Entrevista Psicolgica Entrevista Clnica estruturao e objetivos OCAMPO
Entrevista Psicológica Entrevista Clínica (estruturação e objetivos). OCAMPO, M. L. S. & ARZENO, M. E. G. (2005). A entrevista inicial. In: OCAMPO, M. L. S. O processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas. São Paulo: Martins fontes, cap. 2. Técnicas de Investigação da Personalidade I
Caracterizamos a entrevista inicial como entrevista semidirigida. • Paciente tem liberdade para expor seus problemas • Começado de onde preferir • Incluindo o que desejar O campo psicológico configurado pelo entrevistador e o paciente se estruturam em função de vetores assinalados pelo paciente.
Diferindo a TÉCNICA SEMIDIRIGIDA da técnica totalmente livre, o entrevistador intervém a fim de: • Assinalar alguns vetores quando o paciente não sabe quando começar ou continuar, com perguntas amplas, • Assinalar situações de bloqueio ou paralisação por incremento da angustia para assegurar o cumprimento dos objetivos da entrevista, • Indagar acerca de aspectos da conduta do entrevistado, aos quais este não se referiu, acerca de “lacunas” a informação do paciente e que são consideradas de especial importância, ou acerca de contradições, ambigüidades e verbalizações “obscuras”.
Começar com técnicas diretivas no primeiro momento da entrevista: • Apresentação mútua, • Esclarecimento do enquadramento pelo psicólogo, • Trabalhar com técnica de entrevista livre – paciente expressa livremente o motivo da consulta. • No ultimo momento da entrevista – adotar uma técnica diretiva para poder “preencher” nossas “lacunas”. (Funciona como guia, mas cada psicólogo deve aprender o momento oportuno em que deve mudar de atitude adotada ou mudá-la, para falar ou calar e escutar).
Para recomendar a técnica da entrevista semidirigida: • Devemos conhecer exaustivamente o paciente, • Extrair da entrevista certos dados que nos permitam: • formular hipóteses, • planejar a bateria de testes, • interpretar com maior precisão os dados testes e da entrevista final.
A correlação entre: • O que o paciente mostra na entrevista inicial • O que aparece nos testes • O que surge na entrevista de devolução Oferece importante material diagnóstico e prognóstico.
A entrevista clínica é “uma técnica” e não “a técnica”. • Insubstituível – cumpre certos objetivos do processo psicodiagnóstico. Testes (no caso os projetivos) – insubstituíveis e imprescindíveis pelas suas vantagens. • Apresentam estímulos ambíguos, mas definidos (pranchas, perguntas, etc. ) • Operam por instruções verbalizadas controladas e definidas – paciente sabe o que se espera dele naquele momento. • A maioria dos testes inclui um interrogatório.
Os critérios utilizados para interpretar a entrevista inicial coincidem com os que aplicamos para os testes. • Vínculo paciente – psicólogo, • Transferência e contratransferência, • A classe de vínculo que estabelece com suas relações interpessoais, • As ansiedades predominantes, • As condutas defensivas utilizadas habitualmente, • Os aspectos patológicos e adaptativos, • O diagnóstico e o prognóstico.
Para obter todas estas informações devermos precisar quais são os objetivos da entrevista inicial:
1º) Perceber a primeira impressão que nos desperta o paciente e ver se ela se mantém o longo de toda a entrevista ou muda, e em que sentido. São aspectos importantes: • linguagem corporal, • suas roupas, • seus gestos, • sua maneira peculiar de ficar quieto ou de mover-se, • seu semblante, etc.
2º) Considerar o seu verbalizar: • • • O que, como e quando verbaliza e com que ritmo, Avaliar as características de sua linguagem A clareza ou a confusão com que se expressa, A preferência por termos equívocos, imprecisos ou ambíguos. A utilização do tom de voz que pode entorpecer a comunicação a ponto de não se entender o que diz, • Quando fale com uma linguagem precisa e adequada. O paciente inclui em suas verbalizações os três tempos de sua vida: passado, presente e futuro. Na entrevista inicial devemos extrair certas hipóteses da seqüência temporal: como foi, é e será o paciente. Uma vez confrontadas com o que foi extraído dos testes e da entrevista de devolução, serão ratificadas ou não.
3º) Estabelecer um grau de coerência ou discrepância entre tudo o que captamos através de sua linguagem não verbal (roupas, gestos, etc. ) • O que expressa é algo real – menos controlado do que as verbalizações. • Tal confronto pode mostrar: coerência e discrepância entre o que nos é apresentado como motivo manifesto da consulta e o que percebemos como motivo subjacente. • Diagnóstico será baseado: grau de coerência ou discrepância entre os dados obtidos na primeira entrevista, os testes e na entrevista devolutiva. É interessante comparar as verbalizações do paciente nas três oportunidades tão diferentes.
4º) Planejar a bateria de testes mais adequada quanto a: • Elementos a utilizar (quantidade e qualidade dos testes escolhidos), • Seqüência (ordem de aplicação), • Ritmo (número de entrevistas que calculamos para a aplicação dos testes escolhidos).
5º) Estabelecer um bom rapport com o paciente. • reduzir ao mínimo a possibilidade de bloqueios e paralisações • criar clima favorável à aplicação dos testes.
6º) O que o paciente nos transfere e o que isso nos provoca. Aspectos de transferência e contratransferência de vínculo. Que tipo de vínculo o paciente procura estabelecer: • seduzi-lo, confundi-lo, • evitá-lo, manter-se a distancia, • depender exclusivamente dele, • etc. Isso indica de que maneira específica sente seu contato com ele (como perigoso, invasor, maternal, etc. ). Contratransferencialmente surgem no psicólogo certos sentimentos ou fantasias de importância vital para a compreensão do caso.
7º) Entrevistas com os pais do paciente: • detectar qual o vínculo que une o casal, • vinculo entre o casal e filho, • o vínculo do filho com cada um dos pais e com eles enquanto casal. Técnica clássica: entrevista com os pais e depois o filho Técnica de Melzer – entrevista primeiro com o filho depois s pais.
8º Avaliar a capacidade dos pais de elaboração da situação diagnóstica atual e potencial. Observar se um deles, e qual deles, ou ambos: • podem promover, • colaborar, • aceitar as experiências de mudança do filho caso comece uma terapia. A presença de ambos os pais é imprescindível. • Casal • Pais separados • Filho adotivo
9º) Na entrevista inicial investigar o motivo da consulta: Discriminar motivo manifesto e motivo latente, • Motivo Manifesto da consulta – sintoma que preocupa quem solicita a consulta (pode ser percebido por terceiros) • Motivo Latente (subjacente ou profundo da consulta) – verdadeiro motivo que trouxe o paciente para (ou seus pais) à consulta. Geralmente o motivo é outro, mais sério e mais relevante do que o invocado em primeiro lugar. • Tomada de consciência do paciente (quando pode) desse motivo mais profundo: Se o faz durante o psicodiagnóstico o prognóstico é melhor.
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