ERA UMA VEZ Era uma abbora menina Que


ERA UMA VEZ… Era uma abóbora menina…




Que fanfarra era aquela?

Dai-nos sol! Solzinho!

E que rico, rico! Que rico, rico! Rico! Sol, sol, canta rouxinol! Sol, sol!!!

Eh lá, seu casaca! Você não pode calar a caixa? Com tal brequefesta como hei-de eu dormir?

Sol, sol! Sol…

Que maravilha! Isto era pevide abençoada. Feliciana Lauriana, esta abóbora não se come, fica para a semente. Quando estiver madura, telhado com ela. Qual semente! Para a panela. Não há nenhuma outra em termos e eu morro por caldo de abóbora com feijão-manteiga, adubado a presunto.

E ó abóbora, e ó aboborinha, estás aqui, estás na panelinha!

…Vai ver como pareço bem no telhado do senhor José Barnabé Pé de Jacaré. No telhado? . . . Deixa-me rir! Ai abóbora, ai aboborinha, estás aqui, estás na panelinha!

Compadres, aquela abóbora é o meu pesadelo. Se avança mais um nadinha para o meu lado ou fico sem casa ou morro lá dentro emparedado. Não sei o que há-de ser de mim. De vizinho danoso morreu Barroso.

Precisa mas é de panela. Está madura. O que ela tem crescido! Parece o zimbório da Estrela! Mas, ó Felicianinha, ela está aganada! As folhas dão ares de murchas. . . Precisa, precisa de rega.

O abóbora, ó aboborinha, não escapas à panelinha! E ó abóbora, abóborão, não escapas ao panelão!

Estou borracha!

Anjo bento, mulher, é a azenha a vir abaixo! Foi coisa que se atrancou nas penas do rodízio. Chega lá ver… Chega lá tu!

O abóbora, ó aboborínha, sempre caíste na panelinha!

Ai foi? ! Pois se foi, nem telhado, nem panelinha! José Barnabé!? Ué? !! Mulher, lá se foi a aboborinha!

“Mestre Grilo cantava e a Giganta dormia” (Adaptação) Aquilino Ribeiro Arca de Noé – III Classe
- Slides: 21