingestão
Agentes Biológicos Representados por microrganismos (bactérias, fungos, vírus e outros) Capazes de desencadear doenças devido à contaminação e pela própria natureza do trabalho
Adoecimentos por agentes biológicos ◦ Vírus, bactérias e protozoários: doenças infecto-contagiosas (hepatite, cólera, amebíase, AIDS, tétano) ◦ Fungos e bacilos: infecções variadas externas (na pele, ex. : dermatites) e internas (doenças pulmonares) ◦ Parasitas: infecções cutâneas ou sistêmicas podendo causar contágio
COVID-19 Risco Biológico ◦ O 'novo coronavírus' foi nomeado de SARS-Co. V-2 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). ◦ A doença que ele causa foi denominada "doença de coronavírus 2019" (ou "covid-19").
Agentes Ergonômicos Contrários às técnicas de ergonomia, que exigem que os ambientes de trabalho se adaptem ao homem, proporcionando bem estar físico e psicológico Ligados aos fatores externos (do ambiente) e internos (do plano emocional) Representam a disfunção existente entre o indivíduo e seu posto de trabalho
Adoecimentos por agentes ergonômicos Esforço físico (levantamento e transporte manual de pesos, exigências de posturas): cansaço, dores musculares, fraquezas, hipertensão arterial, diabetes, úlcera, doenças nervosas, acidentes e problemas da coluna vertebral. Ritmos excessivos, trabalho em turno e noturno, monotonia e repetitividade, jornada prolongada, controle rígido da produtividade, conflitos, responsabilidade.
Agentes do risco mecânico ou de acidentes Fatores de riscos mecânicos ou de acidentes existem em função das condições físicas (do ambiente físico de trabalho) e tecnológicas impróprias, capazes de colocar em perigo a integridade física do trabalhador
Adoecimentos por agentes do risco mecânico ou de acidentes Arranjo físico inadequado: acidentes e desgaste físico excessivo Máquinas sem proteção: acidentes graves, fadiga, problemas visuais e acidentes de trabalho Ligações elétricas deficientes: curto-circuito, choques elétricos, incêndios, queimaduras, acidentes fatais Armazenamento inadequado: acidentes por estocagem de materiais sem observação das normas de segurança
Adoecimentos por agentes do risco mecânico ou de acidentes Ferramentas defeituosas: acidentes, principalmente com repercussão nos membros superiores EPI inadequado: acidentes e doenças Animais peçonhentos (escorpiões, aranhas, cobras): acidentes por animais peçonhentos Outras situações de risco que podem contribuir para a ocorrência de acidentes
Novos perfis de adoecimento pelo trabalho
O mundo do trabalho ◦ Diminuem empregos fixos e aumentam outras modalidades de trabalho: autônomo, subcontrato, por projeto, por tempo parcial, por prazo determinado. ◦ Salário fixo perde a força como única forma de remuneração para: salário variável, atrelado à tarefa, por produtividade. ◦ Pirâmide hierárquica das empresas é simplificada: grande parte da responsabilidade para os trabalhadores de base. ◦ Ação sindical alterada em função da negociação direta entre trabalhadores e empresas.
◦ Dois milho es de pessoas morrem a cada ano devido a acidentes de trabalho e doenc as ou leso es relacionadas ao trabalho. ◦ 268 milho es de acidentes na o fatais no local de trabalho resultam em tre s dias de trabalho perdidos por acidente, ◦ 160 milho es de novos casos de doenc as relacionadas ao trabalho ocorrem a cada ano.
◦ 8% do o nus global causado por doenc as oriundas da depressa o atualmente atribui dos aos riscos ocupacionais. ◦ O o nus causado pelas doenc as, custos econo micos e perda de RH a longo prazo resultantes de locais de trabalho insalubres é um desafio para governos, setores econo micos, formuladores de poli tica e profissionais de sau de.
Ø 40 milhões de empregos ao ano deverão ser criados até 2030 para seguir o rítimo de crecimento da população mundial em idade de trabalhar. Ø Melhorar as condições de 780 milhões de trabalhadores que não ganham 2 dólares ao día. (OMS, 2018).
Velhas e novas formas de adoecimento pelo trabalho.
Referências Mendes, R. Patologias do Trabalho. Ed Atheneu, 2 Vols - 3ª Ed. 2013. Mendes, R. Patologias do Trabalho. Ed Atheneu, Carlos Minayo, Jorge Mesquita Huet Machado et al. Saúde do trabalhador na sociedade Brasileira contemporânea. E-Book. FIOCRUZ. Elizabete Borges. Enfermagem do Trabalho. Formação, Investigação e Estratégias de Intervenção. EBook. Ed Lidel. Porto – Portugal. 2019. Petersen, Rafael de Souza and Marziale, Maria Helena Palucci Análise da capacidade no trabalho e estresse entre profissionais de enfermagem com distúrbios osteomusculares. Rev. Gaúcha Enferm. , 2017, vol. 38, no. 3. ISSN 1983 -1447 Assis, Dnieber Chagas de, Resende, Deisy Vivian de and Marziale, Maria Helena Palucci Association between shift work, salivary cortisol levels, stress and fatigue in nurses: integrative review. Esc. Anna Nery, 2018, vol. 22, no. 1. Ribeiro, Renata Perfeito et al. O adoecer pelo trabalho na enfermagem: uma revisão integrativa. Rev. esc. enferm. USP, Abr 2012, vol. 46, no. 2, p. 495 -504. Marziale, Maria Helena Palucci et al. Implantação da Norma Regulamentadora 32 e o controle dos acidentes de trabalho. Acta paul. enferm. , 2012, vol. 25, no. 6, p. 859 -866.
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