Endcrinologia EnfDocente Marcos Melo marcos ammelosp senac br
Endócrinologia EnfºDocente: Marcos Melo marcos. ammelo@sp. senac. br
O sistema endócrino ou hormonal, juntamente com o sistema nervoso central, é responsável pela maioria das funções de controle do organismo. Influencia em todos os aspectos do funcionamento do organismo, incluindo o crescimento, a sensação de bem-estar físico e emocional, a imagem corporal e o funcionamento orgânico.
Diabetes Mellito O diabetes mellito é um distúrbio que compromete principalmente o metabolismo dos carboidratos e que se caracteriza por uma deficiência do hormônio insulina, produzido pelas células das ilhotas de Langerhans do pâncreas.
CAUSAS Ø Diabetes Mellitos tipo I: o anticorpo do organismo destrói a ilhota pancreática, provocando hipoinsulinismo absoluto, é hereditário (5 – 10% dos casos); Ø Diabetes Mellitos tipo II: hipoinsulinismo relativo, provocado pela obesidade (80% dos casos); Ø Diabetes Mellitos Secundária à tumor de pâncreas, pancreatite, tumor cerebral, fibrose cística, uso de drogas (corticoides), síndrome de cushing.
Critérios de Diagnósticos Ø Glicemia (colhida de forma aleatória) maior ou igual a 200 mg/dl, associada a sinais e sintomas compatíveis com a DM; Ø Glicemia de jejum maior ou igual a 126 mg/dl, em mais de uma ocasião; Ø Glicemia 2 horas pós-prandial ou após 75 g de glicose VO maior ou igual a 200 mg/dl em mais de uma ocasião (teste de tolerância á glicose);
Estados Pré-Diabéticos Ø Glicemis de jejum alterada: maior ou igual a 110 mg/dl em mais de uma ocasião; Ø Intolerância à glicose (glicemia 2 horas pós-prandial ou pós 75 gramas de glicose VO): maior ou igual a 140 mg/dl em mais de uma ocasião.
Glicemia Os valores de normalidade são iguais para o adulto e para a criança: 70 à 99 mg/dl.
Hemoglobina Glicosilada A glicose que foi ingerida em excesso fica armazenada na memória da hemoglobina, e a vida média da hemoglobina está em torno de 120 dias ( 2 -3 meses). Realizando o controle da hemoglobina glicosilada, obtem-se a porcentagem ingerida de glicose por aquele paciente.
Valores de referência da Hemoglobina Glicosilada Ø Valor normal: até 6%. Ø Indivíduo com Diabetes mellitos: não deve ultrapassar 6 -7%. O seu valor reflete o controle glicêmico dos últimos 2 – 3 meses.
Sintomatologia Ø Ø Ø Tríade: poliúria, polidipsia e Polifagia; Emagrecimento progressivo; Cansaço e sensação de mal-estar; Desconforto abdominal; Feridas de difícil cicatrização; Visão embaçada.
Complicações Ø Ø Ø Ø Retinopatia; Catarata; Glomeruloesclerose; Hipertensão; Neuropatia; Dislipidemia; Cardiopatia secundária à doenças dos grandes vasos.
A BOCA E O DIABETES: n O diabetes é uma doença que provoca problemas na microcirculação do sangue facilitando o agravamento ou aparecimento de problemas infecciosos na boca.
Insulinas A insulina é um hormônio que conserva o combustível energético, ao facilitar a captação, utilização e armazenamento da glicose, dos aminoácidos e dos lipídios após a refeição. Fica armazenada nos grânulos da célula β, nas ilhotas de Langerhans, é liberada na corrente sangüínea de acordo com a taxa glicêmica no sangue.
n A insulina liga-se a uma proteína receptora, presente na membrana celular, e após alguns segundos as membranas tornam-se permeáveis à glicose, aminoácidos, aos íons potássio, magnésio e fosfato facilitando a entrada rápida nas células.
Tipos de Insulinas A insulina pode ser classificada de acordo com a origem dos cristais: Ø bovina; Ø Suína (semelhante à molécula de insulina humana); Ø mista (é a mistura das duas); Ø Humana (obtida através da técnica de DNA recombinante).
Tipos de Insulinas Tempo de ação: Ø Ultra-rápida (Lispro): inicia-se em 5 a 15 minutos, dura de 3 horas e 30 minutos a 4 horas e atinge seu pico em 1 a 2 horas; Ø Rápida (Regular): inicia-se em 30 minutos, dura 4 a 6 horas e atinge seu pico em 2 a 4 horas; Ø Intermediária (NPH ou lenta): inicia-se em 1 hora e 30 minutos, dura 16 a 24 horas e atinge o seu pico em 8 a 12 horas;
Tipos de Insulinas Ø Lenta (ultra-lenta): inicia-se em 4 a 8 horas, dura 24 a 36 horas e atinge o pico em 12 a 16 horas; Ø Pré-mista consiste na mistura da insulina Regular com a NPH no mesmo frasco, sua ação tem início em 30 minutos à 1 hora, dura 24 horas e atinge seu pico em 2 a 12 horas.
REGULAR n n n Exemplos: Também chamada de insulina de ação rápida. Seu início de ação leva de 30 minutos a uma hora, o pico máximo de atividade ocorre de 2 a 3 horas depois e a duração da ação vai de 4 a 6 horas. É usada quando um ação rápida é necessária, como na cetoacidose diabética. Pode ser misturada com a insulina NPH. Se a insulina regular é administrada às 7 horas da manhã, sua ação máxima será por volta das 9 horas e a duração de atividade será até as 11 horas.
NPH n É a insulina de ação intermediária. Inicia sua ação em 30 minutos a uma hora e meia, com pico máximo de ação em 4 a 7 horas, podendo a duração alcançar 14 a 18 horas após a aplicação. n Se a insulina NPH for aplicada às 7 horas da manhã, seu pico máximo de ação ocorrerá por volta das 13 horas, com duração máxima até as 19 horas.
Complicações da Insulina Deverá realizar o rodízio das aplicações, pois provocará lipodistrofia e no local comprometido haverá diminuição da absorção da insulina.
Cuidados de Enfermagem Ø Ø Ø Orientar a criança e a família sobre a doença e o seu controle (planejamento da dieta, uso da insulina, controle glicêmico (dextro, glicosúria e cetonúria), exercício físico e cuidados com a higiêne); Verificar os sinais vitais; Realizar controle hídrico; Verificar gluicosúria e cetonúria as micções; Manter higiene corporal adequada;
Cuidados de Enfermagem Ø Atentar para os sinais de hipoglicemia (tremores, irritabilidade, sonolência, convulsão); Ø Controle de diurese, observar volume e aspecto; Ø Realizar glicemia capilar conforme prescrição médica; Ø Observa e anotar a aceitação da dieta.
Controle Glicêmia Ø Glicemia Capilar (dextro): avalia a taxa de glicose no sangue no momento.
Controle Glicêmico • Fita Urinária (é um testes que usa uma tira de plástico fina impregnada com substâncias químicas que reagem com substâncias presentes na urina e mudam de cor) avalia a presença de: Cetonúria (corpo cetônico na urina); Glicosúria (Glicose na urina); Ø Hemoglobina Glicosilada. Ø •
Cetoacidose Diabética A cetoacidose diabética é o estado mais complexo de deficiência de insulina. Pode ser uma complicação da Diabetes, como também pode ser feito o diagnóstico do diabetes na presença de um quadro de cetoacidose diabética. Caracteriza-se por hiperglicemia (glicemia acima de 300 mg/dl), acidose, cetonemia e desidratação.
Fisiopatologia da Cetoacidose Diabética Ø Ø • • • Diminui a insulina no organismo; Diminui a utilização da glicose; Aumenta a gliconeogênese (produção de energia a partir da quebra de gordura); Provocando: Hiperglicemia; Poliúria osmótica; Desidratação; Perda de água, Na+ e K+; Hemoconcentração e hiperviscosidade do sangue, levando a trombose;
Fisiopatologia da Cetoacidose Diabética Ø A desidratação provoca uma insuficiência renal aguda e uma azotemia pré-renal (substâncias nitrogenadas presente na corrente sanguínea, provocando o coma urêmico); Ø A quebra da gordura libera ácidos graxos livres, formando corpo cetônico, provocando cetonemia (corpo cetônico no sangue) e cetonúria (corpo cetônico na urina); Ø Acidose metabólica;
Sintomatologia Ø Ø Ø Ø Poliúria e polidipsia; Fraqueza e sensação de mal-estar; Anorexia, náusea, vômito e dor abdominal; Desidratação e mucosas secas; Taquicardia; Hálito cetônico; Respiração de Kussmaul; Letargia ( até o coma).
Exames Ø Glicosúria; Ø Hiperglicemia (acima de 300 mg/dl); Ø Cetonúria; Ø Gasometria (acidose: p. H <7, 30 e HCO 3 < 15 meq/l).
Cuidados de Enfermagem Ø Verificar sinais vitais com freqüência; Ø Puncionar acesso venoso calibroso para hidratação; Ø Controle rigoroso do gotejamento de soro; Ø Controle hídrico rigoroso; Ø Observar as condições de hidratação e perdas (diurese, vômito, drenagem de SNG e diarréia); Ø Administrar a insulina conforme prescrição; Ø Manter a criança aquecida;
Ø Manter a permeabilidade das vias aéreas, através de aspiração de secreções e posicionamento adequado no leito; Ø Verificar fita urinária nas micções e registrar resultado (cetonúria e glicosúria); Ø Observar nível de consciência e vigiar cuidadosamente a criança na fase crítica, pois pode ocorrer edema cerebral; Ø Observar presença de arritmia cardíaca.
Hipoglicemia É a diminuição da taxa de glicose no sangue, apresentando valor da glicemia abaixo dos valores de normalidade (<60 mg/dl).
Causas n Insulina em excesso n Erro na dosagem de insulina; n Redução da ingestão alimentar ou jejum prolongado; n Excesso em exercício sem aumento da ingestão alimentar; n Hipotermia; n Desnutrição grave.
Sintomatologia Ø Ø Ø Ø Ø Palidez; Hipotermia; Cianose; Ansiedade; Tremores; Sudorese; Formigamento; Cefaléia; Fadiga; Confusão mental; Ø Ø Ø Ø Convulsões; Diplopia; Vertigem; Alucinação olfativa; Fome; Perda da consciência e memória; Coma; Morte.
Cuidados de Enfermagem Ø Verificar sinais vitais com freqüência; Ø Controle de glicemia capilar com freqüência; Ø Puncionar acesso venoso calibroso para reposição de glicose; Ø Manter a criança aquecida;
Ø Observar nível de consciência e vigiar cuidadosamente a criança na fase crítica, pois pode apresentar convulsão; Ø Administrar rigorosamente a dieta no horário correto; Ø Observa e anotar a aceitação alimentar; Ø Manter a criança confortável, evitando o choro para não gastar energia.
OBRIGADO!
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